Heart Attack

Um novo pesadelo





Heart Attack

Um novo pesadelo


...

“Bem… O que posso dizer sobre o dia em que tive que embarcar num submarino amarelo e ter de fingir tranquilidade depois de uma noite agitada…? O fato é que todas aquelas suposições equivocadas da noite anterior somada à decisão maluca de ter que sair para recuperar um urso falante que luta Kung Fu não estava me agradando... Maldita aliança...”

...

– Law-Samaaaa!!!

– Se cuideeee!!!

– Vamos sentir sua faltaaaaa!!!

– Por favor, volte logooooooo!!!


As enfermeiras contratadas pelo cirurgião e que se encontravam anteriormente no submarino trabalhando em uma pesquisa, se despediam do capitão de forma animada e apaixonada na margem de Zou. Era óbvio que todas ali estavam completamente atraídas pelo capitão dos Heart Pirates.

– Nossa... Você tem um fã-clube e tanto... – A ruiva escarnecia da situação embaraçosa do cirurgião.

– Elas são só empregas terceirizadas. Estão trabalhando numa pesquisa médica para mim, já que não tenho tempo para isso.

– Hmm... Mas você não precisa me dar satisfações... Eu só quis tirar uma onda da sua cara... – A navegadora sorria cinicamente, embora no dia anterior tenha atacado o cirurgião com uma das katanas de Zoro, por ter sido escalada para o resgate do urso Bepo. O grupo basicamente se resumia em: Law, Nami, Zoro, Sanji, Robin e Usopp. Sachi, Penguin também estavam no meio. A ruiva não havia compreendido por que fora escalada, mas Law resumiu tudo numa afirmação significativa:

– Você manipula o tempo com perícia. Preciso de você...

O próximo passo agora seria se infiltrarem numa base da marinha na ilha vizinha, se esconder em algum navio de guerra e tomarem o controle da rota para entrarem em Toy House. Aquilo não seria difícil, pois todos estavam a bordo do submarino amarelo que prosseguiria sorrateiramente nas profundezas do mae, mas só até chegarem a tal ilha que havia na base. De lá, os demais retornariam para Zou.

O submarino já tinha submergido e Law repassou o plano com o grupo. Dentro de alguns dias, estariam naquela ilha perigosamente perto de Mariejoa...

...

Estavam quase chegando à ilha ao lado de Zou, porém alguns tripulantes estavam entediados por nunca terem viajado num submarino. Principalmente a ruiva. Ela estava andando pelos corredores procurando a cozinha, quando esbarrou no cirurgião.

– Você está procurando algo...? – Perguntava com seu típico tom gelado.

– Sim. A cozinha... Esse lugar é um labirinto... – Reclamava em tom de desdém.

– É a terceira porta à direita.

– Muito obrigada... – Ironizava enquanto passava em sua frente.

Law a observou cautelosamente e notou algo...

Nami estava usando no anelar da mão direita a aliança que Kid havia lhe dado.

O olhar dele se estreitou ainda mais ao constatar que nada do que havia lhe dito naquela noite surtira efeito, e temeu por aquele ser um plano maquiavélico do ruivo ao qual ela havia caído como um pato, ou... Ela estava fazendo aquilo de birra, só para lhe irritar... Porém, a segunda opção era menos óbvia do que a primeira.

Mas...

Por que ele simplesmente se importaria...?

...

– Uau... – Nami estava boquiaberta.

– Essa ilha é... – Usopp não conseguiu terminar a frase.

– Incrível... – Penguin também estava impressionado.

– Será que essas casas são realmente feitas de doces...? – Shachi indagava ao perceber alguns prédios que tinham formato de bolos e tortas.

– Eu nunca vi nada igual antes... – Robin sorria satisfeita.

– Nem eu... – Zoro arqueou uma sobrancelha ao testemunhar algo fora de realidade.

E eu só posso dizer que... AS MULHERES DAQUI SÃO LINDAS!!! – Sanji começou a correr atrás de todas as garotas que andavam ao redor.

– Socorrooooo!!! Taradoooooo!!! – Uma garota com longos cabelos no tom azul piscina e perfeitamente vestida como uma boneca, gritava ao perceber que o loiro estava lhe rodeando de forma importuna.

– Pare com isso Sanji-Kun! Não queremos chamar atenção! – Nami concedia uma forte bofetada na cabeça do cozinheiro. A careta dela era assustadora.

O grupo se encontrava no centro da cidade. Basicamente aquela ilha era conhecida pela moda e arquitetura de primeiro mundo. As construções eram simetricamente representadas por algum objeto que fazia parte do tema “Brinquedos e Doces”. Uma cidade colorida, animada e divertida, povoada em sua maioria por garotas que exibiam seus trajes em no estilo “Lolita”. Havia uma porção delas, e a maioria trajava roupas coloridas, bordadas ou estampadas. A maquiagem era perfeita, e qualquer um que passasse por ali pela primeira vez diria que “bonecas vivas” estavam passeando pelas avenidas. Tudo ali era gostoso e fofo demais...

– Por onde vamos começar a procurar...? – O atirador indagava enquanto olhava desacreditado do outro lado para um garoto que estava sentado num lagarto gigante.

– Parece que o pessoal daqui aprecia bastante animais de estimação... – Nami averiguava várias pessoas com algum animal específico.

– Jura...? Por que acha que estamos atrás do Bepo...? – Law rebatia sarcástico.

– Qual é o seu problema...? Eu nem queria ter vindo pra cá! Podia estar a essa hora tomando um banho de sol na praia de Zou!

– Eu não preciso repetir por que você está aqui, então vamos parar de perder tempo e começar a agir. – Redarguia ríspido.

– Cubo de gelo... – Ela resmungava baixinho enquanto virava para o outro lado esbanjando uma careta incompreensível.

– Uau... A Nami-San é realmente demais...-

– QUIETOS!!! – A ruiva bradava com cólera, interrompendo o cochicho de Shachi com Penguin.

...

Os seis se dividiram em quatro grupos: Zoro e Sanji, Law e Usopp, Nami e Shachi, Robin e Penguin. Cada dupla se dirigia a pontos estratégicos da cidade colorida, que de fato parecia mais uma cidade feita de brinquedo por causa de sua arquitetura.

– Eu realmente achei que seria fácil... Mas já vi que não... – Usopp reclamava desanimado.

– Do que está falando...? – Law não entendia a queixa.

– Bem... Uma mulher de longos cabelos rosados é algo bem característico... Mas... POR QUE RAIOS A MAIORIA DELAS TEM O CABELO COR DE ROSA!!?? – O atirador bradava de forma exaltada ao perceber tantas meninas com cabelos rosados ao redor.

– Se for mesmo Jewelry Bonney não se preocupe. Eu a conheço pessoalmente e será fácil reconhece-la.

– Hmm... Não sei... Apesar de nunca ter visto nada igual nessa ilha, algo soa meio familiar... – Usopp sabia que algo estava errado. Se perguntava aonde tinha visto aquele estilo de roupa antes.

...

– Mellorine!!! Poderia me dizer aonde fica a rua “Doce de Leite”!?? – Sanji abordava uma garota de longos cabelos cacheados no tom lilás. O nome da rua era bem estranho, mas a dupla havia conseguido uma pista importante...

Um urso polar de macacão laranja estava correndo desesperado por aquela rua minutos atrás... O motivo...? Ninguém sabe, mas era inédito um animal se recusar a seguir seu dono, pois todos ali eram tratados com muito carinho...

– Siga nesta rua e vire a primeira direita.

– Obrigado, Mademoiselle... – O cozinheiro se despedia da garota e quando finalmente olhou para trás, percebeu que Zoro não estava mais ali.

– Marimo... – O loiro esbanjou uma feição carrancuda insana. Provavelmente Zoro já havia se perdido...

...

– Mas que droga... Onde estou...? – O esverdeado olhava para todos os lados e se deparava numa encruzilhada, onde os caminhos se dividiam, porém... Ele atentou para algo chamativo logo mais à frente: Um castelo sombrio com uma enorme estátua de um fantasma na entrada, mas... O mais impressionante foi o que ele pôde ouvir dentro do castelo... E nada mais era que uma risada alta que ecoava de forma grotesca.

– Horo, horo, horo, horo, horo, horo...!

Zoro abriu os olhos mais que o normal ao identificar aquela risada excêntrica que ecoava dentro do castelo.

...

– Espere Nami-San! Por que está tão irritada!? – Shachi se encontrava logo atrás da ruiva que estava pisando duro e exibindo uma careta ao ter que fazer algo ao qual não queria.

– Eu amaldiçoei o dia que meu capitão fez uma aliança com o seu capitão... – A ruiva articulava de modo implicante.

– Mas por quê...? O capitão é tão legal...! Ele é forte, habilidoso, ousado, misterioso e sempre está fazendo algo para acrescentar aos seus planos... Temos muito orgulho dele! – O rapaz sorria animado ao elogiar o cirurgião na conversa.

– Grande coisa! Eu garanto que o Luffy é ainda mais ousado que ele, pra fazer essa aliança ridícula e sem sentido!!! – Nami protestava estarrecida. Além de ter que fazer parte do grupo de resgate do urso sequestrado, não havia tirado o ressentimento que adquiriu quando Law havia tentando lhe convencer de que Eustass Kid estava apenas a usando para seus desígnios perversos.

– Não fale assim do capitão! Você não sabe absolutamente nada sobre ele!

– É por isso mesmo! Eu não sei nada sobre ele! Quem garante que ele não vai nos trair no futuro...? – A ruiva deu as costas para o rapaz, que havia se irritado com o que a mesma dissera.

– Ele não faria isso! Tenho certeza que a aliança não será quebrad-

– ESSE SUCO DE LARANJA ESTÁ HORRÍVEL!!! – O berro de uma garota e o barulho estridente de um copo sendo quebrado pôde ser ouvido pela dupla que estava do outro lado da calçada.

– ISSO ESTÁ AZEDO!!! COMO PODE SERVIR ALGO ASSIM!!? – A tal garota continuava a dar escândalos dentro de um restaurante.

Nami e Shachi atentaram para aquela discussão, pois era nítido que aquilo se tornaria ainda mais alarmante.

– Me desculpe senhorita... Provavelmente essas laranjas não estão boas... Tivemos problemas com o fornecedor e-

– De onde essas laranjas horríveis vieram!!!?

– Do East Blue... De uma vila que tem cultivado laranjas...

– Qual é o nome dessa vila!?

– Acho que é... Vila Cocoyashi.

Já havia uma aglomeração na entrada do restaurante por causa da discussão entre a garota e o garçom, e Nami já estava ali, pois jurava ter ouvido alguém dizer “Vila Cocoyashi”.

– Pois bem... Ligarei agora minha amiga que é está em Mariejoa e pedirei para ela suspender a venda dessa produção de laranjas azedas... – A garota tirava um Den Den Mushi de dentro da bolsa, porém foi interrompida pela voz do garçom.

– Senhorita... Isso não será necessário. A produção das laranjas já foi suspensa, pois essa vila está condenada.

– Condenada...? Como assim...? – Contestava.

– Há indícios de que aos poucos será consumida por incêndios que tem acontecido de forma aleatória e gradativamente... É um fenômeno do oceano que atinge algumas ilhas... Os moradores terão de desocupar a área, pois os incêndios têm aumentado cada vez mais... Alguns jornais disseram que um número considerável de moradores acabou morrendo e outros se ferindo...

– Sendo assim... Então não precisarei tomar medidas drásticas. Parece que esta ilha foi amaldiçoada, ahahahahaha, e eu nem precisei fazer nada!!! – A garota ria escandalosamente. Era nítida a soberba em seu riso. Algo que causou aversão suprema em Nami.

A ruiva havia fechado os punhos e sua feição era de puro assombro. E questionou o que estava acontecendo em sua vila... O que era aquele tal fenômeno que estava fazendo a ilha criar incêndios...? Como estavam todos...? A preocupação com a vila e principalmente, com Nojiko acabava de tirar sua paz e tranquilidade. Ela dizia para si mesma que precisava fazer algo... E o mais rápido possível...

Nami não sabia se sua irmã estava a salvo... E o pior... Será que algo havia acontecido com ela...? Ou então...

A vida de sua irmã corria perigo... E Nami constatava estar vivendo o começo de um novo pesadelo.

– Nami-San...? – Shachi perguntava um tanto impreciso, pois não entendia por que a garota estava ali, completamente séria e apreensiva.

– Shachi... Você sabe me dizer onde tem um porto mais próximo...?

– Nós atravessamos o porto dessa ilha... Não se lembra como chega lá...?

– Não pode ser esse porto. Eu preciso agora ir para um porto internacional de outra ilha embarcar num navio com destino... – A ruiva deu uma longa pausa e respondeu logo em seguida.

– Para o East Blue...

...

Ela voava lentamente pelos corredores do castelo com um sorriso no rosto e em plena satisfação. Finalmente seu sonho se realizaria. Ela apresentaria a todas o seu novo brinquedo perfeito. Havia perdido anos procurando, mas ele estava lá... Numa ilha improvável do Novo Mundo e totalmente destinado a ela...

Finalmente a garota entrava no salão principal do castelo, olhando seriamente para suas convidadas.

– Preparadas para o show!?

– Siiiiiiiiiiiiiiiiim – Várias garotas gritavam em uníssono, correspondendo à surpresa que logo seria revelada.

– Eu vos apresento... O NOVO URSINHO DA MAMÃE!!!

Um urso polar caminhava lentamente para dentro do salão. Ele estava com os pés e as mãos enfaixadas e usava uma pequena blusa com listras azuis no tórax e um chapéu também com listras azuis.

O urso olhou inconformado para a cara das convidadas e suspirou logo em seguida. Ele parecia extremamente triste e impaciente.

No mesmo instante o mesmo soltou um grito semelhante a um lutador de Kung Fu e então...

– Yáááááááá!!! – Começou a fazer várias acrobacias pelo salão com objetos de circo.

As garotas que estavam de plateia, começaram a bater palmas freneticamente.

Perona também estava imensamente satisfeita por finalmente ter conseguido um urso perfeito para lhe acompanhar naquela jornada.

Ainda que o mesmo tivesse recusado e fugido da mesma todos os dias, os Hollows o impediam de continuar uma suposta fuga.

– Parabéns Perona-Sama! Ele é ótimo!!!

– Dessa vez você caprichou! Estou impressionada!!!

– Você o treinou bem!!!

– Ele é tão lindo e fofo!!!

– Fofo...? – Bepo indagava, paralisando diante da afirmação. Suas bochechas coraram na mesma hora.

A princesa fantasma sentia-se maravilhada ao receber tamanhos elogios pelo seu novo brinquedo.

– Obrigada meninas! Esse chá da tarde nunca será esquecido, pois ficará marcado na memória de todas vocês!!! Nada, mas absolutamente nada poderá estragar esse dia que-

– Então é isso que você anda fazendo no Novo Mundo...?

Uma voz masculina pôde ser ouvida do lado de cima do salão. O sujeito estava sentado numa das janelas circulares, logo abaixo do topo, pois aquele espaço era alto.

– Quem está aí!? – A voz dela soou imperiosa e enfurecida, por ter tido seu discurso interrompido e também por não conseguir enxergar tão bem a fisionomia do dono da voz por causa dos raios tênues do pôr do sol. Mas era notável a sombra de um homem sentado na janela com uma perna dobrada com a mão por cima do joelho e a outra perna esticada. Aquela pose soava como pura provocação.

– Quem é aquele...? – Uma garota que estava na plateia perguntava indigesta.

Quando Perona estreitou ainda mais o olhar, conseguiu focalizar o rosto do sujeito.

– Você...?

– Há quanto tempo... Pirralha... – A voz de Zoro soava sarcástica e cômica, enquanto mantinha um sorriso de canto. Nem mesmo ele esperava que se encontrasse com aquela garotinha irritante ali, e que ela também fosse a sequestradora do urso.

...

– E então...?

– Nenhuma pista... – Usopp respondia para Robin e Penguin. As duplas ainda estavam procurando por vestígios que os levariam para onde Bepo estava.

Eram quase seis da tarde e todos estavam se reunindo numa praça no centro da cidade.

– Robin-Chan!!! Usopp!!! – Sanji corria rapidamente para perto de todos.

– Você achou alguma coisa!? – Usopp averiguava curioso.

– Aquele marimo conseguiu achar...

– Achar...? – Law indagava.

– Ele achou o lugar onde o urso está...

– E onde ele está!? A tal Jewelry Bonney está com ele!? – O atirador averiguava duvidoso.

– Não... Mas... Outra garota está...

– Quem...? – Robin questionava.

– Uma velha e linda inimiga! – Os olhos de Sanji havia se transformado em corações.

– Então vamos agora para onde eles estão. – O cirurgião e os demais concordavam.

– Capitãããããão!!! – Dessa vez era Shachi que gritava escandaloso.

– Já achamos o local onde o Bepo está. Vamos nos dirigir até lá. – Law já adiantava para o companheiro no intuito de não perderem tempo.

– Espere capitão, o senhor precisa impedi-la!!!

– Impedir...? – Law arqueava uma sobrancelha.

– Onde está a Nami...? – Usopp olhava ao redor.

– Ela está indo embora da ilha! Disse que iria para o East Blue!

Um silêncio pairou ao redor de todos que se mantiveram perplexos por alguns segundos... E então...

HAHAHAHAHAHAHAHA, VOCÊ CAIU NESSA!!? – Usopp e Sanji começaram a rir feito loucos, pois era nítido que aquilo não passava de uma piada.

– Por que ela iria embora sem nos dizer nada...? – Robin suspeitava.

– Bem... Eu não sei o motivo, mas ela estava muito brava se referindo ao capitão e-

– Deixe-a. Precisamos ir atrás do Bepo e saber de uma vez por todas quem é esta garota que o sequestrou e por que o fez. – Law seguia na frente.

– Não podemos deixar a Nami-San por aí... Ela pode até estar com raiva de você, mas não podemos deixa-la sozinha. – Sanji reprovava a postura do cirurgião.

– Ela vem se queixando por que a coloquei no grupo de resgate. Vamos deixa-la sozinha por enquanto... Provavelmente deve ser só birra... – O cirurgião finalizava.

– Ele está certo, Sanji... Você sabe como a Nami é orgulhosa... Vamos dar uma folga a ela. – Usopp também concordava com Law.

– Certo... Então vamos seguir por este caminho. – O loiro apontava a direção para o castelo.

Robin havia ficado para trás e por um momento olhou para o lado oposto de onde estavam indo. Ela não havia se convencido totalmente que a companheira não estava ali por um motivo tão trivial... E ao se deparar com aquela situação...

Robin se recordou quando abandonou os Chapéus de Palha para seguir com a CP9.