A música tocava freneticamente alta. Não que eu não gostasse, mas não estava dando pra conversar com a garota.

Ela abria e fechava a boca, falando algo que era impossível de se escutar. Não acredito que vou perder a chance de pegar a garota mais cobiçada dessa festa. Ah, mas eu não vou mesmo.

Puxei-a pela cintura, e lasquei o maior beijão. Não sei por que, mas ela tentava se desvencilhar. A sorte é que sou bem mais forte que ela. Ela não parava de dar socos em meu peito.

–O que há com você, garota? –perguntei, mesmo sabendo que ela não escutaria.

A loira olhou para o lado, na direção de outra menina de cabelos castanhos e lábios rosados.

Essas duas eram namoradas por acaso? Se for isso, me dei mal. Ah, mas quem se importa? Eu não.

A morena saiu correndo, e a gostosa olhou pra mim furiosa, depois saiu atrás dela.

Mas já foi embora? Nem sabia o nome dela. Mas isso não vem ao caso. Vou aproveitar a festa do meu amigo o máximo que puder.

Falando no meu amigo, olha ele ali. Ele se deu bem. Estava no maior amasso com a Lygia Flerks.

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1 ano depois...

–Garota do blog? O que é isso? –perguntei para o meu amigo, enquanto ele não parava de rir.

–É um blog de fofocas. Ela escreve tudo sobre a elite de Manhattan.

–E você fica lendo isso? Eu esperava mais de você.- julguei.

–Ei, eu tenho meus motivos. Eu sou alvo das fofocas do blog, assim como você. Mas diferente de você, eu sou informado, e sei o que falam de mim.

–E o que falaram de mim dessa vez? –perguntei desinteressado.

Ele começou a ler:

–“Lex Blood voltando a sua rotina. Foi flagrado três garotas desconhecidas entrando na limusine do garoto rico. Era de se esperar que o papel de apaixonado não era pra ele.”

Kane riu ainda mais.

–Eu não estava apaixonado. –me defendi.

–Mas eles pensam que sim. O que você queria que eles pensassem? Você não saía de casa por conta dos estudos.

–Claro. Se eu não passasse nos testes finais, meu avô me mataria. Você sabe que eu fiquei na maior saia justa. Se eu não finalizasse o primeiro ano da faculdade, ele iria tirar a minha parte dos hotéis.

–Sinto muito, mas é que você quase perdeu a fama.

–E eu ligo pra isso?

–Eu ligo.

–Por mim, essa garota do blog que se dane. –cuspi as palavras.

–Não fale desse jeito. Sabia que aqui tem fofocas sobre a primeira e única garota que te rejeitou há um ano?

Eu nunca vou esquecer esse dia. Eu fingi que não me importei de ser rejeitado, mas tive muita raiva dessa garota.

–Me dá aqui. –peguei o celular da mão dele, e comecei a olhar as notícias sobre ela.

Ela é um membro da elite de Manhattan, e se chama Melissa Humphrey. Mais conhecida como Mel.

Li todas as informações possíveis, durante horas. Ali tinha informações desde que ela nem sabia falar. Parece que esse blog há vários sucessores.

Tinha também, fofocas sobre a menina morena que olhou decepcionada para Melissa quando nos beijamos. O nome dela é Mayara Bass. Eu conheço esse sobrenome. É de um empresário famoso. Ele e meu avô vivem no pé de guerra.

Kane já estava bocejando no sofá da minha suíte.

–Você está interessado nela? Se não está, não vejo motivos pra estar vendo e revendo o blog atrás de informações sobre ela. –ele falou com a voz arrastada por causa do sono.

Kane é meu melhor amigo, e somos parecidos em muitas coisas, exceto nas vezes que ele é burro. Isso só pode ser fingimento.

–Eu quero acabar com a vida dela, óbvio.

–Só por causa daquilo? Esquece isso. Finge que nunca aconteceu.

–Seria melhor se você não tivesse dado aquela festa.

–Qual é Lex? Você nunca chegou a esse nível por causa de uma garota qualquer.

–Deve ser porque eu nunca fui rejeitado.

Ele jogou a língua para fora, fazendo pouco caso.

–Mas isso é normal. Eu já fui rejeitado milhões de vezes.

–Mas é que você é um babaca.

A verdade é que Kane foi rejeitado uma ou duas vezes.

–Obrigada! –ele falou colocando uma mão no peito, fingindo estar agradecido.

Joguei o celular em sua direção. Ele pegou e se levantou.

–Já bolou um plano?

–Ainda não, mas ela vai para Brown. E como eu estou lá, isso me dá vantagem.

Ele sorriu de maneira maldosa, e falou:

–Mal posso esperar.

Ele foi embora, me deixando pensativo.

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O sol que vinha da janela, queimava meu rosto, fazendo-me acordar.

Quando olhei para o lado, me deparei com uma prostituta. De onde ela saiu? Eu definitivamente não me recordo dela. Devo ter bebido muito ontem à noite, pois minha ressaca estava a das piores.

–Ei!!! –gritei.

–A garota olhou para mim assustada.

–Tchau. –Falei.

–E o meu pagamento?

Revirei os olhos e fui até minha carteira. Joguei um bolo de dinheiro na direção dela, sem contar quantos tinha.

Ela contou o dinheiro, e deu um sorriso bem satisfeita, para depois se vestir e sair.

Peguei o celular para ver as notícias, e acabei arregalando os olhos para a hora. Eu estava atrasado. Meu avô precisava de mim hoje.

Bufei de desânimo. Pelo menos já era férias de verão.

Me troquei correndo, colocando jeans, e uma camisa. Meu avô sempre se irrita com o meu modo simples de me vestir, mas não ligo.

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Entrei na sala do meu avô, e o vi concentrado em alguns papeis.

Quando ele me notou, falou:

–Está atrasado.

–Eu sei. Desculpe, surgiu um imprevisto. –Falei com minha cabeça ainda latejando.

Eu devia ter tomado algum remédio.

–Que imprevisto?

Fiquei em silêncio. Como eu ia explicar para ele que acordei tarde, e ainda encontrei uma prostituta na minha cama?

Ele suspirou.

–Onde eu falhei? –ele perguntou para si mesmo.

–Você fala como se eu fosse um erro.

–Você não é um erro, mas comete erros.

–Todos cometem, não? –perguntei me fazendo de inocente.

–Sim, mas você comete sempre os mesmos erros e nunca aprende. Você sabe que se continuar com a vida que está levando, não vai chegar a lugar algum.

Nesse momento, a secretária entrou na sala, e falou:

–Sr. Blood, Chuck Bass está aqui.

Bass? O rival do meu avô.

–Mande-o entrar.

Ela assentiu e um homem bem vestido entrou logo depois.

Angus pediu para que eu saísse. Eu percebi um clima tenso naquela sala. Então saí em seguida.

Ao sair da sala, dei de cara com uma menina. Eu já vi ela... Ah, ela é a Mayara Bass. Então aquele deve ser seu pai.

Dei um sorriso torto e sedutor.

Olhando bem para ela, percebi que ela é bem gos...

Ela me deu um tapa estalado no rosto. Levei minha mão até o local agredido, não entendendo nada.

–Qual é o seu problema? –falei com raiva.

–Isso é pelo que você fez com a minha amiga, seu cafajeste.

–O que? –continuei confuso.

–Você beijou a minha amiga a força, na festa do Kane ano passado.

Minha mente repassou todo o acontecimento da festa.

–Ah, claro. A Melissa.

–É claro que é a Melissa. O que você tem na cabeça?

–Ei, calma. Eu pensei que ela queria me beijar.

–Ela nunca faria isso. –ela falou com mais raiva.

–Por que não?

–Por que... Não.

Ri com deboche.

–Você só pode estar de brincadeira. Nem me conhece e me bate.

–Eu conheço você. Manhattan inteira conhece você.

–Ah já sei. Pela garota do blog, não é?

–Claro.

–Deixa eu te falar uma coisinha, menina fútil. Eu não estou nem aí pra você e a sua amiguinha vadia. Com licença, tenho mais o que fazer do que perder tempo com uma filhinha de papai.

Saí do edifício, e entrei na minha limusine. Hoje eu não volto aqui.