Harry Potter e...

Capítulo 4 - Tudo Desanda em Hogwarts


CAPÍTULO 4

Um silêncio absoluto tomou conta do salão. Os únicos movimentos foram as cabeças se virando para encarar Harry, que continuou sentado, paralisado, olhando para o diretor. Ele se virou lentamente e olhou para Amy, Rony e Hermione:

—Eu não escrevi meu nome. Vocês sabem que não. -disse meio atônito.

Os amigos apenas o olharam de volta, sem saber o que falar.

—Harry, por aqui, por favor.- Dumbledore voltou a chamar o menino.

—Vai Harry.- Hermione deu um cutucão nele e Harry se levantou devagar. Seguiu para a salinha dos campeões e quando a porta se fechou, uma explosão de comentários encheu o salão.

—Bom… voltem todos para seus dormitórios. Os juizes e eu iremos nos reunir para conversar- disse o diretor, numa voz meio seca, olhando para a mesa atrás dele.- Todos para a cama!

Todos se levantaram ao mesmo tempo, comentando e especulando, alguns alunos da sonserina xingando Harry.

Amy, Hermione Rony ficaram ali sentados, sem saber o que fazer. Amy sentia um formigamento estranho no corpo, como um excesso de adrenalina.

—Vocês sabiam disso? -Rony perguntou do nada, a expressão visivelmente brava.

—Que o nome de Harry estava no cálice? Lógico que não! -Amy respondeu.

—Então ele não contou para nenhum dos três?- Rony perguntou.

—Rony?! - Hermione se espantou com o tom de voz e a pergunta do amigo.

Rony bufou, levantou e saiu do salão principal. Apenas Amy e Hermione estavam nele agora.

—Hermione… quem faria isso?

—Eu não sei. Estou tão confusa e surpresa quanto você. Vamos para o dormitório.

As duas subiram silenciosamente para o Salão Comunal. Já estava acontecendo uma grande comemoração, com bandeiras da Grifinória para todo o lado, mas as meninas subiram para os dormitórios sem falar com ninguém. No final do terceiro ano, Amy tinha pedido uma transferência de quarto, para ficar mais próxima da amiga. O dormitório estava vazio.

—Isso não pode ser coincidência. Primeiro o sonho e a cicatriz, depois os comensais da morte na copa, o aviso de Sirius e agora isso? Hermione, as pessoas morrem nesse torneio!

—Não acho que foi algum aluno que botou o nome de Harry. Isso não é algum tipo de brincadeira, e não conseguiriam passar pelos feitiços de Dumbledore!

—Mas quem em Hogwarts teria feito isso?

—Snape?! -a resposta parecia óbvia na cabeça de Hermione, e Amy a cogitou pela primeira vez na noite.

Não foi ele, ela logo pensou. O professor podia odiar Harry, mas não faria algo tão perigoso e ousado como isso. Além disso, apesar de todo o ódio, Amy se lembrou do que os amigos falaram sobre o primeiro ano, que Snape estava tentando salvar Harry, e se lembrou da noite que Sirius fugiu, quando o professor se colocou na frente dos alunos, ficando de cara com um lobisomem.

—Tenho certeza que não foi ele. Snape não faria isso, por mais insuportável e baixo que ele seja. -Amy disse para a amiga e voltou a pensar.

—Ah, Harry deve estar tão confuso… e você viu a cara do Rony? Acho que ele pensa que Harry colocou o nome no cálice sem nos contar. -Hermione disse cabisbaixa.

—Não! É o Rony, ele sabe que Harry não faria isso.

Mas não foi o que aconteceu. Na manhã seguinte, Rony estava extremamente bravo com Harry no café da manhã, falando que o amigo o tinha traído ao não contar seus planos.

—Rony… você não está mesmo achando que Harry colocou o nome do cálice, está? -Amy perguntou meio incrédula para amigo.

—Olha Amy, nós dois conversamos muito sobre isso, ok? Ele falou que se fosse colocar o nome no cálice, colocaria durante a noite, para ninguém ver. E outra, Harry já passou por muitos perigos, é claro que ele se acha apto à fazer três provinhas com Dumbledore assistindo tudo, pronto para agir se acontecer qualquer coisa com seu aluno preferido!

—Rony! Não diga essas coisas! -Hermione pareceu magoada.

—Se vocês querem ficar do lado dele, tudo bem!

—Não se trata disso Rony… -Hermione disse.

—Ron, você está sendo infantil. Sinceramente… -Amy começou a falar, mas Rony não quis ouvir. Ele se levantou chateado e saiu do salão, enquanto Amy e Hermione observaram chateadas também. -Não acredito que ele pensa isso. O que deu nele?

—Não acho que ele pense realmente, só está... confuso. - Hermione disse. -Acho que Harry não vai querer descer para o café.

—Vou levar algumas coisas para ele. A gente podia se encontrar nos jardins, não? Ele deve estar querendo conversar.

—Boa. Vocês me encontram lá? Vou passar muito rápido na biblioteca e depois vou.

Amy pegou alguns pães e doces da mesa, embalou no guardanapo e seguiu para a torre da Grifinória. Quando chegou ao Quadro da Mulher Gorda, o retrato se abriu e Harry saiu apressado, trombando com Amy.

—Hei! Desculpe. -Harry disse.

—Sem problemas. Eu trouxe pra você. -Amy estendeu a comida enrolada e deu um meio sorriso. Harry olhou agradecido para a amiga. -Hermione vai nos encontrar nos jardins daqui a pouco. Vamos?

Os dois desceram em silêncio até os jardins e sentaram num lugar onde Hermione podia achar eles. Ele comeu o café da manhã sem muita vontade.

—Você falou com o Rony hoje? -ele perguntou.

—Sim, no café da manhã. Ele estava… chateado.

—Você acredita em mim, não é? - ele perguntou urgentemente.

Amy revirou os olhos e olhou para ele com uma cara chateada.

—Sabe, Potter, você podia ter contado seus planos para a gente. Não precisava esconder que colocou o nome no cálice. -ela disse.

Harry olhou meio espantado e magoado para Amy. Ela sustentou o olhar chateado até que finalmente riu da cara dele. Harry suspirou aliviado e meio sem graça.

—Você é uma idiota.

—Claro que não colocou seu nome no Cálice de Fogo. Você não é esperto o suficiente para enganar Dumbledore. Nem passa perto.

Dessa vez Harry revirou os olhos e sorriu. Hermione chegou com dois livros na mão, reclamando de Vitor Krum na biblioteca e se sentou com eles. Então Harry contou tudo o que aconteceu e que foi dito na salinha depois que os professores se reuniram com os campeões.

—Moody tem razão. Nenhum aluno conseguiria depositar seu nome no cálice. Nem Malfoy faria uma brincadeira dessa. -Hermione disse.

—É, mas nenhum adulto em Hogwarts faria isso também. E nem pense em falar Snape, Harry. -Amy disse.

—Eu sei que ele não fez isso, por mais que me odeie. Eu não tenho ideia de quem possa ser. -Harry disse.

—Você tem ideia do porque? -Amy perguntou ao amigo, temendo a resposta.

—Moody pensa que alguém está tentando me matar. -Harry disse e olhou nos olhos dela.

—Não seria nenhuma novidade, seria? -Amy disse e deu de ombros.

Harry e Hermione riram da piada sem graça dela.

—Você sabe o que tem que fazer, não sabe, Harry? -Hermione perguntou.

—Fugir de Hogwarts e desaparecer até o fim do Torneio. -ele brincou.

—Escrever à Sirius. Ele pediu pra você avisá-lo de tudo o que ocorrer com você e em Hogwarts… é como se ele soubesse o que iria acontecer. -Hermione disse.

—Corta essa. Ele voltou pro país só porque minha cicatriz doeu. Sirius invadiria Hogwarts e questionaria um por um se soubesse que alguém colocou meu nome no cálice.

—Ele já vai ficar sabendo o que vai acontecer, Harry. É melhor que você conte à ele. -Amy disse.

—Como ele saberia? -ele perguntou.

—Essa história não vai passar despercebida. Faz anos que não se realiza um Torneio Tribruxo, e quando ele volta, o surpreendente quarto campeão é Harry Potter, o Menino que Sobreviveu, novo demais para participar. Isso vai virar notícia!

O menino suspirou chateado, visualizando as manchetes futuras com o seu nome e tudo o que teria que suportar.

Foram um dos dias mais difíceis para Harry em Hogwarts, só se comparando, talvez, ao segundo ano, quando todos pensavam que ele era o herdeiro de Sonserina. Apenas os alunos da Grifinória apoiavam Harry, e até mesmo a professora Sprout, diretora da Lufa Lufa, parecia chateada com ele. O amigo ficou muito nervoso com a proximidade da primeira prova, apesar de não querer transparecer isso. Os alunos começaram a usar distintivos de apoio à Cedrico e xingamentos à Harry, o que deixou Amy muito brava. Quando Cedrico passava por eles, rodeado de meninas risonhas e sem cérebros, Amy deixou Hermione e Harry por um momento e seguiu o grupinho.

—Cedrico! -ela chamou quando viraram o corredor.

Cedrico ergueu os olhos para ela, primeiro pareceu feliz ao ver a menina, depois pareceu envergonhado ao ver sua cara brava. Ele pediu um momento para as meninas, e elas saíram, olhando feio para Amy.

—Oi Amy.

Amy parou um aluno do primeiro ano da corvinal que passava e arrancou seu distintivos de Apoie Cedrico de suas vestes.

—Que merda...?- Amy ergueu o distintivos para ele, esperando uma explicação. O rapaz pareceu envergonhado, o que deveria estar.

—Não foi ideia minha. Pedi para as pessoas não usarem, mas também não posso impedir que as usem.

—Então insista mais com as pessoas. Isso não é justo, nem digno com Harry. Ele sequer queria estar nesse torneio.

Cedrico não pareceu acreditar na ultima parte, mas Amy não insistiu na história.

—Eu vou falar com o pessoal. - ele prometeu.

—Obrigada.- Amy disse seca.

Ela sabia que Cedrico tinha um bom caráter, e acreditava que aquilo não tinha sido ideia dele, mas não conseguia não se magoar com ele. Ela se virou para voltar para os amigos, quando Cedrico a chamou de volta.

—Na Copa, Damon falou que vocês jogavam quadribol quando eram mais novos, e que você era uma ótima apanhadora. Talvez nós possamos jogar algum dia desses…

Amy ficou tão surpresa com a proposta do rapaz que demorou um pouco para responder.

—Cedrico… eu não jogo desde que entrei em Hogwarts, praticamente.

—Eu pego levo com você. -ele disse e deu um sorriso divertido.

Amy ergueu a sobrancelhas, aceitando o desafio.

—Você não vai precisar. Marque um dia pra eu te derrotar. -ela sorriu e saiu.

Harry e Hermione ficaram intrigados com o sorriso da garota quando ela voltou.

—Então… você saiu brava e voltou sorrindo…-Hermione observou.

Amy não comentou nada, só sugeriu que eles fossem logo para a aula de poções.

Pela primeira vez no ano, Amy deu de cara com Snape enquanto iam para a sua sala. Ele lançou o costumeiro olhar de desprezo para eles, e fixou o olhar em Amy mais que o normal. Ela sabia que era porque o ele se lembrava da noite em que foi longe demais e lhe deu um tapa ao confrontá-lo, na noite em que Sirius fugiu. O professor nunca tinha pedido desculpas, é claro, mas sabia que o que tinha feito foi extremamente errado. Desde daquela noite, Amy tinha perdido por completo o medo de confrontar Snape.

Eles entraram na sala em silêncio e a aula começou em poucos minutos. Quando Snape falou que ao final da aula envenenaria alguém para testar os antídotos dos alunos, Amy não teve dúvidas que a pessoa seria Harry. Por sorte, ele teve que se retirar da sala para fazer alguma coisa em relação ao Torneio.

Dois dias depois, Hermione, Amy, Harry e Gina estavam tomando café quando Gina estava lendo o jornal e disse:

—Amy, você está na matéria sobre os campeões.

—O que?

Gina lhe passou o jornal e apontou para a matéria.

“Harry finalmente encontrou carinho em Hogwarts. Seu amigo íntimo, Colin Creevey diz que o garoto raramente é visto sem companhia de Amy Green, uma linda menina que, como Harry, é uma das primeiras alunas da escola.”

—Só pode estar brincando! -disseram Amy e Harry ao mesmo tempo.

—Eu odeio essa mulher- Harry disse.

Amy colocou o jornal de lado, furiosa com a matéria, e percebeu que Rony olhava curioso para eles alguns lugares distante. Ela lhe lançou um sorriso, e ele retribuiu com outro. Rony estava realmente distante dos três, o que os magoava muito. O próprio menino parecia triste na verdade. Ele falava normalmente com Hermione e Amy, mas simplesmente saia quando Harry estava perto. A única vez que falou com ele foi para entregar uma carta que uma coruja deixou no dormitório para ele. Era de Sirius. Harry leu a carta para Amy e Hermione. O padrinho dele pediu para que o encontrasse no Salão Comunal dali à 15 dias. Amy não fazia ideia de como Sirius estaria no salão, mas não levantou a questão, pois Harry estava muito animado em ver o padrinho.

Damon escreveu duas vezes à Amy desde que as aulas começaram. Primeiro para saber como estavam as coisas e como ela estava em relação ao Torneio Tribruxo, e segundo para tirar sarro dela sobre a matéria de Rita Skeeter no jornal.

Na visita à Hogsmead, um dia antes de Harry encontrar com Sirius, Harry foi coberto com a capa da invisibilidade, pois Rita Skeeter estava hospedada no vilarejo e a última coisa que eles queriam era esbarrar com aquela mulher. No entanto isso não impediu Olho Tonto de ver o menino ali.

—Olá, Green. Olá Granger. Bela capa, Potter. -disse o professor.

Os três ficaram surpresos com o professor.

—O seu olho consegue…?- Amy começou a perguntar, mas o professor a interrompeu.

—Lógico que consegue ver por debaixo de capas de invisibilidade. Harry, Hagrid pediu para que vá à cabana dele amanhã, meia noite. É muito importante que você vá, entendeu? -disse o professor.

Na noite seguinte, Hermione e Amy ficaram até mais tarde com Harry no salão comunal, esperando dar a hora para o garoto descer aos jardins. Quando ele saiu, Hermione fez companhia para a amiga por alguns minutos mas logo foi dormir. Amy ficou sozinha no salão, sentada no sofá, olhando para as chamas.

O pedido de Cedrico foi realmente inesperado para ela. Amy nunca tinha pensando no garoto com segundas intenções, mas agora imaginando o jogo, só eles dois… ele era realmente bonito e encantador. Amy pensou que ele deveria ter muita experiência com beijo, e ela, nenhuma. Ela se imaginou beijando Cedrico, os braços envolta de seu pescoço, os lábios em sincronia com os seus, ela se afastou para olhá-lo… então não era mais Cedrico que estava ali. Amy estava beijando Harry, e era tão bom…

Amy repreendeu o pensamento num segundo. O que ela estava fazendo? A ideia de beijar Harry era extremamente estranha, eles eram apenas bons amigos.

Sacudiu a cabeça, afastando os pensamentos, envergonhada por pensar nisso. Começou a pensar em qual seria a primeira tarefa. Sabia que as tarefas em si eram para ser perigosas, mas Harry estava num perigo maior e real do que os outros campeões. Alguém depositou seu nome no cálice com más intenções. E, pensando no contexto dos sonhos de Harry e o que aconteceu na Copa Mundial, Harry participar das tarefas era realmente preocupante. Como Dumbledore tinha aceitado que ele participasse? Sirius não tinha escrito que o diretor tinha percebido os sinais de que algo estava errado, então como ele poderia deixar que aquilo continuasse?

Sonhos, cicatriz, comensais, Moody e torneio… tudo está conectado… mas como??

O que interferia Dumbledore ter contratado um ex-auror como professor? Com certeza não tinha a ver com comensais da morte invadindo Hogwarts, isso era óbvio. Então Amy se lembrou de algo que Harry contou, sobre o que aconteceu na salinha depois que anunciaram os campeões: Karkaroff falou que Moody estava sabendo muito bem como alguém agiria para confundir o cálice, tentando acusá-lo de algo e Moody respondeu que seu trabalho era pensar como os bruxos das trevas, como Karkaroff deveria lembrar. Algo se acendeu na mente da garota. Aquilo parecia significar alguma coisa, alarmar alguma coisa, mas Amy não sabia o que. A imagem de Karkaroff com uma expressão de medo e raiva quando viu Moody no salão principal também lhe voltou a cabeça.

Nessa hora, as chamas brilharam com mais força e Amy levou um susto quando olhou para elas. A cabeça (e apenas ela) de Sirius estava ali, parada, olhando para Amy. Ela abriu um sorriso e se ajoelhou perto das chamas.

—Sirius!

—Oi Amy. Como está? Cadê o Harry?- ele perguntou. Parecia estar com pressa.

O homem estava bem diferente da ultima vez que Amy o viu. Estava mais saudável, o rosto mais cheio e os cabelos aparados.

—Ele… -Amy ouviu o retrato se mover e passos. Então, Harry despiu a capa de invisibilidade. Ele parecia meio em pânico, mas quando viu Sirius, abriu um enorme sorriso.

—Sirius! - ele correu e se ajoelhou ao lado de Amy.

Harry contou tudo o que podia ao padrinho, desde como as pessoas estavam tratando ele até o que tinha acontecido com Hagrid minutos atrás.

—Dragões? Eles são loucos?- Amy estava chocada.

—Falamos dos dragões depois, Harry, preciso alertá-lo sobre certas coisas. -Sirius disse com pressa.

—Tipo o que?

—Karkaroff. Ele era um Comensal da Morte.

—O que? -Harry exclamou chocado.

—Claro! -Amy exclamou. O comportamento de Karkaroff quando viu Moody no salão e a acusação que rolou na salinha dos campeões faziam sentido agora!

—Karkaroff foi o primeiro que Moody trancafiou em Azkaban, mas foi solto por que deu muitos nomes de colegas comensais para comprar a liberdade. Aposto que Dumbledore contratou Moody por causa dele. Karkaroff não é nada popular em Azkaban por causa disso. Além do mais, no início do ano letivo, quando Moody foi atacado em sua própria casa… não acho que aquilo tenha sido um alarme falso, como diz o Profeta Diário. Alguém estava tentando impedir que ele viesse para Hogwarts, em minha opinião. O homem pode estar meio louco, mas foi o melhor auror que o ministério já teve, sabe reconhecer o perigo quando aparece.

—Então… você acha que Karkaroff colocou meu nome no cálice? Acha que está tentando me matar?

—Não sei, Harry. Só sei que os Comensais da Morte andam mais ativos do que já estiveram nos últimos anos. Aparecem na Copa, conjuraram a Marca Negra no céu… além disso, você sabe que uma funcionária do Ministério está desaparecida?

—Berta Jorkins?- Amy perguntou.

—Essa mesma. Ela desapareceu na Albânia, lugar onde Voldemort possivelmente foi visto pela última vez. A mulher não era muito esperta, eu a conheci, poderia muito bem ser atraída para uma arapuca… e Voldemort saberia que estaria acontecendo o Torneio Tribruxo, não estaria?

—Então… você acha que Karkaroff está aqui a serviço de Voldemort? -Harry perguntou.

—Karkaroff não me parece do tipo que voltaria para seu mestre se ele não tivesse poder suficiente para protegê-lo, ainda mais estando bem debaixo do nariz de Dumbledore. Mas quem colocou seu nome no cálice, fez isso de caso pensado.

—Eles só precisam deixar que os dragões façam o trabalho, e tudo vai parecer um acidente. -Amy disse.

—Exatamente! Agora, em relação a esses dragões, Harry, tudo o que você tem que fazer é…

Som de passos ecoaram pelo salão, e Sirius se calou no mesmo instante.

—Vão! Tem alguém vindo, vão! -Sirius sibilou.

Os dois levantaram num pulo, tentando esconder as chamas com o corpo. Quando viram que era Rony que descia as escadas, Amy suspirou aliviada, mas Harry assumiu uma postura meio tensa.

—O que estão fazendo aqui? -Rony perguntou.

Amy ia responder, mas Harry a atropelou com uma voz raivosa.

—Não é da sua conta, é? O que está fazendo aqui embaixo essas horas?

—Eu pensei… ah deixa, pra lá. Vou voltar a dormir.

—Achou que poderia bisbilhotar, não foi? -Harry gritou para o amigo.

—Harry!- Amy alertou o amigo. A conversa parecia estar perdendo o controle.

—Sinto muito, deveria ter percebido que você estava treinando para sua próxima entrevista. -Rony disse, ficando vermelho de raiva.

Harry apanhou um distintivo de Potter Fede que estava em cima da mesa e atirou com força em Rony. O objeto acertou sua cabeça e Rony cambaleou.

—HARRY! -Amy exclamou incrédula.

—Toma! Pra você usar na primeira tarefa já que me odeia tanto! -Harry gritou e subiu as escadas para o dormitório furioso.