Zayn estava deitado de barriga para cima, as costas tocando os lençóis da cama desarrumada e, em sua cabeça, milhares de coisas passavam e corriam pelos pensamentos, sem nunca se firmar. Em seus lábios, um cigarro pendia, queimando a cada tragada, e na mão um copo de bebida.

O rádio ligado em qualquer estação deveria distraí-lo, mas não estava ajudando em nada. Não conseguia parar de pensar em Louis Tomlinson, em seus cabelos estúpidos e em seu perfume que sempre impregnava suas roupas depois de uma noite juntos.

Imerso pensando no rapaz, quase pensou que estava louco quando ouviu a voz dele vinda do rádio. Ele cantava com o coração a música de Zayn, uma que Zayn tinha escrito pensando nele.

“Ele põe seu espírito em um drinque/ Ele sempre sabe onde a multidão está/ Ele coloca sua boca em volta do cigarro/ Falo para ele parar, pois ele gosta disso”

Zayn puxou o cigarro dos lábios, encarando o pequeno aparelho que fazia a voz de Louis reverberar pelo apartamento solitário. Os olhos se enchendo de lágrimas com as lembranças das inúmeras vezes que o garoto lhe pedia sorrindo para que parasse com aquilo, seguido de beijos.

“Ele sempre dança quando está chovendo/ E quando começa, querido/ Ele olha para mim como se estivesse esperando/ Faz o tempo passar mais devagar/ Quando mostram sua mesa a ele/ Nas luzes brilhantes, ele desaparece”

As lágrimas começaram a cair, o desespero de Louis era quase palpável. Ele precisava de Zayn assim como Zayn precisava dele. Apanhou o celular na cabeceira da cama, deixando o cigarro – que Louis tanto detestava – cair de qualquer jeito no chão.

“Parece tão natural, ele é louco/ Nas luzes brilhantes, ele desaparece/ Parece tão natural, ele é louco”

Com os dedos trêmulos, buscou nos contatos o número dele. Queria pedir desculpas por tudo, por brigar com ele, por brigar com os amigos e por sair da banda, queria dizer que sentia muito por ter terminado com ele como se seu amor fosse nada. As palavras ameaçavam sufoca-lo.

“Ele quer alguém para amar, para abraçá-lo/ Ele quer alguém para amá-lo da maneira certa/ Ele quer alguém para amar, para abraçá-lo/ Ele quer alguém para amá-lo da maneira certa”

— Atende – Resmungou tomando um gole do álcool que ainda repousava em sua mão – Por favor, atende.

Precisava dizer que sentia muito, que Louis não era descartável e que tinha sido um idiota por larga-lo quando saíra da banda, mas o garoto não atendia a chamada.

“Ele está gritando que me ama/ Segurando minhas mãos para que eu não o solte/ Pois ele não quer ficar sozinho/ Ele diz "só quero que você me abrace"”

O choro cortou o ambiente, afogando Zayn. Tinha acontecido exatamente daquele jeito e Louis sabia.

Louis tinha gritado que o amava, pedindo que Zayn não o deixasse no camarim naquela tarde quente. Ele lembrava bem.

— Atende, por favor – Implorou mais uma vez contra o telefone que chamava infinitamente.

“Ele quer alguém para amar, para abraçá-lo/ Ele quer alguém para amá-lo da maneira certa/ Ele quer alguém para amar, para abraçá-lo/ Ele quer alguém para amá-lo da maneira certa”

— ATENDE! – Zayn gritou, as imagens de Louis implorando para que ele não fosse embora corriam por sua mente, o torturando da forma mais cruel que conhecia.

“Da maneira certa, da, da, da maneira, maneira certa, certa/ Da maneira certa, da maneira certa/ Ele quer alguém para amar, para abraçá-lo/ Ele quer alguém para amá-lo da maneira certa/ Ele quer alguém para amar, para abraçá-lo/ Ele quer alguém para amar, para beijá-lo/ Ele quer alguém para amá-lo da maneira certa”

— EU VOU TE AMAR DA MANEIRA CERTA – Gritou mais uma vez para o telefone, o peito carregado com a mágoa e a culpa.

— Alô?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.