Heart by Heart

Capítulo VIII - What?


Capítulo VIII – What?

Gina Weasley

Logo de manhã, antes de eu me levantar, senti que aquele dia não seria bom. E não poderia ser diferente, afinal a “Karenzita” estava lá ainda o que me fazia pensar quando Harry falaria com ela, ou melhor, quando terminaria com ela de vez. Eu não queria dizer isso ao Harry, mas ele tinha que terminar com ela logo antes que já se sentisse mais em casa do que estava se sentindo.

Levantei-me relutante da cama e saí rabugenta do meu quarto, mas meu humor mudou assim que ouvi uma voz familiar vindo da cozinha, o que me fez pular os últimos degraus para chegar o mais rápido possível à cozinha. E lá estava ela, minha melhor amiga, Hermione.

— Gina! – sorriu a me ver.

— Mione! Só você para salvar o meu dia. – disse ao abraça-la.

— Salvar seu dia? Mas acabou de acordar. – riu confusa.

— Logo entenderá. – e como que pra ilustrar meu estado de espírito anterior a dita cuja aparece toda sorridente.

— Bom dia à todos... Hermione? – indagou ao vê-la – Hermione Granger?

— Sim, sou eu e você é...? – quis saber olhando para mim como quem pede uma apresentação decente.

— Karen, a namorada do Harry.

E naquele instante ela percebeu sobre o que eu estava falando. Em seu olhar discreto e secreto havia descrença, incredulidade e certa confusão. Mas, isso só poderia ser percebido por alguém que realmente a conhecesse, o que me fez soltar um riso abafado chamando a atenção de Karen para mim.

— Qual é a graça, querida? – perguntou falsamente.

— Uma que nunca entenderá. – disse sorrindo igualmente falsa dirigindo-me à cadeira e apanhando um pãozinho fresco e delicioso para poder mordiscá-lo, como eu costumava fazer.

— Meninas, vou até a garagem chamar o Arthur. – anunciou mamãe saindo para o jardim.

— E os meninos, Gina? Onde estão? – indagou Hermione juntando-se a mim.

— Dormindo, onde mais poderiam estar. – revirei os olhos rindo.

— Talvez no banho, após uma noite agitada? – sugeriu Karen com malícia, sugerindo que tivessem dormido juntos.

— Com certeza não. – respondi sem se deixar afetar – A noite, no andar de cima, foi muito silênciosa.

Pela minha visão periférica pude perceber o olhar incrédulo e rabugento da “adorável” Karen. Que logo foi interrompido pela chegada dos meninos.

— Desculpem a demora, dormi a noite toda como um bebê. – Harry disse indo até Hermione cumprimenta-la.

E é claro que não pude deixar de lançar a Karen um olhar um tanto significativo, daqueles que diz “Eu não disse?”.

O café da manhã prosseguiu sem mais surpresas. Rony chegou logo após o Harry, seguido por papai e mamãe, e logo começou a devorar tudo o que via pela frente. Como eu disse, sem mais surpresas.

Quando eu enfim acabei meu café, levantei e chamei Hermione para subir ao meu quarto, para que pudéssemos conversar, mas ela recusou dizendo que iria primeiro conversar com o Harry sobre um assunto importante do Ministério. Então resolvi tirar meu confortável pijama e colocar uma roupa mais decente.

Harry Potter

É claro que eu estava feliz com a visita da Hermione! Ela poderia me ajudar muito com essa situação entre a Gina e a Karen, mas se tinha uma coisa que me irritava nela era o comprometimento com o trabalho. Era incrível como ela só pensava nisso e ainda por cima me colocava no meio. Quer dizer, desde a escola ela era obcecada por responsabilidades, pode-se assim dizer, e depois que se formou isso só piorou.

Bom, quem é que voltaria para a escola depois de uma guerra como a que enfrentamos apenas para completar o curso? Vencer a guerra já não era uma prova boa o bastante de que éramos bons bruxos? Mas, ela quis fazer isso e ninguém a conseguiu mudar de ideia.

— Hermione, estou de férias. Não quero conversar sobre o Ministério... – comecei a falar assim que chegamos até o lago da propriedade dos Weasley.

— Ministério? – indagou confusa – Ah! Não, era só uma desculpa para conversarmos à sós. – meu alívio foi imediato, porém, cedo demais – Queria conversar sobre Karen. – frisou seu nome.

— Sobre o que quer conversar sobre ela?

— Primeiro: como é que resolveu ficar com ela? – indagou completamente incrédula – Ela não é nem de longe alguém com quem você ficaria por amor, vamos combinar. E você já notou como ela provoca a Gina?

— Ela que pediu para falar comigo?

— É claro que não, Gina é orgulhosa demais para isso e ela sabe se cuidar. – lembrou-me – Mas, não respondeu minha pergunta.

— Eu vou terminar com ela, só estava procurando uma maneira mais fácil para fazer isso. Ela apareceu aqui do nada! – tentei defender-me.

— Ainda não respondeu...

— Ok. – rendi-me, não era possível enrolar Hermione – Eu não a amo, não como se deve amar alguém para ter uma vida junto. Acontece que quando eu a conheci eu tinha acabado de terminar com Gina e eu estava realmente carente, machucado e... Bem, ela me fazia esquecer Gina por alguns momentos, sabe? – ela assentiu rapidamente – Só que ela é um pouco controladora...

— Um pouco?! – repetiu.

— Já disse Hermione. Vou terminar com ela, só estou procurando uma maneira mais fácil de terminar com ela.

— Sabe Harry, não existe uma maneira fácil de terminar com alguém, ainda mais se essa pessoa nos ama. Mas, lembre-se que há uma pessoa que o ama muito mais e que se perder tempo, pode perdê-la novamente.

Hermione tinha razão, e eu odiava quando ela tinha razão. O que acontecia com muita frequência, mas eu precisava agir e rápido com Karen. Por isso, naquela mesma tarde, eu a chamei na sala de estar quando todos estavam ocupados demais para escutar nossa conversa e respirei fundo antes de começar.

— Karen, sabe que é uma pessoa importante para mim, não é? – comecei. – E que nunca a magoaria propositalmente. – não era mentira, ela era uma pessoa importante, pois foi ela que me ajudou nos momentos difíceis e não a magoaria de propósito, porque ela era uma mulher e uma boa mulher, e todos deveriam saber que mulheres não deveriam ser magoadas.

— Claro que sei. – sorriu.

— Mas, eu preciso te dizer que embora eu goste de você e me importe com você, esse amor não é o suficiente para que possamos ter uma vida juntos, uma vida feliz. – disse com cautela, e seu sorriso murchou como uma flor que não recebe o tratamento adequado. – Eu me importo o suficiente com você para querer que tenha uma vida feliz, para que seja feliz e sei que não obterá esse resultado ao meu lado...

— Harry, eu...

— Não, me deixe dizer, por favor.

— Harry, eu estou grávida.

— O quê?!