Harvest Moonlight

Capítulo 23 - SPR 7 - 8:00 PM


Após muitas desculpas, a prefeita ajudou Emma a remover da sala o tapete coberto de entranhas de guaxinim.

–Pode ficar pra você! - Emma deu um tapinha no ombro de Regina como se o tapete fosse um presente.

–Me desculpe, eu pago um novo. - a prefeita riu, um tanto sem graça.

–Não se preocupe, nada que um pouco de água sanitária e algumas horas no sol não resolvam... né, Branca de Neve? - Emma se virou para o guaxinim, que grunhia dentro de uma caixa de papelão, cercado por seus filhotes.

–Bom, acho que já vou indo, desculpe o transtorno... - Regina foi buscar a caixa contendo seus guaxinins mas foi impedida.

–Espera... - Emma segurava a prefeita pelo punho. Ganhou sua atenção. - Não quer... ficar mais um pouco? - mordeu o lábio inferior.

Regina subiu uma mão pelo braço de Emma e tocou seu rosto, beijando-lhe os lábios vigorosamente. Emma estava pensando em convidar a prefeita para jantar, mas não se opôs ao rumo que a situação estava tomando.

***

Emma puxou as pernas da morena e rolou sobre ela. Seu sorriso brincalhão foi retribuído. Regina segurou a cabeceira da cama e sentiu Emma descer o rosto, beijando seu pescoço. As mãos da loira percorriam a pele macia da prefeita, apreciando suas curvas... Emma parou, sentindo um incomodo no nariz.

–Está sentindo cheiro de queimado? - Emma se levantou e notou fumaça no quarto, aparentemente vinda das mãos da prefeita. - Regina!

Ela abriu os olhos, desgostosa com a interrupção, e notou a fumaça. Puxou as mãos imediatamente e se levantou.

–Você está bem? - Emma se preocupou, observando as marcas dos dedos da prefeita queimadas na madeira. - Quer fazer um curativo... - Emma se virou e a prefeita já estava completamente vestida.

–Sinto muito, é melhor eu ir embora. - a prefeita se virou e saiu.

–Mas... - antes que pudesse se levantar, ouviu a porta da frente abrir e fechar.

Olhou mais uma vez as marcas fumegantes na madeira. Não conseguiu imaginar como isso poderia ter acontecido mas ficou aliviada de não ter acontecido alguns minutos antes, ou teria sido extremamente doloroso. Se levantou e abriu um pouco da janela para que a fumaça saísse. Lá fora, como havia imaginado, Regina esquecera os guaxinins. Vestiu-se e foi por a caixa no celeiro para que não passassem frio a noite.

Pronta para dormir, Emma deitou na cama e contemplou a marca deixada pela prefeita, imaginando o que teria acontecido...

***

SPR 8 - terça-feira

Emma terminou de cuidar das plantas e soltou os animais para que caminhassem pela fazenda. Estava sentada na varanda alisando uma galinha quando Henry chegou.

–Boa tarde! - ele cumprimentou, e sentou-se ao seu lado.

–Boa tarde, Henry, como está sua mãe?

–Bem... um pouco preocupada, com assuntos da prefeitura, acho...

–Hm... - Emma achou melhor guardar o ocorrido para si, "Sua mãe andou pondo fogo em alguma coisa?" não parecia um bom tópico para conversar com uma criança. - Ela esqueceu uma caixa de guaxinins aqui ontem...

–Guaxinins vem em caixas? - ele estranhou. Talvez Emma tenha se expressado mal...

–Só diga pra ela vir buscar, eu não sei o que eles comem...

–Okay... Como é o nome dela? - ele apontou a galinha.

Emma não havia exatamente batizado os animais, nem estava com muita criatividade para nomes no momento, mas não quis desapontar o garoto.

–Cocóta.

–Que comum... - Henry debochou.

–Clotilde Soares Ferreira Souza. Pinto. - ela retificou.

–Melhorou. - ele sorriu.

–Mas pra encurtar chamamos de Cocóta.

–Oi, Henry! - tia Zelena acenou de longe.

Ela e Rumple, trajados de túnicas negras, atravessavam a fazenda numa carroça, com uma carga coberta atrás, em direção a floresta. O garoto acenou de volta enquanto sumiam por entre as árvores.

–Esse moço é muito esquisito... - Henry observou.

–O que tem ele? - Emma continuava a alisar a galinha pacificamente.

–Está sempre com esse sorriso estranho... e essa pele esquisita... - ele afiou os olhos.

–Talvez ele tenha nascido assim...

–Não, ele é esquisito e está metido em alguma coisa, e eu vou provar. - o menino se levantou e foi caminhando na direção da floresta.

–Não! Henry! Volte aqui, sua mãe vai ficar brava! - a loira estava ficando com preguiça de aventuras. Era pedir demais um dia normal naquela cidade?

–Não grita senão eles descobrem a gente! - ele era determinado.

Apesar de estar muito feliz ali, alisando sua galinha, Emma se levantou e foi atrás do garoto; não queria que ele se metesse em encrencas. Afinal se ele se machucasse ia sobrar para quem, senão o ultimo adulto responsável a vê-lo... se bem que ela poderia mentir... não, é só uma criança. Emma correu para não perde-lo de vista.

A carroça seguia pela estrada e Henry se escondia entre as árvores, tentando manter incógnito, e a uma distancia segura. A ideia que Emma tinha de "incógnito" era tomar uma táxi, ou entrar numa loja, a floresta era um ambiente fora de sua zona de conforto. Enquanto o garoto se movia habilmente, Emma já havia tropeçado cinco vezes, estava toda arranhada e coberta de folhas. O garoto olhou para trás uma ultima vez, analisando o estado da loira; fez um barulho impaciente e sumiu no mato. Emma parou, igualmente impaciente. Chega! Deu a volta e saiu na estrada, em frente a uma casa de madeira.

–Senhorita Swan! - Killian se aproximou, trazendo o pequeno Roland no colo. - Você caiu num buraco? - ele observou.

–Erm... Sim. - ela ficou sem graça de admitir sua incompetência em simplesmente caminhar entre arvores.

O homem colocou o garoto no chão e se abaixou na frente dele.

–Roland, vá dizer ao seu pai que a senhorita Emma caiu numa das armadilhas de javali dele.

O garoto saiu correndo. Emma arregalou os olhos.

–Você está bem? -Killian se levantou - Quer entrar para...

–Não, tudo bem, eu já estou voltando pra casa... - Emma o interrompeu, queria sair dali o mais rápido possivel.

Robin veio correndo de dentro da casa.

–Ela está morta!? Eu coloquei estacas na armadilha... - ele era seguido pelo filho, que não se importava nem um pouco com a situação.

–Querido, - Killian se virou um tanto irritado - eu te disse que alguém ia acabar se machucando nessas suas armadilhas!

Emma deixou o casal discutindo e correu. Avançou pela estrada, na esperança de encontrar o menino e acabou chegando na mina. A carroça vazia estava parada ali. Antes que pudesse entrar, Henry saiu correndo de trás da cachoeira, seguido por Belle. Empurraram Emma na direção oposta.

–O que aconteceu? - a loira perguntou, tentando não tropeçar no caminho.

–Você não vai acreditar... - falou a esposa da lobisomem.