Guardioes de Deus: a Batalha nos Ceus

Capítulo 22 - A Comunidade do Sul


A Comunidade do Sul...

A visão da cidade era belíssima, o sol iluminando o castelo ao centro. Ele ocupava uma parte considerável da grande região. Um rio o envolvia e era preciso atravessar uma ponte de madeira para ter acesso à obra, passando pelo pátio chegava-se as suas três torres centrais. A iluminação que o sol infringida às torres entrava pelas janelas e clareava todo o recinto. No meio das colunas muitos rostos conversavam, o murmúrio geral invadia o salão nobre.

Um homem se encontrava ajoelhado, em um tapete vermelho que seguia por toda a extensão do local. Ele estava diante de três tronos, aguardava paciente as instruções que receberia após comunicar as novas que aflingiam a região.

O trono central era ocupado por uma mulher com grande vestido vermelho, cruzado na frente por uma faixa dourada. Um losângo era visto em seu peito exibindo sua pele, porém escondendo suas partes íntimas. Em sua mão direita segurava um cetro com uma jóia vermelha. O cabelo era branco, mas seu rosto mostrava uma mulher jovem. Seus olhos castanhos claros e sua boca grande davam um charme incomum a beldade. Ela ouvia todo o relato atentamente.

No seu lado esquerdo, uma outra mulher com cabelos azuis, olhos e roupas da mesma cor dos cabelos, também dispensava sua atenção para as palavras que acabara de ouvir.

Ao lado direito um homem sem cabelos usava um manto branco sobre o corpo, com um objeto dourado na cabeça, parecia um prato virado de cabeça para baixo. Estava com os olhos fechados meditava com as mãos coladas junto ao peito.

-Você tem certeza do que acaba de me dizer Uriel?

Sabia que era verdade, mas aquilo ainda soava tão distante, tão irreal que precisava ouvir mais uma vez para acreditar.

-Sim. Disse abaixando a cabeça.

-As aldeias litorâneas foram todas arrasadas, os inimigos avançam numa marcha impressionante, destroem tudo o que encontram pela frente. Nenhuma vida é poupada. Grupos isolados tentam resistir e fazer frente às hordas das bestas, mas não são páreos para detê-los. Muitos estão fugindo para o interior, tentando se proteger. Porém o destino final deles será refugiarem-se aqui na Comunidade do Sul.

-Não temos capacidade para comportar tantas pessoas. O homem abrira os olhos pela primeira vez.

-O problema não é a capacidade, mas sim que não temos escolha, teremos que ajudá-las. Dentro das muralhas da comunidade do Sul elas estarão a salvo.

-Mas até quando?

-Essas muralhas não caíram no passado, elas não cairão agora. Respondeu a mulher.

-Outra coisa me preocupa. \'\'Moscas\'\' começaram a surgir por toda a cidade, isto é um mal presságio. Continuou Uriel.

-As muralhas nos protegerão com certeza, porém não podemos ficar muito tempo dentro delas. Doenças estranhas começaram a atacar o povo da Comunidade. Parece que não temos opção. Se atacarmos morremos, porque o inimigo esta em número muito superior ao nosso. Se ficarmos ilhados dentro das muralhas da comunidade as doenças nós destruirão... Parece não haver saída. Se pelo menos as outras comundades nos ajudassem...

-Como isso é possível? Como chegamos a esse ponto? Indagou a mulher de azul ao lado.

\"Os livros\". Pensou a figura central.

-Podemos fazer alguma coisa por eles? Perguntou a figura ajoelhada.

-Minha querida Diana temos que mandar nossas forças para proteger os que tentam chegar até nosso refúgio. Senão eles não terão nenhuma chance, vão ser dizimados...

-E nossa ajuda?

-Não podemos contar com apoio da Cidade Superior, as outras comunidades estão com receio de nos enviar auxílio, tem medo de serem atacadas nesse meio tempo ficando assim expostas.

-Teremos que contar com nossas próprias forças. Clamou Diana.

-Estamos perdidos. Proferiu o homem no trono da esquerda.

-Uriel providencie para que estejamos prontos para chegada de nossos inimigos. Prepare a cavalaria para ajudar os necessitados que tentam chegar a nossa comunidade.

-Assim será feito.Uriel estava quase saindo, quando Diana o chamou.

-Uriel quem é o reponsável por isso?

As palavras que ele proferiu fez o corpo de Diana gelar.

-\'O Senhor das Moscas\'.

-Qual o tamanho de suas forças?

-A pior possível. Todas as suas legiões.

Ela sentou-se em seu trono espantada.

-Precisaremos de um milagre para nos salvar. Sussurou baixo.