O fim de semana passou e eu estou muito ansiosa para ir passear na ilha Koma, porém também estou nervosa, porque eu não sei o que há naquela ilha, mas eu nunca saberei se eu não for. Chegou a hora de pedir a papai, tomara que ele deixe...
Papai! Ele se virou para mim...
A Cloe, Rose e eu combinamos de ir passear de barco É claro que eu não ia falar que nós íamos na ilha Koma, senão ele surtaria E eu queria saber se... você deixa?
Mas quando que vocês vão?
Na segunda.... Quer dizer, amanhã!
Como assim amanhã? Dava para ver como ele não gostou muito da data...
Tem algum problema ser amanhã? Perguntei com um tom de ironia...
Não, mas amanhã eu começo a trabalhar, e eu não poderei te levar ao píer...
Mas saindo da escola nós vamos direto, para lá, não é muito longe Então ele sorriu, e disse...
Então está bem, pode ir mas leve seu celular! Eu, involuntariamente sorri, e fiquei mais ansiosa do que antes, então enquanto eu subia as escadas papai grita Ah! E leve um pacotinho zip clac para não molhar o celular!
OK pai! Boa noite!
Fui correndo para meu quarto e liguei para Cloe, avisando que eu ia, fiz o mesmo para Rose, então fui me arrumar para dormir.
Quando acordei, corri me arrumar, pensando que estava atrasada, coloquei um biquíni, a roupa, arrumei meus cabelos, e passei só um gloss, fui então abrir as janelas, e quando vi, o céu ainda estava no crepúsculo da manhã, era possível ver uma mistura de rosa, laranja e azul, era muito lindo, até tirei uma foto. Mas não tinha tempo para isso, então desci tomar café e.... onde está a Maria? Ninguém tinha acordado, olhei no relógio e era 5:25, então fiquei assistindo TV enquanto esperava Maria, e papai acordar, o que não demorou muito, primeiro veio Maria, que correu fazer café, nem notou que eu estava ali, alguns minutos depois veio papai que logo que chegou no pé da escada disse:
Bom-dia querida! E veio me dar um abraço Dormiu bem?
Sim sim.
O café está pronto! Podem vir!
Fomos comer, as deliciosas panquecas de Maria, que ela chamava de pando (que significa: panqueca doce). Depois de comer, retoquei o gloss, e fui esperar o ônibus, junto da Cloe e Rose, ficamos conversando sobre, o nosso passeio, até chegarmos na escola, onde finalmente paramos, pois não queríamos que ninguém ficasse sabendo que íamos para a ilha Koma.
Quando a aula acabou eu liguei para meu pai, avisando-o que já estava indo para o píer com as garotas...
É aqui? perguntei para elas...
É sim! respondeu Rose...
Rô cadê o seu barco? Cloe estava muito animada
Cloe, é o píer 17 ela já havia perguntado umas mil vezes o número do píer, como ela é esquecida, e também desatenta!
Enfim chegamos ao píer 17, entramos no barco de Rose e partimos, resolvemos dar uma volta antes de ir para a ilha, e depois de tanto andar eu e Cloe, queríamos ir para a ilha logo...
Ta bom! Vamos para a ilha, já que vocês querem tanto! percebi um pouco de medo na voz de Rose...
Nós paramos bem longe da praia, e Rose até desligou o motor.
A... Rô, por que não estamos na praia? disse Cloe, e eu também pensei o mesmo...
Achei que a gente ia só dar uma volta ao redor da ilha, não se aventurar nela! ela sabia sim, só que estava com medo de ir até lá
Pode parar Rô! Eu sei que você só está um pouco nervosa... eu consegui convencer Rose a ir pelo menos até a praia...
Mas ao tentar ligar o motor, o marcador da gasolina estava vazio...
O que que ouve?
A gasolina acabou!
Todas nós ficamos em silencio por um tempo, para pensar no que fazer, e quando me vem uma ideia na cabeça... BUM... ouve um barulho, e Cloe gritou:
Te-tem um buraco no barco! Rose quase desmaiou, Cloe se desesperou, e eu fiquei pensando, olhei pra ilha, olhei pro barco, e tive uma ideia...
Meninas fiquem calmas! Eu sei um jeito de sair do barco! Vamos nadando até a ilha, e lá eu peço ajuda pelo celular...
Eu pisquei para Cloe, e ela pegou na mão de Rose e pulou na água...
Você está louca Cloe?
Era o único jeito de te fazer entrar na água... Cloe nem terminou a frase e Rose já estava na frente, nadando de um jeito estranho, como não estávamos muito longe dava pra nadar até lá. Quando entrei na água senti seu gelo, mas depois me aqueci.
Ao chegar na praia, vi que a ilha tinha uma enorme e linda floresta, era também possível ouvir o canto dos pássaros, e algo me dizia para entrar dentro da floresta, mas tive que conter minha curiosidade e ligar para meu pai, disquei o número, mas...
Ai, eu não acredito! minha vontade era jogar o celular na areia e pisar em cima...
O que ouve? perguntou Rose, e eu percebi que ela estava com medo, mas não disse nada...
Não tem sinal aqui!
Vamos subir, talvez lá em cima tenha sinal... finalmente Cloe deu uma boa ideia...
Podem subir, eu fico aqui...
Ta bom pode ficar ai, sozinha... disse Cloe...
Rose correu para nos alcançar, continuamos a subir a montanha, já estávamos muito cansada, quando chegamos a uma linda cachoeira, com várias pedras, tivemos de passar por elas eu e Cloe saltamos para uma mais abaixo, mas Rose ficou com medo...
Vamos Rose você consegue! eu disse tentando encoraja-la...
Não eu vou cair! Rose virou para o lado Tem que ter outro jeito! ao dizer isso ela deu um passo para frente, e, foi possível ouvir seu grito, ela caiu em um buraco, fomos até ela e perguntei...
Você está bem?
Não muito! Eu cortei a mão em uma pedra!
Você consegue subir?
Não é muito íngreme!
Quando fui falar para Cloe pegar um cipó, ela já estava com um na mão...
Aqui! Tenta pegar! Cloe jogou o cipó dentro daquele buraco, Rose conseguiu pegá-lo mas ele se quebrou... fazendo com que Cloe também caísse dentro do buraco, não sabia o que fazer, olhei a minha volta, vi um galho cumprido fui pega-lo mas escorreguei no musgo e também cai...
E agora? disse Rose, ela estava assustada, também o corte foi feio, peguei um pedaço do cipó e enrolei em sua mão, enquanto que Cloe procurava uma saída, sem ser aquela pela qual entramos...
Gente! Olha só isso! pareceu que ela encontrou uma saída, mas na verdade não...
Entramos naquele tipo de porta e vimos uma pequena piscina natural, e a água tinha uma coloração suave de azul escuro, era tão lindo, as paredes, eram de pedra, e no teto, em um dos cantos havia um buraco, por onde foi possível ver que estava anoitecendo, tínhamos de sair dali... e rápido...
Eu vou entrar! disse Cloe, bem decidida
Mas voc.... ela me interrompeu...
Calma, acho que tem uma saída... ela mergulhou, nós duas ficamos esperando, e Rose já estava preocupada, e levamos um susto quando Cloe emergiu...
Tem uma passagem lá em baixo... me animei, mas Rose não pareceu muito feliz. Pulei dentro da piscina, mas Rose não, entao falei com ela...
Rose entra...
N-não...
Por que?
Eu não sei nadar!
Calma, vai dar tudo certo, pode confiar em mim! Ela entao, entrou na piscina, mas ainda segurava minha mão, como se quisesse se segurar para não afundar, olhei para ela e disse bem baixinho...
Respire fundo... e fique calma...
Mas, antes que pudéssemos pensar em mergulhar, a água começou a borbulhar, porém não estava quente, a lua estava bem no buraco, como se tivesse sido feito para isso, e brilhava feito um refletor...
O que está acontecendo? perguntou Rose, que segurou com mais força minha mão...
Nossa! Que lindo! disse Cloe...
Eu havia ficado sem palavras, mas por fim mergulhamos e saímos dali nadamos até o barco, ficamos perto dele até que, a guarda costeira apareceu e pediu que fossemos até a parte de traz do barco, eles entao nos levaram para o píer, onde estavam meu pai e os pais de Cloe e Rose, e tivemos a mesma ideia, não falar nada sobre a caverna.
Quando chegamos em casa meu pai me deu uma bronca, entao lhe expliquei que o barco quebrou, e que nos perdemos na floresta procurando sinal de telefone, por mais de ter levado uma bronca daquelas, não fiquei de castigo, mas depois ele me mandou trocar de roupa e dormir...
O que será que aquilo significou, bem... fiquei pensando nisso durante o resto da noite...