Seattle, 17 de Abril, às 08h:34min...

P.O.V Da Sam

— Olha os brindes para os clientes da confeitaria, gostou? - Mostrei os doces.

– Fiz muitos para distribuir para as crianças também. Estive pensando, podemos visitar aquele hospital de novo, onde você é voluntário. Vou fazer trufas para levarmos, o que acha? - Sugeri.

— Boa ideia, amor, as crianças vão amar. Olha o que comprei para a Alice e para o nosso afilhado. - Tirou da sacola dois coelhinhos de pelúcia, ele tinha ido comprar mais chocolate para mim.

— Eles vão amar. - Os bichinhos de pelúcia eram umas gracinhas.

— Nós vamos ao desfile daqui à pouco ou você prefere passar o resto da manhã fazendo doces de chocolate? - Perguntou.

— Não gosto de desfiles, todo ano é a mesma coisa. Também vou ficar bastante ocupada. Por quê não leva a Alice? - A bebê queria sair do cercadinho.

— Tudo bem, vou levar a Alice e passar na casa da sua mãe para deixar o presente do Julian. - Concordou.

Freddie pegou a nossa filha e foi dar banho nela, me mantive ocupada fazendo mais doces de chocolate, além das trufas, fiz pirulitos com formato de coelhinhos.

Ele saiu todo arrumado levando a nossa pequena para passear, a bebê estava uma verdadeira princesinha usando um vestido azul, meias brancas e sapatinhos novos, ele também havia comprado uma tiara com orelhas de coelhinho para ela.

Preparei tudo, embalei os doces e enfeitei as cestas.

Meu noivo voltou por volta das 11h, ele estava todo melecado de chocolate, Alice já não usava mais a tiara fofa e seu vestido tinha uma mancha de chocolate, além da pequena estar toda suja.

— Não acredito, que bonito, né? Olha o estado de vocês! - Bati palmas.

Ri quando vi seu pescoço sujo, tinha a marca de uma mãozinha.

— Um cara vestido de coelho estava distribuindo doces para a criançada no desfile, antes que eu pudesse tomar o pirulito de chocolate dela, a danadinha grudou nele e o resto já sabe... - Apontou para a sujeira.

Olhei para a Alice que sorriu para mim, tinha chocolate grudado em seus dentinhos.

— Chega de chocolate por hoje para essa mocinha! Me dê ela aqui, vá se limpar pelo amor de Deus! - Vê-los melecados já estava me dando agonia.

Dei banho na bebê, ela havia perdido a tiara, Freddie conseguiu filmar o evento com o celular mesmo sendo atrapalhado pela pequena que pulava em seu colo.

As imagens saíram trêmulas.

— Quando chegamos na casa da sua mãe, o Gibby estava lá, ele levou uma fantasia de coelho para o Julian. - Contou.

— O Gibson só quer ficar mais próximo do filho, não vejo problema nisso. - Falei.

— Sua irmã não estava nada confortável, percebi que ela estava irritada. - Disse sério.

— Droga! Eles precisam resolver isto. Para o bem do Julian, espero que o Gibson não esteja importunando a minha irmã. - Me preocupei.

— Tudo bem ele visitar o menino de vez em quando, mas sua mãe disse que o Gibby anda indo direto ver o bebê. - Que merda.

— Sendo assim, devemos conversar com ele. - Pensei melhor.

— Pois é, uma hora o meu irmão vai ter alta e isso pode dar problema. - Tinha razão.

[...]

P.O.V Do Freddie

Deixamos Alice na casa dos meus pais, minha mãe fez questão de ficar com a neta. Sam e eu fomos para o hospital, ela estava tão linda usando um vestido listrado, azul e branco, com o cabelo preso para o lado numa trança bonita. Tiramos as cestas do porta-mala, cheias de doces.

Chocolate de sobra para a criançada.

Fomos recebidos com alegria, distribuimos as trufas e os pirulitos com recheio.

Sam era maravilhosa demais, eu não poderia estar mais orgulhoso por ter uma noiva tão incrível.

Ela se preocupava com o próximo.

Por baixo daquela pose de durona, havia uma mulher com o coração generoso.

— Como é o seu nome, lindinha? - Vi ela se abaixar para conversar com uma menina que estava na cadeirinha de rodas.

— Grace. - A garotinha tímida respondeu.

— Trufa ou pirulito? - Mostrou as opções para a pequena.

— Não posso comer doces. Tenho diabetes. - Vi o sorriso da Sam sumir, mas logo ela se recompôs.

— Oh, minha linda. - Fez carinho no rosto da criança. - Gosta de pulseiras? Olha o que a tia tem. - Tirou as próprias pulseiras coloridas, eram de bijuterias. - Agora são suas. - Colocou as pulseiras na garotinha.

— São lindas! Amei! - A pequena encarou o presente.

O sorriso que ela deu não tinha preço.

— Feliz Páscoa, anjo. - Beijou o rostinho da criança.

— Obrigada, moça! - Sam recebeu um abraço daquele anjinho.

2 horas depois...

— Você é maravilhosa demais, sabia amor? - Abracei ela quando saímos do hospital.

— Não fiz nada demais. - Caminhamos de mãos dadas até o carro.

— Fez sim. Trouxe alegria para essas crianças. E o que fez por aquela garotinha, por Deus, você tem um coração enorme. - Destravei o automóvel.

— Assim você vai me fazer chorar, amor. - Me olhou emocionada.

— Por isso que te amo tanto. É a mulher que quero para passar o resto da minha vida, sempre amarei tudo em você. - A puxei para um beijo.

— É você que amolece o meu coração, eu não teria conhecido as crianças desse hospital se não fosse por você. - Fez carinho em meu rosto.

Eu já era voluntário dali já fazia um bom tempo.

Voltamos para casa felizes.

É sempre bom fazer boas ações.

[...]

— Já pensou numa data, linda? - Perguntou quando estávamos nos arrumando para irmos à igreja.

Teria uma missa especial e uma festinha.

Onde ocorreria a Caça aos Ovos.

Foi sua mãe quem nos convidou, ela era religiosa, não faltava às missas de domingo.

— A data do nosso casamento? Bom, eu não sei... Tem alguma em mente? - Calcei meus sapatos.

— Não, mas sem pressa, ok? Não quero pressionar você. - Me fez rir.

— Não quero casar na igreja. Quero que seja algo mais simples e íntimo. Uma cerimônia pequena ao ar livre. - Apanhei a bolsa.

Alice estava deitada na cama, mordendo um patinho de borracha.

— No jardim? - Sugeriu.

— Pode ser na praia? - Tive a ideia.

— Gosto da ideia, amor. - Aprovou.

Uma cerimônia pequena e bonita na praia, foi o que combinamos para o nosso casamento.

Terminamos de nos arrumar e fomos para a igreja que sua mãe frequentava.

Celebramos a noite de Páscoa junto com nossa filha e meus sogros, Alice faria 1 aninho em poucos meses.