Base da S.H.I.E.L.D., Nova Iorque (EUA)

02:27 P.M

“Obrigado Senhorita Campbell. Por enquanto essas são as perguntas de hoje. Mais tarde, após a reunião que teremos às 15:30h, você responderá mais algumas perguntas. Aproveite, você tem um pouco menos de 30 minutos de pausa.” Falava Coulson com o seu sorriso amigável, como se aquele tivesse sido uma simples entrevista de emprego ou uma prova oral, só que na verdade havia sido um interrogatório a respeito de seu sumiço da supervisão da Shield durante os últimos meses.

“Que bom. Espero que a próxima demore tanto quanto essa.” A ironia exalava de seu tom, fazendo com que o agente sorrisse abertamente mais uma vez antes de se retirar. “Droga, melhor se eu tivesse que ficar presa.”

“Cuidado com o que você deseja…” Ela escutou uma voz masculina falando isso do lado de fora da sala, mas percebeu que não era do Coulson, e sim de sua “babá”. “Você pode acabar conseguindo.” Diego entrou com o seu típico jeito de andar, com as mãos no bolso da calça e se encostando na parede, rindo da situação que a garota estava. “Ainda vai querer se entupir de doce e chocolate como da última vez?” Pergunta demonstrando só um pouco de preocupação, mas sem deixar o sarcasmo de lado.

“Credo, assombração.” ela leva uma mão ao coração, realmente assustada. “Quando for dar o ar da graça, pode pelo menos avisar, por gentileza?”. Então, levanta da cadeira e movimenta todo o seu corpo. “E nesse caso, eu acho melhor um porre. Eu juro que me jogo dessa janela se eu tiver que aturar mais perguntas de novo.”

“Boa sorte tentando isso… E muito melhor do que avisar… Da próxima que vez que eu chegar, eu leio a sua mente e digo o que você está pensando.” Diego começou a mexer a mão esquerda como se estivesse usando algum poder mágico, gesto que a garota não viu nenhum pingo de graça.

“Você sabe o que querem comigo?” pergunta, demonstrando verdadeiro interesse. Então, prende os cabelos castanhos em um coque frouxo, e assopra a franja de seus olhos.

“Pela forma como o Coulson está agindo… eu diria que ele quer algo de você. Possivelmente a sua colaboração… Mas no que seria, eu não faço a mínima ideia...” O agente também tinha as suas dúvidas sobre a presença da garota na agência de segurança.

Ela só acena com a cabeça, concordando. Também não fazia ideia, e queria aproveitar o pouco tempo que tinha para fazer algo realmente útil.

“Eu preciso de um café expresso.” declara, e então observa ao redor, procurando uma cafeteira ou algo do gênero. “E com muito açúcar.”

“Vamos, temos agora 20 minutos para isso” Diego olhava para o seu impecável relógio da marca Oakley, de estilo aventureiro só que sem deixar de lado os traços formais, vendo que o tempo estava correndo. “Se você tiver sorte, te apresentarei dois amigos meus que trabalham aqui. Você provavelmente se identificará muito com eles.” O rapaz aparentava estar com vontade de ir a cantina para comer e beber alguma coisa.

“Okay.” concorda, agradecendo mentalmente ao homem que a tiraria dali, pelo menos por alguns minutos.

Os dois foram andando em silêncio até o local combinado. Alguns agentes cumprimentavam Diego durante o caminho, que educadamente os respondia ou então cumprimentava respeitosamente eles, acenando positivamente com a cabeça. Blaire percebeu alguns olhares sobre ela, alguns de curiosidade por não saberem quem era, alguns de desejos por agentes, que a acharam bonita, mas alguns simplesmente a olhavam de maneira fria, pois não sabiam se ela era realmente alguém confiável. Diego andava sua frente guiando-a, e Blaire ainda pensou em lhe fazer algumas perguntas sobre aquela base onde estavam, mas decidiu continuar calada, apenas admirando o local. Depois, ela o questionaria sobre isso.

“Ok, chegamos. Aqui é a nossa cantina... Ah, olha só, ali estão eles” Diego notou a presença de seus amigos, mostrando uma certa animação em vê-los, algo que era novo para a hacker, que até então só tinha visto seu lado sério. “Vamos até lá para você conhecê-los, e então eu pego os nossos pedidos”. Blaire concordou e o seguiu.

“Como estão vocês? Fitz, Simmons…” Perguntava Diego com uma animação controlada em sua voz, típico de sua personalidade.

“Estamos bem, e você?” Respondeu Fitz no mesmo tom alegre, depois ele olhou para Blaire, curioso em saber quem era ela.

“Dio, ela é mais uma de suas… ‘amigas’?” Perguntou Simmons, não sendo muito discreta sobre isso, algo que Diego preferiu fingir que não havia entendido, porém isso não passou despercebido por Blaire.

“Não, não… Eu sou a ‘babá’ dela” Falou apontando com o dedo polegar para a garota, que não gostou do tom usado para se referir a sua pessoa. “Fitz, Simmons… Conheçam Blaire, a menina hacker que conseguiu roubar alguns segredos da Shield, algo impressionante e que serve pra comprovar minha opinião sobre computadores.” O rapaz fez a sua apresentação carregada de ironia, pois tinha suas dúvidas se a morena havia realmente conseguido tal feito. “Blaire, esses são Fitz e Simmons, um casal não oficial, que são possivelmente uns dos agentes mais inteligentes que toda essa agência já viu.” O comentário do brasileiro deixou os agentes ruborizados, por mencioná-los de uma maneira tão respeitosa e também por causa da brincadeira deixada no ar.

“Oi…” responde timidamente, coisa que chamou a atenção do trio que a encarava. A mulher lutava com todas as suas forças contra a vontade de bater no agente parado ao seu lado, mas em um gesto de admiração por aqueles que estavam na sua frente, decidiu manter o controle. “É um prazer finalmente conhecê-los. Já ouvi falar muito de vocês.” A morena os encarava com admiração. “Como conheceram o avatar aqui? Andou fazendo algumas merdas que tiveram que consertar?”

“A dupla possui alguns anos a mais aqui na agência que eu, Velma…” Fala Diego em resposta ao apelido. “Algo mais que queira saber?” Pergunta sarcasticamente a garota do seu lado, atraindo assim os olhares de Fitz e Simmons. O problema é que Dio não esperava a ação que Blaire faria em seguida.

Com toda a força que conseguiu reunir, a garota socou o braço do agente, mesmo que ele não tenha esboçado qualquer dano com o movimento. Mesmo sentindo uma dor imensa com o gesto, ela ainda consegue tempo para xingá-lo de todas as formas possíveis.

“Maldito ninja.” Termina sua seção, se recuperando da careta. Então ela solta o pulso e o encara. “O bonitão aqui deve se achar. Tomara que seu ego o sufoque, idiota.”

“Eu tenho que concordar com você quando você me chama de bonitão” Diego não contém um sorriso vitorioso e irônico no rosto, e continuou com a soberba. “E não se preocupe, meu ego não me sufocará. Ele continuará lindo, no mesmo lugar de sempre. Você é quem deveria tomar cuidado, se me socar assim de novo, você vai acabar deslocando o seu pulso por não ter nenhuma noção sobre como fazer isso, ficando afastada dos computadores que você tanto ama.” Finaliza com o comentário calmo, mas cheio de ferocidade.

“Eu não sei lutar, mas eu garanto que uma arma faria um grande estrago. Será que uma de suas ‘amigas’ não teria uma para me emprestar? Ou eu deixo esse privilégio para todos os corações que você já quebrou, Freddie?” Ela precisava de uma maneira de sobressair dos comentários irônicos de Diego, mas não era nada fácil. O homem parecia ter uma resposta na ponta da língua para toda e qualquer provocação.

“Você fala de mim como se eu fosse um monstro… E bem, que eu saiba, todas as minhas ‘amigas’ falam comigo até hoje, o que indica, que não destruí o coração delas como você imagina. Mas, também nunca dei falsas esperanças. Sempre fui sincero sobre o que eu queria, e elas não podem dizer que eu nunca as avisei sobre isso.” O agente mantinha o tom calmo e explicativo com Blaire, como se estivesse falando com uma criança. Ele viu que ela falaria mais alguma coisa, mas olhou para o seu relógio e viu que faltavam 5 minutos para a reunião começar. “Detesto interrompê-la ‘princesa encantada’, mas temos uma reunião agora. Fitz, Simmons, vocês virão conosco?” Os dois agentes simplesmente acenavam a cabeça de maneira negativa, preferindo se manter calados sobre a DR que havia acontecido. Além disso, tinham uma missão para ir com o seu time.

“Numa próxima, nos juntamos e conversamos melhor.” Falou Simmons com um tom humorado. E vendo que a garota havia ficado sem saber como responder Diego, ela decidiu dar uma ajuda discreta, detalhe percebido por Fitz, que preferiu se manter neutro em relação a tudo e só observar. “Dio… Você quer que eu diga algo a May, quando eu vê-la?” Ele ficou calado por alguns segundos, como se aquela pergunta fosse uma bomba, na qual com um movimento errado, poderia destruir tudo.

“Ahn… Diga a ela que eu gostaria de ter ficado na coletiva de impressa do Stark. Só isso mesmo…” Diego decidiu dar uma resposta vaga. Blaire arqueou uma das sobrancelhas, pois aquela demora não foi algo muito natural. “Vamos Campbell, temos que ir agora!” Dio puxou a morena pelo braço esquerdo e os dois começaram a andar quase correndo até uma das sala de reuniões que havia na instalação.

Quando já estavam a uma distância considerável da cantina, Blaire abre um sorriso maléfico. Sua mente estava trabalhando.

“Então parece que o Don Diego não consegue todas, não?” Ela estava satisfeita por encontrar uma brecha na pose do homem. “Quem será a May? Quero muito conhecer ela.”

“Minha superior.” Respondeu o agente, de forma lacônica a garota. Infelizmente, ele sabia que aquilo ainda lhe renderia muita dor de cabeça.

A morena então solta uma gargalhada satisfeita, e se deixa guiar até a sala de reunião pelo homem, que mantinha um ar ainda mais sério depois da reação da garota. Os dois estavam na frente da sala, e então ele solta o braço dela, percebendo que havia pego com um pouco de força demais.

“Peço desculpa pela força que coloquei em seu braço, não era a minha intenção. Bem, sua reunião começa agora.” Fala Diego, com um tom mais calmo em sua voz, dando um suspiro de alívio e colocando suas mãos no bolso de novo.

“Okay. Desculpa por te bater, mesmo que eu tenha razão.” e dito isto, ela entra na sala, encontrando todas as pessoas de antes sentadas ao redor da mesa. Com um suspiro pesado, ela ocupa seu lugar na ponta, alvo de todos os olhares.

•••▽•••

“Está atrasada Senhorita. Campbell.” Dizia Coulson, olhando em seu relógio, que a garota havia chegado com 10 minutos de atraso. “Para a sua sorte, o tema que será discutido é relacionado a você, por isso só poderíamos começar com a sua presença.” O diretor da Shield a olhava de maneira séria, enquanto os outros agentes de nível superior ali dentro, possuíam feições inexpressivas e indefinidas. “Agente Brando, entre também. O tema interessa a você também.” Com a devida permissão, Diego entrou na sala e fechou a porta.

“Okay… Desculpa.” Fala Blaire de modo desinteressado. Então ela espera que seu guarda-costas ocupe seu lugar, para que comece o discurso que ela sabia que viria.

“Blaire Campbell, todos nós que estamos nesta sala sabemos de sua impressionante capacidade como hacker...” Iniciou Coulson vendo que ambos haviam finalmente ocupado seus devidos lugares na escura sala de reuniões, que tinha algumas luzes iluminando verticalmente as cadeiras onde todos estavam acomodados. “E como você também deve saber, fomos bastante prejudicados com a infiltração da Hydra dentro da Shield, o que levou a nossa queda e a nossa busca constante e difícil pela ascensão de nossa organização…” O diretor iria continuar, mas foi interrompido pela jovem.

“Não estão achando que eu estou ajudando a Hydra, certo?” Sua pergunta gerou certo desconforto no ambiente, mas a mesma permanecia com uma expressão séria no rosto. “Por que não estou. Por mais que eu não seja a agente do ano, nem sequer uma agente, jamais faria algo do tipo para aqueles inúteis.”

“Sabemos disso, Senhorita Campbell. E justamente por esse seu senso de honra distorcido, estarei lhe oferecendo a oportunidade de se livrar de sua pena, nos ajudando.” Por mais que a proposta do diretor da Shield fosse um tanto tentadora, a menção de enfrentar a Hydra lhe causa um frio na espinha. “Sabemos que há diversas bases espalhadas por todo o globo, e devo admitir que eles possuem um bom estrategista nesse requisito, e sua função será justamente encontrar elas.”

“Quer que eu localize todas as bases da Hydra?!” Não havia outra forma de expressar o que sentia mediante a ordem. Seus olhos se expandiam lentamente, e ela apertava a borda da mesa com cada vez mais força, chegando a deixar os nós de seus dedos brancos. Diego apenas observava as reações de Blaire, guardando seus pensamentos para si.

Mesmo com a reação da mulher, não houve mudança na expressão de Coulson, que somente mantinha as mãos juntas sobre a mesa enquanto permanecia imparcial, com alguns documentos a sua frente, que despertaram a sua curiosidade desde que entrara naquela sala.

“Por enquanto não… Queremos que você “descubra todos os segredos” da Hydra…” O diretor sabia o que havia acontecido de verdade para ela ser perseguida pela Shield. Não havia sido uma invasão total aos segredos da Shield, mas sim a alguns segredos da agência. “Em outras palavras, queremos que você invada o banco de dados da Hydra, pois confirmamos que haverá recrutamento de super seres como humanos modificados, mutantes e inumanos. Precisamos nos antecipar a eles.” Finaliza o homem que oferecia a proposta.

“Desde Fitz, Simmons e Skye, não tivemos alguém tão bom como você. Preciso que você faça isso sem deixar qualquer rastro na rede. E o tempo está correndo contra nós, pois se eles conseguirem levá-los para o lado deles, teremos uma dificuldade ainda maior em destruir a Hydra.” Coulson se conteve, esperando que ela lhe questionasse alguma coisa.

“E…? Eu conheço a Shield bem o bastante para saber que há o ‘E...’. O que está escondendo, Coulson? Quem mais está envolvido para me querer nesse caso? Sei que poderia muito bem recrutar seus agentes. Eu sou descartável. Contra quem estamos lutando?” O tom de seriedade em sua voz demonstrava que ela não estava engolindo essa história tão facilmente.

“Não sabemos ao certo quem é o principal apoiador da Hydra nesse momento. Mas estaremos nos precavendo, mandando o agente Brando. Não queremos baixa nessa missão, uma forma eficaz de garantir que os dois voltem com vida e com os arquivos que precisamos. A sua cooperação junto com os esforços de nosso agente serão necessários”

“Também estamos suspeitando do envolvimento de um ex-agente nosso.” A voz vinha de um homem moreno, de aparência firme, que os encarava com preocupação. “Ele era dos nossos melhores, mas era na verdade um espião da Hydra… Grant Ward. Acreditamos que ele tenha sequestrado uma vítima bastante conhecida… Hayley May, namorada de Andrew Brooks, e dono da Brooks Tecnologies. Andrew é uma pessoa que temos o interesse de ter a colaboração. Mas parece que o nosso inimigo também tem. Desta forma, a missão que vocês tem é de um risco bastante alto.” Conclui o homem moreno que também era um dos superiores ali sentado, ao lado de Coulson.

“Espera! Eles sequestraram a Hayley?!” Blaire bateu as mãos na mesa e levantou de maneira impulsiva de sua cadeira, atraindo a atenção de todos ali na sala para si. “Porque eles fizeram isso?!” Havia um tom de fúria em seu questionamento, pois ela conhecia tanto a Hayley quanto o cara que procuravam, Andrew Brooks.

“Eles querem o apoio da empresa em sua organização, porque o seu projeto ambicioso de cura envolvendo mutantes e inumanos pode, também, criar novos super soldados para a Hydra, o que aumentaria o seu poder militar e pode significar o nosso fim.” Coulson agora vendo que a garota realmente mostrava-se atenta a ele, continuou sua explicação. “Se forem rápidos em sua busca, a trariam o quanto antes, evitando qualquer dano. É claro,que você também iria com ele, afinal, seus conhecimentos serão necessários nessa missão.” Finalizava o diretor com um sorriso vitorioso no rosto.

“Como sempre a Shield e a sua maneira de ‘convidar’ as pessoas a fazerem parte de seu time… Depois sou que tenho a moral duvidosa aqui.” Blaire não escondia sua revolta no motivo pelo qual ela estava ali.

“Ótimo… Então além de termos que roubar ‘ficha de inscrição’ da Hydra, temos que resgatar essa Hayley? Algo mais que esqueceu de nos contar Coulson?” Questionava Diego, cheio de sarcasmo ao mais velho.

“Lembra que você havia me pedido um tempo atrás para ter um time que você pudesse comandar, Diego?” O agente manteve uma postura ainda mais séria, pois se Coulson o estava chamando pelo seu nome ao invés de ‘Agente Brando’, isso queria dizer que algo a mais viria a seguir.

“Pois bem, a sua oportunidade será agora. A primeira integrante de sua equipe é a hacker Blaire Campbell, o que quer dizer que ela não é somente uma vítima a ser protegida, mas um membro que está sob a sua guarda de agora em diante…” Coulson tinha um sorriso no rosto. “Ora, o que foi? Você sempre não me disse que queria ter a sua equipe? Estou lhe entregando ela agora.” O agente encarava o diretor, completamente desconfiado disso ter acontecido.

“Você poderia ter feito isso de todas as maneiras, mas decidiu justamente esta…” Diego parou, ponderando em escolher as palavras que seriam usadas. Depois de respirar fundo, continuou. “Ward… Há a possibilidade de o encontrarmos nessa base que invadiremos?” Havia ódio em seu modo calmo de falar, o que não passou despercebido por ninguém ali na sala.

“Espera! Quem diabos é Ward? Por que todo mundo fica falando sobre ele?” A confusão de Blaire era evidente em seu rosto. Sua testa estava franzida, e ela balançava a perna em sinal de impaciência. Para a sua agonia, ninguém havia lhe respondido, fazendo a mesma se sentir momentaneamente ignorada.

“Espero que você se lembre que eu só vou aceitar ter um time, se ele for realmente comandando por mim, sem nenhuma interferência sua. Já lhe dei em todo o tempo que estive aqui, a garantia de que sou fiel a Shield e de que não pretendo trair a organização. Quero que me garanta que terei o apoio dela e poderei agir de maneira independente com a equipe.” O diretor sorria, achando engraçado a maneira séria do brasileiro, falando como se ele fosse o próprio Nick Fury.

“Sim, eu irei respeitar a sua decisão, como combinamos...” Falava Coulson, mas antes o mesmo complementou. ”É melhor correr, pois cada vez mais que o tempo passa, aumenta também a chance de vocês não cumprirem a missão.” A garota se levantou ficando do lado de Diego, que rumavam para a porta, quando escutaram mais uma declaração do diretor.

“Agora vão e se preparem. O agente Brando irá lhe mostrar onde fica a sala de informática, para que possa começar a sua pesquisa.” Coulson havia finalizado a reunião, mas antes dos dois sairem de sua sala, ouviram o superior fazer um último comentário.

“Bem vinda a S.H.I.E.L.D., Blaire Campbell. A partir de agora, você é oficialmente uma agente de nossa organização. Em breve, organizaremos os documentos para você.” A morena olhou indiferente para Coulson, e então fechou a porta de maneira bruta, para que todos ali ouvissem.

“Certo senhores… Após esse pequeno contratempo, vamos voltar de onde paramos…” Dizia Coulson, como se aquela cena de tensão de minutos atrás não tivesse acontecido.

•••▽•••

Diego estava do lado de fora, ajeitando o seu paletó e esperando Blaire que estava com uma cara de poucos amigos. A “conversa” com o Coulson não foi nenhum pouco agradável. O agente estava viajando em seus pensamentos, quando acordou com o segundo soco mal aplicado no mesmo dia pela morena, em seu braço direito. Quando a encarou, ele viu que a mesma tinha mais perguntas do que respostas.

“Quem é esse tal de Ward?” Perguntava Blaire com raiva, pois na primeira vez que perguntou, ela foi ignorada. “Por que todo mundo fica falando desse cara? Por acaso ele também é um deus nórdico ou coisa parecida?”

“Antes fosse… Ele foi um traidor que esteve entre nós” Havia raiva e armagura no tom calmo do agente. “Ele fez parte da equipe de Coulson, quando ainda não era o diretor da Shield. Graças a Ward, quase todos aqui tivemos problemas, principalmente Simmons, Fitz, Skye, May… e claro, o próprio Coulson.” Ele pensou em se controlar, mas acabou dando a sua opinião pessoal. “Eu cheguei a ter uma certa admiração por esse cara, e ele tinha tudo para ser um grande agente da organização, mas preferiu ficar do lado da Hydra ao invés disso” .

Legal!” Apenas depois de alguns segundos e de um olhar repreensivo de Diego, é que a morena percebeu o que acabara de falar. “Ou não… esse cara deve ser um babaca mor.”

“Não se preocupe… você vai ter o desprazer de conhecê-lo em algum momento...” O brasileiro estava com um olhar distante, na direção do corredor onde estavam.

“Mas diga-me… você tem a ideia de formar um time? Por quais razões? E que tipos de membros você tem em mente? Agentes daqui?” Questionou curiosa e também mais calma. Dio lhe olhou amigavelmente e tirou sua dúvida.

“Não… Há muita gente lá fora que é talentosa e cheia de habilidades especiais. Eu sou somente um cara que tem um arco e flecha e um treinamento especial... Você é uma hacker e tanto, pelo que o Coulson disse.” Através da reunião, ele confirmou que a garota não tinha todos os segredos da organização como havia dito, mas isso lhe fez elaborar algumas ideias para ela, devido a sua tentativa inicial de impressioná-lo. “Precisamos de todos que puderem para ajudar o máximo de pessoas possível… É claro, nem todos farão isso de bom grado ou por ter boas intenções, mas de qualquer forma, temos que tentar. Depois do que aconteceu envolvendo a Hydra e a Shield, eu decidi que o ideal seria uma pequena equipe, mas bem treinada sob um ideal em comum.” Concluiu o agente, deixando Blaire ainda mais curiosa.

“E que ideal seria esse?” Ela se mostrou interessada na proposta do rapaz a sua frente.

“Já pensou em lutar por um futuro melhor, sem que nada ou ninguém nos limite? Fazer tudo que estiver ao nosso alcance pelo melhor das pessoas? Ainda não é o momento certo, por isso por enquanto é tudo que precisa saber por agora. Ao longo do tempo, você e os outros membros saberão mais sobre isso. Agora, quero que me fale sobre a Hayley e o seu namorado, o Andrew. Tenho um contato em mente que podemos ir atrás para nos ajudar.”

“Posso saber quem é, ou é algo super secreto, te forçando a me matar se eu soubesse?” As palavras de Blaire soaram confusas até para seu próprio raciocínio, mas ela havia conseguido passar a mensagem que desejava, mesmo que de forma distorcida.

“Não... Isso eu posso te contar” O agente sorriu, achando engraçado as palavras da garota ao seu lado. “Tenho um conhecido que também é do Brasil, ele teve alguns problemas quando ativou seus poderes pela primeira vez, mas hoje já está bem melhor... Claro, não somos os Vingadores, mas imagino que ele irá querer vir conosco, se lhe fizermos uma proposta.” Sua cabeça fervilhava, pois ele teria que ir o mais rápido possível ao seu país de origem, para buscar o rapaz mencionado.

Os dois iam andando até a sala de informática, conversando a possibilidade de existirem mais contatos conhecidos que pudessem recrutar e sobre os detalhes informados sobre a missão, já elaborando quais seriam as melhores estratégias a ser abordadas para que a mesma fosse completada com sucesso.