Harvest Moonlight

Capítulo 19 - SPR 6 - Dom - 11:00 AM


–Tudo bem? - a prefeita chegou timidamente. - Eu vi seu cavalo e Ruby disse que você estava aqui... Você não foi lá em casa ontem...

–Ah, me desculpe a desfeita, eu realmente precisava dormir...

–Eu esqueço que você toma conta daquela fazenda sozinha, deve ser cansativo...

–De fato meus músculos estão um pouco doloridos - Emma espreguiçou - mas o Henry tem me ajudado bastante, ele é um ótimo garoto.

Regina sorriu, olhando para baixo. Se aproximou. Emma sorriu, sem se preocupar por que. Talvez fosse o perfume que podia sentir agora... ou suas mãos puxando Regina mais perto... ou o fato de que teria companhia para assistir Star Wars quando quisesse... ou seus lábios se tocando...

Obs.: Erica adora assistir Star Wars com Emma, porém as duas tem trabalhos complicados e muitas vezes os horários não batem. Emma gosta de maratonar os filmes, enquanto Erica gosta apenas da trilogia clássica e acha a nova trilogia ofensiva; então ela passa as primeiras ~6 horas da maratona fazendo pipoca incessantemente. O que pode ou não ter causado em Emma problemas de pressão alta.

–A proposito, - Regina afastou o rosto; as mãos ainda no pescoço de Emma, e a cintura envolta pelos braços da loira. A prefeita sorriu, Emma imaginou que fosse da sua cara de trouxa, e continuou - você viu o Henry por aí?

–Não... aconteceu alguma coisa?

–Ele saiu hoje cedo, pensei que tivesse ido te ajudar... deve estar passeando.

Regina não parecia muito preocupada, então Emma não insistiu no assunto. Limitou-se a manter o corpo da prefeita apoiado no seu.

–Quer almoçar lá em casa? - as mãos de Regina desceram para o ombro da moça.

–Aceito, - sorriu - mas primeiro tenho que acabar aqui...

–Ah, claro. Então... eu já vou indo para preparar a comida, e quando você chegar, não precisa bater na porta, pode entrar.

–Oh, okay.

Regina lhe deu mais um beijo e se desvencilhou do abraço.

–Quer alguma coisa especial? Pro almoço?

–Hm... O que você vai preparar?

–Lombo de porco com arroz.

–Está ótimo.

–Ótimo! - a prefeita saiu.

Quando a porta se fechou, Emma ainda sorria. Era diferente quando Regina estava por perto, e a aquilo era cada vez mais perceptível. Terminou seus afazeres; trancou a porta e devolveu a chave para Ruby, que estava agradavelmente curtindo o jardim com sua família; pegou Tornado, e seguiu para a casa da prefeita.

Amarrou o cavalo na entrada; ele não ficou nada feliz. Emma fingiu não perceber e caminhou até a porta. Considerou se seria indelicado, de fato, entrar sem bater. Regina provavelmente estaia ocupada na cozinha, e não queria interrompê-la só para atender a porta... girou a maçaneta e foi entrando devagar.

–Olá? Regina, sou eu... - ela se anunciou.

–Rssssss!

Antes que pudesse dar dois passos dentro da casa, Emma foi atingida por uma massa disforme que a jogou no chão.

–Branca de Neve! - Cora veio recolher o guaxinim. - Olá, Emma, você está bem?

[para fins ilustrativos https://vine.co/v/h03FzurZYtd ]

–Estou sangrando? - Emma se recuperava do susto.

–Aparentemente não.

–Então estou bem, obrigada. - se levantou e fechou a porta.

–Por favor fique a vontade, Regina está terminando de preparar o almoço. - Cora sorriu e se virou para a cozinha. - Regina, seu guaxinim estúpido atacou sua namorada... - ela levou o animal para outro cômodo.

Emma foi até a cozinha, cumprimentar Regina.

–Oi...

A prefeita se virou, luvas nas mãos, segurando talheres quentes.

–Oi! - ela veio dar um beijo no rosto da loira. - Tudo bem? Tá quase pronto...

–Sem pressa... - Emma sorriu.

Cora entrou, pegando utensilios para por a mesa.

–Não se esqueça que Zelena está trazendo o namorado... - ela informou.

–Okay, mamãe... - Regina revirou os olhos.

Emma achava engraçado ver a prefeita em casa, agindo como uma adolescente. Em público, não importa o que fizesse, ela sempre parecia confiante e poderosa... Vê-la relaxando tinha um tom de preciosidade. Era algo reservado para pessoas "especiais", e Emma era.

O almoço foi levado à sala de jantar, onde se acomodaram para comer. Zelena, que havia chegado pouco antes, esperou até que estivesse tudo pronto para apresentar seu convidado.

–Henry não chegou? - Emma observou que o garoto não estava lá, nem o havia visto desde que chegara.

–Deve ter ido no restaurante da Vovó... - Regina tentava não parecer preocupada.

Zelena apareceu na porta, trazendo um homem de terno verde escuro, quase preto; cabelos bem penteados na altura do ombro; a pele tinha um tom semelhante a da moça, porém uma textura mais agressiva. Emma ficou chocada com tal aparência, mas preferiu não fazer comentários.

–Mamãe, Regina, namoradinha da Regina que eu esqueci o nome... esse é meu bofe! - Zelena sorriu, indicando seu convidado.

–Rrrrrumplestiltskin - ele puxou o "r", se apresentando com um sorriso simpático. [há divergencias na forma correta de escrever o nome do Rumple, por sua origem idiomática e etc. A menos que você me dê uma linda aula sobre como devo escrever tal nome, críticas pobres ocasionarão retaliação. Se reclamar demais irei me referir a ele como "Angela Rorrô" pelo resto da fic.]

–Você é o cara da tv! - Emma se lembrou da onde conhecia aquela figura peculiar.

–Sim, mocinha, você está certa! - o sorriso do homem se alargou mais ainda enquanto se sentavam.

–Então o senhor é comerciante...? - Cora começou inquisitiva, enquanto se serviam.

–Sim! Trabalho com os mais variados itens, só da melhor qualidade!

Rumple tinha um ar festivo, era simpático e educado; mesmo assim havia algo estranho nele... talvez fosse só impressão; ele provavelmente nasceu assim. Emma espantou o pensamento preconceituoso e concentrou-se na refeição.

As pessoas conversavam na mesa, mas Emma não prestava muita atenção. A comida estava boa, e ela percebeu que Regina a observava de vez em quando, provavelmente prestando atenção se estava bem servida. Olhava a prefeita de volta e sorria, por alguma razão se sentia bem.

Assim que o almoço terminou, o convidado de Zelena agradeceu e se despediu, dizendo que tinha compromissos a atender. Emma foi ajudar Regina com a louça, Zelena e Cora se sentaram na mesa da cozinha para fazer companhia.

–Minha filha, - Cora começou - o rosto daquele homem parece um prato de feijão tropeiro. Onde você o conheceu? - ela parecia incrédula.

–Não fale assim, mamãe, ele é um bom homem, trabalhador... eu o conheci na igreja.

–Oh! Ele é religioso? Estava na missa? - ela parecia mais flexível agora.

–Hm... não. Estava apagando velas, e virando algumas imagens de cabeça para baixo. Mas tenho certeza que tinha boas intenções.

Emma olhava Regina discretamente, e as duas tentavam não rir. Muito alto. Cora se levantou e serviu um copo de água gelada.

–Mamãe, eu realmente gosto dele. E não é fácil achar alguém que me faça sentir assim. Muito que se sinta assim de volta.

Cora encarou a filha mais verde-- mais velha com seriedade.

–Zelena. Eu, como sua mãe, posso apenas te apoiar e cuidar de você. Você já adulta e não posso te impedir, nem te proteger das consequências dos seus atos. Eu não gosto desse homem. Mas eu amo você. E se é isso que você quer, apenas saiba que se algo der errado, eu estarei aqui e ainda serei sua mãe.

Emma ouvia a conversa mas seus olhos estavam focados na prefeita que agora parecia muito preocupada.

–... E te darei uma coça por não ter me escutado! - Cora terminou.

–Me ajuda a procurar o Henry? - Regina disse baixinho, não escondia mais a preocupação com o garoto.

Apesar da risada de Zelena no fundo, ainda conversando com a mãe, Emma conseguiu ouvir, e dividiu a preocupação da prefeita, segurando sua mão.

–Ajudo sim, vamos.