Heavenly Hell

Chuva de Sangue


— Castiel. -- Disse o animal começando a circundar o anjo -- Seja claro, quais foram as suas ordens? --

—- Não acho que esteja autorizado a contar, Noite. -- Castiel mantinha um expressão séria. – Estamos em lados opostos, afinal. –

— Sendo assim, por ainda não me atacou? – Questionou o animal.

Castiel riu.

—- Eu não sei até onde vão suas habilidades, não existem mais da sua espécie por aí para eu conhecer. Não me arriscaria de maneira imprudente -- O anjo sorrio de lado -- Além do que, eu espero que negocie comigo, será mehor para todos. Escute, Noite, deve existir algo como dez pistas falsas, dez garotas inocentes que aparentam ser a verdadeira feiticeira, mas não são. – Castiel respirou fundo – E você sabe que mesmo que os manda-chuvas do inferno já saibam quem é a verdadeira, os Caçadores de Reconpensas vão tentar pegá-la primeiro e tirar alguma vantagem antes de entregá-la ao inferno. -- O anjo engoliu em seco -- Por isso temos pressa lá em cima. Os arcanjos não a farão mal. Só a querem de volta. --

Foi a vez de Noite rir.

—- Eu sei que nunca a fariam mal algum, eu conheço o quadro e sei de que Arcanjo está falando... -- O cavalo bufou -- Mas preciso que pense, Anjo. Você sabe o dano que a humaninha sofrerá se céu ou inferno puserem as mãos nela? -- Questionou Noite -- Eu entendo o desejo de seu chefe, mas não vou entregá-la a nenhum dos lados. São minhas recomendações. --

Castiel ficou em silêncio por algum tempo.

—- Então também cumpre ordens como eu... -- Finalmente se pronunciou.

—- É diferente. Eu protejo uma amiga, partilho uma causa e uma crença com ela. Faço o que faço não por obediência, mas por lealdade, amizade e uma certa fé. -- Rebateu -- Vê a diferença? --

—- Sim. -- Respondeu o anjo erguendo a vista para o animal -- Mas eu ainda vou cumprir minhas ordens. A feiticeira vem comigo, mais cedo ou mais tarde. --

—- Então será mais tarde. Porque vai ser preciso muitos mais de vocês pra tirá-la daqui. -- O cavalo não o olhava nos olhos, desenhava algo com o casco no chão.

—- As coisas podem ser muito mais fáceis, Noite. -- Argumentou Castiel.

—- Eu não aprecio facilidade-- Batendo com o outro casco no corte que havia feito mais cedo, fez o sangue voltar a verter -- Foi um prazer conhecê-lo, Castiel. -- Noite deixou o sangue escorrer no desenho que havia feito e com um clarão forte o anjo sumiu, como se tivesse sido varrido por uma onda de luz –- Finalmente, depois de incontáveis anos de calmaria, um pouco de ação. -- Disse Noite consigo mesmo, trotando calmamente para a saída do beco.

Mas de repente ele parou, sentindo seus músculos retesarem. O animal sentiu uma energia, o tipo de energia que com certeza era mágica e tinha uma assinatura singular, que não podia ter outra fonte.

—- Não é possível. -- Pensou alto. Disparando em velocidade em seguida.

Xx

— Então Bobby, o que acha? Será que consegue algo sobre a pulseira nesse lugar onde está o grimório? – Sam perguntou.

—- Não, lá não... – Bobby disse mudando bruscamente a direção do carro em seguida – Mas tem alguém nesta cidade que pode. -- Bobby estralou o pescoço -- Isso levando em conta meu palpite de que aquela pulseira seja um amuleto. –

—- Isso é óbvio, Bobby. – Sam disse franzindo o cenho

—- Certo. Mas você sabe qual a finalidade desse amuleto? –

—- É exatamente isso que Melissa e eu estamos tentando descobrir. – Disse Sam.

—- Então, essa mulher pode dizer, eu acho... –

—- Quem é ela? –

—- Mariah. Uma antiga amiga. Ela é especialista em amuletos. –

—- Antiga amiga, é? – Sam riu de lado.

—- Ah Cala a boca, Sam. – Bobby disse entrando por um caminho esquisito.

Quem quer que fosse Mariah, ela não morava, se escondia.

Xx

—- Tem pegadas aqui. -- Disse Melissa andando pelo terreno do ferro velho -- Acho que dá pra seguir. --

—- Ei, ei, Melissa. -- Dean a pegou pela mão -- Ele vai voltar, não precisa se desesperar. --

Melissa fechou os olhos e respirou fundo.

—- Sei que provavelmente estou exagerando e que ele está bem. Mas Noite nunca, nunca -- Ela enfatizou -- fez isso de simplesmente sair. E, apesar de eu estar me saindo bem e segurando a onda, Noite é a única coisa que me sobra da minha família e eu não posso arriscar perder ele. -- Engoliu em seco -- Eu entendo se não quiser ir comigo, ou achar bobagem, mas eu vou atrás dele. Tem as pegadas, não vai ser difícil, ele não pode ter ido longe. --

Melissa sorriu e soltou a mão de Dean.

—- Vamos fazer assim. – Dean falou chamando a atenção da garota que parou para ouvir – Você vai na frente, eu vou guardar essas coisas aqui – Ele se referia a mangueira, sabão e toda a bagunça que haviam feito – E depois eu sigo a trilha e te encontro. Você sobrevive? – Ele brincou.

—- Acho que sim. – Melissa sorriu, rindo pra ele e começou a seguir as pegadas à passos largos.

A garota logo chegou até a estrada, era deserta e de terra, haviam apenas cercas e mato de ambos os lados, aquele lugar devia ser assustador a noite, mas aquele não era o caso, o Sol estava alto no céu e quente, quase queimava as costas da garota, que não tinha se dado nem ao trabalho de trocar de roupa e a camiseta molhada começava a incomodar um pouco. Melissa deu um nó desajeitado nos cabelos e continuou o caminho atenta às pegadas.

—- Noite! -- Ela exclamou -- Cadê você, garoto? --

À sua direita, Melissa ouviu um barulho do meio do mato. Não grande o suficiente para ser um cavalo se movimentando mas, e se ele estivesse machucado, caído? o movimento não seria o mesmo... Não custava olhar...
Como uma boa garota do campo, Melissa não tinha muitos problemas em escalar e ultrapassar cercas. A garota já estava no topo daquela e pronta para pular para o outro lado, quando o responsável pelo barulho se revelou. Um corvo enorme surgiu do meio do matagal e com um gralho rasgado, voou bem na direção dos rosto de Melissa.
O susto foi tão grande, que o grito não saiu da garganta, mas a derrubou. Mel caiu de costas no chão que mesmo sendo de terra, era duro. Ela arqueou as costas e perdeu o ar pelo baque.

O maldito corvo ganhou os céus rapidamente e desapareceu, Melissa o xingou e se pôs de pé, limpando a poeira de seu corpo e checando os braços levemente feridos pelo atrito com a terra do chão. Indo mais alguns passos para frente, Melissa reencontrou a trilha de passadas de seu cavalo e seguiu o caminho mesmo sentindo um dor considerável nas costas.

O que Melissa não percebeu foi que na queda havia deixado algo pra trás... sua preciosa pulseira havia ficado presa na cerca.

Xx

—- Aqui estamos nós. – Disse Bobby – Só espero que ela esteja em casa. – Então bateu na porta de madeira.

Mariah viva literalmente em meio a natureza. O carro havia ficado parado numa distância considerável, pois não havia como atravessar todo aquele mato até chegar à choupana de madeira velha.
Passos rápidos vieram do interior da casa e a porta logo se abriu. Uma mulher de seus quase cinquenta anos apareceu, ela não era muito alta e tinha olhos e cabelos castanhos, estes caiam numa longa trança, jogada sobre um dos ombros. Era uma hippie.

—- Robert Singer? – Ela perguntou apertando os olhos.

—- Mariah Green? – Ele respondeu.

—- Quanto tempo, querido. – A mulher o cumprimentou e apertou a mão de Sam

— Quem é esse rapaz tão bonito? -- Ela apertou a bochecha de Sam, que ficou carrancudo.

—- Sam. Sam Winchester. – Respondeu de mal humor.

—- Bonito nome. – Ela disse com um sorriso – Por favor, entrem. – Mariah convidou.

O interior da casa era bastante humilde e cheira a ervas, haviam prismas, cristais, tecido espalhados, incensos, velas, entre outras coisas.

—- Então, no que posso ajudar? – Ela perguntou, os convidando a sentar no sofá.

—- Mariah, me desculpe ser tão direto, mas estamos no meio de uma viagem importante e Sam precisa de uma resposta e eu acho que você a tem. – Disse Bobby.

—- Pois não, querido. – Ela voltou o olhar para Sam.

—- Eu preciso todas as informações que você poder dar sobre uma pulseira, acreditamos que seja um amuleto... –

—- Acho que posso ajudar. – Ela foi se sentar perto de Sam – Você tem uma foto ou pode desenhar pra mim? –

—- Eu não tenho foto e desenhar nunca foi o meu forte. –

A mulher sorriu largamente e sussurrou um “legal”

—- Bem, acho que vou poder testar minhas habilidades psíquicas! Finalmente. – Ela esfregou as mãos.

—- Habilidades Psíquicas? – Bobby interferiu – Eu não sabia que você as tinha. –

—- E eu não tinha. – Ela sorria – Mas eu venho treinando, achei um passo a passo num livro antigo e eu sigo tudo fielmente. Só nunca testei. Agora, chegou a hora. – Ela disse indo com as mãos para a cabeça de Sam, que recuava. – Não tenha medo. Você já viu a pulseira, não já? – Sam concordou ainda sem deixar que a mulher o tocasse – –- Olhe, se der errado, a única coisa que vai acontecer com você é: nada. – A mulher contou revirando os olhos. Ele finalmente relaxou.

Mariah colocou suas mãos na cabeça de Sam e fechou os olhos. De início nada aconteceu, mas depois de três constrangedores minutos de nada, Sam sentiu uma sensação esquisita de estar sendo violado e algo como um choque em seguida. Ele deu um pequeno salto e Mariah o largou arregalando os olhos em seguida.

—- E então? – Perguntou Bobby, enquanto Sam se ajeitava sentando, ele estava se sentindo incomodado e não parava quieto.

—- Funcionou. – Mariah mexia o pescoço de um lado para o outro de maneira engraçada, mas quando Sam e Bobby lhe lançaram olhares sério, ela parou de se balançar e respirou fundo – Eu vi uma pulseira de contas azuis e um pingente, no braço de uma linda garota, confere? –

—- Sim. – Disseram os dois ao mesmo tempo.

A mulher comemorou silenciosamente mais uma vez, mas adotou uma postura bastante séria em seguida.

—- Vejam bem. Realmente é um amuleto, mas não é qualquer amuleto. – Ela falava pausadamente, tentando ser o mais clara possível – Um amuleto é feito por mágica e a mágica que envolve esse em questão é algo que eu só conhecia na teoria, nem é da Terra, pertence a um povo muito antigo, os feiticeiros originais. –

Bobby e Sam se olharam.

—- Se eles não pertencem a Terra, o que esta pulseira está fazendo aqui? –

—- É uma dimensão que sempre interagiu com a nossa tanto quanto a celeste, ou o inferno, purgatório, coisas assim... – Ela suspirou – No entanto, nada do que sabemos deles é totalmente certeza, há muito mistério envolvendo esse povo. Dizem que alguns poucos vieram para cá em circunstâncias desconhecidas. Mas acho que isso não importa para vocês agora. – Ela engoliu em seco – Eu só preciso dizer que quem quer que seja essa garota, se eu fosse ela não tiraria essa pulseira do braço. –

—- O que? Por que? – Bobby parecia perturbado.

—- Quem fez isso pra ela, a está protegendo de algo grande. O símbolo do pingente indica o bloqueio de algo na mente dela. –

—- No caso, não seria melhor que ela tirasse a pulseira para descobrir do que se trata? –

—- Não faria isso. – A mulher foi enfática – Pode ser que não aconteça nada, mas ela pode ter sequelas irreparáveis. –

—- E quais são as opções? – Sam perguntou.

—- Olhem, eu realmente sei muito pouco sobre esses tipos de amuletos dos feiticeiros... mas podem bloquear uma simples lembrança, até uma segunda consciência. – Ela deu de ombros – Como eu disse, as consequências podem ser graves, ela pode até entrar em colapso, ou morrer. Não há como saber. Eu não arriscaria. –

—- Segunda consciência? – Sam perguntou.

—- Sim. A pulseira pode impedir que as duas consciências se misturem, ou se alternem. –

Bobby suspirou, apertando as têmporas.

—- Eu vou ligar para o Dean. – Sam disse se levantando.

Xx

O Winchester mais velho terminou de guardar tudo o que havia ficado fora do lugar e pegando uma arma, por precaução, saiu pela estrada seguindo os passos de Melissa. Tentando não pensar no quão frustrado estava por seu momento interrompido com a garota e esperando que ela não tivesse ido muito longe.

Num pondo da estrada, Dean viu algo que não o agradou, a pulseira de Melissa presa numa cerca. Dean se esticou para pegá-la e com o objeto em mãos voltou a seguir a trilha, mais aflito que antes e mais rápido também.

Seu celular tocou, era Sam.

—- Fala, Sammy. –

—- Dean, me escuta. – Seu irmão parecia aflito – Não diga nada a Melissa, pra não assustá-la, mas não deixe que ela fique sem a pulseira, certo? –

Dean olhou o objeto em sua mão e xingou mentalmente.

—- É tão ruim assim? –

—- Possivelmente péssimo... –

—- Certo. – Dean ficou aflito – Sammy, eu ligo depois, certo? – Dean não deixou seu irmão falar mais nada. Encerrou a ligação e apressou o passo, ela não podia estar longe.

Xx

Tudo aconteceu rápido, havia andado muito pouco quando Melissa começou a sentir algo a mais além de dor. Sua vista ficou turva algumas vezes, sua audição começou a zumbir, a cabeça latejava agudamente, como se houvesse algo querendo vir à tona e não encontrava o caminho.

Melissa apertou o passo e tentou ignorar a dor que sentia na cabeça e o zumbido irritante que ouvia, mas não conseguiu, ela sentou-se na estrada e fechou os olhos.

Em seguida o flash do nome Catarina voltou à sua mente com força, o homem triste fitando a entrada de uma cripta também estava ali. Melissa olhou para seu braço e percebeu a falta da pulseira. A tontura não a deixou ficar de pé, a medida que o tempo sem a pulseira crescia, o mal estar também aumentava.

E como se já não pudesse ficar pior, Melissa sentiu mãos fortes e nem um pouco gentis a pegarem pelos braços.

—- Aí está você. – Era uma velha assustadora que falava acompanhada de um adolescente de seus quinze anos, porém ambos tinham os olhos completamente pretos. Melissa se assustou ao ver aqueles olhos.

—- O que vocês querem? – Ela perguntou tentando se soltar.

—- Você, meu bem. – Disse a velha.

—- Tem certeza que ela não é mais uma pista falsa, como as outras cinco? – O garoto perguntou.

—- Bem, a energia mágica dela, ah, essa energia – A velha se contorceu – Não pode ser uma pista falsa. – A velha sorriu – Vão nos pagar uma fortuna por ela, lá no inferno. Dizem que o próprio Lúcifer procura por ela. –

O desespero da garota que já não era pouco, cresceu.

—- Quem são vocês dois? – Ela se debatia, mas não conseguia se soltar. A dor aguda na sua cabeça, o zumbido em seus ouvidos pioravam cada vez mais e agora também se sentia queimar, principalmente nas mãos.

—- Caçadores de recompensa. – O adolescente segurava o rosto de Melissa com força. -- E você bate com a descrição do que procuramos. Vamos levar você com gente.--

—- Ei. Filho da puta. É melhor tirar as mãos dela. -- Era Dean.

Melissa se sentiu aliviada por vê-lo ali e sorriu um pouco pra ele. Mas isso foi tudo, a garota sentiu algo como uma barreira sendo vencida dentro da sua mente, depois disso veio o blackout.

—- Por que? -- O demônio deixou Melissa com seu comparsa e virou para Dean que empunhava uma arma -- Ela é sua garota? --

—- Larga ela. -- Dean engatilhou a arma -- Mel, olha pra mim, anda, abre os olhos. -- Dean pediu.

—- Que gracinha. -- O Demônio fez um destro movimento com sua mão e como um telecinético, desarmou Dean e com mais um movimento semelhante o fez cair de joelhos e apesar de lutar contra, estava contido.

Melissa abriu seus olhos então, mas eles não eram mais os mesmos, não tinham mais o verde claro de sempre, não tinham uma cor definida, mudando freneticamente de um tom para outro, desde os comuns, como castanho, azul e mel; até os mais esquisitos, como vermelho, amarelo, lilás. Era assustador, não só o caleidoscópio como a agressividade naquele olhar. Aquela não parecia Melissa.

—- Já chega. -- Ela disse com uma voz quase assustadora.

—- Cala a boca, vadia! Você não decide nada aqui. Vamos levar você e matar o seu namoradinho. -- Disse o demônio començando a ameaçar Dean com uma faca em seu pescoço.

—- Não vou a lugar nenhum. -- Ela disse com segurança.

Uma energia forte fez o lugar balançar de leve. Poeira, pequenas pedras, plantas e o que mais de leve tivesse ao redor começou a flutuar.

—- Acho que dessa vez acertamos! É ela, nós acertamos! -- Comemorou o adolescente possuído -- Vamos leva-la logo antes que mais alguém venha. --

Dean olhava tudo surpreso, não entendia nada do que estava acontecendo, mas tinha certeza que aquela não era a doce garota que quase beijara mais cedo. Algo nela era descomunalmente poderoso e perigoso.

—- Eu disse -- Ela ofegou, mais coisas flutuaram, até as cercas se ergueram alguns centímetros do chão. Os Demônios sentiram algo estranho. A faca daquele que ameaçava Dean voou longe, prendendo na cerca -- que não vou a lugar NENHUM. -- Ela berrou, o ódio era explicito em suas palavras.

O que aconteceu em seguida foi rápido, mas impactante. Os dois demônios flutuaram no ar, como se fossem duas plumas. E embora tivessem tentado fugir dos corpos, não foi possível, algo os prendia dentro. Seus corpos começaram a inchar, como se houvessem algo crescendo dentro deles, os expandindo. Eles gritaram, gritaram até o momento em que seus corpos explodiram numa chuva de sangue. Não restou nada deles.

A garota estava coberta de sangue, mas não pareceu se abalar, limpando o rosto com uma das mãos notou a falta da pulseira.

—- É claro... -- Falou para si mesma revirando os olhos furtacores -- Você está com a pulseira? -- Perguntou a Dean, que ficara livre da dominação. Havia algo de soberbo naquela voz.

—- Estou. -- Ele respondeu, tirando o objeto de bolso.

Ela andou até onde Dean estava um pouco tonta, mas segura e se abaixou no chão olhando nos olhos dele.

—- Não precisa ter medo. -- Ela sorriu de volta -- Coloque a pulseira de volta, acho que vai ser o suficiente pra colocar as coisas em ordem e a sua garota voltar. Depois disso a leve pra casa, vai ficar tudo bem por enquanto -- Estendou o braço e Dean ajeitou a pulseira no pulso da garota -- Só não a deixe perder a pulseira de novo. -- Foi o que ela disse antes do fecho do objeto voltar ao lugar de onde nunca devia ter saído.

Os olhos dela se fecharam lentamente. O cenho se franziu, era como se ela estivesse acordando. A garota respirou forte e abriu os olhos novamente. Aquela era Melissa, suas íris estavam verdes mais uma vez.

—- O que aconteceu? -- Sua voz era doce como sempre.