Capítulo 5

Naquele momento, nada mais importava. Eram apenas eles. Tati e Binho. Tatiane e Rubens. Finalizaram o beijo com um selinho, sorrindo. Não eram um casal de clichê, apesar de tudo. Eles mereciam aquele momento.

De repente, o sorriso da garota se apagou, e num ato brusco, se soltou dos braços dele. Ela se lembrara de algo. E este algo poderia acabar com sua vida. Não literalmente, talvez, mas seria muito ruim apenas a possibilidade disso acontecer. A feição da garota muda, como se estivesse brava, e ela balbucia um “Sinto muito”. Ela corre de volta para a sala de aula, que havia acabado de abrir.

Professor: Tatiane, certo? Não é muito ético se atrasar no primeiro dia.
Ela abaixa a cabeça, envergonhada. Discretamente, seu olhar rodeia a sala. Binho não estava ali. E não apareceu até o fim da aula. Ela se preocupava, mas não poderia demonstrar isso. Não da forma que gostaria. O beijo dos dois ainda passava na sua cabeça. Ela tinha gostado, e muito. “pena que nunca vai se repetir” ela diz em pensamento.

Xxx
Viviane desenhava em seu caderno um look novo. A aula de matemática era entediante, o que era refletido em metade da sala dormindo, e as poucas almas vivas desenhavam, conversavam e alguns tiravam dúvidas. A garota tinha o sonho de entrar no Instituto de Tecnologia da Moda, e para ela isso era muito mais importante e interessante do que logaritimos.
Vivi: Cris, ficou legal? - Ela pergunta, chacoalhando a amiga que estava dormindo.
Cris: Credo, sua grossa- revira os olhos – está ótimo..
A outra sorri, orgulhosa.

Professor: Cristina e Viviane, já que estão tão concentradas com certeza conseguem resolver esse exercício na lousa, não é?

Xxx
Milena e Marian estavam brigando, como sempre. A morena dizia que a sala deveria ir para Floripa, e a loira, para Porto Seguro. Viagens de formatura são sempre um eterno conflito, mas entre as duas, representante e vice respectivamente, era tudo excepcionalmente pior.

Felipe, ou melhor, Mosca, olhava entediado. Rafa estava do seu lado, jogando Free Fire. Mosca esperava a partida acabar, para entrar com o amigo.

Mosca: Vai logo, caramba. Eu também quero jogar. Isso, pega a mochila!
Os dois, embora gritassem e rissem, não faziam um terço do barulho feito pelo resto da sala.

Mas eles eram terceiro ano. A realeza da escola. É até mesmo os professores sabiam o desastre que isso significava.