Goodbye you

Far Away - Capítulo único


Thanos havia chegado à Terra e junto consigo trouxe um grande exército de alienígenas que se espalharam por várias cidades do mundo.

Neste momento, a S.H.I.E.L.D. estava espalhando seus principais agentes nas cidades onde a situação estava mais grave.

Daisy Johnson, também conhecida como Tremor, foi enviada à Hell’s Kitchen. A mesma cidade onde um dos integrantes da equipe dos Defensores, conhecido como “o Demônio de Hell’s Kitchen”, se encontrava.

Por onde passava, causava tremores e direcionava suas ondas sísmicas para jogar o adversário longe. Até que chegou ao local, onde Coulson havia alertado que uma grande quantidade de alienígenas se encontrava.

Era um prédio antigo, mas não abandonado. Apenas sua pintura estava desgastada pelo tempo.

Agachou-se e criou pequenas ondas que a impulsionaram para o topo do prédio, onde a briga ocorria. Passando pela entrada, concluiu que se tratava de uma garagem fechada, devido às marcas de rodas e sinalizações no chão.

Não demorou muito para que ouvisse o grunhido dos inimigos. Seguindo o som, caminhou lentamente, até que encontrasse o tal “Demônio” lutando com eles.

Demolidor usava seus bastões para atravessar os corpos dos alienígenas, funcionavam como espadas. Ora os socava, ora os chutava. Sua boca escorria sangue e já estava começando a fraquejar.

Já havia batido em tantos alienígenas naquele dia, que perdera a conta. Também não era possível contar, afinal, o destino da Terra estava em jogo. Ouviu passos se aproximarem e um tremor balançar suas pernas. Caiu no chão devido às pernas que já estavam bambas.

Tremor direcionava ondas de suas mãos para derrubar os aliens. Também dava cotoveladas e chutes, em alguns que tentavam se aproximar por trás.

O homem se distraiu com sua audição que tentava focar no que era aquele barulho de terremoto, acabou sendo capturado por um oponente que o ergueu e o jogou contra a parede, fazendo com que batesse a cabeça. Sentiu-se tonto. Pensou que fosse desmaiar. Entretanto, na verdade, aquela era a hora de sua morte.

Ouviu os passos rastejantes do alienígena se achegarem e rezou mentalmente para que Deus o perdoasse de seus pecados e recebesse sua alma de bom grado no céu.

Não demorou muito para que Deus intervisse por ele. Daisy viu o opositor se aproximando e lhe lançou uma onda tão forte, que o jogou de cima do prédio. O grito dele foi sumindo durante a queda, até que terminasse no chão, onde seu sangue se espalhou.

— Vamos sair daqui! – ela disse ao homem, apoiando-o no ombro.

O mesmo não fez nada. Apenas tentou se manter em pé, com a ajuda da moça e a seguiu pelos corredores. Eles entraram em uma das salas, trancaram a porta e se mantiveram em silêncio, no escuro, a fim de despistar os alienígenas. O que parece ter dado muito certo, afinal, puderam ouvir seus chiados indo para longe dali.

Ele suspirou pesadamente. Ela soltou um sorriso e acendeu as luzes. Depois o colocou sobre uma das mesas e buscou materiais de primeiros socorros.

O Demônio a ouviu se aproximar com a caixa que fazia barulho dos materiais batendo-se dentro dela. A agente tentou tirar sua máscara, mas sentiu sua mão ser parada.

— Você bateu forte com a cabeça, precisa de cuidados! – ela avisa.

Sem que lhe respondesse, o homem tirou sua própria máscara, revelando seu rosto.

Daisy ficou boquiaberta. Inexpressiva. Estava desacreditada com a figura que estava ali diante dela.

— Matthew... O Demônio de Hell’s Kitchen é você!? – ciciou.

Ao ouvi-la dizer aquilo, Murdock, se lembrou daquela voz. Não demorou muito para que identificasse quem era sua dona.

— Skye...? – indagou, também desacreditado.

— Na verdade, - ela caminhou para mais perto dele, pegou suas mãos e as fez passear pelo seu rosto. – meu nome é Daisy. Conheci os meus pais.

— Daisy... – murmurou. – Achei que nunca mais ia te ver! – exclamou. – Como conheceu seus pais?

— Através da S.H.I.E.L.D.! – explica, enquanto começa a limpar o ferimento. – Descobri que eles são inumanos e graças aos seus genes, ganhei habilidades especiais também. – riu pelo nariz. – Mas eu jamais imaginei que você fosse o tal homem sem medo. Como consegue fazer tudo aquilo sem enxergar?

— Eu sempre te disse que eu enxergava mais do que vocês imaginavam. – ambos riram. – Mas S.H.I.E.L.D.? Porra, Daisy, com tanta coisa pra se envolver! Tinha que ser justo com eles? – questiona, demonstrando certo repúdio pela agência.

— Ora, Matt, graças às minhas habilidades de hacker, chamei a atenção deles. Foi por eles que conheci meus pais. Foi por eles que consegui ter algo mais próximo de família. Foi por eles que eu vim até aqui... – suspirou e começou a preparar a linha na agulha para fechar a ferida. – Mandaram que eu viesse te ajudar, afinal, você sozinho não conseguiria dar conta de todas aquelas “coisas”.

— E claro, te mandaram aproveitar para me prender, já que não assinei o Tratado se Sokovia, não é mesmo? – sugeriu.

— Sim. – ela confirma e sorri de forma triste. – Porém, creio que não será necessário, afinal todos nós vamos morrer hoje.

— Lembra-se de quando nos conhecemos no orfanato Santa Agnes? – ele sorri. – Disseram que estava ficando louco porque eu ouvia vozes que estavam longe e porque conseguia ouvir os batimentos cardíacos. – morde seu próprio lábio sentindo a agulha perfurar sua pele.

— Eu fui a única que acreditei em você. Afinal, todo mundo me achava estranha por eu conseguir descobrir senhas de cartões de crédito com facilidade. – ambos gargalham. – E quando eu estava sentada chorando porque um garoto havia me batido, você foi o único que se importou de me perguntar o que estava acontecendo.

— E depois da surra que eu dei nele, nunca mais ninguém ousou te tocar um dedo! – afirma, valente.

Ela sorri:

— Naquele dia eu sabia que tinha achado um companheiro pra vida toda.

— E naquele dia eu descobri que poderia me apaixonar por alguém.

Após esta declaração, tudo ficou silencioso. As mãos de Daisy que terminavam de suturá-lo, ficaram trêmulas. Seus corações batiam acelerados contra o peito.

— Pronto! – é a primeira palavra após um longo período de mudez que ela fala, avisando que já o havia suturado.

Ela tenta sair dali para guardar a agulha, todavia, sente seu braço ser puxado. Matt se senta à mesa e ouve suas respirações aceleradas.

— Daisy... Eu já tentei te esquecer de todas as formas. Mas nenhuma mulher no mundo me fez amar como eu sempre amei você.

— Matt, você precisa ficar deitado, bateu forte com a cabeça... – ela tenta desconversar, mas é puxada.

Ele acaricia vagarosamente seus cabelos e puxa seu rosto com delicadeza, fazendo-a fechar os olhos e lhe ceder espaço, para que a língua dele percorra cada canto de sua boca.

A agente agarra seus cabelos e os puxa com suavidade, do jeito que ela sempre soube que Matthew gostava. E sabia que havia acertado, a partir do momento que as mãos dele percorreram por todo o seu corpo, lhe causando arrepios. Aquele toque ainda era o mesmo ao qual ela havia se entregue e permitido que tivessem sua primeira vez.

Aquele beijo ficaria mais profundo, se não fosse pelo celular dela que começou a tocar. Johnson, o afasta rapidamente e atende:

— Mack? – ela vê o nome do parceiro de equipe no visor.

“Tremor, onde você está? Já o achou?”— interpela.

— N-não Mack... – ela encara Murdock, que está com expressão preocupada. – Ainda não. Estou me escondendo de alguns alienígenas aqui. Quando, e se eu achá-lo, te ligo, ok? – Tremor corta o assunto e desliga antes que ele respondesse.

— Tremor? – Matt ri. – Por que mentiu para ele?

— Eu não vou prender você. – esclarece. – E Tremor é meu nome de guerra, pare de zoar! – ela lhe dá um tapa no peito e ambos gargalham alto. Entretanto, são interrompidos por barulhos na porta.

— É melhor eu colocar a máscara. Vamos lutar, Tremor! – Matthew comenta.

Assim que ele recoloca o disfarce e retoma os bastões, os aliens quebram a porta. Murdock cola suas costas nas de Johnson. Ambos abrem caminho, ele batendo e ela com seus poderes, derrubando vários adversários.

Até que chegam à garagem, onde se encontraram. Demolidor, com seu radar, ouve um grito de “socorro” vindo desesperado do chão. Era o grito de uma criança. Sabia que não chegaria a tempo, pois estavam cercados por muitos inimigos e não tinha poderes suficientes. Mas Daisy tinha.

— Daisy, tem uma garotinha precisando de ajuda lá embaixo. Vá e tire-a de lá!

— Mas e você? Não pode ficar lutando desse jeito, você bateu forte com a cabeça e a sutura não vai aguentar outra pancada! – reclama, enquanto continua lutando.

— Por que acha que sou conhecido como o homem sem medo? Vá! Não se preocupe comigo. – orienta, atirando um bastão na cabeça de uma criatura.

Novamente o celular da agente toca:

— Mack, estou cercada por aliens! – afirma desesperada.

“Eu sei, por isso estou indo de helicóptero te buscar. Tem algum civil vivo?”

Ela olha para Matt, olha para baixo e respira fundo.

— Sim, tem uma garotinha lá embaixo, já estou indo salvá-la.

“Ótimo, já estou chegando.”— ele desliga.

— Precisa ir logo. Os alienígenas vão matá-la. – Murdock a orienta.

— Não queria deixá-lo aqui. – ela diz, com os olhos lacrimejando.

— Se sobrevivermos a isso... Saímos um dia pra tomar um café. Por enquanto não estou a fim de perder minha liberdade de atuar como super-herói.

— Café? – ela pergunta.

— Aprendi com meu amigo Luke Cage! – ele ri, jogando um bastão em um alienígena e a puxa para um beijo rápido. – Adeus Daisy! – empurra-a de cima do prédio.

A agente cai em alta velocidade. Mas não demora muito para que consiga controlar sua queda através das suas habilidades. Finalmente, resgata a garota e impulsiona para subir à garagem de novo.

Elas mal pousam e um helicóptero exibindo uma águia pomposa começa a sobrevoar o topo do prédio vizinho, que era aberto. Mack liga para ela, todavia, desta vez, Daisy não o atende prontamente.

Abraçada à civil, observa o Demolidor derrubando vários inimigos.

— Ei, - ela o chama, fazendo-o com que volte seus ouvidos à sua voz. – adeus você! – evita gritar seu nome, para que Mack não o escute.

Matt a retribui com um aceno e volta a lutar. Daisy finalmente pula para o outro prédio, entregando a menina ao amigo e sentando-se no banco do helicóptero, que decola.

Ela ainda tem a oportunidade de olhar uma vez mais para o prédio e seu último devaneio é:

“Eu te amo, Matt!”

"Eu continuo sonhando que você estará comigo

E você nunca irá embora

Paro de respirar se

Eu não te ver mais"

(Nickelback - Far Away)

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.