–Hey... - Eu escuto a voz de Finn e o sinto acariciar meu cabelo. - Tá na hora de acordar.
Abro os olhos mas logo o fecho ao ver a claridade. Pisco algumas vezes até me acostumar e olha para cima e vejo Finn me olhando. Eu me sento e o encaro.
–Você não dormiu? - Eu pergunto.
–Um pouco. - Ele fala encolhendo os ombros. - Não estava muito confortável.
–Me desculpe. - Eu falo olhando para baixo.
–Não! Não! - Finn fala e eu ergo o olhar o encarando. - Eu não quis dizer isso, eu...eu... eu...
–Calma Finn... - Eu falo. - Não é pra tanto.
Ele franze a testa e olha para baixo.
–Ok então. - Ele fala.
–Você está estranho. - Eu falo. - Tudo bem?
Ele levanta o olhar e franze a testa.
–Eu to normal. - Ele fala e suspira. - Vamos?
Eu franzo a testa e me levanto e ele também. Pega as suas roupas e as veste. Eu observo o céu e ele está cinza, mas nenhum sinal de uma forte tempestade.
–Então... - Eu falo e me viro e o vejo com roupa.
–Para onde vamos, moça? - Ele falou e eu sorri e percebi ele prender o ar.
–Para o hospital? - Eu pergunto e ele sorri.
–Aonde a moça desejar... - Ele fala e eu rio.
Nós subimos na moto e passamos pela estrada de terra até a chegarmos a avenida que levava para cidade, estamos sujos, mas eu estava ansiosa para conhecer a minha mãe. Paramos na frente de um hospital e eu desço da moto e já vou em direção a porta e logo Finn está atrás de mim. Ele para na minha frente.
–Você tem certeza? - Ele pergunta.
–Minha mãe sempre esteve aqui o tempo todo. - Eu falo. - É claro que eu tenho certeza.
–E se... - Finn encara a rua e volta a me encarar. - Não ser como você espera.
–Eu preciso saber Finn. - Eu falo e ele me olha relutante.
–Mas e se... - Ele volta a olhar para a rua. - Você se machucar.
–Ela não vai me bater. - Eu falo e ele me olha.
–Não fisicamente. - Finn fala e eu o empurro entrando na clinica e logo entra logo atrás.
–Posso ajudar. - A mulher do balcão pergunta.
–Eu estou procurando uma mulher... - Eu falo. - Berry...
Ela ergue o olhar...
–Shelby Berry? - A mulher pergunta e eu sorrio concordando com a cabeça.
–E o que você é dela? - A mulher pergunta.
–Filha. - Eu falo animada e ela me olha com pena.
–Venha comigo. - Ela fala e eu a sigo com Finn atrás.
–Rachel, eu acho melhor. - Finn começa mas eu o ignoro.
–Aqui nesta sala. - A mulher fala e olha para dentro. -Sua filha Shelby.
Eu entro e sinto meu coração disparar. Vejo uma ruiva ao lado de uma louca na cama que estava sentada se balançando de um lado para o outro.
–Mãe? - Eu pergunto para a ruiva e ela franze a testa. - Shelby?
–Rachel... - Finn fala.
–Ah, eu não sou a Shelby. - A mulher ruiva fala.
–Não entendo. - Eu falo.
–Rachel, eu sinto muito. - Finn fala e é aí que eu me dou conta.
Olho para a mulher que se balançava. Ela era igual a mim, eu me sento ao lado dela.
–Shelby? - Eu pergunto e sinto lagrimas nos meus olhos.
–Vá embora! - Ela grita me dando um tapa na cara me derrubando no chão.
–Rachel! - Finn fala assustado e me ajuda a levantar e eu olho para Shelby.
A enfermeira tentava a conter.
–Você e seu pai destruiram minha vida! - Ela gritou e eu começo a chorar. - SAIA DAQUI! EU ODEIO VOCÊ SUA VADIA!
Finn me puxa para fora da sala antes que eu possa ouvir algo a mais. Ele me abraça e eu o empurro
–Sai de perto de mim! - Eu grito.
–Rachel... - Finn me chamava mas eu não ouvia, eu sai pelos corredores chorando.