—Ei, ei, deixa minha porta inteira, por favor?! –Theo disse deitado no sofá, apenas levantando a cabeça. –Tá fugindo de quem? Do Hulk? –ele disse rindo vendo-a trancar a porta.

—Tio Bruce seria a última pessoa que eu fugiria, ele é meu padrinho. E realmente, o sarcasmo está embutido no sangue dessa família. –ela disse colocando sua mochila sobre a cadeira e as chaves na mesa. Levantou as pernas do seu irmão e sentou-se junto a ele no sofá.

—O que você aprontou agora? –disse a olhando sério.

—Tô fugindo do Senhor Stark. –ele riu.

—Então se queria fugir dele, deveria ir pra lua, ainda assim, ele é capaz de chegar até lá. Por que aqui, ele tem livre acesso, minha querida. –ela fez uma careta para ele.

—Ele não virá... Eu tenho uma pessoa para persuadi-lo a não vir... –os dois se olharam, sorriram e disseram juntos.

—Mamãe.

—Mas uma hora até ela vai cansar. Porém, não irei tocar nesse assunto. –ela suspirou. –Entretanto, em outro assunto. Steve Selene? Porra... Tanto cara por aí e justo ele?

—Eu não sabia que era ele, eu juro. Ele estava sem uniforme e eu bêbada. E ele foi muito legal comigo, eu estava irritada com papai e ele me aconselhou a ignorar essas discussões, pois eu poderia me arrepender no futuro. A gente mais conversou que qualquer outra coisa. Não sei por que o papai não gosta dele. –Theo se sentou, ficando um tanto tenso. –Você sabe?!

—Sei, mas não vai ser da minha boca que você irá saber. Vai ter que perguntar para o Papai ou pro seu namorado.

—Ele não é meu namorado. –disse franzindo o cenho.

—Tem certeza? Por que eu tenho umas “trocentas” mensagens dele, perguntando sobre você, inclusive uma que ele pede desculpa para mim, que sou amigo dele, pois ele não sabia que você era minha irmã e filha de quem é. E mais “umas par” de mensagens dele me pedindo para passar seu celular. –ela arregalou os olhos.

—Você não passou né? –ela levantou-se nervosa, passando a mão na testa.

—Deveria ter feito, pra você aprender a arrumar as cagadas que faz, mas não, não fiz. Você sabe que ele e papai só conversam o suficiente e eu sou a ponte de ligação dos dois. Espero que você não seja a parte que irá quebrar essa ponte. –ele a olhou sério.

—Eu nunca faria isso... Não de propósito. –riu dela mesma e Theo também.

—Puta que pariu, por que você é tão Tony Stark?! –ambos riram. Ele levantou deu um beijo na testa dela e foi indo em direção ao seu quarto. Quando estava entrando no corredor ele disse. –Só uma coisa, eu não sou o único que tenho o seu celular, e um cara como o Rogers, conhece vários meios de consegui-lo.

Ao mesmo tempo em que ela teve um calafrio de medo, no que seu pai iria fazer sobre isso, ela gostou da ideia de que talvez, Steve estivesse mesmo interessado nela. Balançou a cabeça, como se quisesse esquecer os pensamentos.

—Até parece... E eu não vou querer ser responsável pela morte do meu pai.

(...)

Nunca o vi subir tão rápido aquelas escadas. Ele nunca as usava. Quando ele chegou, olhou para a sala e depois para mim falando praticamente aos berros.

—SUA FILHA! SUA... EU VOU MATÁ-LA. Não... Eu... Eu vou... –Tony colocou a mão no peito se apoiando no corrimão da escada e eu entrei em pânico.

—ANTHONY STARK, NÃO MORRA... VOCÊ PROMETEU QUE NÃO IRIA MORRER ANTES DE MIM. –ela se aproximou dele, puxando-o para sentar no sofá.

Tony respirava com dificuldade.

—Friday, ele tá tendo um infarto? –Pepper disse nervosa para a AI.

—Não Senhora Stark, é apenas uma crise de ansiedade forte. Quer que eu chame uma ambulância?

—Não. –Tony finalmente disse com um pouco de dificuldade. Pepper olhou para ele brava.

—Se você morrer aqui eu te mato. –disse e Tony começou a rir. –Do que está rindo? –ela perguntou brava.

—Pep, isso é incoerente, se eu morrer você me mata. –ele suspirou profundo. –Ainda bem que eu tenho você pra me fazer rir. –aos poucos sua respiração ia voltando ao normal.

—Está melhor? –Pepper disse segurando o copo de água que ela correu pra pegar. Ele fez sim com a cabeça pegando o copo e bebendo o líquido. –Dá pra falar o que aconteceu?

—Cadê Selene? –ele disse após beber toda a água. Pepper esperta que era, escondeu dele que a filha estava na casa do seu filho mais velho.

—Não sei, ela saiu correndo que nem uma louca. Eu achei que vocês tinham se entendido. –ela sentou ao lado dele.

—Tínhamos... Até eu ver aquele vídeo. –Tony se levantou. –Tantos homens nessa terra, de todas as raças e cores, e ela o escolheu. Justo ELE! Podia ser até o filho do capeta, mas ele não.

Pepper o olhava sem entender ainda, então ele disse para Friday:

—Friday, mostre o vídeo da festa de confraternização que o Hospital da Selene fez. –Na parede da sala, a AI projetou o vídeo, Pepper assistia ao vídeo quando ela se levantou do sofá dando um grito. Tony a olhou mais bravo, porque foi um grito de alegria e surpresa ao mesmo tempo.

—Você apoia isso? Eu sabia que ia gostar. Eu... –ele passava a mão na cabeça indo em direção ao elevador da oficina.

—Tony... –Ela disse tentando se aproximar dele.

—Não Pepper... Eu... Eu vou sair tá... Preciso de ar. –a porta do elevador fechou e Pepper sorriu olhando para o vídeo de novo. Olhou para o elevador e suspirou. –O que eu vou fazer com vocês dois!!

(...)

Uma semana se passou e nem Tony nem Selene se falaram. Ele ainda estava inconformado com o que ela tinha feito e ela estava literalmente com medo de enfrentar seu pai. Ela estava no Hospital Infantil, fazendo o atendimento, pois como estava praticamente no último ano da Universidade, ela já podia atender pacientes. Estava com a cabeça tão cheia, entre provas, a residência que iria prestar e ainda ter que dar seus plantões - não que isso para ela fosse tão complicado pela sua capacidade e inteligência, mas era um tanto estressante - que ao dobrar um dos corredores do hospital trombou com tudo em um rapaz que trazia em suas mãos um copo de café, cujo caiu todo na roupa dela.

—Ahhh que ótimo... Era só o que me faltava!! Você não olha por onde anda cara? –ela disse ainda parada e toda suja de café, altamente irritada.

—E você sempre anda com olhos voltados para o chão? –o rapaz disse em tom calmo, mas autoritário.

Na hora que ela levantou a cabeça, pronta pra mandá-lo à merda, ela parou. O rapaz abriu um sorriso enorme quando seus olhos se encontraram. Selene literalmente ficou em choque.

—Vo-você! –ela disse assustada e virou-se, se afastando dele, que automaticamente segurou o seu braço.

—Ei, não fuja de mim! Você faz isso há dias, filha do Stark. –ela o olhou com ódio. –Você é a cara da sua mãe, mas esse gênio é todo do Tony. –disse rindo.

—Já que eu sou “toda meu pai”, a gente não tem o que conversar. –ela puxou o braço e foi se afastando dele, praguejando baixo. O que ela não esperava era que ele iria segui-la.

—Você é sempre assim com os estranhos? –ele disse a seguindo.

—Não... Sou pior. –Steve riu. –Ainda mais quando eles me dão banho de café.

—Desculpa, mas você não devia andar olhando para o chão, seus olhos são muito bonitos para não serem vistos. –Selene parou e falou em tom baixo pra ele.

—Meu, o que você quer comigo? Você sabe que eu não posso falar com você. Deixa-me em paz, por favor. –Steve a olhou entendendo aonde queria chegar, mas ele continuou.

—Você não pode e não quer ou você não pode e gostaria? –Selene abriu a boca pra responder, mas resolveu continuar andando. Steve a provocou. –Isso é um sim para a segunda? Eu vou continuar te ligando, ok?! –Selene nem se virou e dobrou o corredor passando por uma porta onde só funcionários entravam, Steve riu. –Agora eu entendo o porquê do Stark chamar a Virgínia de Pepper, e sua filha é tão ardida quanto sua mãe.

Selene entrou no vestiário, arrancou a roupa suja de café. Abriu o armário e pegou uma camiseta, se trocava quando seu celular tocou, ela já estava tão atormentada que nem viu quem era.

—Alô?

—Eu ganhei meu dia hoje! Você me atendeu. –Selene ficou muda. –Tá aí ainda?

—Steve... –ela disse quase implorando. –Por favor, você sabe que eu não posso... Cara vai procurar uma modelo, sei lá, uma heroína, alguém da SHIELD. –Steve riu.

—O que você sabe sobre a SHIELD? –perguntou intrigado.

—Nada, só que eles recrutam agentes bonitas, como dizia minha mãe. Então, já que você os conhece, vai lá e arruma uma garota, mas não eu.

—Tudo isso por causa do seu pai. E se ele não souber? –Selene riu.

—Ele sempre sabe, Steve. Meu pai é o olho que tudo vê. –ela disse e riu do que falou.

—Mas eu sei de um lugar onde ele não tem acesso. Então, topa em conversar comigo? Ainda não vou considerar um encontro, Srta. Stark. –Selene suspirou.

—Você não vai desistir né?

—Não é meu feitio desistir tão fácil... Então?!

—Tá, tá bom. Mas você promete que meu pai não vai saber e que depois disso você me deixa em paz?

—Prometo... Só a primeira pergunta. –Steve desligou o celular. Selene ao mesmo tempo que ficou nervosa ela sorriu e aquele calafrio percorreu sua espinha novamente.

(...)

Desde o dia que ele viu o vídeo da sua filha com o cara que ele tinha certo rancor, Tony se enfiou na oficina e lá passava todo o tempo. Pepper tentou algumas vezes falar com ele, mas ele também estava bravo com ela, pela reação que ela teve, como se Pepper tivesse gostado da situação. Como ela o conhecia muito bem, sabia que não adiantaria insistir numa aproximação, mas também sabia que Tony Stark não conseguiria ficar muito tempo longe dela. Foi questão de tempo até ele mesmo perceber isso. Ele saiu da oficina e procurava por ela pela casa.

—Friday, cadê a Pepper?

—Ela está caminhando na praia Senhor, quer que eu estabeleça contato?

—Não, eu vou até lá. –disse já saindo pela porta indo em direção a faixa de praia que a casa tinha acesso.

Tony arrancou os tênis e a camiseta, e avistou Pepper parada olhando para o mar. Ela adorava o mar, ele sabia que se deixasse ela ficaria horas ali. Ele foi se aproximando, ela apenas virou a cabeça para ele e depois para o mar novamente.

—Pep...

—O quê? Tá falando comigo de novo? –disse sem desviar o olhar. Tony coçou a cabeça. Virou-se para o mar e ficou parado do lado dela.

Pepper não abriu a boca, a única coisa que se ouvia era a barulho das ondas do mar. Tony não suportando o fato dela não falar com ele começou:

—Desculpa-me! Você sabe que eu tenho problema em lidar com pressões e principalmente se tratando de Selene. E o que eu vi, naquele vídeo, você sabe Pepper. –ele gesticulava nervoso pra ela. Ela o olhou séria e falou calmamente.

—Não passou pela sua cabeça perguntar para ela o que aconteceu? Não. Como sempre VOCÊ sempre tira conclusões precipitadas das coisas e acaba fazendo merda. E depois quer julgar a nossa filha pelo que faz. O senhor já fez coisa muito pior, não é? E eu me lembro de cada detalhe. –Tony abriu a boca, mas fechou sabendo que ela falava do passado dele com mulheres. –Ou é apenas o fato dela ser mulher e estar fazendo as mesmas coisas que você?

—Na-não... Ah pode ser...não sei Virgínia... –ele disse aparentemente nervoso. –Acho que é o fato dela ser a minha filha e eu não querer que falem dela. É isso! –Pepper sorriu ainda olhando para o mar. Virou-se para ele e continuou.

—Qual o problema dela sair com Steve? –Tony olhou feio para ela.

—Quer que eu enumere pra você? –Pepper riu e começou a caminhar, Tony a acompanhava.

—Fale quais são os seus motivos...

—Idade? –Pepper gargalhou. –Ele é um matusalém Pepper.

—Não aparenta a idade que tem e você sabe disso. Aquele soro lá que ele tomou, não o faz envelhecer. –Tony ainda franzia o cenho para ela. –Quais outros?

—O fato de ele ser o Senhor certinho em tudo que me irrita e o fato de eu imaginar ele... –Tony engoliu seco, Pepper parou e olhou para ele. –Dele e ela dormirem juntos. –Pepper riu dele.

—Ciúmes Senhor Stark? –ela disse envolvendo o pescoço dele com os braços, olhando nos seus olhos. Tony já sabia que tinha sido perdoado.

—Ela é minha menina Pepper, minha pequena, sempre vai ser.

—Ela é uma mulher adulta, Senhor Stark. Que ganha seu próprio dinheiro e não vive à custa da herança do seu pai. E que eu já ouvi dizer que ela é uma excelente pediatra. Que mais? –Pepper o provocava beijando seu pescoço.

—E... O fato de ele saber da morte dos meus pais e esconder de mim. –ela o olhou.

—Agora sim! Era nisso que eu queria chegar. Eu acho que os outros motivos você consegue superar, com minha ajuda é claro, mas este, eu não posso te ajudar. É você que tem que perdoá-lo. Ele lhe disse o porquê ter feito.

—Ele era meu amigo Pepper. –Disse alterado. –Achei que podia confiar nele.

—E pode! Ele não te ajudou quando você precisou? –Tony aquiesceu mesmo em controvérsia. –Ele te deixou uma carta explicando não?! Então, se não há mais motivos... –ela o beijou castamente. Tony não se conteve e a puxou para um beijo cheio de segundas intenções.

—Eu não estou de acordo. Eu não quero os dois juntos. –disse com a respiração irregular, após o beijo. Pepper beijava seu pescoço, correndo as unhas pela costa dele. –Eu... Você está me desconcentrando, Srta. Potts. –Pepper riu.

—A culpa é sua que ficou longe de mim uma semana, eu estou com saudade. –Tony deu o sorriso maroto que ela mais amava e a pegou no colo.

—Pois não vamos mais desperdiçar o tempo... –disse a beijando. –Não terminamos essa conversa. –Pepper fez sim com a cabeça.

(...)

—Mas que lugar estranho... –Selene disse entrando no prédio que Steve falou para eles se encontrarem.

—Você deve ser a filha do Stark. Com essa camiseta de banda de rock e a cópia perfeita de Pepper. –uma voz feminina soou no hall do prédio. Selene a olhou e na hora a reconheceu.

—Natasha? Tia Nat? –Selene lembrava-se pouco dos Vingadores, pois quando ela nascera Tony já não atuava como um herói mais; ficava apenas nos bastidores do governo e da SHIELD.

—Você é a cara da sua mãe. –Natasha disse a abraçando. –Lembro-me de você pequena, de colo ainda. Mas pelo visto, sua personalidade é toda do Tony. –Selene fez uma careta.

—Ninguém é perfeito. –Natasha riu.

—Inclusive o sarcasmo. Vocês estão preparados pra isso?

—Sarcasmo é mal de família. Isso o quê? –Natasha se encostou ao balcão do hall.

—Esse relacionamento que vocês dois estão querendo começar.

—Não tem relacionamento nenhum. Eu só vim conversar e colocar um ponto final nisso. –Natasha riu.

—Bom, espero que você se convença disso, por que vocês dois juntos, são um par e tanto. Ele está no oitavo andar. Seu pai continua igual? –perguntou quando Selene caminhava para o elevador.

—Do mesmo jeito, só mais grisalho... –Natasha sorriu.

—Todos estamos, por isso temos os Novos Vingadores e tenho certeza que tem uma vaga pra você. –ela disse em tom baixo para que Selene não ouvisse.

Selene entrou no elevador apertando o número indicado por Natasha. A porta se abriu, ela saiu e havia uma secretária na recepção.

—Olá, posso ajudá-la?

—Capitão Rogers fica aqui?

—Você é a Selene Stark? –ela fez sim com a cabeça. –Por favor, por aqui. –a moça levantou-se seguindo um corredor. Selene pensou na hora “minha mãe tinha razão”, se ali era a SHIELD ou uma parte dela, a atendente era linda.

—Por favor, fique à vontade. Quer um café, um suco, uma água?

—Um café, por favor. –a moça aquiesceu e sentou numa das cadeiras.

Parecia um escritório, mas Selene estava desconfiada que o lugar fosse apenas um disfarce. Viu umas fotos num armário e aproximou-se deles. Tinha foto de Steve na segunda guerra, e outras duas que chamaram a atenção dela. Uma onde estava os Vingadores e seu pai estava ali, ela sorriu. E a outra onde estava Steve com o seu avô, Howard.

—Não sabia que ele conhecia o vovô. –ela falou em voz alta.

—Seu avô que me aplicou o soro do super soldado. –Steve disse parado na porta, assustando-a. –Ele que inventou a máquina que me transformou no que sou.

—Como ele era? –perguntou se sentando na cadeira próxima a mesa. –Papai não fala muito nele, aliás, não fala muito em nenhum dos dois. –Steve abaixou a cabeça e suspirou.

—Ele era um grande cientista. Sua avó era maravilhosa. Tocava um piano perfeitamente, Tony tocava com ela às vezes. –ela arregalou os olhos para ele. Steve sentou na cadeira ao lado da dela.

—Meu pai toca piano? –Steve riu.

—Tem muita coisa sobre seu pai que você não sabe, mas pergunte a ele. Peça pra ele tocar pra você, ele ainda tem o piano branco na sala? –Selene fez sim com a cabeça. –Era da sua avó. Maria. Ela era uma mulher e tanto, sempre firme com Howard e também sempre companheira. Seu avô era de uma inteligência fora do normal. Ele foi um dos fundadores da SHIELD, junto com Fury.

—Você frequentava a casa deles? –Steve aquiesceu.

—Quando eu conheci seu pai, ele tinha uns 12 anos. –Selene fez uma cara pensando na idade de Steve que percebeu.

—Está pensando na minha idade né?

—Nã-não... Tô... Estava... –ela riu.

—A vantagem de se ter um soro de um super soldado... Não envelhecer. Mas também seja minha maldição, ver quem eu amo morrer. –ele abaixou a cabeça triste.

—Você pode me contar o porquê vocês dois se odeiam tanto?

—Eu não odeio o Tony, mas ele tem muita mágoa de mim e eu sei que eu fiz algo muito ruim a ele. Além de nós não concordarmos em alguns assuntos que envolviam nossos amigos. Porém não sei se eu devo lhe contar isso.

—Theo disse para perguntar ou pra você ou pro meu pai... No momento, por sua causa, estou sem falar com meu pai. –Steve riu.

—Por quê?

—Por medo. Ele viu o vídeo em que nós... –ela ficou sem jeito, Steve fez que não entendia e ela virou os olhos como Pepper. –Que nós nos beijamos, na festa. –Steve sorriu.

—Foi um beijo muito bom. –Selene corou. –Ou não, porque você desmaiou logo depois. E quando eu vi a foto do seu pai e do Theo no seu celular...

—Entrou em choque? –Steve sorriu.

—Não, fiz a coisa certa. Chamei seu irmão. Eu sei o quanto Theo te protege. E acho que você ganhou mais um protetor. –Ele apontou seu dedo para ele a fazendo sorrir. –Ainda bem que você desmaiou em minhas mãos, e se fosse outro cara? Talvez ele não tivesse o mesmo bom senso que eu.

—É eu sei... Eu estou diminuindo com as bebidas e extravagâncias. Prometi ao meu pai que iria tentar. E também estou mais voltada para minha nova profissão. Acho que finalmente me encontrei.

—Que bom! –a secretária bateu na porta e depositou a bandeja com dois cafés sobre a mesa, se retirando logo em seguida. Selene nem esperou, já foi pegando a xícara, adoçando-a, Steve só a observava. –Pelo jeito você gosta de café. –ele disse pegando a outra xícara.

—Meu vício, eu sei. Na verdade um dos meus vícios. –Steve a olhou assustado. –O primeiro é chocolate. –ele sorriu.

Ele só a observava até ela se incomodar com isso e pelo fato do silêncio entre os dois.

—Para de me olhar desse jeito... –Ele sorriu. –Bom, eu fiz minha parte do combinado. Vim aqui, conversamos agora você vai me deixar em paz?

—Eu não prometi isso. E eu também não quero te deixar em paz. –ele pegou na mão dela que ficou sem jeito.

—Steve por favor, não dificulte as coisas...

—Jantar? Vamos jantar um dia desses? E você pode perguntar o que quiser sobre eu e seu pai, se não tiver coragem de falar com ele ou quiser ouvir as duas versões da história. –Selene suspirou profundamente, fazendo sim com a cabeça.

—Tá bem... Um jantar e não um encontro. Um jantar de amigos! –ele riu.

—Ok, Srta. Stark. Por enquanto seremos apenas amigos. –ela levantou-se e antes de sair ele pegou na mão dela. –Posso dizer uma coisa, eu realmente nunca senti isso por ninguém, até achei que nunca sentiria, não sei por que o destino fez isso com a gente, mas eu posso dizer que estou gostando muito de você, Selene Sophia. –Ela olhou nos olhos dele e deu um sorriso um tanto envergonhado. Steve pegou a mão dela e deu um beijo a deixando mais sem graça ainda, ela saiu tão sem jeito que trombou na cadeira que estava na sua frente. Acenou com a mão dando tchau, abriu a porta e saiu.

Entrou no elevador e falou:

—Meu Deus do Céu... O pior é que eu estou começando a sentir o mesmo por ele. –ela pensou, pegou o celular e ligou para sua mãe. –Mãe? Estou bem, estou bem mãe. Não, Mãe, preciso da Senhora, preciso muito. Não, em casa não, tá, lá na casa da Scar então. Encontro-te às 20h lá.