Harry Potter e...

Capítulo 7 - Reunião Nada Agradável na Casa dos Gritos


CAPÍTULO 7

Harry, Amy e Hermione correram para perto do buraco, mas antes que conseguissem entrar, algo bateu com força contra seus peitos e os derrubou no chão. Os três arfaram de dor e olharam pra cima pra ver o que os tinha atingido. Os galhos do Salgueiro Lutador balançavam como se um forte vento atingisse a árvore. Eles tentaram se levantar, mas outros galhos desceram e bateram em seus rostos com força. Amy ouviu os amigos gritarem de dor também e sentiu um fio quente escorrer de seu cabelo, mas não se importou. Rony estava com aquele cão enorme e não tinha muito tempo. Os três se afastaram da árvore para não serem atingidos pelos galhos que ainda dançavam loucamente.

—Temos que pedir ajuda! –Hermione falou chorosa.

—Não temos tempo! Aquele cão vai matar Rony se não o pegarmos logo! –Harry disse nervoso. Ele também tinha um corte no rosto.

Então algo disparou entre os meninos e correu até a base da árvore.

—Bichento, não!- Hermione gritou para o gato.

O bicho chegou à árvore e colocou as patas num enorme nó que havia no tronco. Inesperadamente, a árvore parou como se tivesse sido congelada e voltou à sua posição normal, sem atacar com os galhos. O gato olhou para os meninos e depois se esgueirou pelo buraco.

—Como ele fez isso?- Hermione perguntou chocada.

—Ele é amigo do cão. Já vi os dois juntos...- Harry disse.

—Vamos! Ron precisa de nós–Amy disse e os três correram para o buraco.

Com as varinhas em mãos, eles escorregaram por uma descida de terra que levava até um túnel subterrâneo escuro.

—Rony?! – Harry gritou, mas não ouve resposta do amigo.

Os três se olharam apreensivo e seguiram o caminho do túnel, guiados por Bichento, que andava calmamente com rabo empinado.

—Essa passagem... está no Mapa do Maroto, mas Fred e Jorge falaram que ninguém conseguiu entrar antes. –Harry disse enquanto andavam depressa.

—Onde ela dá? –Amy perguntou.

—Não sei. O túnel seguia pra fora do mapa, mas parecia que ia em direção à Hogsmead. –Harry disse.

Os três continuaram andando depressa pelo longo túnel, até ficarem sem fôlego. Amy tentava respirar fundo várias vezes, odiava lugares fechados assim.

Finalmente o túnel começou a subir e teve fim num espaço mal iluminado e cheio de poeira. Os três ergueram a varinha e entraram. Era um quarto velho, com tábuas nas janelas e paredes descascadas, móveis quebrados, partidos e arranhados. No canto direito do quarto havia uma velha escada de madeira. Hermione olhava o quarto assombrada, mais que os outros dois.

—Hermione?- Harry chamou, preocupado com a amiga.

Ela olhou apreensiva para os dois.

—Acho que estamos na Casa dos Gritos.- disse num sussurro.

—Fantasmas não fazem isso- Harry disse apontando para os arranhões.

Amy e Harry se olharam apreensivos, mas a atenção dos três foi desviada para um barulho que vinha do andar de cima.

—Vamos! –Harry disse e tomou a dianteira na escada.

Os três subiram lentamente, o coração dando um pulo a cada som que a escada fazia sob seus pés. No segundo andar, havia três portas, velhas e arranhadas como o resto da casa, e apenas uma estava meio aberta. Os três se olharam pela ultima vez e concordaram com a cabeça. Harry abriu a porta com um chute e Amy e Hermione ergueram as varinhas.

Uma onda de poeira subiu com o movimento da porta. Bichento estava sentado no chão como se fosse um bom e cortês gato, e ao seu lado estava Rony que segurava a perna num ângulo estranho.

—Rony! –gritaram os três e correram para o amigo.

—Você esta bem? –perguntou Hermione.

—Harry...- Rony gemeu desesperado, olhando para a porta atrás deles.

—Cadê o cão?

—Não é um cão, é uma armadilha!

—Que?

—Ele é o cão, é um Animago...- Rony disse e apontou para a porta.

A porta bateu fazendo um barulho alto. Os três se viraram depressa.

Um homem saiu das sombras. Seus cabelos sujos e negros caiam até seus ombros, e se ele não estivesse sorrindo com dentes tortos e amarelos, Amy pensaria que ele era um cadáver de tão magro e pálido. Mas ele não estava morto, seus olhos brilhavam ao ver os quatro ali. Amy reconheceu imediatamente dos cartazes de procurado. Era Sirius Black.

—Expelliarmus!- o homem gritou e as varinhas dos três saíram voando e foram apanhadas por Black.

Os quatro olhavam assustados para ele, esperando que lançasse um feitiço a qualquer momento, mas ele apenas disse:

—Achei que viria atrás do seu amigo. Seu pai faria o mesmo por mim. Vai facilitar muito as coisas sem nenhum professor aqui...

Harry tentou avançar no homem ao ouvir a referencia sobre o pai, mas Amy e Hermione o seguraram pelo braço.

—Não, Harry! –Hermione exclamou.

—Vai ter que matar nós três antes de colocar as mãos em Harry. –Amy tentou fazer uma voz feroz, mas acabou saindo mais fraca que o desejado.

—Você é corajosa, garota. Os quatro são. –Black disse e sorriu- Mas só uma pessoa vai morrer está noite.

— E VAI SER VOCÊ! –Harry gritou e avançou no homem.

Amy e Hermione não conseguiram conte-lo. Harry agarrou um pulso de Black, forçando a ponta das varinhas para baixo, e lhe deu um soco no rosto. Os dois caíram contra a parede, Hermione gritou, enquanto Rony berrava. Harry socava cada canto de Black que sua mão conseguia alcançar, mas o assassino agarrou o pescoço dele e começou a apertar até Harry perder o ar.

Sem calcular o que faziam, Amy e Hermione avançaram para a briga. Amy deu um chute na lateral do peito de Black, fazendo ele largar Harry, enquanto Hermione puxou as varinhas de sua mão. Harry deu um chute no Black, fazendo que ele tombasse no chão. Sem delicadeza alguma, ele arrancou sua varinha das mãos de Hermione e apontou para Black.

—Vai me matar, Harry? – perguntou Black, olhando nos olhos do garoto.

—Meus pais estão mortos por sua causa- Harry disse numa voz tremula.

—Isso é verdade- Black disse calmo- Mas você precisa saber toda a verdade.

—Eu sei a verdade! Você os vendeu para Voldemort! Traiu os meus pais...

—Você vai se arrepender se não me ouvir.

—Eu vou mata-lo...

Harry apertou a varinha na mão e olhou ferozmente para Black. Amy queria impedir o amigo, mas nenhuma parte de seu corpo respondia ao seu comando. Ela apenas olhava assustada para Harry, assim como Rony e Hermione, esperando que ele fizesse algo.

Então eles ouviram passos apressados no andar de baixo.

—AQUI EM CIMA! RAPIDO, AQUI EM CIMA! –Hermione gritou.

Ouviram alguém subir correndo as escadas, Black arregalou os olhos com medo de quem poderia ser.

Então o Professor Lupin entrou apressado no quarto. Olhou para Rony com a perna quebrada no canto da sala, depois para Amy e Hermione ofegantes, para Harry que apontava a varinha para o coração do assassino e por fim para Black, caído e sangrando aos pés do menino.

—Expelliarmus! –Lupin gritou e as varinhas de todos voaram para as mãos dele.

Os quatro olhavam apreensivos e ofegantes para o professor.

—Onde ele está, Sirius? – Lupin disse numa voz tensa.

Black apontou para Rony, olhando fixo para Lupin. O professor olhou para Black confuso.

—Eu não entendo... vocês trocaram... sem me dizer?

Black confirmou lentamente com a cabeça.

—Professor, o que está acontecen...

Harry não terminou a frase. Assim como os outros três amigos, ele ficou chocado e sem palavras com a cena que seguiu.

Lupin abaixou a varinha e estendeu a mão para Black, que segurou firme e se levantou. Depois, os dois se abraçaram como se fossem velhos irmãos.

—Eu achei ele! Finalmente, Remo, eu achei ele! –Black disse numa voz rouca e feliz.

—Eu não acredito! – Hermione gritou.

Amy parecia que tinha sido arrancada do chão. Seu cérebro pareceu se partir em mil pedacinhos com a cena na frente.

—Hermione, se acalme... eu posso explicar...- Lupin começou.

—Não! Eu confiei no senhor, guardei seu segredo e esse tempo todo tem sido amigo dele, tem ajudado-o a entrar no castelo! –Hermione se virou revoltada para os amigos- Ele é um lobisomem! Por isso não tem dado aulas.

Rony olhou apavorado para o professor, e Amy e Harry descrentes.

—Há quanto tempo você sabe? –perguntou Lupin

—Há séculos... desde que o professor Snape pediu a redação.

—Bem, acho que ele ficará feliz, já que passou aquela redação na esperança de alguém perceber meus sintomas... Você é a bruxa de treze anos mais inteligente que já vi, Hermione.

—É por isso que ele te odeia então? Você é um lobisomem! –Rony disse.

—Por isso também...

—Mas... o senhor me disse que foi por causa do seus amigos em Hogwarts... – Amy disse brava. Não suportava que as pessoas mentissem para ela.

—Sim, sim, Amy, é verdade... olha, se vocês me derem uma chance... –Lupin pegou as varinhas dos quatro e devolveu para Hermione que estava mais perto, depois guardou sua própria varinha nas vestes – Pronto, agora vocês estão armados e eu indefeso. Podem me ouvir, agora?

—Se não esta trabalhando com Black, como sabia que estávamos aqui.- Perguntou Hermione.

—Ele esta com o Mapa do Maroto- Amy falou- Foi assim, não foi? Como sabe usar ele?

—Sim, foi através do mapa... Eu sei usar por que ajudei a prepara-lo.

—Como assim ajudou a prepara-lo? –Harry perguntou.

—O que importa é que eu vi vocês descerem para a cabana do Hagrid nessa tarde. Desconfiei que vocês iriam querer estar com ele na execução do hipogrifo. Os quatro entraram na Cabana, mas saíram acompanhados de mais alguém.

—O que? Não estávamos não. –Amy disse.

—Depois vi quando Sirius Black arrastou dois de você pela entrada da passagem secreta.

—Um de nós- corrigiu Rony.

—Não, Rony, dois de vocês. Você e o rato.

—O mapa não mostra animais, só pessoas- Harry disse.

—Isso não é um rato! É um bruxo! Um bruxo que atende pelo nome de Pedro Pettigrew.

Era oficial. Azkaban tinha deixado Black louco, pirado. Os quatro se entreolharam descrentes, não acreditando que Black pensava que eles iam mesmo cair nessa.

—Pettigrew está morto. Você o matou doze anos atrás! –disse Harry.

—Era o que eu pensava, Harry, até você me falar sobre Pedro no mapa, até eu ver o seu nome hoje...

—O mapa está errado! Pedro está morto, Black o matou, e todas aquelas outras pessoas!

—O mapa nunca erra! Pedro está vivo. E está bem ali! –Black apontou para Rony.

O garoto pareceu confuso e segurou seu rato mais forte, que tentava incansavelmente sair das mãos dono.

—Eu? Você é maluco? –Rony disse.

—Você não, seu tolo, seu rato! Não ouviu o que acabamos de falar?!-Black gritou.

—Harry, me escuta. –Lupin implorou para o menino- Você se lembra que eu te falei que o Salgueiro Lutador foi plantado no meu primeiro ano em Hogwarts? Na verdade, ele foi plantado por minha causa. Dumbledore não achou problema aceitar uma criança lobisomem, se a escola tomasse certas precauções. Ele plantou a árvore e fez esse túnel até essa casa abandonada, para eu poder me transformar todo mês. Os gritos que os moradores ouviam não eram de fantasmas... eram os meus gritos quando me transformava. Eu me sentia a pessoa mais infeliz todo mês quando tinha que inventar desculpas pros meus amigos por que eu sumia por alguns dias. Meus amigos... Sirius, Pedro e James, seu pai.

Nenhum dos quatro disse nada, ouviam atentamente a historia de Lupin. Harry mantinha a varinha apontada para Black, mas olhava tensamente para o professor.

—Sirius e James eram espertos, uns dos alunos mais brilhantes de Hogwarts, descobriram o que eu era logo no primeiro ano. Eu pensei que fosse perde-los, mas eles fizeram algo que me surpreendeu... começaram à estudar para virarem animagos, animais fortes e grandes, capazes de conter um lobisomem se algo desse errado. Finalmente eles conseguiram, no quinto ano. Sirius se transformava num enorme cão preto, James num enorme veado, e Pedro num rato, para alcançar o nó da árvore. Corríamos livres pelos terrenos de Hogwrts todo mês, por isso descobrimos tantas partes dos arredores, todas as passagens secretas... E juntos fizemos o Mapa do Maroto.

—O que? Isso foi totalmente imprudente. Você poderia encontrar um aluno, mesmo tendo Black e o pai de Harry com você! –Hermione disse.

—Eu sei, eu sei... mas éramos garotos, não tínhamos tanta noção das coisas. Uma vez, quase deu errado... –Lupin se virou para Amy- O que eu disse sobre Severo... ele queria saber o que nós quatro estávamos aprontando, queria achar algo errado para nos expulsar de Hogwarts. Sirius descobriu suas intenções e resolveu... digamos... pregar uma peça nele, uma brincadeira perigosa. Disse que se ele fosse até o buraco ao pé do salgueiro lutador, saberia o que estávamos fazendo. E Severo foi, numa noite de lua cheia, e me viu me transformar em lobisomem. Eu teria matado Snape se James não tivesse interferido e tirado o menino de lá a tempo. É por isso que ele odiava tanto James, já sentia uma forte raiva dele antes, e então devia sua vida ao Potter depois de uma brincadeira de Sirius. Snape ficou furioso, mas Dumbledore o fez prometer que não contaria nada aos outros alunos.

—Então é por isso que ele não gosta do senhor também? Achou que estava participando da brincadeira? –Amy perguntou.

—Isso mesmo- disse uma voz à porta.

Todos se sobressaltaram como se tivessem levado um choque elétrico e se viraram. Snape estava parado na porta, apontando sua varinha para Lupin e segurava a Capa da Invisibilidade de Harry na outra mão. Ele olhava triunfante de Lupin para Black.

—Ora, ora. Como eu pedi aos céus para que fosse eu quem pegasse você, Black. E de brinde, ainda apanho esse traidor lobisomem! –Snape disse.

—Severo, eu posso explicar! –Lupin disse, mas Snape apontou a varinha para o professor e ele se calou.

—Vocês devem querer ouvir como eu os achei aqui...- disse Snape.

—Na verdade, queremos ouvir o que Black e Lupin tem à dizer- Amy disse e Snape lhe lançou um olhar mortífero.

Sirius soltou uma risada alta, mas se calou quando Snape apontou a varinha para seu rosto.

—Severo, se me deixar explicar...- Lupin começou.

—Quieto. Eu cansei de dizer à Dumbledore que você estava ajudando seu amiguinho a entrar no castelo, e aqui está a prova.

—Parabéns, Snape, você colocou sua cabeça para funcionar e chegou novamente na conclusão errada. Por que não volta para o seu kit de química, eu e Remo temos um assunto para terminar.

—Calado!- rosnou Snape.

—Professor, não fará nenhum mal se ouvirmos o que o senhor Black tem a falar.- Hermione disse.

—Pela milésima vez esse ano, senhorita Granger, não fale sem ser chamada! Agora os quatro vão na frente e eu puxo esses dois...

Harry correu e bloqueou a porta.

—Vamos ouvi-los. Lupin podia ter me matado um milhão de vezes esse ano e não fez...

—Você é tão ignorante quanto seu pai, Potter, pensando que não cairia pelas mãos de um amigo...

—E VOCÊ É UM IDIOTA! POR QUE TE FIZERAM DE BOBO NO COLÉGIO VOCÊ SEQUER QUER OUVIR O QUE ELE TEM A DIZER...

—NÃO ADMITO QUE FALE ASSIM COMIGO, POTTER! AGORA, SAIA DA FRENTE.

Amy não pensou muito no que ia fazer, apenas sacou sua varinha e gritou Expelliarmus. No entanto, ela não foi a única. Harry e Hermione lançaram o mesmo feitiço ao mesmo tempo que ela e Snape se ergueu no ar e foi arremessado contra uma parede. Um fio de sangue escorreu de seu cabelo.

—Essa não, atacamos um professor, atacamos um professor... estamos muito encrencados- Hermione murmurou inquieta.

Amy deu dois passos e apontou a varinha para Black e Lupin. Harry e Hermione se juntaram a ela, enquanto Rony apontava sua varinha ainda sentado no canto da sala.

—Agora você conta sobre ter traído os Potters. Pedro era um rato, você um cão... onde isso se aplica em você ter matado todas aquelas pessoas e ter vendido os pais de Harry para Voldemort? –Amy quis saber.

Black olhou para Harry antes de começar a falar.

—Eu nunca trairia seus pais, Harry. Lilian e James eram meus amigos, eu morreria antes de entrega-los a Voldemort.

—Mas você disse, antes de Lupin chegar, que matou Lilian e James- Hermione disse.

—Não, eu disse que eles estão mortos por minha causa. O que é verdade. Quando Lilian e James se esconderam de Você Sabe Quem, pediram que eu fosse seu fiel do segredo. Mas eu não queria, por que todos saberiam que eu seria o escolhido, era a pessoa mais obvia. Então eu pedi para que James usasse Pedro no meu lugar. O Lorde das Trevas não desconfiaria dele, era perfeito. E na ultima noite, James usou Pedro, e não eu. Eu fiquei tão chocado quanto qualquer um naquela noite, quando seus pais foram mortos Harry. Foi só então que eu descobri que Pedro era o espião de Você Sabe Quem entre nós, e que por minha culpa, seus pais estavam mortos.

—Por que eu devia acreditar em você? Pessoas viram você assassinar todos aqueles trouxas, viram quando Pedro te encurralou naquela rua...

—As pessoas acham que viram! EU fui atrás de Pedro, EU encurralei ele naquela rua. Pedro nunca foi corajoso, sempre andava com pessoas mais poderosas que eles para se proteger. Quando os seguidores de Você Sabe Quem descobriram que ele caiu devido à uma informação de Pedro, todos foram atrás dele para se vingar, inclusive eu, mas por causa de seus pais. Esse covarde estava com a varinha para trás quando explodiu aquela rua, matando todos ao redor, e então fugiu com os outros ratos do esgoto!

—Mas... se essa é a verdade, em todo esses doze anos, por que só agora veio atrás de Pedro? Por que só agora quis se vingar depois de todos esses anos? –Amy perguntou.

—Por que eu o vi no Profeta Diário que ele estava com uma família bruxa, viajando pelo Egito e que os garotos logo voltariam para Hogwarts, onde Harry também estava. Ou seja, a qualquer boato sobre a volta do Lorde das Trevas, Pedro poderia agir sem ninguém sequer perceber. –Black disse.

—Você é louco! Se Perebas fosse mesmo um bruxo seguidor de Você Sabe Quem, já teria matado Harry no primeiro ano, e não dormido no mesmo quarto que ele! –Rony disse levando o rato ao peito.

—Pedro é covarde demais para matar Harry para um bruxo que está desaparecido a doze anos, ainda mais bem embaixo do nariz de Alvo Dumbledore.

—Então... foi por isso que entrou no castelo no dia das Bruxas? Não ter ninguém nos dormitórios foi proposital...- Amy pensou.

—Isso mesmo, menina. E na noite que entrei no dormitório, não errei a cama. Eu não esperei doze anos em Azkaban para chegar na hora certa e errar a cama. Eu estava atrás do rato, não do Harry.

—Isso é loucura! –Rony gritou.

—Prove! –Harry disse com os olhos fixos no rato.

—Harry? –Rony tentou proteger o rato, enquanto o bicho tentava loucamente se soltar das mãos do dono.

—Não machuquem o rato dele! – Harry falou para Black.

O assassino cruzou o quarto e pegou o rato das mãos de Rony. O bicho começou a guinchar feito louco, tentando ao máximo sair das mãos do homem. Black pegou a varinha de Lupin e apontou para Perebas. Uma chuva de faíscas caiu sobre o rato, e Amy assistiu a cena mais bizarra de sua vida até então.

Era como se visse o crescimento acelerado de uma pessoa, mas ao invés de um bebê, um rato crescia para a forma de um homem gorducho, com pouco cabelo, pele flácida e olhos miúdos apavorados que corriam de Black para a porta.

Amy quase quis colocar seu almoço para fora.