Harry Potter - Após A Guerra.
Capitulo 38
— Não acredito que estamos indo para uma missão com esse cara.
— Você vem dizer isso logo para mim Rony? Vou redobrar a minha atenção, Malfoy pode estar armando alguma emboscada ou algo assim.
— É, mas acho que ele não seria burro o suficiente para tentar isso agora, quero dizer, ele vai querer bancar o bom moço e ganhar confiança dos outros primeiro e ai quando todos estiverem bem enganados com seu jeito bondoso ele vai dar o bote, feito uma cobra traiçoeira.
— É você tem razão, ele não se revelaria logo de cara.
Os dois caminhavam até o ponto onde estava a chave do portal, todos foram em duplas para pegar a chave de portal em locais diferentes para não chamar muito a atenção, Harry ficou agradecido por ter ido com Rony e sentindo pena de quem foi com Malfoy.
Era uma missão simples, apenas 8 aurores foram convocados, consistia em verificar uma denúncia sobre algumas esposas de alguns comensais que estavam presos e que estariam “armando” uma fuga para eles. Ninguém se preocupou muito com essa possível fuga, pois depois que Kinglesy assumiu o cargo de Ministro, Azkaban estava mil vezes mais segura, os dementadores estavam sob total comando do Ministério da Magia e bem controlados. Então essa seria uma missão muito simples.
Harry e Rony foram os últimos a chegar no local combinado pelo grupo, logo que chegou Harry lanço um olhar duro para Malfoy, não era segredo para ninguém que Harry estava odiando a presença do loiro na equipe, e ele estava deixando isso bem claro.
— Harry, Carlos e Richard vão para as casas das Sras Ana, Mary e Kate.
Eles assentiram
— Draco, Rony e Wallace vão para casa das Sras Manuella, Heloani, Carmem e Anastácia. Eu e Brian ficaremos no ponto de encontro combinado. Vocês já estão com os endereços. E lembrem-se: devem ser intimidadores e não rudes, firmes mas não ameaçadores nem mal-educados, passem a impressão de que qualquer conspiração para ajudar numa possível fuga será duramente combatida e terá severas punições.
Todos assentiram e saíram para cumprir a missão.
— Entendo Sra Kate, mas o Ministério da Magia deve apurar todas as pessoas que já estiveram ou estão ligadas a comensais...
— Meu marido é um ex comensal senhor – disse com a voz firme e ofendida.
— Ou a ex comensais – disse Harry olhando-a no fundo dos olhos.
— Carter nunca me pediu para fazer nada de errado por ele, ele está arrependido de tudo o que fez, e já está pagando por isso, agora não entendo por que os senhores vinheram até a minha casa para fazer milhões de perguntas sem sentido.
— Como já dissemos senhora, precisamos sempre estar de olho, você não quer um lugar seguro? É o que o Ministério está fazendo. Sempre deixando as coisas em ordem, no seu devido lugar... – disse Richard olhando e dando um sorrisinho sarcástico para a mulher.
— Pois bem, já terminamos senhora, agradecemos a sua atenção.
— O que vocês acham? Ela realmente não parecia que estava planejando uma fuga para o marido.
— Não podemos ter certeza, o que aprendemos nesta profissão é que as pessoas mentem e enganam muito bem quando precisam. Vamos esperar para verificar o que os outros apuraram.
— E então? O que vocês acharam? – Perguntou Brian. Todos estavam no lugar combinado, reunidos para discutir se aquelas mulheres realmente estavam tramando algo ou não.
— Nosso grupo não demonstrou nada de que pudéssemos desconfiar, pareceram até ofendidas com nossa visita.
— Elas estão planejando algo – Disse Draco que até o momento apenas observava a conversa.
— Não vi nada de perigoso naquelas senhoras Draco, acho que você está exagerando – disse Rony.
— Elas estão planejando algo, não sei se é uma fuga ou outra coisa, mas estão planejando...
— E como você sabe?
— Rá! Jura que você está perguntando isso Wallace? Um mal caráter reconhece o outro, ainda mais se for um comensal da morte – disse Harry encarando Draco, que o encarou de volta – não é mesmo Malfoy?
— Harry, por favor, nosso chefe já pediu para não falarmos sobre isso...
— Ah claro Wallace, temos que fingir que ter um comensal da Morte na nossa equipe, aqui sentado conosco, falando sobre uma possível fuga que pode estar sendo planejada é a coisa mais normal do mundo né?
— Já disse que não faço mais essas coisas Potter! Já estou me cansando de ter que repetir isso para você a cada cinco minutos.
— Calma rapazes, por favor, temos que nos concentrar. Harry, por favor, como já dissemos antes, não devemos tocar nesse assunto.
Harry estava perdendo a paciência, porque ninguém ficava do seu lado? Mesmo pensando as mesmas coisas que ele?
— Vamos Harry, vamos tomar um ar lá fora.
Rony praticamente arrastou Harry para fora da casa aonde estavam fazenda a pequena “reunião”. Assim que saiu começou a andar de um lado para o outro, chutou algumas latas e se encostou num carro que estava ali próximo.
— Cara você precisa se acalmar, ta perdendo o controle Harry.
Harry ficou calado, estava nervoso, aliás, ultimamente estava muito nervoso, estressado com toda essa história. Se sentiu envergonhado por perder o controle daquele jeito e por mais que soubesse disso ele não estava conseguindo se controlar, sua vontade era ir para cima do Malfoy e tirar aquela máscara de bom moço que não combinava nem um pouco com ele.
— Se você quer mesmo desmascara-lo precisa ser mais inteligente que ele, agir com cautela Harry.
— É difícil saber que ele está aqui, vivo, debochando da nossa cara enquanto Dumbledore... – ele se calou, talvez essa fosse uma ferida que nunca se curaria completamente.
— Eu sei Harry...
— Não, não sabe Rony! Eu estava lá com ele, eu vi tudo o que aconteceu. Não é possível que as pessoas simplesmente esqueceram tudo o que ele fez e vão aceita-lo assim, as pessoas não podem confiar nele, porque assim que puder ele vai feri-las da pior forma possível.
— Harry, Rony vamos entrar? Precisamos tomar uma decisão sobre o que fazer em relação a missão.
Todos entraram, decidiram por fim ignorar totalmente a opinião de Malfoy e colocar no relatório que “as senhoras não apresentavam nenhum tipo de comportamento suspeito, estranho ou ameaçador”, o único que descordava totalmente era Draco que batia o pé e dizia que deveriam investigar mais a fundo. Como ele era o único que tinha aquela opinião e tenho a repulsa de todos os aurores contra ele ninguém lhe deu a mínima.
Harry ficou com uma ponta de satisfação, por saber que estavam ignorando a opinião de Draco e mostrando escancaradamente a repulsa que sentiam por ele.
Pena que as vezes não damos importância para o que é importante, devido a cegueira que o ódio e a vingança tem sobre nós! Pena, porque essa atitude resultaria em trágicos acontecimentos...
Continua...
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