Heart by Heart

Capítulo I - Unexpected


Capítulo I – Unexpected

Gina Weasley

Com muito sacrifício eu fui descendo o morro puxando minhas malas, quando de repente parei e disse:

— Não seja tão burra Gina Weasley! – bati em minha própria testa – Você é uma bruxa ou não é? – soltei minhas malas e apanhei minha varinha que havia colocado no cano da minha bota, apontei-a para minhas malas e murmurei – Malas Locomotor!

“Bem melhor!”, pensei. E com as malas seguindo-me eu cheguei bem mais rápido até o jardim d’A Toca e quando estava a alguns metros da varanda já podia escutar a falação reconfortante que era tão costumeira de meu antigo lar.

Aproximei-me até a porta e pude escutar a vozes vindo da cozinha, então deixei minhas malas na sala ao passar e esperei no portal da cozinha, ficando parada lá enquanto via novamente minha família, após quase três anos. Mamãe brigava com Jorge por colocar o dedo na tigela que ela mexia provavelmente preparando um bolo como sempre fazia nas tardes de sexta. Rony estava com Teddy na mesa jogando xadrez de bruxo, ou ao menos tentando. Papai estava conversando com Percy sobre algumas coisas do Ministério da Magia, onde ambos trabalhavam.

— Tia Gina! – Teddy foi ao primeiro a me ver para ali na porta.

— Gina! – todos disseram ao mesmo tempo vindo até a mim, mamãe foi a primeira e me perguntou – Por que não avisou que viria?

— Queria fazer uma surpresa, mãe. – e abraçando-a novamente disse dando-lhe um beijo – Ah! Que saudade que eu estava de vocês!

Após as boas-vindas de todos eu fui levar minha mala para o meu antigo quarto, que agora era do Teddy, mas ele aceitou dividir com Rony de bom grado nas próximas noites em que eu estivesse de férias aqui.

Na hora do almoço foi uma festa. A comida estava mais do que maravilhosa, como sempre, mas na verdade parecia até melhor. Não sei se era devido ao tempo que eu não comia, ou se estava realmente melhor.

— Como vai você e a Luna? – perguntei a Rony.

— Estamos bem, na verdade eu queria conversar com você sobre isso depois. – murmurou tomando um pouco de seu suco.

— E a Hermione? Tem visto ela?

— Sim, ela e Draco aparecem aqui de vez em quando. – disse – Na verdade papai a tem visto mais do que eu.

— O papai? Por quê? – perguntei sem saber, olhando para meu pai.

— Não soube? Hermione agora trabalha no Ministério da Magia. – disse para minha surpresa – Assim como seu irmão e o Harry.

Harry Potter. Meu antigo namorado.

Havíamos nos separado e seguido caminhos diferentes, decidimos que era o melhor para nós dois. Ele seguiria com sua carreira de Auror e eu de Artilheira em um time famoso de Quadribol, como era meu sonho. E pelo que eu podia perceber essa difícil decisão havia dado certo, já que ambos conseguimos realizar nossos sonhos.

Eu havia esquecido ele, na verdade eu havia tentado. Ele foi o meu primeiro amor e não é possível esquecer nosso primeiro amor... Mas, eu agora tinha o Robert, o capitão e goleiro do mesmo time que eu jogava, e estávamos felizes juntos, e era isso o que importava.

Harry Potter

— Tem certeza que quer ir de trem? – perguntou-me Karen enquanto eu terminava de arrumar minha mala.

— Sim. – respondi fechando-a – Me ajuda a pensar – olhei para ela sorrindo.

Lembro-me de ter dito a mesma coisa para o professor Dumbledore no sexto ano em Hogwarts.

— Tudo bem então. – deu de ombros.

— Quando Kelly chega? – indaguei olhando no relógio.

— Já deve estar... – antes que ela pudesse completar o raciocínio a bateram na porta – Deve ser ela.

Enquanto ela foi abrir a porta eu terminei de pegar minhas coisas, pois sairia dali em vinte minutos. Kelly apareceu na sala com sua mala na mão e um sorriso no rosto.

— Olá Harry! O que está fazendo aqui ainda?

— Kelly! – repreendeu Karen, a gêmea de Kelly.

— Olá Kelly. – saudei sorrindo. – Estou saindo já, ok?

— Precisa ir agora? – perguntou Karen projetando um biquinho.

— Sim, se não vou perder o trem. – dei um beijo em sua testa.

— Tudo bem então. – sorriu para mim – Boas férias, aproveite bastante.

— Vou aproveitar. – prometi – Estarei de volta em três semanas.

— Só? – perguntou sarcasticamente Kelly.

— Para a sua alegria Kelly. – retruquei.

Kelly era a irmã rebelde, mas era uma boa pessoa, só meio fria. O que a tornava uma ótima profissional no seu ramo.

— E cuide dela viu?

— Melhor do que você. – mostrou a língua.

Peguei minhas malas e dei um beijo de despedida em Karen.

— Até mais.

— Até.

E sem dizer mais nada saí pela porta e fui para a estação que havia ali perto. Amanhã de manhã eu chegaria n’A Toca, onde eu ficaria hospedado, e claro que eu não havia dito a ninguém, queria fazer uma surpresa para todos.

... No dia seguinte...

Finalmente eu havia chegado aos terrenos d’A Toca, o sol mal havia nascido, mas se eu bem conhecia a senhora Weasley essa hora ela já estaria acordada preparando o café da manhã para os Weasley.

Minha mala estava pesada, mas não usei magia para arrastá-la, eu gostava de fazer as coisas no modo tradicional, e fui aproximando da casa dos Weasley, a melhor casa que eu já havia posto meus pés, mesmo vivendo na simplicidade eles viviam felizes e unidos, e isso tornava a casa em um lar aconchegante.

Quando eu estava na varanda, respirei fundo e pude sentir o cheiro de ovos mexidos, a senhora Weasley estava acordada como havia imaginado, então entrei silenciosamente e fui até a cozinha e quando a vi de costas para mim disse:

— Será que teria um lugar para um pobre bruxo passar as férias?

— Harry! Meu querido, quanto tempo! – veio ao meu encontro abraçando-me. – Por que não avisou que estava vindo?

— Queria lhe fazer uma surpresa e fiquei sabendo que eu tiraria férias ontem à noite. – sorri.

— Oh! Tudo bem, estou feliz que veio. – sorriu olhando para mim. – Vou chamar as crianças.

Crianças! O mais novo tinha vinte e três anos, que era o Rony, e tinha a Gina, com vinte e dois, porém ela estava jogando Quadribol pelo mundo a fora.

— Harry! – Rony apareceu todo descabelado e com o pijama ainda. – Cara, quanto tempo! – deu-me um abraço apertado.

— Quem é que está ai? – escutei uma voz rouca.

— É o Harry. – Rony avisou.

— Harry?!

E então a dona da voz apareceu. Gina. Ela estava n’A Toca também, e isso não era um bom sinal.