Narrado por Victoria

Eu olhava as ruas de Los Angeles através do vidro do carro, isso me acalmava e me lembrava meu irmão. Eu precisava saber de toda a verdade senão enlouqueceria, por mais que eu tente esquecer tudo o que aconteceu cada vez que eu entro em um carro as lembranças me atingem como uma facada.

Olhei para o lado e Syn estava dirigindo, eu me lembrava dele, eu já tinha o visto antes, mas me recordei quando eu o vi, afinal não é todos os dias que se conhece Synyster Gates.

_Você está bem?- ele me deu uma olhada rápida e voltou a olhar o trânsito.

Eu suspirei e retirei a tiara do cabelo.

_Eu acho que sim.

O silêncio pairou e eu voltei a olhar para as ruas, eu sentia os olhos de Syn me observando, mas não me importei. Fechei os olhos tentando afastar as memórias ruins, e eu acho que dormi.

Senti meu corpo ser carregado para algum lugar, deixei a curiosidade de lado e mantive meus olhos fechados, não queria pensar em nada, apenas esquecer aquela loucura toda.

Abri meus olhos lentamente e observei onde estava, era um quarto de hotel, olhei para baixo e eu ainda estava com o vestido de noiva. Me sentei na cama e observei a janela, estava de noite, passei a mão pelo rosto desnorteada e me levantei.

Caminhei até a porta e abri, olhei em volta e encontrei Syn me encarando, ele estava com uma garrafa de Vodka, seus olhos me analisaram e eu desviei o olhar. Ele se levantou e se aproximou ficando de frente para mim, o cheiro de álcool e cigarro invadiu o ambiente e ele me olhava sério.

_Está melhor?- deu um gole de Vodka ainda me olhando.

_Sim, obrigada por me ajudar.- dei um sorriso e ele retribuiu.

Eu olhei em volta curiosa para saber onde estava, caminhei até o sofá e me sentei, prendi meu cabelo em um coque e olhei Syn que ainda estava parado no mesmo lugar.

_Precisa de alguma coisa?- ele me olhou e seu rosto estava inexpressível, ele caminhou até a mesa colocando a garrafa lá.

_Na verdade, sim.- me levantei me aproximando dele.

_Pode me emprestar uma tesoura?-ele arqueou uma sobrancelha e me olhou, depois de algum tempo ele andou até o quarto e voltou trazendo consigo a tesoura.

_Aqui está.- me entregou a tesoura meio desconfiado.

_Obrigado.- peguei a tesoura e caminhei até o quarto. Fechei aporta e retirei meu vestido de noiva e o analisei, eu precisava de uma roupa por enquanto e certamente Syn não teria nenhuma aqui.

Me sentei na cama e andei até o banheiro, lá dentro de um armário havia uma caixa com um kit de costura, voltei e me sentei na cama. Comecei a cortar o vestido no tamanho que eu queria e depois costura-lo para que não parecesse um vestido velho. Analisei novamente o vestido e sorri, esses anos todos na faculdade de moda não foram em vão.

Me olhei rapidamente no espelho do banheiro e andei em direção da porta a abrindo, tomei um susto ao ver Syn parado de frente para mim com as mãos no ar pronto para bater na porta. Ele abaixou a mão e analisou meu corpo e eu corei, ele viu o vestido recém cortado e sorriu aliviado.

_Eu não sei seu nome.- ele me olhou curioso e eu passei a mão no cabelo soltando meu coque.

_Victoria Jones, mas pode me chamar de Vick.- o olhei e ele sorriu satisfeito.

O silêncio pairou e ele se sentou no sofá.

_Mas então, quem era aquele cara que estava te seguindo?- eu paralisei e fiquei calada, depois de um tempo respondi:

_Meu noivo.

_E por que estava fugindo dele?- me encarou e eu suspirei.

_Por que eu descobri que ele está envolvido no assassinato do meu irmão.

Ele arregalou os olhos e eu dei um sorriso triste, desde que eu recebi o telefonema eu não tinha falado isso com ninguém, nem mesmo com a minha mãe, mas ele parecia não ser um psicopata.

Depois disso o silêncio pairou na sala, eu sabia que ele tinha se assustado com o que eu tinha falado, mas eu tinha que desabafar.

Continuei parada no mesmo lugar e Synyster se levantou caminhando até mim, parou de frente para mim me olhando e eu fui pega de surpresa quando ele me abraçou, Syn como os outros sentia pena de mim, tentei não chorar com isso, mas me mantive forte. Eu retribui o abraço e aí que eu vi o quanto precisava de um, perdi as forças com o abraço dele, mas me mantive em pé. Nos separamos e ele segurou a minha mão.

_Sinto muito.- Syn apertou a minha mão e eu retribui, ele parecia estar sendo sincero e por mais que eu quisesse que ele fosse meu amigo não podia envolve-lo nessa bagunça.

Eu soltei sua mão e dei um passo para trás me afastando.

_Você tem um telefone?- ele me entregou o seu celular e eu disquei um número já conhecido por mim.

_Ryan?- ouve um silêncio na outra linha e depois um grito.

_AHHHHHHHHH sua ingrata, onde você estava? Sabe o que eu passei com esses paparazzi?- ele estava puto comigo.

_Fugindo. Tenho novas noticias sobre aquele assunto, mas primeiro, eu preciso que me busque.

Entreguei o celular a Syn indicando para que ele passasse o endereço. Depois de um tempo ele desligou e jogou o celular no sofá.

Eu olhei pela janela esperando e cerca de vinte minutos depois o carro dele estaciona em frente ao hotel, Ryan buzina e eu aceno.
Eu encaro Synyster que me olhava com um ar preocupado, andei até ele e o abracei.

_Obrigada por tudo.- ele me apertou contra si e ficamos assim um tempo, nos separamos e eu fui em direção a saída.

_Eu vou te ver de novo?- me olhou curioso.

Eu parei com a mão na maçaneta e o encarei.

_Pertencemos a mundos diferentes Gates.

Fechei a porta caminhando em direção ao elevador, ouvi a porta atrás de mim ser aberta e me virei, Syn estava lá me olhando, coloquei o cabelo atrás da orelha e sorri, ele retribuiu o sorriso e eu entrei dentro do elevador. Caminhei pelo hall do hotel e encontrei um Audi r8 estacionado, caminhei até Ryan que estava encostado no carro e o olhei.

_Sua vaca! Eu quase morri para tirar aquele monte de paparazzi da frente do ateliê.- me olhou bravo e eu o abracei, a sua personalidade mudou completamente e ele retribuiu.

_Você está bem?- eu acenei com a cabeça negativamente e ele me apertou mais.

Entramos dentro do carro e eu contei tudo a Ryan enquanto íamos para o ponto de encontro. Ryan era meu amigo de infância e fotografo pessoal. Ele esteve comigo em todas as horas e eu com ele, até mesmo quando ele me disse que era gay.

O carro estacionou em frente a um galpão abandonado, ninguém jamais vinha aqui a não ser eu e Ryan. Puxei o portão empoeirado revelando o meu arsenal de carros. Aqui ficavam todos os carros que eu ganhava em corridas aqui em Los Angeles, mas só desta cidade.

Eu tinha um arsenal de carros assim em cada cidade que passava e sempre estavam lotados. Eu olhei em volta tentando achar o meu carro no meio deles, quando encontrei, corri até ele igual uma criança quando ganha presente.

_Filho!- gritei sorridente entrando dentro do Lamborghini, eu corria para substituir o meu irmão nas pistas, mas eu admitia, eu amava entrar no carro e correr pelas ruas sem medo da morte.

Ryan entrou em seu outro carro e buzinou, dei partida no carro me aproximando dele, paramos um do lado do outro.

_Está pronta?

_Eu nasci pronta baby!- dei uma piscadinha cantando pneu logo em seguida, era a hora do show.