Quinn Fabray olhava para seu relógio de pulso enquanto o avião pousava e manobrava na pista. Cinco horas de vôo, três horas atrasadas em relação ao horário de Connecticut, não se surpreendia por não conseguir fazer aquele cálculo. Vôos sempre deixavam Quinn confusa - ela até teria viajado de carro se não fosse mais de cinco mil quilômetros separando New Heaven e Santa Monica - e ela dormira na maior parte do tempo, completamente esgotada pelos trabalhos e provas do final do semestre.

Agora, Quinn tinha quase dois meses de folga antes que toda a correria recomeçasse. Dois meses que foram ansiosamente esperados, mas, também, temidos. Era a primeira vez que Quinn não voltava a sua cidade natal e também era a sua primeira vez viajando sozinha.

Em um primeiro momento, Quinn ficara eufórica com a ideia de Santana, sua melhor amiga. Passar dois meses sem as cobranças de seus pais e irmã era tentador demais, porém, quanto mais Santana amadurecia a ideia - alugando o apartamento, organizando os gastos, procurando as passagens de Quinn, Brittany e Kurt - a velha insegurança de Quinn via à tona. Assim como a sua timidez.

Quinn tinha medo de que essas particularidades de sua personalidade estragassem a viagem de todos, ela até deu vazão as suas preocupações, mas Santana a mandou ficar quieta e parar de ser frouxa.

Sendo assim, aqui estava ela, pisando em solos californianos pela primeira vez na sua vida.

Apanhou sua bagagem, que consistia de uma imensa mala de rodinhas e uma mochila, além de sua bolsa de couro que carregava no ombro, e saiu através do portão de embarque 5. Assim que passou pelas portas duplas de vidro, Quinn parou por um breve momento para observar o local.

Seus olhos verdes percorreram o modesto aeroporto, espiando reencontros, despedidas e pessoas. Quinn não pode deixar de notar que parecia extremamente fora do lugar. Sua pele branca, quase pálida, destoava da multidão bronzeada; seus cabelos loiros eram naturais e não frutos de reflexos ou luzes e as suas roupas - uma velha calça jeans escura, camisa jeans e sapatos Oxford - destoavam completamente das bermudas, shorts, camisetas e regatas usados pelas pessoas que passavam por ela. Bem, ao menos, ela não estava com seus óculos de grau nem vestida com um dos seus suéteres.

Quinn pensava, justamente, em como se encaixaria naquela multidão tão diferente dela quando escutou uma voz conhecida gritar entre risadas:

— Esqueceu seus óculos, Miss Yale?

A loira não pode deixar de abrir um sorriso ao escutar aquele tom de voz arrastado e malicioso do qual sentia tanta falta. Telefones, Skype e mensagens de voz no WhatsApp não faziam jus à voz enrouquecida de Santana Lopez. Quinn virou-se com um sorriso radiante e encontrou a sua melhor amiga alguns metros atrás de si, porém, Santana estava diferente. Brittany não estava com ela, mas, com certeza, a latina fizera alguma coisa nos cabelos. Quinn deixou o queixo cair, visivelmente surpresa, e perguntou:

— O que a Califórnia fez com você, Lopez?

— Gostou? - Santana perguntou em tom de flerte, acariciando os cabelos que não tinham mais a coloração escura da qual Quinn se lembrava e sim, um tom caramelo que realçava os olhos e a pele ainda mais bronzeada de Santana. Quinn revirou os olhos para o convencimento contido no rosto de Santana e a latina rompeu a distância, abraçando-a apertado. - O sol muda as pessoas, assim como o mar e a praia... Já você continua pálida e certinha como sempre, Fabray!

Santana Lopez era morena, com traços latinos que embelezavam o seu rosto e delineavam suas curvas. Os olhos negros exalavam confiança e poder, exatamente o que ela representava na época de colegial, quando fora capitã das Cheerios do Colégio McKinley High. Tinha lábios grossos, do tipo que seduziam e que, na verdade, mais ofendiam do que acariciavam. Os lábios dela pertenciam apenas a uma pessoa, a sua namorada, Brittany S. Pierce.

Quinn conheceu Santana ainda pequena, quando a latina mudou de Lima Heights Adjacents para o subúrbio, em uma casa que ficava em frente ao lar dos Fabray. As duas pequenas, com seis anos de idade, trocaram palavras em um parquinho e desde então, jamais se separaram. Nem mesmo no ensino médio, quando Santana chegou às Cheerios e topo da cadeia alimentar do colégio e Quinn permaneceu na metade dela, como idealizadora do jornal da escola.

Na realidade, a amizade das duas apenas se fortaleceu no ensino médio. Foi Santana quem protegeu Quinn do bullying e foi Quinn quem acolheu a amiga quando ela assumiu seu relacionamento com Brittany. A loira foi contra os pais, a escola e aqueles que julgavam ser seus amigos mais próximos por Santana. Hoje, as duas viviam de implicância uma com a outra, apelidos também, mas jamais se abandonavam.

— Eu não tenho culpa se chovia em Connecticut, além do mais, o avião estava frio, S. - Quinn se justificou de forma meiga, provocando um discreto revirar de olhos em Santana. Pedir desculpas era uma das características de sua personalidade da qual ela não conseguia se desvencilhar, essa era fruto de sua educação cristã rígida e familiar. Quinn não tinha vergonha disso, de forma alguma, mas, Santana costumava perder a paciência com ela.

Santana separou-se dela e ajeitou os fios loiros nos ombros da amiga, em seguida, apanhou a mochila de Quinn. A loira estava prestes a perguntar onde Brittany estava quando um corpo chocou-se com suas costas e braços envolveram sua cintura, erguendo-a no ar. Nesse movimento, Quinn gritou assustada e sua mala caiu, não foram os poucos que olharam surpresos para ela. Quinn não pode deixar de corar ao escutar a voz animada de Brittany em seu ouvido:

— Quinn, que saudade de você!

Quinn, mesmo envergonhada por ter chamado tanta atenção, não pode deixar de encolher o corpo de encontro ao calor sempre reconfortante e carinhoso de Brittany. Lutando contra os braços fortes e saudosos da amiga, Quinn virou-se nos braços da amiga e a abraçou propriamente. Brittany a apertou ainda mais que Santana e a latina, aliás, ria das duas loiras.

Os olhos verdes de Quinn encontraram os olhos azuis risonhos de Brittany S. Pierce. A namorada de Santana ainda tinha o mesmo sorriso radiante e a mesma aura distraída da qual Quinn se lembrava. Se Santana representava o poder e a dureza, Brittany era feita de compreensão e maleabilidade. A loira de olhos azuis era o contrapeso exato para a personalidade explosiva de Santana.

Quinn a conheceu a partir de Santana, no primeiro ano de ensino médio, assim como a latina, Brittany logo conseguiu seu lugar entre as Cheerios do McKinley High. Quinn sentia-se privilegiada por ter acompanhado todas as etapas do relacionamento das duas, desde a amizade até o amor. As duas eram algo que a família Fabray julgava ser errado, mas, para Quinn, eram o exemplo de amor singelo e verdadeiro.

— Já pode largar minha mulher, branquela! - Santana até tentou esconder o ciúme em sua voz, através de uma brincadeira, mas, Quinn a conhecia bem demais para saber que ela falava sério. Por isso, ela e Brittany se separaram entre risadas, a outra loira deu um selinho estalado nos lábios de Santana e lhe apertou as bochechas.

Quinn corou com a demonstração de afeto das duas, ainda era estranho acompanhar aquele tipo de interação entre elas, mesmo que já fizessem quase dois anos de namoro, ela fora criada sob a ótica de que aquele tipo de comportamento era errado... Quinn não concordava com essa hipótese, mas, era humana e ainda se confundia e se intimidava com as duas tão abertamente assumidas.

A recém-chegada olhou ao seu redor e não notou pessoas olhando uma segunda vez para Brittany e Santana, então, sorriu grandemente. Ao menos em Santa Monica, as pessoas pareciam ter a mente mais aberta do que tinham em Lima.

Santana abraçou Brittany pela cintura e a namorada jogou o braço sobre os seus ombros. A latina trocou um olhar com Quinn enquanto Brittany parecia absorta em observar o aeroporto e nesse olhar, Santana percebeu a excitação e, também, o temor de Quinn em relação àquelas férias. Bem, Santana Lopez tomara para si a missão de torná-las inesquecíveis para Quinn Fabray.

— Onde está Kurt? - Quinn perguntou curiosa, olhando para os lados em busca do último componente do quarteto. Santana revirou os olhos e, por essa atitude, Quinn compreendeu que eles, com certeza, haviam discutido. A latina terminou de expressar seu desagrado com um muxoxo e respondeu:

— Era para Porcelana ter chego no mesmo horário que você, porém, parece que o mau humor dele conseguiu atrasar o próprio vôo.

— Não fale assim de Kurt, ele está chateado, Blaine o tirou de seu arco-íris. Ele só está enxergando em preto e branco, agora... E nós sabemos que a vida sem cores não é legal. - Brittany respondeu de forma repreensiva e Santana logo desapareceu com a carranca mal humorada do rosto, Quinn sorriu levemente para essa atitude e apanhou a sua mala caída no chão. Olhou para as suas duas amigas que sorriam grandemente e disse:

— Vamos esperá-lo, então.

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O vôo vindo de New York aterrissara poucos minutos depois e seus muitos passageiros já se espremiam no portão de desembarque 8. Santana estava certa, o vôo se atrasara, mas, não foi mais de meia hora e nem mesmo esse tempo diminuto não impediu que a maioria dos passageiros estivesse estressada.

Rachel Berry estava acostumada com as cinco horas de vôo entre New York é Santa Monica e o fuso horário não a confundia mais, julgando pelo horário que saíram de New York, deveria ser quase meio-dia.

Santa Monica era um refúgio e, como tal, já começava a manifestar melhoras no humor de Rachel, qualquer resquício de cansaço se fora no momento em que ela vira o mar, as praias e o sol através da janela do avião. Lembranças dos anos anteriores assaltavam sua memória e ela não podia deixar de sorrir radiantemente para cada uma delas.

Já se acostumara a trocar os prédios e luzes de New York pela maresia e o calor de Santa Monica. Aquela viagem era uma tradição desde os seus quinze anos de idade e agora, quatro anos depois e com 19 anos, ela ainda se sentia tão animada e excitada como se estivesse vindo pela primeira vez. Aquele era o terceiro ano em que vinha sozinha e esperava que essas fossem férias tão boas quanto às anteriores. Era revigorante colocar os pés naquela cidade e mesmo sem ter saído do aeroporto, Rachel já se sentia em casa.

Desde que viera pela primeira vez, Rachel já deixara raízes firmes e fortes que só floresceram com o passar dos anos. New York podia abrigar seus sonhos, entretanto, era Santa Monica que mantinha seus pés no chão. As suas melhores experiências e as melhores pessoas - fora os seus pais - estavam naquela cidade, abrigadas pelo sol, o calor, a música e a diversão.

E conhecendo Santa Monica, Rachel já era praticamente uma cidadã local. Assim como os moradores da cidade, Rachel estava confortável em seus shorts jeans, em sua camiseta preta de mangas compridas e seus chinelos. As pessoas que passavam por ela nas portas duplas de vidro poderiam jurar que ela era californiana e não nova-iorquina.

Rachel prendeu os longos cabelos castanhos em um coque desleixado e sacou o celular. A tela do mesmo refletiu seus olhos achocolatados, mas, não revelaram nenhuma notificação de mensagem ou ligação de seus amigos. Rachel bufou impaciente e começou a digitar freneticamente até que escutou um ofegar, seguido de uma mochila caindo no chão, ao seu lado. A morena abriu um sorriso antes mesmo de erguer os olhos, ao seu lado, Marley Rose suspirou e disse animada:

— Depois da vista que tive através da janela do avião, eu devo a você muito mais do que a passagem.

— Pare com isso, Rose. Você sabe que não foi nada trazer você para cá, você pode muito bem me pagar divertindo-se o máximo que puder! - Rachel respondeu com um sorriso acalentador que praticamente convencia qualquer um do ponto que ela queria provar. Marley, ao seu lado, riu de forma descontraída e o rubor subiu às bochechas alvas. Rachel a empurrou levemente e terminou de digitar a mensagem antes de efetuar a chamada.

Marley Rose era um dos alicerces nova-iorquinos na vida de Rachel Berry. A loira tímida era bolsista em Julliard enquanto Rachel era uma das alunas herdeiras de famílias abastadas. As duas não tinham nada em comum e, ainda assim, aproximaram-se depois de fazerem um projeto em conjunto entre os programas do departamento de Música - Rachel estudava instrumentos de corda enquanto Marley estudava canto - o começo não foi fácil, Marley era tímida e Rachel não tinha paciência com a falta de tato social da loira.

Mas, em algum momento do projeto, Rachel percebeu que gostava da quietude de Marley, essa balanceava a sua vida de experiências e loucuras, também e da forma como elas se entendiam em relação ao projeto.

Rachel precisava de calmaria e companhia e Marley deu essa segurança a ela, era a primeira vez, em New York, que a morena não se sentia totalmente sozinha.

O resultado não podia ser melhor e ambas tiraram as maiores notas de sua turma e Rachel até mesmo voltara a estudar canto por influência da nova amiga. Porém, as diferenças entre elas eram realmente enormes e Marley sofria muito por ser bolsista e amiga de uma das alunas mais ricas da escola de artes. Sendo assim, Rachel a tomou como protegida e a defendia dos alunos mais mesquinhos de Julliard.

A amizade só se fortaleceu naquele primeiro ano letivo que dividiram e Rachel não hesitou em convidá-la para as férias em seu canto especial. Depois de muito discutirem, de ficarem uma semana sem falar uma com a outra, Marley finalmente cedeu ao presente de Rachel e embarcara no avião com ela.

Era o primeiro ano de Marley longe da mãe e Rachel até mesmo se doeu por isso... Ela sabia que mães eram insubstituíveis, porém, também sabia que a vida era para ser vivida intensamente e Marley precisava de um pouco de liberdade.

Pensando dessa forma, Rachel sentia-se como um mestre para a sua discípula.

Princesa judia! Que saudades! — A voz que atendeu do outro lado da linha era rouca e estava, aparentemente, brincalhona como sempre. Porém, Rachel Berry conhecia Noah Puckerman por cinco anos, sabia muito bem quando o rapaz escondia algo e era exatamente isso que ele estava fazendo naquele momento. Rachel revirou os olhos para as palavras do moreno e fez sinal para que Marley a seguisse enquanto respondia:

— Por favor, me poupe das suas desculpas, Noah! Você teve quatro anos para se atrasar e resolver atrasar justamente quando eu trago gente nova?

Vai com calma, gatinha... A culpa não é minha e sim do gênio do Hudson, ele achou que sabia o que estava fazendo no motor do carro. Mexeu em alguma coisa sendo que o problema estava apenas na quantidade de água no radiador! — Puck se desculpou rapidamente e, pelo seu tom de voz, ele estava bastante assustado por ter sido chamado pelo nome de batismo. Ao fundo da linha, Rachel escutou a voz de Sam xingando Finn e riu... Ela não conseguia ficar brava com os seus garotos. - Isso mesmo, eu gostei da risada, você soa muito mais bonita assim.

— Para de flertar comigo, você sabe que eu não gosto do que você tem nas pernas! - Rachel respondeu entre risadas e suas palavras fizeram até mesmo Marley gargalhar, a loira observava o aeroporto e o brilho, nos olhos azuis dela, encheu o coração de Rachel de felicidade. Puck riu roucamente do outro lado da linha. - Quer dizer, eu até gosto... Só que o seu não me interessa.

Sabe que o Puckssauro é extremamente chateado por causa disso, não é? — Puck comentou malicioso e Rachel escutou os outros dois garotos grunhirem de nojo aos fundos da ligação. A morena riu novamente, a sua risada era tão cheia de alegria que Marley olhou surpresa para a amiga. Nunca vira Rachel tão risonha como ela estava naquele dia. - Tudo bem, você pode não querer... E a sua companhia?

— Não ouse chegar de Marley, seu ninfomaníaco! Ou eu corto suas bolas e faço você as comer! - Rachel ameaçou perigosamente o bastante para escutar Puck engolir em seco do outro lado da linha. Marley, que tinha voltado os olhos para Rachel ao escutar seu nome, franziu o rosto numa expressão confusa. A morena deu de ombros e desligou o telefone enquanto escutava as risadas de Puck após o súbito ataque de medo.

Marley acompanhava seus passos enquanto as duas cruzavam o saguão do aeroporto, a loira ajeitou os óculos de grau e perguntou:

— O que você estava fazendo?

— Defendendo a sua pureza do meu amigo sem vergonha! Puck é meu amigo, mas é um péssimo cara, por mais charmoso que ele seja. - Rachel respondeu desgostosa, lembrando-se da quantidade de mulheres que Puck conseguia pegar em um verão por causa de um sorriso safado e umas poucas palavras certas ao pé do ouvido.

Por dois anos, Rachel foi companheira dele nessas empreitadas e até mesmo conseguiu certa “garota especial” de Santa Monica que Puck jamais conseguiu sequer chegar perto. Depois desse feito, Puck se recusou a disputar qualquer coisa relacionada às conquistas de verão com Rachel.

Noah Puckerman era um ano mais velho que Rachel, trabalhava limpando piscinas e tocava nas noites de Santa Monica, totalmente diferente da morena que era, desde pequena, um gênio em relação à música. Porém, os dois dividiam o amor pelas mulheres - quer dizer, Rachel gostava mais delas do que dos homens - e pela música. Puck esteve na pior e na melhor época de Rachel, o rapaz fora responsável pelas maiores loucuras e, também, as melhores experiências da morena.

Os dois se conheceram em um estúdio de tatuagem em Santa Monica, era a primeira vez de Rachel na cidade e ela fez uma tatuagem, escondida dos pais enquanto Puckerman desistiu de fazer a sua na última hora. Depois do estúdio, os dois caminharam juntos pela praia, descobriram o que tinham em comum e a conexão feita há cinco anos durava até hoje.

Quanto aos outros dois rapazes, Sam Evans e Finn Hudson, Rachel conhecera Sam através de Puck e Finn através de Sam.

Sam foi apresentado primeiro, ainda naquela primeira viagem de Rachel a Santa Monica e, mesmo tímido, também se conectou imediatamente com a morena. Com o passar dos anos, Sam passou a ser mais espectador do que participante das loucuras de Rachel e Puck e era ele quem cuidava dos dois quando a bebida era demais e o juízo era de menos.

Finn foi o último a chegar ao grupo. Ele conheceu Sam na Universidade do Sul da Califórnia, os dois eram bolsistas do time de futebol até Sam obter créditos o bastante para outra bolsa graças ao jornal da universidade e largar o esporte. Finn, seu reserva até então, passou a ser o quarterback do time. Os dois seguiram por caminhos diferentes, mas se mantiveram amigos e Sam o apresentou a Puck e Rachel há dois anos. Finn se apaixonara por Rachel e precisou vê-la com a “garota especial” para finalmente superá-la. Hoje, o grandalhão era motivo de piada no grupo de amigos.

Daquela vez, era Rachel quem trazia alguém ao grupo. Ela sabia que Marley se assustaria com o ar garanhão de Puck, com a intelectualidade de Sam e com a falta de noção de Finn... Mas, também sabia que a sua amiga loirinha precisava de um pouco de bagunça na sua vida. Os meninos a tratariam bem assim como trataram ela mesma durante todos os anos, Rachel olhou de lado para Marley antes de tirar os Ray Ban Aviator de um bolso da mochila e colocá-los no rosto, o sorriso de Marley era enorme e fez a própria Rachel sorrir igual. O celular no bolso da morena vibrou e ela sabia que os meninos já as esperavam, Rachel abraçou Marley pelos ombros e disse:

— Vem, vamos perder os nossos juízos nesse verão, Rose!

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