Graad Gakkou - INTERATIVA

Capítulo 7 - O dia-a-dia que se arrasta


#07 – O dia-a-dia que se arrasta

Se havia algo pelo qual, todo ano, em todo colégio havia... Era a batalha por novos membros! E finalmente estava chegando o dia. Máscara bem que tentou encontrar a espanhola, mas o destino não parecia muito afim de ajudar o italiano a azucrinar seu mais recente desafeto.

Aiolos já vinha dando uma olhada no clube de arco-flecha, conhecendo a garota que, por fofoca de Dohko, era conhecida por "aquela que salvou a pele do carneirão", a paladina graciosa. Era bem verdade que julgou a beleza dela e o porte heróico dignos dos apelidos, mas sua mente ainda se prendia a beleza inocente e tímida da menina de olhos verdes que agora por alto se chamar Morgana Takagi Smith.

O evento que o fez conhecê-la também deu um momento engraçado, do qual viu Aiolia reclamar. O leonino quando não reclamava da arrogância da gótica de óculos vivia se arrastando pelos cantos com nuvens negras pairando.

Sabia que o irmão tinha uma paixão secreta por Marin desde que a amazona entrou no Santuário, ainda meses antes de falecer. E o fora que ele levou ficou estampado.

Outro que parecia viver reclamando era Afrodite. Seu fã clube surgiu até que rápido, mas o cavaleiro continuava sendo desbancado sempre pelo misterioso Príncipe.

Saga preferiu mergulhar nos estudos, assim como Camus. Ficou uns bons dias sem trocar um dedo de prosa com Kanon por conta do incidente. Por sinal, ao final, não teve coragem de entregar ele a Shion, mas a ameaça surtiu efeito e o ex marina ia para escola, ainda que matasse algumas aulas.

Aldebaran já estava com altos papos com Astra, e mesmo não sendo oficializado, já ajudava o clube de futebol. A jovem já não desconfiava tanto do grandão e conversava de forma mais animada. Independente do andamento geral, a batalha dos clubes se iniciou cedo demais na mansão.

—Clube de Meditação? – indagou Afrodite olhando o papel que Shaka pusera na mesa, na frente de cada um. – Sério que você que abrir um clube de dormir?

Shaka não gostou muito de como o pisciniano falou.

—Não é “clube de dormir”. Meditar melhora o funcionamento de corpo, alma e mente. Até cosmo!

—Não viemos aqui ser cavaleiros, viemos cumprir o desejo de Atena em nos tornarmos garotos normais, Shaka. – disse Dohko, pegando o caldo do lamen que fizera na sua vez de fazer o jantar. – Viva como um garoto normal, faça coisas de garotos normais.

—Eu não quero nem saber de aula vou querer saber de clube hippie? – resmungou Máscara da Morte. – Que tédio!

—Shaka, vou declinar mas lhe desejo sorte. – disse Camus, se servindo de mais uma puxada de macarrão com o ohashi. – Estou focado em entrar no clube de artes e de literatura.

—Acaso gostou daquela maluca mal-educada e ruiva da presidente do clube? – riu Milo, provocando o francês.

—Conhecendo você, Milo, deve ter feito ou dito algo errado.

O indiano suspirou. Para abrir o clube talvez tivesse de ameaçar alguns ali, mas não faria nada na frente de Shion. Simplesmente se sentou e aproveitou seu lamen feito separado pois não ingeria nada de origem animal.

Todos estranharam Milo terminando apenas uma tigela e já se retirando, pois se havia alguém que comia muito era o escorpiniano.

—Onde vai, Milo? – indagou Mu.

—Soube que saiu uma edição limitada de um jogo. Tô indo fazer a reserva. – disse sorrindo. – E vou comprar um bento no konbini com bastante onigiri.

Assim que o loiro saiu, um pequeno buxixo começou.

—Aposto que tem mulher no meio! – disse Kanon

—Mas já? As japonesas não são tímidas? – resmungou Shura.

Camus mantinha-se quieto. Fazia três dias que Milo comprara um Playstation, com um dinheiro que vinha guardando em separado desde que soubera que iria viver no Japão e começara a gostar de mangás e jogos. Tinha poucos jogos que ele rapidamente “zerara”, então acreditava sinceramente que o grego iria comprar um jogo.

Se bem que as vezes Milo esbarrava na jovem desastrada que conhecera no primeiro dia, Leona. Apesar de parecerem se estranhar um pouco, eles pareciam conversar bastante. Milo sempre fora um “pegador”, mas Camus tinha a nítida impressão que a “coelhinha” era apenas uma amiga a quem ele queria muito bem.

Preferiu se abster de comentar algo e gerar mais fofoca inútil. Mas como o mundo gosta de girar de modo a nos complicar quase todos os cavaleiros metidos na fofoca olharam para o aquariano.

—Você que é o melhor amigo dele, o que acha?! – indagou Kanon.

—Acho que deviam cuidar de suas próprias vidas, como o seu lamen derramando, Kanon.

Foi quando o ex marina percebeu que o caldo quente estava escorrendo pela mesa e caindo na perna, gerando um deus-nos-acuda atrás de panos para limpar e salvar a perna do geminiano.

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Milo já havia decorado os pontos que lhe interessavam no bairro. Até gostava de sair onde Camus ia, até nas livrarias (pois haviam mangás). Sabia que Camus não o acompanharia em seus momentos “nerd”, então nos últimos tempos se acostumou a sair sozinho para alimentar o hobby que tinha apenas ele naquela mansão como representante.

Andou até uma loja que era ponto dessa venda especial, quando a fila ainda era pequena, mas se surpreendeu de encontrar uma pessoa na fila.

—Coelhinha!

Leona se virou, ela estava exatamente na frente do grego na fila e corou com o apelido surgido num momento complicado, mas sorriu.

—Oi, loiro! Veio tentar a sorte de conseguir o jogo?

—Tentar? Vamos conseguir essa boca, coelhinha. – sorriu de lado, confiante. – Não deixei um dos melhores lamens de minha vida de lado para perder o código de pré-venda.

Leona riu do ar convencido do grego. Aquele novato tinha um jeito brincalhão, mas olhos afiados de alguém que transpirava experiência. Aquilo a intrigava, como alguém conseguia combinar coisas tão opostas?

—Logo vai ter Golden Week*... O que acha de marcar para jogarmos? – disse a garota.

—Me chamando para um encontro? – indagou Milo dando seu melhor sorriso sedutor.

—Não se ache, é tedioso jogar sozinha.

—Concordo. Nenhum dos meus colegas quer ser o player 2 e levar uma coça minha nos jogos. Tudo mimizento e meu colega de quarto prefere livros.

—Fala do ruivo? – a ítalo-brasileira viu ele concordar com a cabeça e então continuou. – Ariadne achou interessante seu amigo querer entrar no clube. Desde que entramos, só vimos um garoto que foi o antigo presidente.

Milo emitiu um som concordando e respirou fundo, dando um passo a frente quando a fila andou.

—Seus pais ficaram na Grécia? – perguntou a garota.

—Não tenho pais. Nunca os conheci. Fui abandonado quando nasci, acho que até tinha o cordão umbilical.

A colegial, até então sorridente, ficou condoída pela situação.

—Perdão...

—Tranquilo. Não tenho raiva deles, espero que tenham uma vida boa. Ao menos fui abandonado direto no orfanato. A senhorita Kido me deu uma chance e aqui estou, tentando ser um bom colegial. – ele sorriu de uma forma tão doce que fez Leona se sentir menos mal.

—Já minha mãe não dá sinal de vida há meses... Não consigo encontra-la em nenhum telefone. Estou preocupada.

—Ás vezes tá trabalhando muito. Não se preocupe.

A jovem suspirou desanimada, ao que Milo bagunçou os curtos fios castanhos.

—Ei! – reclamou a menor.

—A fila andou de novo, coelhinha boba!

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Como havia comido pouco, é claro que o escorpiniano estava varado de fome. Ele não pdoeria simplesmente sair para um konbini e deixar a jovem sair sozinha por aí, mesmo o Japão sendo um país seguro. A convidou no final para comer lamen numa das barraquinhas ali perto.

—Quer ir num fliperama comigo? – perguntou a garota. – Vamos, vai dançar comigo!

Antes de qualquer reação, Leona o puxou, abraçando o braço dele e andando rápido. Tiveram ambos a sorte de conseguir o código pro jogo e ela queria comemorar em grande estilo. A comida ficaria para depois.

O dito fliperama ficava a 5 quadras da loja e tinha tanta luz e barulho que um epilético teria sérios problemas em se manter ali. Mas Milo parecia criança em ver tantos jogos diferentes e interessantes naquele lugar. Era o próprio Elíseos.

—Uma partida de Tekken? – sorriu o grego.

—Certamente! – disse o guiando para a área onde se encontrava a máquina do jogo.

Jogo esse onde Milo descobriu o quão boa ela era jogando. Até então só a via debater sobre jogos e fazes dos mesmos, mas não tinha visto o quão boa de fato a garota era. E pela primeira vez pode dizer que realmente “apanhou” lindamente.

A máquina seguinte foi DanceDanceRevolution, um simulador de dança que pisa-se em quadrados dentro do ritmo da dança. Envergonhado, Milo estava duro demais e errou alguns passos.

Saíram, com a ideia de irem num espaço dentro onde vendiam comidas quando viram uma garota com um delicado vestido preto “apanhando” de uma máquina de brindes de doces. Era oriental, com olhos verdes e cabelos negros. Por algum motivo que o próprio não sabia por que, Milo ficou olhando para a garota, sentindo um grande ímpeto de ir até ela.

Não se conteve e foi, seguido por Leona que reconheceu a menina.

— Takagi-san!

A morena olhou para a estrangeira e sorriu tímida diante dela e do grego. Ficou algum tempo encarando o loiro com uma sensação estranha de já tê-lo visto, mas então se lembrou que era um dos “rapazes que vieram da Grécia”, junto com o garoto que a salvara no primeiro dia letivo.

— L... Leona-senpai! – a garota cumprimentou com uma reverência oriental. – Como está?

— Estou bem. Esse aqui é o Milo Galanós, ele veio da Grécia junto com os outros rapazes. – disse a ítalo-brasileira apontando para o loiro.

— Prazer em conhece-la, Takagi-san. – disse Milo com um sorriso gentil.

A morena ficou um tempo parada com a mente em branco até se tocar que estava boiando, mas diferente do que sempre costumava fazer com quem a conhecia, a jovem não se encolheu ou ficou com vergonha.

— Morgana Takagi Smith... É um prazer conhecer você...

Milo então olhou para a máquina, parada no doce que a garota queria pegar, uma enorme barra de chocolate.

— Está com dificuldade de pegar? – indagou o grego, ao que Morgana não respondeu, mas as bochechinhas vermelhas indicaram a resposta. – Eu pego pra você, ok?

Morgana iria dizer que não era preciso, mas o sorriso confiante e sincero do loiro a impediu. Como se fosse um cuidado da parte dele. Ficou assistindo Milo usando o joystick e os botões com maestria e logo a barra veio descendo pelo tubo até fora da máquina.

Milo não sabia por que o sorriso contente dela em ter o doce o contagiara daquele jeito. Olhou para Leona e sorriu.

— Essas máquinas eu não perco! – riu.

— Você é prego perto de mim! – dando um soquinho de leve no braço do mais alto. – Takagi, está com alguém.

— Hmmm, não. Vim por que soube desse chocolate novo e queria muito.

—Então vem jogar com a gente! – disse Leona – Nova partida de DDR por que o Milo dança mal!

—Ei, isso é covardia! – riu o loiro, vendo a paulista saindo na frente.

Ele olhou para a morena e sorriu de forma mais doce.

— Vem, depois eu acompanho cada uma na sua casa, já está bem escuro.

—Sim... Hã... Gala...

— Pode só usar Milo. Deve ser mais fácil né?

—Hmm... Certo, Milo-san. Como se chama... É um dos que vieram com você. Ele tem cabelo loiro e olhos azuis. Tem um irmão com olho verde, eu acho...

—Han... É o Aiolos, Aiolos Tavoros. O irmão dele é o Aiolia. – a olhando por um tempo e então sorrindo. – Tá interessada no pocotó?

Morgana não sabia o quanto de sangue poderia subir na face, a sentia queimar de tão corada que estava.

— Nãotointeressadanãonão! – gaguejava e falava rápido, mas relaxou ao sentir as mãos do loiro sobre sua cabeça, num gesto gentil e carinhoso.

— Aiolos é um bom cara, se você gosta dele fez uma boa escolha. É um dos caras mais honrados que conheço, senão o mais.

O olhar de Milo pairou longe, deixando a oriental curiosa, mas ela nada perguntou. Parecia ser algo do loiro e era melhor deixar quieto. Acompanhou-o até a máquina de dança, se divertindo com os dois amigos.

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Mesmo sob protestos da morena, Milo fez questão de acompanha-la junto de Leona até a casa da mestiça. Na frente da residência dos Smith, Morgana mal abriu o portão e na porta da casa estava uma mulher oriental de olhos escuros.

— Mama!

A mulher sorriu para a filha e em seguida olhou para o loiro e a brasileira.

— Obrigada por acompanharem a Morgana até aqui.

— Por nada, senhora! – disse Leona com um sorriso, enquanto Milo tinha a atenção centrada nas duas dentro da área da residência.

O escorpiniano sorriu de forma gentil e começou o caminho para acompanhar Leona. Morgana ficou olhando do casal para a mãe e da mãe para o casal.

— O que foi, mama?

— Nada. Só tive a impressão de conhecer aquele garoto. Bom, vamos para dentro?