POV ROSS

Acordei com uma brisa fria passando pelo meu corpo. Abri meus olho calmamente. Me levantei com cuidado pra não bater a cabeça. Olhei em volta vendo as pessoas. Suspirei.

— Oiii! – Ouvi alguém me chamando. Me virei vendo a ruivinha de ontem.

— Oiii! – Eu disse. Me abaixei e lhe dei um beijo na bochecha.

— como você está? – Perguntei.

— Bem e você? – Ela perguntou.

— bem também ruivinha! – Eu disse. Ela sorriu.

— Meu nome é Sofia! – Ela disse.

— Belo nome. O meu é Ross! – Eu a disse.

— Depois a gente conversa, tenho que ir pra escola! – Ela disse com desanimo. Ri.

— Você tem que ir mais animada! – Eu disse a balançando. Ela riu.

— Ta bom. Tchau! – Ela disse.

— Tchau! – Respondi. Nisso ela foi embora. Fiquei até a tarde andando pelos bairros. Não tinha nada pra fazer mesmo. Consegui tomar café da manhã, pois ajudei uma mulher a guardar algumas caixas da loja dela. Continuei andando até que vejo uma garota deixando a carteira cair. Ela tinha acabado de comprar flores. Fui até a carteira e a peguei. Corri até a menina e toquei seu ombro. Apenas senti uma forte pancada e eu cai no chão.

POV LAURA

Acordei com alguém me chacoalhando. Abri os olhos calmamente vendo a Vanessa.

— Bom dia! – Ela disse.

— Bom dia! – Eu disse bocejando.

— Dormiu bem? – Ela perguntou.

— Sim e você? – Perguntei.

— Dormi sim. – Ela disse. Me levantei.

— Vou tomar um banho. – Disse subindo as escadas. Depois do banho coloquei uma roupa bem confortável. Assim que terminei de me arrumar desci e fui até a cozinha.

— Bom dia meninas! – Eu disse assim que as vi.

— Bom dia Lau! – Elas disseram. Sorri. Me sentei na cadeira e tomamos o café. Quando acabamos começamos a arrumar a casa. Meio que a gente tinha um dia pra arrumar toda a casa, pois não tínhamos nenhuma empregada. Normalmente arrumamos nos sábados, mas como a gente está em casa resolvemos arrumar. Sempre começamos pelos quartos. Fui até o meu e comecei a arrumar. Eu sou organizada com tudo, menos com roupas, ou seja, tem um monte de roupas espalhadas. Fiquei quase 2 horas arrumando. Depois arrumei a sala de música, até porque sou eu quem usa.

(...)

Agora já são 15h56min, as meninas estavam tudo deitadas no chão com os olhos fechados. Eu resolvi subir e tomar um banho. Quando acabei, desci e encontrei Vanessa pegando as chaves do carro.

— Vai aonde? – Perguntei. Ela me olhou.

— Vou à lanchonete. To com saudades da comida de lá! – Eu disse rindo. Sorri.

— Posso ir? – Perguntei.

— Claro. – Ela disse. Subi correndo e peguei uma bolsa pequena e algumas coisas, como celular e carteira. Coloquei uma roupa mais apresentável, depois desci.

— Vamos. – Eu disse. Ela assentiu. Saímos de casa e entramos no carro, ficamos o caminho todo conversando. Em uns 15 minutos chegamos à lanchonete. Vane estacionou e o carro e logo entramos no estabelecimento. Nos sentamos em uma mesa perto da janela. Logo a Clara veio nos atender. Quando acabamos de comer, saímos e ficamos dando uma volta, até que eu vi uma velhinha vendendo flores. Fui até ela e comprei algumas fazendo um arranjo. A paguei e voltamos a andar até que eu senti alguém colocando a mão no meu ombro. Com o susto, joguei a minha bolsa com força na pessoa que caiu no chão.

— Ai. – A pessoa reclamou. Coloquei a mão no coração e regulei minha respiração, que estava acelerada. Olhei pro chão, querendo saber quem era o infeliz que me assustou. Vi um garoto, parecia ter a minha idade. Ele era loiro. O garoto estava com roupas bem sujas e um pouco rasgadas. O loiro levantou o olhar e me olhou. Confesso que fiquei hipnotizada olhando pros olhos castanhos claros meio esverdeados dele. Só sai do transe com a Vanessa falando.

— O que aconteceu? – Ela perguntou. A olhei.

— Eu... – Não consegui responder. Então o loiro se levantou e me estendeu a mão, revelando minha carteira. A peguei e o olhei confusa. Antes de o perguntou como ele conseguiu minha carteira ele se adiantou.

— Caiu no chão, quando você pagou a Marta – Ele disse apontando pra velhinha que vendia flores – você ia colocar na bolsa, mas caiu. – Ele disse calmo e com uma voz doce. Sorri.

— Obrigada então! – Eu disse. Ele riu.

— Mora aonde loiro? – Minha irmã perguntou. Lhe lancei um olhar mandando ela parar. Ela me olhou confusa, mas logo percebeu o que eu quis dizer. Ela já ia se desculpar quando o loiro a respondeu.

— Moro aqui na rua. – Ele disse num tom triste. Nos duas ficamos sem jeito.

— Sinto muito. – Minha irmã disse e o loiro assentiu com um sorriso de lado.

— Bom, meu nome é Laura. – Eu disse tentando tirar esse clima tenso.

— E eu sou a Vanessa, a irmã mais linda, mais inteligente e mais velha da Laura! – Ela disse. Revirei os olhos e o loiro riu.

— Eu sou o Ross! – Ele disse sorrindo. E que sorriso. Minha irmã sorriu. Ela já ia falar algo quando o celular dela tocou. Ela se afastou e atendeu.

— Tem tempo que você mora na rua? – Perguntei.

— Não, faz uns 2 dias. – Ele respondeu pensativo. Arregalei os olhos.

— Dois dias? Onde você ficava antes? – Perguntei um pouco assustada.

— Eu morava em um orfanato aqui perto, mas como eu completei 17 anos tive que ir embora. – Ele disse.

— O que? Eles não podem expulsar ninguém! – Falei incrédula. Ele deu de ombros.

— O orfanato não recebia muito dinheiro, então mandava quem tinha 17 anos embora. – Ele disse e deu um sorriso triste. Suspirei.

— De qualquer jeito acho isso errado. – Eu disse com os braços cruzados. O loiro apenas deu de ombros novamente.

— Voltei! – Vanessa disse se aproximando.

— Quem era? – Perguntei.

— Você é muita curiosa em! – Ela disse revirando os olhos. O loiro riu.

— Sou mesmo, ainda bem que você sabe! – Eu disse. Ela suspirou.

— Era a Raini, ela gritou mandando a gente ir embora, só que ai eu briguei com ela falando que ela não mandava em mim. Só que ela falou ou vocês voltam agora ou então voltam mais tarde e dormem fora de casa, e foi ai que eu percebi que a gente não trouxe a chave! – Ela disse com uma cara de revoltada. Eu e o loiro rimos.

— Bom loirinho, temos que ir! – Vane disse olhando o loiro. Ele sorriu.

— até algum dia! – Ele disse. Sorrimos.

— Ah – Vanessa disse abrindo a bolsa e tirando alguma coisa de dentro. – Toma, acho que está com fome! – Ela disse lhe dando dinheiro. Ele pegou e sorriu.

— Obrigado! – Ele disse.

— Ah que isso, é o mínimo que posso fazer, por você ter devolvido a carteira dessa sonsinha aqui! – Vanessa disse rindo. Ele riu. Fechei a cara e a olhei com raiva.

— Melhor irmos! – Ela disse se afastando de mim. Revirei os olhos.

— Tchau Ross! – Eu disse ao loiro.

— Tchau! – Ele disse.

— tchau loirinho! – Minha irmã disse.

— Tchau. Ele repetiu. Nos viramos e voltamos para o carro. Logo chegamos em casa. Ficamos o resto do dia conversando e brincando. Mas aquele loiro não saia da minha cabeça.