Hanko High School:KAI

007- The Silvery Soul of the Warrior


O lugar era escuro, empoeirado, úmido... O piso do chão era vermelho e preto. Havia quadrados pretos e quadrados vermelhos. Nas paredes, havia tochas com fogo azul. O lugar era todo feito de pedra.

– Estamos na parte mais antiga da escola. – disse Ritsu. – Pelo meu olfato, sinto cheiro de mofo. Esta parte foi construída no século 17.

– Como você pode saber? – perguntei.

– Ei! Eu sou uma Yōkai-raposa. Meu olfato é mais apurado do que o de um humano comum!

Caminhamos mais um pouco. Até que chegamos a um portão dourado. Talvez, de ouro! Na entrada, estava uma placa escrita Keep Out!

– Ah, ótimo! Está trancado! – disse Ritsu.

Saki se aproximou. Recitou algumas palavras. O portão então se abriu.

– Não está mais. – disse Saki.

007- The Silvery Soul of the Warrior

Nós estávamos começando a penetrar em uma escuridão assustadora.

– Já devemos estar na área Negra. – disse Ritsu. – Daqui para frente é um labirinto subterrâneo, com túneis e passagens complexas, feitas para enganar e matar aqueles que ousem se aventurar pelos subterrâneos da escola.

–QUÊ? Existem coisas assim na escola? – perguntou Saki nervosa.

– Sim. – disse Aki. – Pelo que eu soube, o labirinto foi construído para que ninguém liberte Satanás. Somente Jelly sabe se locomover por este lugar com perfeição.

– O Satanás deve se encontrar no centro do Labirinto. – disse Midori.

– Exato. – disse Ritsu.

– Tipo... Que nem o Minotauro ficava no centro do Labirinto de Dédalo? – perguntei irônico.

– Tesuya... Você sabia que este labirinto é uma pequena parte do Labirinto de Dédalo? – perguntou Saki.

Fiquei calado. Uma pequena parte? Aki olhou para mim. Ele deve ter adivinhado o que eu estava pensando, pois logo em seguida, ele disse:

– Dédalo construiu mais de 1000 labirintos. Todos eles constituem um grande labirinto, que é o Labirinto de Dédalo. Ao longo de gerações, os descendentes de Dédalo construíram e reformaram o labirinto. Eles o expandem, fazendo com que ele se encontre até no fundo do mar! Ou seja, o labirinto vai da Grécia até o Japão.

Engoli seco

– Isso significa... Que provavelmente...

– Encontraremos um Minotauro no nosso caminho? – perguntou Ritsu. – Sim. Provavelmente.

Nesse momento, um barulho ecoou atrás de nós. Um barulho que parecia o mugido de um boi, misturado com o ronco de um carro. Dava para perceber que seja lá o que provocou o barulho estava quilômetros da gente.

– É ele. – disse Midori.

– Ele quem? – perguntei.

– O Minotauro. – disse Yuki. – Ele está aqui no labirinto.

...

Percorremos uns trinta metros até estarmos completamente perdidos. O túnel era redondo e todo feito de tijolos vermelhos, com vigias protegidas por barras de ferro a cada três metros. Dirigi a luz da minha espada em direção a uma das vigias, mais nada consegui ver. Ela se abria para uma escuridão infinita. Pensei ter ouvido uma voz pedindo ‘’Socorro’’ do outro lado, mas acho que foi só impressão.

– Droga! Não consigo ver nada a nossa frente! – disse Midori.

– Se ficarmos com a mão na parede esquerda, e a seguirmos– disse Yuki. –, conseguiremos encontrar a saída, fazendo o caminho inverso.

Infelizmente, assim que ela disse estas palavras, a parede esquerda sumiu, e nos vimos no meio de uma câmara circular, de onde saíam cinco túneis, sem termos a menor ideia de como chegamos lá.

–Hã, por onde viemos? – perguntou Aki.

– Façam meia-volta! – falei.

– Certo. Mas por qual caminho seguimos? – perguntou Ritsu, me olhando como se eu fosse um idiota.

Midori lançou um olhar em um dos túneis.

– Por ali. – disse ela.

– Como você sabe? – perguntou Ritsu.

–Raciocínio dedutivo.

– Então, você está chutando.

O túnel que ela escolheu tinha paredes de cimento cinza. O local era quente.

– Já devemos estar a vários metros abaixo da superfície. – disse Yuki.

– Quantos minutos já se passarão? – perguntei.

– Não faço ideia. – disse Ritsu. – Talvez já tenha se passado horas.

– Precisamos nos apressar! – falou Saki confiante.

Depois de alguns minutos, saímos em um salão imenso. Iluminei as paredes com a luz da minha espada. Midori e Saki gritaram.

Um esqueleto sorria para nós. Era um esqueleto humano. Usava um quimono vermelho. Uma espada enferrujada pendia ao seu lado.

– Um samurai. – disse Aki. – Pelas roupas e pelo crânio, dá para ver que ele foi morto no final do Período Edo.

– Como um samurai chegou até aqui? – perguntei. – Aliás, como ele morreu.

– Isso eu não sei. Mas, pelas marcas de sangue e de feridas, seja lá o que o matou não é humano.

Andamos pelo salão. Havia mosaicos e esculturas pelo lugar.

– Estes mosaicos e estas esculturas... – disse Midori. – São Romanos! Tem pelo menos dois mil anos.

– Veja... Também tem esculturas indígenas aqui. – disse Aki. – Astecas, Maias, Incas...

– Nossa, até os pré-colombianos! – exclamei. – Mas, como pode?

– Dédalo, junto de Jelly, construíram o labirinto. Após a morte de Dédalo, Jelly continuou expandindo o lugar, usando coisas de diferentes regiões e de diferentes povos. – disse Ritsu.

Olhei para uma estátua de ouro inca. Jelly conheceu Dédalo e os povos pré-colombianos. Afinal, quantos anos tem Jelly?

Nesse momento, uma faca saiu de um dos túneis, e passou zunindo pela minha cabeça. Ela se cravou em uma estátua romana.

– HÁ!HÁ! Você errou! – disse uma voz feminina do túnel.

– Cala a boca, Bella! – gritou uma voz masculina no túnel.

Dois adolescentes saíram do túnel. Ambos aparentavam ter 18 anos. O garoto tinha olhos azuis e cabelos dourados. Usava um terno preto, com uma rosa branca presa na gola. Já a garota usava um vestido todo branco. Ela tinha olhos verdes e cabelos escuros.

– Então, vocês são os ratos que vieram nos atrapalhar na libertação do nosso mestre? – pergunta o garoto.

– Vamos fazer picadinho deles! Tenha certeza! – disse a garota.

– Merda! São subordinados de Satanás! – falei.

– Isso mesmo garoto. Sou Locke Lucky☆Star! – disse o garoto.

– E eu sou Mizuno Bella. Muito prazer! – disse a garota.

– Nós não deixaremos que vocês estraguem nossos planos. – disse Locke. – Vamos matá-los aqui imediatamente.

– Merda! Não temos tempo para enfrentar esses dois! – disse Ritsu.

Nesse momento, Aki tirou um par de facões dos bolsos. Saki abriu seu livro de magias.

– Vão. – falou Aki.

– O quê? – perguntei.

– Deixa que nós dois enfrentamos essa dupla. – disse Saki.

– Mas que porra é essa que vocês tão falando? – pergunta Ritsu. – Esses caras... Parecem ser muito fortes! Vocês dois vão morrer!

– O QUE ESTÃO FAZENDO AQUI?! – pergunta Aki, gritando. – VÁ! VÃO LOGO!

Eu detestava a ideia de deixar Aki e Saki lutarem contra aqueles dois. Mas, tive de aceitar.

– Vamos! – falei.

– Aonde pensam que vão? – perguntou Mizuno. Ela atirou bombas que explodiram a entrada. Teriam nos esmagado, se Saki não tivesse usado magia.

– Fujam. – disse ela.

E então, fomos, deixando Aki e Saki lutarem contra Locke e Mizuno.



A partir
daqui o Aki narra as coisas!



– Beleza! O Tesuya e os outros já devem estar longe! – falei.

– Mas... Como iremos enfrentar esses caras? – pergunta Saki.

– Vamos usar o plano ‘’P’’.

– ‘’P’’? Não seria ‘’B’’?

– Não, é ‘’P’’ mesmo. ‘’Plano de Pancadaria’’!

Saí correndo com meus facões em direção a Locke.

– Ora, já quer começar? – perguntou Locke. – Então, vamos começar a diversão!

Locke se desviou do meu ataque. Ele me chuta, e eu caio no chão.

Locke então começa a recitar umas palavras:

Devore a todos como um dragão enfurecido... Pesadilla del Dragón!

Nesse momento, surgem asas negras nas costas de Locke. Uma espada de ferro surge em suas mãos. Ela tinha um símbolo familiar para mim: Um lagarto devorando a própria cauda; o símbolo dos Dragões.

– Esse é... Retsu no Kido? – perguntei espantado.

– Exato, meu jovem... – disse Locke.

Retsu no Kido (列の輝度; Brilho da coluna). Uma espécie de magia que mistura energias de Kido (輝度;Brilho), com Kokumajutsu (黒魔術;Magia Negra).

– Pensei que este tipo de magia havia sido extinto após a Revolução Francesa! – falei. – Essa magia não deveria existir!

– Ora, nós somos os seguidores de Satanás. Nós podemos usar até magias antigas!

– Agora a porra ficou séria, Saki. – falei.

– Sim. Retsu no Kido é uma magia nível A. Uma magia bem forte! – disse Saki. – Aki, precisamos de um plano, e não sair já na pancadaria.

– Vamos nos dividir! – falei. – Eu pego o loiro. Você fica com a tábua.

– Espera um pouco! – disse Mizuno. – Quem você tá chamando de tábua?

– Ué, você. – falei. – Garota, você não tem peito nenhum! Você é desprovida de peitos!

– E você liga para peitos?! – pergunta Saki.

– Mas é claro que sim! – falei indignado. – Peitos são coisas sagradas! Quanto maiores forem, melhor! Ouça: Seios grandes são simplesmente perfeitos! Eles são redondos, macios, e tão grandes que dá vontade de pegar neles!

– Seu tarado! – falou Saki.

– Mas isso não importa! – fala Mizuno. – Não precisava me lembrar de que eu não tenho ‘’melões’’! Agora, você vai me pagar caro!

Mizuno então recita algumas palavras:

Ruja como um leão prestes a devorar suas presas... León!

Mizuno ganha características de uma leoa. Seu cabelo cresce absurdamente, parecendo realmente uma juba, também ganha dois grandes canino na boca, além de uma enorme espada.

– E agora? Espero que você se arrependa pelo que disse! – riu Mizuno.

– Certo! – disse Saki. – Eu pego o leão. Você cuide do dragão.

– Entendido! – respondi.

Peguei meus facões, e ataquei Locke. Ele desviou e começou a voar. Dei um salto e consegui atingi-lo na barriga. Mas o corte que eu fiz parece que não o machucou.

– Esse foi o seu ataque? – perguntou Locke. – Nem me fez cócegas! Agora é minha vez. – Locke então respirou bem forte. – Rugido do Dragão de Fogo... Karyū no hōkō! (火竜の咆哮).

Locke cospe fogo pela boca. Consegui me desviar do primeiro ataque. Mas então, fui atingido pelo segundo. Minhas roupas pegavam fogo. Dou uma investida nele. Locke desvia de meus golpes com facilidade. Foi então que ele me ataca com suas garras de dragão, atingindo meu tórax.

– AKI! – gritou Saki.

– Olhe para mim! – disse Mizuno. Ela então ataca Saki usando suas garras afiadas. Saki é atingida no ombro. Sangue espirra para os lados. Ela então recita algumas palavras, uma magia antiga, em italiano:

Alberi di danza al chiaro di luna, rispondere alla mia chiamata!

Árvores começaram a brotar do solo. Elas agarraram as pernas de Mizuno.

– Acha que isso pode me parar? Tola! – disse Mizuno, que corta as árvores com suas garras, como se elas fossem manteiga.

– Garras do Leão! – grita Mizuno, que atira várias garras de ferro voadoras em Saki. Saki cria um escudo de energia espiritual, e rebate as garras.

– Surpresa! – diz Mizuno, que aparece atrás de Saki. Saki não consegue se desviar ou criar uma magia a tempo. Ela é atingida na barriga. Mais sangue. Saki caí no chão.

– SAKI! – gritei. – Merda!

Locke então me ataca. Ele me atinge no estômago, fazendo com que eu vomite sangue.

– Você é um inútil! – ri Locke. Ele joga uma bola de fogo em mim acertando em cheio e me ferindo. Desabo no chão sangrando. Locke aponta a lâmina de sua espada para minha cabeça.

– Você morrerá aqui... Você e sua amiguinha... – ria Locke. – É o seu fim!

Porém, dou uma risada discreta.

– Do que está rindo? – pergunta Locke.

– Acho engraçado que você esteja falando isso... – falei. – Pois quem deveria dizer estas palavras sou eu!

Uma luz começa a brilhar na barriga de Locke. De repente, seus poderes somem. As asas somem. A espada some. O ferimento na barriga dele começa a espirrar sangue.

– Mas... Mas... MAS QUE PORRA DE MERDA É ESSA?! – grita Locke.

Levanto-me. Meus ferimentos espirram um pouco de sangue, mas eu não ligo.

– Quer saber o que é isso? – pergunto. Enfio a mão no bolso, e pego um disco liso metálico. Tinha um botão no meio. Quando eu o apertei, oito pernas metálicas surgiram nele. – Esta vendo? Um Arachnid.

Arachnid? – pergunta Locke.

– Sim. – respondi. – São armas eficientes, que eram usadas em guerras que aconteciam em meu planeta. Sabe o que um Arachnid faz? Eles entram no corpo do inimigo, e expelem um veneno que sela as habilidades do oponente, mas isso só é possível se o oponente estiver em movimento. Todas aquelas lutas, todos aqueles golpes... Foram de propósito para que você se movimente, e seja envenenado por dentro.

– Quando você colocou esse troço em mim? – pergunta Locke.

– Lembra-se de quando eu consegui te fazer aquele corte com as facas? – perguntei. – Saiba que tinha um Arachnid escondido na lâmina do meu facão. Quando ele te atingiu, foi pelo ferimento que o Arachnid entrou.

– Merda! Desgraçado! – Locke então vira o rosto para Mizuno. – Mizuno! Mate esses dois agora!

– Entendido! – disse Mizuno. Porém, logo os poderes delas também estavam selados.

– O quê? Seu maldito... Quando...? – perguntou Locke

– Quer saber quando coloquei um Arachnid nela? Nunca! – falei. – Outra habilidade do Arachnid é que caso o inimigo esteja em grupo, mesmo que o Arachnid esteja apenas em um, todos os outros também terão seus poderes selados.

– Mas, e daí? Ainda podemos nos mexer! – disse Mizuno.

– Não por muito tempo. – falei. – Saki! O que acha de fazemos a Ressonância da Alma?

– Ressonância da Alma? Aquela magia em conjunto? Mas ela só é possível com dois amigos muito íntimos! – disse Saki.

– Ora, e não somos amigos? – perguntei.

– Espera ai! Olha, sei que fizemos coisas ruins, e quase matamos vocês... – disse Locke.

– Mas não precisam apelar para algo tão terrível! – disse Mizuno.

Olhei para os dois. Uma raiva brotava em mim.

– Escuta aqui... – falei. – Vocês podem até arrancar meus braços, ou minha cabeça... Podem arrancar meu coração fora, que no geral, eu levo na esportiva... Mas, em hipótese alguma, eu não perdoo quem machuca a Saki!

– Aki-kun... – disse Saki.

– Você, tábua. – falei apontando para Mizuno. – Você machucou a Saki! Não me importa se é homem, ou mulher, tanto faz... Mas quem machuca a Saki não recebe meu perdão.

– Certo! – disse Saki, se levantando. – Eu também não perdoo quem deixa o Aki ferido!

Nós demos as mãos e começamos a fazer o feitiço. Uma aura azul surgiu em volta de nós, e um súbito poder surgiu dentro de mim.

Resonance of the Soul. – falamos Saki e eu.

– Espera ai! – disse Locke. – Tenha piedade!

– Por favor, não faca isso! – implorou Mizuno.

Tamashī no kyōmei! (魂の共鳴).

Estendemos os braços. Uma rajada de energia espiritual foi lançada. Atigiu os dois inimigos de uma vez. Ambos caíram no chão, desmaiados e feridos.

– Nós vencemos! – falei. – Derrotamos esses caras!

Mas logo a animação acabou, pois meus ferimentos espirraram mais sangue, e eu caí no chão.

– Aki! – gritou Saki. – Você está bem?

– Estou ótimo. – respondi.

– Não fale bobagens! Você está sangrando! Não se anime muito, ou você perderá sangue. Pérai, que eu vou curar suas feridas.

Saki começou a usar magia de cura em mim.

– Droga, perdi muito sangue... Do jeito que tá, vou morrer. – falei.

– Não vai não! Enquanto eu estiver aqui, você irá viver! – disse Saki.

Em alguns minutos, meus ferimentos pararam de sangrar.

– Ei, Saki. Não se esforce muito. Você vai cair dura. Você gastou grande parte de sua magia na luta. – falei.

– Tudo bem... – falou Saki, sorrindo. – Não me importo. O importante é que você está vivo, e isso me deixa feliz.

– Mas... – falei. – Eu também estou feliz... Feliz por você estar viva...

Saki corou.

Enquanto ela me curava, olhei para o túnel por onde o Tetsuya e os outros seguiram. Será que eles estavam bem?

CONTINUA NO CAPÍTULO 008


http://www.youtube.com/watch?v=WBAtt2VZRTo

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.