Andando até a casa dos irmãos esqueleto, Frisk dispersou aqueles pensamentos que estavam inundados na sua cabeça e esboçou um sorriso em seu rosto. Eles podiam se transformar agora, não é? Mesmo que Frisk não possa, eles estavam felizes de terem conseguido seus poderes de volta. Quando ela chegou, Frisk bateu na porta e esperou um pouco até ver a porta se abrindo, Undyne estava atrás da porta quando a viu.

Undyne: E aí nerd? Eu te atrapalhei em algo?

Frisk: Não, está tudo bem.

Undyne: Ok. Eu te chamei porque quero que você entregue esta carta para Alphys, e NÃO SE ATREVA A ABRIR, SE NÃO EU TE MATO... tá?

Frisk pegou a carta de Undyne e ela suou frio ao ouvir a ordem dela de não abrir a carta. Ela não tinha motivo algum pra querer abrir uma carta que não era sua e nem entendeu porque ela tinha que entregar a carta ao invés dela mesma.

Frisk: ... E por que você não entrega?

Undyne: É... Eu... Respeito a privacidade dela.

Undyne parecia muito nervosa ao tentar responder a pergunta e Frisk decidiu não questionar mais, parecia ser algo pessoal para ela.

Frisk: Certo eu... Vou indo.

Undyne: Não abre hein!

Undyne fechou a porta rapidamente e Frisk se virou para ir até a casa de Alphys novamente, rindo sem graça. Seja lá que mensagem tinha naquela carta, o que poderia ser de tão secreto? Enfim, isso não era assunto dela. Frisk andou, segurando a carta dela na sua mão e ao chegar lá, ela bateu na porta e esperou por alguns segundos, ninguém havia respondido, parece que não tinha ninguém lá. Então Frisk apenas entregou a carta por debaixo da porta. Não demorou muito até ela ouvir passos se aproximando e de repente, eles pararam. Alguém deve ter visto a carta no chão. Curiosamente, Frisk se aproximou da porta para ouvir melhor quem estava lá.

Alphys: ... O que? Outra carta? ... Não... Dessa vez eu tenho que abrir.

Frisk ouviu Alphys rasgar o papel da carta e começar a ler. Alguns segundos depois, Frisk ouviu gritos no fundo da casa. Ela se assustou ao ouvir aquilo e ficou com muito medo do que aquela carta estava escrita. De repente, A porta foi destrancada rapidamente e Frisk pulou para trás de susto. Ela viu Alphys atrás da porta, totalmente confusa ao ver Frisk do lado de fora.

Alphys: F-Frisk? ... Foi você que escreveu isso?

Frisk: ... O que?

Alphys: ... Isso foi tão... Bonito... Não achei que você escrevia assim.

Ela começou a gaguejar de nervosismo e seu rosto ficou corado igual tomate. Vendo ela naquele estado, Frisk ficou mais assustada ainda. Rapidamente, Alphys puxou-a para dentro de casa e fechou a porta. Frisk não conseguiu entender mais o que estava acontecendo com ela e muito menos queria saber o que tinha naquela carta, porém, ela notou que Alphys estava mais feliz depois de lê-la.

Alphys: Honestamente Frisk... E-eu tenho que te falar a verdade. Apesar de tudo o que você escreveu para mim, eu... Te considero uma grande amiga, eu não sinto o mesmo que você quando escreveu isso.

Agora tudo fez sentido, era uma declaração para Alphys e realmente havia um motivo válido para mandar Frisk entrega-la, mas ela tinha que reagir rápido antes que isso fugisse do controle.

Frisk: ... Mas não fui eu que escrevi!

Ao ouvir aquilo, Alphys parou e voltou a olhá-la freneticamente, paralisada. Nenhuma resposta veio-lhe à mente. Houve um silêncio por alguns segundos onde só podiam ouvir o som do gabinete funcionando.

Alphys: ... Então... Quem foi?

Aquele clima tenso foi subitamente interrompido por uma batida na porta, elas olharam para a porta assustadas e ouviram alguém chamando do outro lado.

Undyne: ... Tem alguém aí? Alphys, você tá aí?

Ambas ficaram perplexas ao ouvirem Undyne, Alphys decidiu se esconder na cozinha e avisou Frisk pra ela sair pela porta dos fundos. Correndo rapidamente, Frisk achou a porta do outro lado da casa e saiu. Após fechar a porta com cuidado, Frisk começou a agir disfarçadamente como se não tivesse entrado na casa de Alphys e andou até onde Undyne estava. De fato, ela ainda estava esperando na porta quando viu Frisk chegar.

Undyne: ... Aí está você. Pensando bem, acho melhor eu mesma entregar a carta, ela está com você?

Frisk: Eu acabei passando a carta por debaixo da porta...

Undyne: ... Imaginei, e você viu se a Alphys tá aí dentro?

Frisk: ... Não.

Undyne: ... ARGH! Ela saiu a essa hora? Onde ela poderia estar?

Undyne se virou nervosa e foi procurar Alphys na outra rua e não falou mais nada. Frisk suspirou aliviada e então, ela viu Alphys abrir a porta da casa, chamando-a discretamente. Ela entrou de fininho e por fim, as duas se aliviaram da confusão que aconteceu quando Undyne estava na porta.

Alphys: ... Me desculpe Frisk.

Frisk: Não tem que se desculpar Alphys.

Alphys: Não é isso, é que... Você viu... E-eu... também gosto da Undyne. Mas... Eu não sei como vou contar isso a ela.

Frisk: Como assim?

Alphys: Digo... Ela sempre foi forte, confiante, e todos a admiram muito. Eu sempre quis ser igual a ela, mas... Eu não posso me comparar a ela. Por isso, eu estive mentindo para ela pensar que sou legal.

Frisk: Então por que você não fala a verdade para ela?

Alphys: A verdade?... Mas se eu disser... Ela vai me odiar eternamente! ... Não é melhor assim? Continuar fingindo que está tudo bem e não termos nenhum problema?

Ela começou a rir sem graça enquanto pensava na reação dela, fazendo-a se sentir mais frustrada. Isso era o que ela sempre fazia toda vez que conversavam. Alphys tinha medo de ser ela mesma, mas ela sabia o que deveria fazer. Não apenas para se livrar desse hábito de mentir, mas para ganhar a confiança total dela.

Alphys: Não... Você está certa... Todo dia eu tenho medo que descubram a verdade. Se eu continuar mentindo, ela vai descobrir algum dia e eu vou me odiar eternamente...

Frisk não conseguiu entender porque Alphys se martirizava tanto, o que ela havia feito que fosse tão grave? Alphys se recusava a olhar para Frisk enquanto falava disso, ela sentia que podia contar com Frisk, mas ao mesmo tempo, ela queria prevení-la de quem ela havia sido no passado.

Alphys: ... Me desculpe Frisk, eu nunca fui uma boa pessoa de verdade... Eu já fiz coisas horríveis... Por favor, não me odeie...

Por mais que Alphys tenha revelado sua frustração, Frisk sorriu gentilmente para ela e segurou as duas mãos dela para dá-la apoio. Independente do que Alphys havia feito no passado, Frisk ainda a considerava uma boa amiga e não tinha nenhuma razão para odiá-la.

Frisk: Alphys, você sempre foi uma grande amiga para mim. Se você quiser que eu te ajude a se livrar desse peso, pode contar comigo.

Alphys: ...O-obrigada...

Frisk soltou suas mãos enquanto Alphys tentava tirar o rubor de seu rosto, sentindo-se mais calma ao ouvir suas palavras. Enquanto isso, Frisk pensou em um modo de ajuda-la a declarar seus sentimentos.

Frisk: ... Por que não fingimos? Eu serei a Undyne e você treina comigo antes de falar a verdade pra ela.

Alphys: ... F-fingir?

Por mais que isso seja uma boa ideia, Alphys não imaginou que teria que fazer isso para ajuda-la a se declarar. Nervosamente, ela começou a falar com Frisk e a mesma simulou como se estivesse falando como Undyne.

Alphys: ...Ok... Olá... Undyne.

Frisk: Olá!

Alphys: Eu... tenho que te dizer uma coisa...

Frisk: O que é?

Alphys: Bem... eu... q-queria te dizer que...

Enquanto isso, Undyne decidiu voltar até a casa de Alphys, angustiada por não ter encontrado ela por todos os lugares possíveis. Ao se aproximar da porta para bater novamente, ela ouviu vozes de dentro de casa e parou para se aproximar da porta para ouvir, curiosamente.

Alphys: Me... d-desculpe Undyne... eu tenho mentido para você... Por favor... Não me odeie.

Frisk: Vai com calma, eu não vou te odiar... Se tiver algo pra me falar, pode me dizer agora.

Undyne: ... “O que elas estão falando?”

Undyne continuou ouvindo-as silenciosamente e tentou entender o que elas estavam falando.

Alphys: E-eu... te acho legal... Gosto de como você é... Eu na verdade... Sempre quis ser como você! Mas... Tudo que eu fiz foi mentir pra fazer você pensar que eu era legal... Quando na verdade, sou um fracasso.

Frisk: O que você está querendo dizer com isso?

Alphys: Eu... sempre disse que estava lendo livros de ciência... Mas na verdade eram só gibis e mangás! E quando eu falei que estava aprendendo a cozinhar espaguete, se lembra? Eu na verdade só sei fazer lamen instantâneo.

Após ouvir isso, Undyne começou a rir discretamente, não acreditando que era isso que a deixava preocupada. Ela percebeu que Alphys realmente queria que confiasse nela. Enquanto isso, ela acabou ouvindo Frisk rir da declaração de Alphys também.

Alphys: Ei... Não ria...

Frisk: Desculpe... É que eu não imaginei que era isso que te preocupava. Bem eu... Estou feliz que me tenha contado a verdade, Alphys. Você não precisa mais mentir pra ninguém. A partir de hoje, só faça como a humana sempre fala: acredite em você mesma.

Vendo que Frisk havia acertado o que ela pensava, Undyne sorriu levemente, agradecida por ela ter ajudado Alphys a confessar a verdade. Logo, ela acabou ouvindo gritos e se assustou.

Alphys: AAAH... EU NÃO AGUENTO! EU ESTOU LOUCAMENTE APAIXONADA POR VOCÊ... ME SEGURA!

Alphys correu para cima de Frisk e abraçou-a forte, deixando-a assustada. Com o peso que Alphys jogou para cima dela, Frisk acabou sendo empurrada na parede e acidentalmente apertou o botão de emergência que fez abrir todas as portas da casa automaticamente. Undyne estava atrás da porta principal e acabou vendo as duas agarradas no chão, deixando-a perplexa. Frisk e Alphys percebem Undyne afora e elas entram em choque.

Undyne: ... MAS O QUE ESTÁ HAVENDO AQUI?

Alphys: Undyne!

Rapidamente, Alphys se levantou e se aproximou de Undyne para se explicar rapidamente.

Alphys: Nós... Só... Estávamos fingindo, não é Frisk?

Frisk se levantou e não sabia o que falar, supostamente era para Alphys contar a verdade para Undyne naquele momento, mas ao ver que ela negou, Undyne entendeu que tudo aquilo era mentira. Sentindo desgosto, Undyne se sentiu chateada e decidiu ir embora.

Undyne: Desculpe atrapalhar o teatro de vocês.

Alphys: ... Undyne! Espere!

Alphys percebeu que falou algo errado e correu até Undyne para segurar seu pulso. Ao sentir sendo segurada, Undyne virou-se para trás e encarou Alphys, ela estava muito chateada.

Undyne: O que foi?

Alphys: Me desculpe... Na verdade aquilo não era mentira, eu... Realmente tenho que te contar algo.

Undyne: Então fale.

Alphys soltou seu punho e abaixou a cabeça, ela se sentia arrependida de tê-la magoado e todo o seu rancor saiu, pensando que ela estava odiando-a para sempre.

Alphys: Eu... Menti para você quando estávamos no subsolo... Undyne, eu te admiro muito e te acho a melhor pessoa que existe. Por isso eu queria que você pensasse o mesmo de mim...

Undyne: ... Alphys?

Alphys: Eu queria ser igual a você, forte, e confiante pelas coisas que você faz...

Undyne: Alphys...

Alphys: Sendo admirada por todos que veem você lutar, eu... Sou nada comparada a você.

Undyne: Pare.

Alphys olhou para Undyne assustada e seus olhos estavam brotando lágrimas, porém ela viu Undyne feliz em ouvi-la dizer a verdade, ela abaixou-se para olhá-la na mesma altura enquanto enxugava suas lágrimas.

Undyne: Alphys... Sinceramente acho que eu deveria falar também. Eu não me importo tanto com as coisas que você faz, porque pra mim, isso é coisa de NERD. O que me atrai é você ser analítica e passional... Você realmente se importa muito com as coisas que você faz. Então, você não tem mais que mentir pra ninguém sobre o que faz, o importante é continuar sendo você mesma.

Alphys se sentiu emocionada pelas palavras que ouviu, Undyne não a odiava de forma alguma e ela se sentiu mais leve depois de ter contado a verdade sobre o que sentia. De repente, Alphys a abraçou, agradecida por Undyne tê-la ouvido e aceitado como ela é.

Alphys: Me... desculpe.

Undyne: Chega de desculpas, eu perdoo você.

Depois de um tempo, elas se soltaram e Alphys sentiu no seu interior que deveria dizer uma última coisa que estava faltando. Ela olhou para Undyne e seu rosto ficou corado.

Alphys: ...Undyne... Quero que saiba... Que eu gosto muito de você.

Undyne: Heh, eu também gosto de você.

Frisk somente observou as duas e estava feliz por ter conseguido fazê-las se corresponderem. Enquanto ambas trocavam olhares apaixonados, Frisk se perguntou se ela teria essa chance de ser correspondida igualmente em algum momento. Após esse evento, Undyne se levantou, percebendo que Frisk estava na porta.

Undyne: Obrigada nerd. Te devo essa por ter ajudado Alphys.

Frisk: Não foi nada.

Alphys: Sim... Obrigada Frisk. Sem você, eu não sei como isso acabaria...

Frisk: ... Bem, eu tenho que voltar agora.

Undyne: Vai dar tempo de se arrumar, nerd?

Frisk sabia da festa, mas ela estava ressentida sobre o que aconteceu com seu emblema, vendo que não podia mais se transformar, ela não sabia como recuperá-lo. Ela não conseguia olhar para as duas e estava prestes a sair da casa de Alphys.

Frisk: Desculpe gente, eu não estou bem para ir.

Undyne: Ei! Não venha com desculpas agora! Mettaton fez de tudo para bancar essa festa pra você não ir?

Alphys: Não vamos deixar você não ir... Eu vou ligar pra ele escolher uma roupa pra você, ele deve chegar logo.

Vendo o quanto elas se importavam em vê-la na festa, Frisk pensou um pouco e decidiu deixar seu mau humor de lado. Assim que Alphys começou a ligar para ele, Frisk viu uma limusine chegando perto e Mettaton saiu rapidamente da parte traseira com várias sacolas de compras. Ele olhou seu relógio de pulso de ouro e estava assustado.

Mettaton: Oh meu Deus, tenho que me apressar...

Ele andou rapidamente até a casa de Alphys e acabou vendo as três por perto. Mettaton se sentiu mais surpreso ainda por ver Frisk ali.

Mettaton: Oh Frisk querida, o que está fazendo por aqui? Já deveria estar pronta!

Alphys: Mettaton, temos uma emergência! Tem algum vestido para ela?

Mettaton: Mettaton pensa em tudo, querida. Eu olhei um vestido fabuloso que com certeza atrairá a atenção de todos, pegue.

Ele entregou uma das sacolas de compras que estava carregando para Frisk e ela pegou, sentindo que ela estava um pouco pesada. Quando Frisk abriu para ver, ela arregalou os olhos de surpresa. Undyne e Alphys viram a reação de Frisk e ficam curiosas em ver.

Undyne: Mostre pra gente, nerd!

Ela deixou a sacola no chão e pegou a peça de roupa que estava dentro, levantando para cima por ser longo. Era um vestido de festa, gola redonda, feito de chiffon e cetim, com bordados de flores, miçangas e lantejoulas, separados por uma fita de cetim, inteiramente vermelho. Undyne e Alphys ficaram emocionadas ao ver o vestido que ela segurava.

Mettaton: Não poderia ser outro melhor.

Undyne: Isso tem cara de ser um plano...

Mettaton: Eu não pensei em nenhum plano. Só quero ver como ela vai se sair com esse vestido e quem será o galã que vai fixar os olhos nela.

Frisk: ... Esperem! E-eu não pretendo conquistar ninguém!

Mettaton: Querida... Você está na idade do amor e não deve desperdiçar a oportunidade de usar todo o seu charme nessa festa. Quando chegar o candidato perfeito, toda vez que você pensar nele, sentirá seu coração derreter.

Mettaton posava extravagantemente, empolgado para mostrar a Frisk sua vontade de ajudá-la a encontrar seu primeiro amor. Frisk estava com seu rosto todo vermelho enquanto Mettaton falava aquilo e Undyne já estava ficando aborrecida, vendo-o atuar extravagantemente.

Undyne: ... Isso já está me dando enjoo.

Mettaton: E quando você achar essa pessoa, nos avise imediatamente.

Alphys: Frisk, não faz ideia do quão felizes vamos ficar quando soubermos que você achou alguém que te faça se sentir bem.

Frisk: ... Sim...

Frisk só tinha uma pessoa em mente naquele momento, ela se perguntava como ele iria reagir vendo-a usando esse vestido. Por ser bem elegante, era muito provável de que ele iria gostar.

Mettaton: Venha querida, se não, vamos nos atrasar!

Undyne: Eu vou ligar pra Toriel e avisar que você vai se arrumar conosco, é bom se apressarem.

Sem jeito, Frisk agradeceu o presente e todos entraram rapidamente na casa de Alphys para se arrumarem. Com a ajuda deles, Frisk estará bem produzida para a tão esperada festa.