No caminho pra casa do Smile, eu comecei a me senti culpada por ameaçar a maid. Ela só estava querendo cuidar de mim...

Logo tirei isso da cabeça, dizendo pra mim mesma que ela estava tentando me prender.

Quando percebi, estava dando de cara com a porta da casa do Smile, igual aqueles NPCs bugados de vídeo game. Toquei a campainha. Ele abriu a porta quase na mesma hora.

–Oi Sabi..- ele estava me olhando mais bobo e apaixonado do que de costume.

–Oi Smile. Aconteceu alguma coisa?

–Ah não, nada... é que a gente não vai poder ficar aqui em casa hoje...

–Porque? Sua avó deu piti de novo?- eu tentei espiar dentro da casa, mas ele me bloqueou.

–Bom, na verdade a minha avó E a minha irmã...

–Ah... então, pra onde a gente vai? Eu não posso voltar pro café porque eu briguei com a maid..

–O que aconteceu?

–Coisa boba. Mas eu não sou de dar o braço a torcer.

–Hum... o lugar onde a gente vai é uma surpresa. Espera só um pouquinho.

Ele entrou na casa de novo e eu coloquei a cabeça pra dentro. Eu pude ouvir a avó dele gritar "Você não vai sair com aquele demônio de novo! Ela te corrompeu! Você costumava ser tão amável..." "Vó, você parou no tempo. Eu deixei de ser amável com 5 anos." "Não vá, Kaoru! Eu sou sua irmã!" "Claro que é, te amo. Bye, não sei quando volto!" elas suplicaram mais algumas vezes e o seguiram até a porta. Ele saiu e a fechou rapidamente, mas eu pude ver os 2 pares de olhos me olhando com ódio. Eu me senti mal.

Olhei pro Smile, ele tinha uma venda nas mãos. Franzi a testa, mas só de olhar para aquela expressão inocente eu assenti. Eu esperava que ele me conduzisse para onde quer que fosse a pé, mas ele me pegou no colo (ao estilo noiva).

–Smile!- eu senti meu rosto ficando quente. Ele só riu. Aquela risada...

Eu coloquei minha mão em seu ombro. Eu tive a impressão de que ele sorriu. Sem perceber, eu comecei a traçar círculos com meus dedos.

Depois de uns 20 minutos (sem reclamar da minha gordura, o que foi um milagre), Smile me colocou no chão.

–Já posso tirar isso?- eu perguntei, minhas mãos já pairavam próximas á venda.

Ele segurou a minha mão, entrelaçando nossos dedos e assentiu.

Eu levantei a venda.