Harry Potter e...

Capítulo 2 - Bicuço


CAPÍTULO 2

Na manhã seguinte, Hermione acordou com Amy invadindo o seu quarto e puxando suas cobertas.

—Vamos, Mione, hoje temos nossa primeira aula com Hagrid. Vamos!

As meninas se arrumaram, encontraram com Harry e Rony no salão comunal e desceram para o café.

—Hermione, acho que tem alguma coisa errada com os seus horários, olha! Você tem nove matérias no mesmo dia. Ninguém consegue assistir a tudo isso de aula num dia só– Rony disse ao checar o horário da amiga.

—Não se preocupe, Rony. Combinei tudo com a Professora McGonagall ontem a noite. Conseguirei assistir a todas as aulas que me inscrevi.

Atravessaram os jardins da escola, juntos com outros alunos da grifinória e sonserina, até a pequena cabana de Hagrid, onde teriam sua primeira aula com o amigo.

—Sigam-me! Tenho algo incrível para mostrar à vocês. Venham, sigam-me! - Hagrid feliz anunciou a todos.

Seguiram Hagrid para uma parte pouco afastada da escola. Malfoy passou pelo os quatro e fingiu outro desmaio, fazendo alguns amigos da sonserina rirem.

—Você já pode parar de fingir que está no primeiro ano de novo, Malfoy. Seria legal se você e seus amigos acompanharem a mentalidade de alunos do terceiro ano. –Amy disse e Malfoy fez uma cara furiosa para a menina, o que arrancou algumas risadas de Rony.

—Bem, fiquem todos aí e eu já volto. –Hagrid disse e saiu em direção às arvores. Um minuto depois, ele apareceu seguido por um animal metade cavalo, metade águia, o que fez alguns alunos recuarem de medo.

—Hagrid... o que... o que é isso? –Hermione perguntou, dando alguns passos para trás.

—Isso, Hermione, é um hipogrifo. Esse é Bicuço. São criaturas magnificas, não são? Contudo, são muito orgulhosos e se ofendem com facilidade. Então, quem vai ser o primeiro a passar a mão nele?

Todos deram um passo para trás, menos Harry, que observava a criatura maravilhado.

—Ora, muito bem Harry, muito bem. Venha cá. - Hagrid acenou para que o amigo se aproximasse.

Ele deu alguns passos de vagar e fez uma reverencia como Hagrid o instruiu, depois, lentamente, colocou a mão na cabeça do hipogrifo e a sala aplaudiu. Então, para a surpresa de todos, Hagrid pegou Harry e o colocou em cima do hipogrifo, que começou a correr e alçou voo, sumindo na imensidão do céu.

—Relaxa, Hermione. Ele vai ficar bem. –Amy disse, ao ver a cara de preocupada da amiga.

—Eu estou calma. – ela mentiu.

Harry voltou três minutos depois, majestoso em cima do Bicuço. Seu olhar encontrou o de Amy na multidão e ela sorriu para ele. Por um momento, Amy se imaginou voando na parte de trás do Bicuço, com Harry guiando.

—Muito bom, Harry, muito bom- Hagrid disse e ajudou o menino a descer, enquanto os alunos aplaudiam.

—Ah, isso é uma palhaçada. Aposto que esse bicho nem é perigoso. –Malfoy disse e andou em direção à Bicuço.

—Malfoy, não!- Amy disse e tentou parar o menino, mas foi tarde demais.

Bicuço grasnou, se ergueu nas duas patas traseiras e desceu as garras na direção de Draco. O menino se protegeu com os braços, mas as garras o arranharam mesmo assim, e ele caiu gritando no chão.

—Estou morrendo!

—Fique quieto, foi só um arranhão. Vou te levar para a enfermaria. Os outros estão dispensados. –Hagrid disse e levou Malfoy.

—Que idiota! Agora Hagrid vai se meter numa baita encrenca por causa dele. –Amy estava irritadíssima com a atitude de Malfoy. Todos os quatro estavam na verdade.

—Tomara que ele perca o braço –Rony murmurou irritado.

—Rony! Não diga isso! Isso só colocaria Hagrid numa encrenca maior ainda! –Hermione advertiu o amigo.

—Tem razão Hermione. Apesar de ser o Malfoy, espero que ele saia ileso da enfermaria, ou Hagrid estará em apuros – Harry disse.

—Bem, pelo menos, provavelmente, ele não jogará no jogo da grifinória contra sonserina, daqui a algumas semanas. –Amy disse.

—O que não fará diferença nenhuma. O menino é péssimo –Hermione disse, fazendo os quatro rirem.

No período da tarde, Rony, Hermione, Harry e Amy se perderam no castelo para acharem a aula de Adivinhação. Tiveram que pedir ajuda a um cavaleiro de um quadro na parede, que os guiou até o alto da torre norte.

—Tem... que ter... um atalho... –Rony disse ao subirem a oitava escada e chegarem na frente de uma estreita escada circular que levava até um alçapão. Os meninos subiram devagar devido ao cansaço e deram de cara com ou outros alunos da grifinória sentados em pequenos grupos em volta de mesas baixinhas, onde havia uma bola de cristal no centro de cada.

—Onde está a professora? –Harry perguntou ao se sentar com o grupo em volta da mesa.

—BEM VINDOS! BEM VINDOS! –uma voz alta e volátil saiu das sombras, fazendo os meninos darem pulos em seus assentos.

A professora Trelawney era uma figura peculiarmente curiosa. Seus óculos aumentavam demais seus olhos, o que a fazia lembrar uma coruja, e seus cabelos bem armados combinavam com sua personalidade exótica.

Naquela aula eles iriam ler borras de chá. Se reuniram em pares: Hermione e Amy, Harry e Rony.

—Eu não tenho certeza –Amy apertou os olhos ao olhar a borra da xícara da amiga- Parece um cavalo, mas se você olhar desse ângulo, lembra um pinheiro.

—Um cavalo e um pinheiro? Amy, acho que você tem que mandar examinar sua visão interior. –respondeu Hermione.

Harry e Rony soltavam alguns risinhos de vez em quando ao examinarem suas xicaras, até que a professora pediu a xicara de Harry e começou a examinar.

—Você tem um grande inimigo –começou a professora com uma voz misteriosa.

—Ah, isso todos sabem –disse Hermione em tom superior, o que fez todos olharem para ela. A garota nunca tinha falado com um professor nesse tom- Ora, todos sabem que Harry tem Você-Sabe-Quem como inimigo.

Sibila não respondeu, apenas praguejou baixinho e voltou seus olhos para a xicara. Ela fez todos pularem dos assentos quando deu um berro e deixou a xicara se espatifar no chão.

—Meu... meu... meu pobre garoto. Você tem um... um... um sinistro. –disse e levou a mão ao coração.

—O que é um sinistro? –perguntou Amy urgente.

—Um dos piores agouros do nosso mundo. É um agouro de morte. –disse a professora, dando uma ênfase teatral na ultima palavra.

—Não me parece um sinistro. –disse Hermione ao analisar a xicara de Harry.

Todos na sala ficaram em silencio, tentando evitar olhar tristemente para Harry, o que Amy e Hermione acharam uma idiotice.

—Vamos, Harry. O ramo da adivinhação é um dos mais imprecisos da magia. Eu, sinceramente, não confiaria no que aquela mulher falou. –disse Hermione para o amigo na hora do almoço.

— Fala isso por que não é você que vai ter uma morte terrível, Hermione- Rony disse.

—Rony! Cala a boca- Amy o advertiu. –Não liga pra ele, Harry.

—O que foi Harry? Por que está com essa cara? –Fred e Jorge se sentaram à mesa com eles.

—Tivemos nossa primeira aula de adivinhação, e...-Amy olhou para Harry com a boca torta.

—Deixe-me adivinhar: você sofrerá uma morte horrível esse ano –Jorge perguntou enquanto Fred fingia morrer envenenado.

—Como vocês sabem? –Harry perguntou.

—Não se preocupe com isso, Harry. Sibila prevê a morte de um aluno novo todo ano, e até hoje ninguém morreu. Ela é pirada. – respondeu Jorge.

—Vamos, anime-se. Nesse ano terão sua primeira visita à Hogsmeade.

—Verdade! Não vejo a hora de conhecer lá. Falaram que tem lojas maravilhosas. –Amy disse empolgada.

—Vocês precisam visitar a Zonko’s, é a melhor loja do vilarejo.

—Terão que me contar como é depois. Não vou poder ir.

—O que? Porque? –Rony perguntou decepcionado.

—Meus tios não assinaram a autorização. Fugi de casa antes. Nem o ministro quis assinar. –Harry disse triste.

Os seis arfaram, decepcionados. Rony e Amy prometeram trazer presentes para ele.

No período da tarde tiveram mais aulas como historia da magia e transfiguração. Depois do jantar, sentaram para fazer o dever de casa que Minerva passou, mas decidiram ir até a casa de Hagrid para ver como o amigo estava.

—Entrem, entrem.

—E então, Hagrid? Como Malfoy está? –Amy perguntou

—Que se dane como ele está. Você esta em encrencas, Hagrid? Te despediram?- Harry perguntou.

—Não, não me despediram... ainda. Mas acho que é questão de tempo. O conselho da escola ficou sabendo, e Malfoy não para de gemer e falar como esta doendo.-Hagrid disse cabisbaixo.

—Ele esta fingindo! Não há nada que Madame Pomfrey não possa curar. –Harry disse.

—Não se preocupe, Hagrid. Vamos falar pro Dumbledore, que foi tudo culpa do Malfoy, que ele não te ouviu e nem seguiu suas instruções. –Hermione confortou o amigo.

—Ah, obrigado Mione, obrigado. Gostei muito que vocês tenham vindo até aqui nessa hora...

Hagrid parou de repente e olhou os meninos como se acabasse de perceber que estavam ali.

—O QUE ESTÃO FAZENDO FORA DO CASTELO ESSAS HORAS? VOCÊ NÃO PODE SAIR, HARRY, NÃO PODE CORRER ESSE PERIGO! E vocês, deixaram que ele saísse assim! Vamos, vou leva-los de volta agora! -Hagrid gritou de repente, fazendo os meninos saltarem em suas poltronas.