Harry Potter e...

Capítulo 13 - A Batalha de Hogwarts - Parte 1


CAPÍTULO 13

Amy gritou e abriu os olhos, contorcendo o corpo.

—Segura ela. - ela ouviu a voz série e seca de Snape dizer.

Demorou alguns segundos para perceber que estava na sala do diretor e que acordou no momento em que ele tirou a flecha do seu corpo.

—Que porra… ai! -sentou na mesa onde estava deitada. - Onde está Harry?

—Ficaram no Beco, mas foram espertos o suficiente para saírem de lá rápido, não se preocupe. - Draco disse.

Amy olhou de Draco para Snape. Como o garoto podia saber que era seguro para ela estar na presença de Snape, que ele não ia entregá-la aos comensais?

—Você falou “Severo” antes de desmaiar. - Draco falou, parecendo que tinha lido os pensamentos dela.

—Beba isso. É para o veneno. - ele ofereceu um copo de algo vermelho e muito amargo que ela teve que beber. - Você já pode ir, Draco. Sua amiga está bem .

O garoto olhou surpreso para o diretor.

—Não vou deixá-la com você!

—Se eu fosse entregar sua amiguinha, acredite, ela já estaria bem longe daqui. Sua família deve estar te procurando, é bom você não levantar suspeitas sobre hoje se não quiser ser interrogado.

Draco olhou incerto para Amy. Ele parecia ter coisas para falar, já que eles não chegaram a se despedir quando ela saiu da Mansão Malfoy. Porém, aquele não era o momento para uma conversa.

—Eu estou bem. Pode ir. - ela disse numa voz tranquilizadora.

—Tem certeza?

—Tenho. Snape está certo, vai ser melhor você não estar metido nisso. Vou ficar bem.

O garoto não gostou da ideia, mas depois de um olhar severo de Snape, pegou seu casaco largado em cima de uma cadeira e saiu pela porta. Amy bebeu o último gole do que Snape deu para ela e colocou o copo na mesa. Os dois se encararam por alguns longos segundos, Amy não sabendo muito bem qual reação esperar dele.

—Que bom que você ainda não cansou de me salvar. - ela disse por fim.

—Gostaria de não repetir, se você puder evitar.

—Eu tento evitar, juro.

—Você matou dois comensais.

Amy apertou a ponta da mesa com as mãos. Ainda se sentia fraca e dolorido por causa do ferimento.

—Ok, eu perdi um pouco o controle…

—Você e o Potter no Beco Diagonal. Vocês perderam a noção, isso sim! Pode explicar agora? O que os quatro estavam fazendo no meio do Beco Diagonal, durante o dia?

—Eu não concordei com aquilo, ok! Harry não é exatamente a pessoa mais fácil de se convencer a não fazer as coisas. E ele não confia em mim no momento.

Snape andou até ela, o rosto mostrando reprovação. Lá no fundo, ela se sentiu mal por ter decepcionado o diretor, mas logo passou.

—Vocês poderiam ter sido pegos novamente!

—É, mas não fomos. Ao invés de me dar uma bronca nada construtiva, porque não me ajuda a voltar para eles?

—Você não pode aparatar. Não pelas próximas 24h pelo menos. Se fizer, terá uma convulsão na hora por causa do veneno.

Os ombros de Amy caíram de decepção. Eles iriam à Gringottes na manhã seguinte, mas provavelmente não tinham conseguido os ingredientes para a poção polissuco. Amy olhou para Snape. Ia seguir o plano dela.

—Ok. Preciso que embale os ingredientes da poção polissuco para viagem. E preciso de um elfo doméstico para uma entrega.

—O que estão planejando?

—Acredito que seja melhor não te contar. -Amy olhou para o retrato de Dumbledore, que observava tudo com muita curiosidade, mas sem falar uma palavra. – Estou certa?

O ex-diretor apenas acenou e lançou um olhar divertido pelos oclinhos meia lua. Snape bufou de raiva. Amy podia ser sua aliada, mas ainda dava muita dor de cabeça para ele. Meia hora depois, um elfo doméstico da cozinha de Hogwarts desaparatava e levava os ingredientes que os amigos precisariam, junto com um bilhete de Amy. “Sigam com o plano. Estou bem.”

Amy sentia muita tontura ainda, por causa do veneno em seu corpo.

—Alguma novidade nessas semanas? -ela perguntou assim que Snape voltou para a sala.

—Nada além da fuga do Potter e seus amigos da Mansão Malfoy. O Lorde das trevas ficou furioso, como deve saber.

—Imagino. – para a surpresa de Amy, Snape lhe ofereceu dois dedos do conhaque que servia para ele mesmo.

—Presumo que nem adianta eu perguntar sobre o progresso de vocês.

—Bem... temos um norte. Mas acho que não podemos falar que estamos perto do fim.

—Não podemos saber. Isso pode durar anos, ou acabar depois de amanhã.

—Não sei se quero chegar no fim. -Amy disse, lembrando do sacrifício que teriam que fazer para matar Voldemort. Foi então que ela lembrou. – Damon! Sabe se os Comensais estão com ele?

—Não. Will mentiu, como o de costume. – os ombros dela relaxaram de alívio. Graças a Deus seu irmão ainda estava vivo.

Já era madrugada e ela começou a ficar cansada. Sabia que não podia ir até a torre da Grifinória dormir, então Snape montou uma cama simples para ela no escritório. Mas ela só conseguiu dormir em paz algumas horas, pois acordou no final da madrugada Amy sentiu uma enorme vontade de sair andando pelo castelo e ir ver Gina, Neville e Luna. Sabia que os amigos ainda a viam como uma traidora, e também sabia que ainda não era a hora de mudar isso, mas uma enorme saudade e vontade se erguia dentro dela. Na verdade, não só isso. O céu mal tinha começado a clarear quando ela se levantou ansiosa. Não sabia dizer muito bem o porque, mas estava inquieta.

—Nessas horas é que você se levantava e vinha conversar comigo. – a voz de Dumbledore se ouviu baixa e suave no escritório. Amy foi até o seu quadro. Seus sentimentos por Dumbledore tinham mudado nos últimos meses. Ele não era tão sábio e incorruptível como ela pensava.

—Eu falaria qualquer baboseira de estar preocupada e você me acalmaria. Acho que isso não vai funcionar hoje.

—Não quer ao menos tentar?

Amy balançou a cabeça, foi pegar seu casaco e depois em direção à porta, deixando o ex diretor sem resposta.

Era estranho andar por Hogwarts novamente. A Amy que estudava e fora feliz naqueles corredores parecia ter morrido anos atrás. Amy se perguntou se Harry estaria acordado agora também, olhando ela caminhar pelo Mapa do Maroto. Muito provável que não. Andava despreocupada, observando a lua gigante daquela noite, e mal viu que alguém se aproximava dela por trás. Amy se virou e esboçou um sorriso, antes de abaixar a cabeça.

—Professora McGonagall. – ela disse num tom respeitoso.

—Sabia que você ainda visitava Hogwarts, mas nunca tinha te visto no castelo. – Minerva disse. Ela olhou Amy de cima para baixo, a roupa de comensal da morte parecia um peso nela agora.

—Eu fico mais pelo escritório do diretor.

—Percebi sua nova amizade. Foi uma surpresa, tenho que admitir.

Amy olhou para os lados, meio desconcertada. Sabia que não podia contar toda a verdade para a professora, mas também não precisava fingir ser uma comensal.

—Sei que pode não acreditar em mim agora, mas não mudei de lado.

—Sinceramente, Amy, eu não sei o que pensar. – Minerva parecia frustrada.

—A senhora vai ver, quando o momento certo chegar. Até lá, pode me tratar como uma Comensal. Acho melhor voltar para o escritório. Boa noite.

Amy voltou as pressas para o escritório, se sentindo um pouco tonta. Na verdade, muito tonta. O caminho da volta pareceu duas vezes mais longo, e ela via pontos negros na sua frente quando começou a subir as escadas para o escritório. Amy abriu a porta com dificuldade e assim que entrou viu Snape vindo em sua direção. Ele se aproximou e a segurou pelo cotovelo, e Amy apoiou a testa com força no peito largo dele. Ele não tinha mais o cheiro forte de poções como antigamente.

—Minha cabeça... acho que meu cérebro virou ao contrário.

—É o veneno que ainda está em você. Não devia ter andado pelo castelo, não deve fazer muitos movimentos.

—Ok. Ok, vou me deitar e ficar quietinha.

Snape pegou o rosto da garota em suas mãos e levantou, analisando suas pupilas. Amy tentou não estranhar aquele gesto delicado.

—É, deite-se que eu vou preparar outra dose do antídoto.

Amy se deitou e esperou Snape trazer o antídoto. O céu já estava claro quando ela voltou a dormir. Não houve sonhos, apenas o descanso e acordou assustada quando Snape entrou correndo na sala, batendo a porta. Parecia meio da tarde já.

—O que aconteceu?

Amy perguntou, mas quando Snape falou, olhou para o quadro de Dumbledore na parede.

—Potter e os amigos invadiram Gringottes. Invadiram o cofre da Bellatrix e fugiram num dragão.

—Um dragão? – Amy perguntou incrédula.

Snape se virou para ela com um pouco de raiva no olhar.

—Sabia que iam fazer isso? Por isso os ingredientes da Poção Polissuco? Se passaram pela Bellatrix para entrar no cofre dela?

—Bem, deu certo, não deu?

—Isso foi imprudente!

—É, é necessário fazer algumas coisas imprudentes e arriscadas para derrotar seu Lorde! Há quanto tempo foi isso?

—Uma hora atrás. Não sabem onde os meninos estão agora.

—Caramba, quem perdeu um dragão de vista?

—Isso é ótimo! Se estou certo, faltam três agora. -Dumbledore disse do seu quadro. Amy lançou um olhar preocupado para ele. Faltava um objeto, a cobra e então Harry. Cada dia que se passava, era um momento mais próximo da morte dele. Àquela altura, Amy esperava que já tivesse assimilado a ideia da morte dele, mas talvez nem se passassem anos ela conseguiria aceitar isso.

—Três o que? -Snape quis saber, mas Amy o ignorou. Ela queria correr de volta para os amigos. Queria saber o que fazer em seguida, como poderia ajuda-los.

—Professor Snape. Um agente de Lorde Voldemort espera lá embaixo para vê-lo. – um dos quadros na parede falou.

Amy e Snape trocaram olhares. Sem dizer nada, ela foi se esconder numa pequena sala escondida no escritório, mas ficou de ouvidos bem abertos para a conversa e conseguiu pegar quase tudo. Voldemort achava que Harry iria para Hogwarts em breve, e Snape devia reforçar a segurança no castelo e chama-lo assim que encontrassem o garoto. Quando o homem foi embora, Amy não saiu da sala, ficou lá pensando.

Voldemort já deveria saber agora que Harry estava atrás das Horcruxes. Harry só teria um motivo para entrar no cofre de Bellatrix, e talvez ele fosse procurar as outras partes da alma em seus esconderijos. Veria que o medalhão tinha sumido, que o anel estava destruído... e agora ele achava que Harry iria para Hogwarts. Será que havia uma horcrux em Hogwarts, todos esses anos? Amy saiu da salinha e foi encontrar Snape no escritório.

—O que Bellatrix tem de mais precioso no cofre? – perguntou urgentemente.

—Fora todos os quilos de ouro? – Snape disse sarcástico.

—Sim! Alguma coisa de algum dos fundadores de Hogwarts?

Snape franziu a testa.

—Uma taça. A Taça de Helga Lufa Lufa.

Amy sorriu. Estava no caminho certo. Ela olhou para o quadro de Dumbledore.

—O Medalhão de Salazar, a Taça de Helga... tem uma aqui em Hogwarts, não tem? Algo que pertenceu à Grynfindor ou Revenclaw!

—Meu palpite é que sim! – o quadro disse calmamente.

—Você sabe que podia ter deixado tudo isso escrito numa carta, né?

—Ok, chega! Do que estão falando? Não vou ficar mais sem saber das coisas!

—Horcruxes! Estamos caçando horcruxes desde o começo, e agora faltam três!

—O que? Quantas já foram?

—Quatro. E como você bem sabe, Harry é o último! Tem a cobra também! O Diário de Tom Riddle era um, o anel que quase matou Dumbledore, outro. Agora a Taça de Helga e o Medalhão de Salazar Sonserina. Falta apenas um objeto antes de... de...

Amy se calou. Sua empolgação passou em segundos. Se Harry estava vindo para Hogwarts atrás do último objeto... ele não tinha muito tempo.

—Snape, faça o que Voldemort pediu. Redobre a segurança, fique atento. Se não fizer, ele pode desconfiar, e não podemos arriscar tudo agora. – o quadro de Dumbledore disse. – Amy, quanto mais tempo ganharmos para Harry, melhor.

Snape saiu pela porta, a capa preta voando atrás dele. Amy apoiou as mãos na mesa do diretor e colocou a cabeça entre os braços. O que faria agora? Não podia se trancar na biblioteca e ficar pesquisando sobre a vida dos fundadores de Hogwarts. Sem saber o que fazer, ela saiu pelos corredores do colégio. Parou de andar assim que percebeu que os estudantes estavam ali. Inúmeros deles, não tão barulhentos como o de costume, mas que se silenciavam quando Amy passava por eles. Ela ainda estava com a roupa de Comensal. Por sorte, reconheceu o chapéu pontudo verde musgo da professora Minerva no corredor. Amy correu até ela. Era sua melhor esperança.

—Minerva! Professora!

—Amy? Pensei que já estaria fora do castelo a essa altura.

Amy puxou a professora delicadamente para um canto, para que pudessem falar sem ninguém ouvir.

—Acho que Harry está vindo para o castelo.

—O que? – ela exclamou surpresa.

—Não sei se hoje, amanhã, daqui uma semana, mas quando ele chegar, temos que estar prontas. Voldemort saberá que ele está aqui e mandará seus comensais antes de vir pessoalmente. O castelo vai virar um campo de batalha. Temos que achar um jeito de tirar o maior número de pessoas que não podem lutar do castelo e contatar a Ordem da Fênix. Eles devem reunir todos que podem lutar e estarem prontos para virem pra cá assim que for necessário.

Minerva olhava boquiaberta para ela. A garota podia estar vestida de Comensal da Morte, mas a professora via a mais pura verdade em seus olhos castanhos.

—Bem, eu... vou imediatamente mandar alguém até a sede da Ordem para repassar o recado. Espero que esteja errada, senhorita Green.

—Infelizmente, sei que não estou.

Amy não disse mais nada, apenas saiu da presença da professore e voltou a andar pelos corredores. Tinha certeza que os amigos estavam pensando na próxima horcrux, tinham mais informações do que ela. Se estivesse certa e Voldemort já soubesse sobre a caçada deles, O Lorde das Trevas estaria furioso e Harry estaria espiando a mente do inimigo para tentar achar algumas informações. Mas ninguém estava pensando na batalha que se ergueria se ele fosse mesmo para Hogwarts. Quando o sol nasceu naquela manhã, não raiava um dia para fugas e esconderijos, mas um dia para lutar e sobreviver. Estava andando pelos corredores quando ouviu o anúncio de que todos os alunos deveriam ir até o Salão Principal imediatamente.

Cinco minutos depois, ela chegava no salão. Fazia mais de um ano que não entrava ali. Quando olhou para dentro, viu que Snape atravessar o corredor para ocupar o lugar que Dumbledore esteve por tantos anos. Amy respirou fundo e entrou confiante no saguão. Viu inúmeros olhares se voltarem para ela, mas manteve a cabeça erguida. Viu olhares de admiração, de surpresa e raiva, mas, estranhamente, via nos rostos algum tipo de reconhecimento de que ela era uma bruxa poderosa e poderia acabar com quase todos ali num duelo. Assim que Snape chegou no final do corredor e viu que Amy estava logo atrás dele, franziu levemente a testa. Os dois comensais irmãos gêmeos que estavam atrás dele se movimentaram para atacar a garota. Amy olhou apreensiva, mas continuou andando em sua direção. Snape apenas levantou a mão para os dois e os olhou severamente.

—Tudo bem. Ela está conosco. – ele disse. A mulher pareceu incrédula, mas o irmão dela fez um movimento para que se afastasse. Amy finalmente chegou aos degraus, aos pés dele, e Snape viu uma inquietude em seu olhar. – Qual o problema? – ele perguntou quase sem mexer os lábios, apenas para ela ouvir.

Amy subiu até ele e se aproximou, não importava que a escola visse.

—Acho que Harry virá para cá logo. Se fizer, a Ordem também chegará e você terá que partir. – Amy disse num sussurro, olhando atenciosamente os olhos negros dele.

Snape não pareceu com medo ou preocupado. Ele apenas lançou um olhar despreocupado para ela antes de se voltar novamente para os alunos. Amy se colocou ao seu lado direito, olhando pela primeira vez o salão pelo ponto de visto do diretor. Centenas de alunos estavam à sua frente, e por mais infeliz que estivessem, estavam vivos e bem, e isso era algo positivo. “Graças à Snape”, um pensamento passou por sua mente. O diretor começou seu discurso. Amy pôde sentir o olhar da Comensal ao seu lado, com certeza querendo torturar Amy até ela ficar inconsciente.

Amy parou um momento para ouvir Snape falar que aqueles que ajudassem Potter, seriam punidos conforme suas ações. Ela se lembrou o porque odiava e tinha um certo medo daquele homem.

—... se tiver alguém que saiba do paradeiro de Harry Potter, que se apresente neste momento e venha falar comigo. -Snape finalizava o discurso.

Houve um silêncio por alguns segundos, até que passos ecoaram pelo grande salão. Todos olharam ao mesmo tempo e virão Harry sair do meio da multidão de alunos da Grifinória, colocando os óculos no rosto e com o sobretudo preto, vermelho e amarelo que representava sua casa. Amy sorriu e deu um passo em sua direção involuntariamente. Eles já estavam ali.

— Acho que você tem uma falha em suas defesas, diretor. – Harry disse as portas do salão se abriram, revelando a Ordem da Fênix e muitos ex integrantes e alunos de Hogwarts. Amy olhou impressionada. Fazia nem meia hora que tinha falado com Minerva, e todos estavam ali. Amy começou a procurar Damon, mas a voz de Harry atraiu sua atenção.

—Como ousa ocupar o lugar dele, depois do que vez! Conte! Conte a todos como olhou nos olhos do homem que confiou em você, e o matou! – Harry gritou para que todos ouvissem.

Amy sentiu um forte enjoou naquele momento. Queria gritar que não era bem assim, que Snape era um filho da puta mas não era quem todos achavam que era, mas ficou paralisada. O diretor não olhou para ela, apenas vez o menor dos movimentos para pegar a varinha. Minerva, como um gato, correu para frente de Harry e ergueu a varinha para um duelo. Todos os alunos presentes recuaram para as paredes, amedrontados. Amy sacou a varinha também, mas não apontou para ninguém. Minerva lançou o primeiro feitiço, e Snape se defendeu. Outros feitiços foram lançados e Amy viu os dois comensais atrás dela se aproximarem para se juntar ao diretor. Eles não tiveram nem chance, já que foram pegos desprevenidos por Amy. Ela estuporou um e paralisou a outra em três segundos. Nesse momento, foi atingida pela força de um dos ataques de Minerva e caiu no chão. Sabia que a professora não a atacou, mas como estava atrás de Snape, a força do feitiço a alcançou. Ela quase não viu Snape se transformar numa sombra, um monte de fumaça e sair voando pela janela.

O salão se encheu de gritos de comemoração e alegria, todos se juntaram e abraçaram. Amy viu a ordem se reunir no final do salão e começou a ir até eles, quando paralisou no meio do caminho.

Um homem de cabelos negros na altura da orelha e barba por fazer vinha até ela com os olhos preocupados e emocionados. Amy demorou dois segundos para reconhecer seu irmão mais velho. Ele veio até ela e a tomou nos braços.

—Damon! – ela choramingou e não conseguiu contar as lágrimas de alegria.

Ela o envolveu com toda a força que tinha.

—Você está bem! Está viva! – ele disse por fim. Tomou seu rosto em suas mãos para averiguar se estava mesmo tudo bem. – Eu poderia te colocar de castigo para o resto da sua vida agora.

—Juro que eu adoraria, mas não temos tempo. -Amy pegou a mão do irmão e o puxou de volta para perto da Ordem. Quando chegou, ouviu Rony falar.

—Amy está um passo na frente, como sempre. Então precisamos proteger o castelo...

—E recuar quem não pode lutar. Isso. – ela disse, se metendo na roda. Não se importou com os olhares desconfiados. – Voldemort trará seus comensais pra cá, tenho certeza. Ele já sabe o que Harry está fazendo. Temos que ganhar o máximo de tempo possível para ele.

—Os professores cuidarão da evacuação. A Ordem pode proteger o castelo. Enquanto isso, Potter, acho melhor se apressar em fazer o que veio fazer aqui. -Minerva disse.

Todos pareciam ter suas ordens e começaram a sair, ficando apenas Harry, Hermione, Rony e Amy ali. Ela olhou para os amigos com os olhos piedosos.

—Achamos essa próxima horcrux e eu prometo que vocês irão entender tudo. Não tem mais o porque esconder as coisas, eu juro.

Harry olhou para ela. Parecia um pouco bravo, um pouco preocupado, mas feliz de ver ela.

—Acho que não importa que não entendemos as coisas agora. Confiamos em você. Sempre confiamos e sempre vamos confiar.

Amy sorriu aliviada. Ela poderia beijar Harry naquele momento, enfiar o rosto nele, sentir seu calor e seu cheiro uma última vez em sua vida.

—Ótimo. Nosso convidado especial está chegando na festa. Vamos atrás do presente dele. – Amy disse sarcástica.

Os amigos a olharam com confiança e os quatro saíram do salão.