Capitulo 29

Foi quando ele se lembrou do velho estilhaço de espelho, que ficava internamente no bolso da blusa, e que os comensais não haviam achado.

Fingiu estar se contorcendo de dor, o que não era muito difícil, até que o objeto caiu. Era sua única esperança, se pudessem vê-lo poderiam encontrá-lo, assim como na casa dos Malfoy, graças à magia que continha aquele objeto. Ele se virou para fitar o espelho e uma pequena parte de seu rosto, todo ensanguentado e com arranhões refletiu, e em resposta um olho muito azul lhe deu uma piscadela.

Não demorou muito, Harry apenas conseguiu ver os comensais caírem um a um e logo depois a dor que estava sentindo foi tanta que desmaiou.

Acordou em uma cama de lençóis muito brancos, nas camas ao lado, ele notou seus companheiros de missão, ficou feliz por estarem a salvo.

Rony estava logo no leito ao lado, Harry tentou sorrir ao vê-lo, mas estava tão machucado que tal ato era quase impossível.

Ouviu uma espécie de discussão no corredor da sala onde estava.

– Nós queremos ver nossos parentes, estamos preocupados.

– Senhores não é possível, são ordens do médibruxo, eles precisam de repouso. Assim que as visitas forem permitidas vocês serão avisados...

Ele tentou ouvir o restante da conversa, mas adormeceu.

Quando acordou novamente já havia escurecido, estava sentindo muita dor, várias partes do seu corpo estavam com curativos e faixas. Estava se sentindo meu zonzo, aéreo.Talvez fosse efeito das poções de medicamentos que provavelmente lhe deram.

Olhou novamente para o lado em que Rony estava, o rapaz também não estava com uma aparência muito agradável, porém Harry se sentiu aliviado por saber que seu melhor amigo e futuro cunhado estava a salvo.

Lembrou dos momentos terríveis em que passou nas mãos dos comensais, e agradeceu mentalmente a seu padrinho, por ter lhe dado aquele pequeno e aparentemente insignificante pedaço de espelho, e a Alberth, o irmão mais novo de Dumbledore, que pela segunda vez salvou a sua vida.

Dormiu novamente.

Ao abrir os olhos, a primeira coisa que enxergou, foi um olho azul brilhante e cabelos longos e perfeitamente ruivos.

– Harry – disse apertando de leve a sua mão. – Harry, graças a Merlim você esta bem – sussurrou.

– Oi gin... – estava se sentindo muito fraco para falar, realmente estava fraco e com dores em praticamente todos os lugares.

– Harry, por favor, não faça esforço.

– Gin, como é bom ver você. – sussurrou.

Gina lhe deu um breve sorriso e acariciou sua mão ferida. Não podia dimensionar o grande alivio que sentiu por Harry estar vivo, apesar de muito machucado, ela apenas pensava que ele estava vivo, e isso era mais do que suficiente.

Estava muito irritada com o seu pai, por não ter lhe contado antes, no dia em que ele finalmente contou foi o dia em que a noticia que tinham encontrado os aurores chegou até A Toca.

– Também é muito bom ver você Harry.

Ele olhou ao redor, não estava mais na mesma sala grande e com os outros aurores, agora estava em um quarto aparentemente simples, que tinha a cama em que estava deitado, uma poltrona ao lado, uma mesinha encostada no canto com um suco que provavelmente, pela cor alaranjada, deveria ser de abóbora e uma sopa de aparência nada atrativa.

O quarto era todo branco, típico de hospital. Na parede Harry pode notar, pelo breve olhar ao redor, que havia um quadro com a imagem de uma senhora apontando a varinha para a ferida de uma criança e quando luzes brilhantes saiam da varinha o machucado desaparecia.

– Onde estão os outros?

– Eles estão bem, não se preocupe. Estão em quartos separados, para que fiquem mais confortáveis e possam descansar, colocaram vocês naquela sala para serem feitos os primeiros socorros.

Rony ainda não havia acordado, ao lado de sua cama estava a Sra Weasley fazendo carinho na cabeleira ruiva do filho, e o Sr Weasley ao lado da esposa. Hermione já havia entrado e ficado horas ao lado do namorado até que Jorge, depois de muita insistência, conseguiu convence –la de ir para a casa para descansar um pouco.

Antes de ir embora foi ao quarto em que Harry estava, ver o amigo, Gina estava lá com ele e pensou como gostaria que Rony estivesse acordado. Foi até a cama do amigo, pode ver seu joelho com uma camada amarelada de algo muito estranho, talvez fosse uma pomada curativa.

Sorriu de leve ao ver os olhos do amigo, ao ver seu rosto, todo arranhado, mais que esboçava um sorriso fraco ao vê-la.

– Oi.

– Oi Mione.

– Parece que você não consegue mesmo ficar sem uma boa aventura né? – disse tentando soar brincalhona.

– Parece que sim, e Rony como esta?

– Ele ainda não acordou, os medibruxos disseram que foi a poção que ele teve que tomar por causa dos ferimentos, ela causa muito sono, mais disseram que ele vai ficar bem. Alguns dos ferimentos já estão bem melhores. – fez uma pausa - Ah, Harry, Willian e Huld já foram liberados para ir para casa, graças a Merlim não estavam muito feridos. Não precisaram de tantos cuidados. Logo virão visitar vocês. E o Ministro também, ele ficou aliviado quando os aurores te encontraram Harry.

Passaram-se alguns minutos a mais, e uma curandeira venho avisar que já havia acabado o horário de visitas, Gina fez cara feia para a moça.

– Vamos Gina, passamos o dia todo aqui, eles também precisam descansar. – disse Hermione, relutante pois também não queria ir embora, deu um beijo na testa do amigo. – Espero você lá fora – disse olhando para Gina.

A ruiva Levantou-se e depositou um beijo suave nos lábios quentes do rapaz.

Em seu rosto dava para perceber o desespero que ela sentiu realmente. Ao ver Harry, Ron e os outros naquele estado, feridos e meio inconscientes. Foi uma cena terrível, e agora depois de tudo isso, saber que eles estavam bem e que estavam a salvo, era tranquilizador.

– Amanhã eu volto pra te ver, eu amo você.

– Eu também.

E assim voltou a fechar seus olhos e sonhar, pois quando sonhamos mergulhamos no mais profundo oceano e flutuamos nas mais altas nuvens.