Duas semanas depois

– Só mais duas horas – Piper resmungou, pegando uma lata de refrigerante.

– Eu sabia que faltava algum tempo – Silena suspirou – mas não estava contando.

– Elas ouviram um baque surdo quando Annabeth jogou com força uma garrafa de dentro do saco de lixo.

– Está tudo bem ai, Annie? – Silena gritou.

A loira caminhou ate elas. O macacão laranja sujo de lama. Os cachos loiros soltos.

– Eu pareço bem? – ela perguntou irônica.

– Antes serviço comunitário do que a cadeia – Piper observou fechando um saco de lixo e abrindo outro.

– Isso é o fim! – Silena gritou – Minhas mãos já eram!

– Parece que meus pés foram pisoteados – Piper resmungou de novo.

– Onde esta Thalia? – Silena indagou.

Annabeth se virou para trás onde Thalia socava uma caixa com força.

– Serve aquela? – a loira perguntou caminhando ate ela. A punk estava com o mesmo macacão laranja, e os cabelos lisos estavam sujos e de uma cor estranha. – Acho que isso não serve para socar.

– Eu soco o que eu quiser!

– Que grossa! – Annabeth pegou uma vassoura enquanto varria as folhas.

–A sua mãe não é a advogada famosa que consegue serviço comunitário para você e suas amigas por contaminarem provas? – Uma garota ruiva perguntou para Annabeth. A loira ignorou, já estava acostumada.

– Pensei que elas foram acusadas de homicídio – outra garota disse se sentando.

– Acho que foi isso, mas a policia não tem provas – A outra continuou não se importando se Annabeth estava bem ali escutando tudo.

– A policia é burra!

Thalia parou de socar e se virou para trás.

– Nos não fizemos nada! – ela gritou.

Annabeth explodiu.

– Não fala com elas!

– Eu falo com quem eu quiser! – ela chutou a caixa pra longe.

– Não, não fala não! – Annabeth se virou para as garotas que observavam tudo sentadas. Um pouco afastadas, Silena e Piper se aproximavam.

– E quem vai me impedir? – Thalia gritou chamando a atenção de todos os presentes ali.

– Gente cala a boca! – Silena gritou de onde estava. – Eu não quero mais ouvir isso!

– Pelo menos pensou no que eu falei? – Thalia perguntou enquanto jogava uma garrafa para dento da lixeira.

– Não. Era péssima ideia quando prenderam a gente e continua sendo péssima agora. – Annabeth sussurrou.

– Qual é Annabeth, podemos fazer isso!

– A gente não vai fazer nenhuma armadilha e acabou!

– Talvez pra você mas não temos pais advogados – Thalia resmungou se virando.

– Está insinuando o que? – A loira gritou.

– Que a sua mãe conseguiu um acordo pra gente, mas se formos acusadas pela morte da Quione– ela jogou seu saco de lixo no chão – ela joga todas nos na fogueira pra te salvar! – ela se virou de costas e completou – E você deixa.

A punk sentiu a pancada nas costas e se virou para Annabeth que sorria satisfeita depois de jogar todo o seu lixo nas costas de Thalia.

– Você me paga! – ela gritou antes de avançar por cima de Annabeth.

– Me solta sua ridícula! –A loira disse depois de desferir um soco no estomago de Thalia.

As duas caíram no chão.

– Gente para com isso! – Piper gritou.

Dois seguranças altos tiraram Thalia de cima da loira. Piper segurou a punk pelos ombros.

As duas se olharam ferozmente antes de serem levadas para lados opostos.

***********

–Annabeth eu te falei pra não dar ouvidos a provocações! – Atena gritou quando soube que a filha saiu nos tapas com Thalia Grace.

– Desculpa mãe, mas a Thalia começou a dizer que...

– Olha aqui Annabeth – Atena a interrompeu – Eu estou fazendo isso pelas suas amigas, mas é com você que eu realmente me preocupo. Então eu vou perguntar mais uma vez e quero que seja sincera.

Annabeth suspirou.

– Você fez alguma coisa do que estão te acusando? – ela perguntou olhando fundo nos olhos da filha. Cinza com cinza.

– Mae – ela disse. – Eu não fiz nada! Eu estou falando a verdade. – ela disse enrolando uma mecha de cabelo loiro. – Eu juro.

– Espero que sim, porque quando a verdade aparecer. Eu não vou proteger você.

*******

– O que os pombinhos estão fazendo? – Thalia invadiu o quarto do irmão onde ele estava com sua melhor amiga Piper. Os dois se separaram imediatamente.

– O que você faz aqui Thalia? – Jason perguntou. Ele parecia nervoso, mas Thalia não se intimidou.

– Bem eu não tenho nada pra fazer então resolvi fazer companhia para o meu querido irmãozinho e minha melhor amiga do mundo inteiro. – ela se jogou na cama de Jason pegando uma revista sobre videogames.

– Thalia para de demonstrar afeto é estranho – Jason disse antes de sair.

– Me conta o que foi aquilo mais cedo? – Piper perguntou deitando ao lado de Thalia.

– Aquilo o quê? – a punk perguntou fingindo estar interessada na revista.

– Aquilo com a Annie. – Piper soltou.

– Bem, não foi nada. Ela que ficou nervosa demais.

– Acho que não. – Piper disse olhando a coleção de carrinhos do namorado – Acho que desta vez ela ficou muito brava. Ela odeia quando falam da família.

– Ela odeia A família – Thalia resmungou.

O celular de Piper tocou.

– É o meu pai. – ela disse pegando sua bolsa – ele quer que vá pra casa agora.

– Cuidado – Thalia disse antes de Piper sair.

A punk analisou o quarto por um momento antes de sair apressada para fora.

– Onde você pensa que vai? – Hera perguntou aparecendo no quarto de Thalia.

– Eu tenho que ver uma pessoa – ela disse simplesmente enquanto penteava os cabelos.

– Acho que já sei quem é essa pessoa – a madrasta disse fechando a porta atrás de si.

– Não acho que você saiba. – a punk resmungou entrando no banheiro para lavar o rosto.

– se essa pessoa for o seu primo e se chamar Nico Di Ângelo então eu sei.

Thalia congelou.

– Na verdade eu vou ver a Bianca. – ela mentiu

– Não minta pra mim Thalia! – ela gritou – Eu sei o que você e o seu priminho andam fazendo.

– Ate parece – Thalia sussurrou – Esta blefando.

– Você acha que eu não sei de nada, mas eu sei de muitas coisas. – Hera disse abrindo a porta – sei, por exemplo, que o seu priminho nunca mais vai querer olhar nessa sua cara.

– O que você disse pra ele? – Thalia gritou.

– O necessário pra ele sair com o rabo entre as pernas.

Thalia passou por Hera gritando.

Ela dirigiu ate a casa dos Di Ângelo que ficava a alguns quarteirões do dela.

Ao tocar a campainha Thalia suspirou quando Bianca atendeu.

– Oi Thalia – A prima a cumprimentou com um sorriso. Thalia estava nervosa. Ela precisava falar com Nico e saber o que Hera havia dito a ele.

– O Nico esta? – ela perguntou.

– Bem – Bianca fechou a porta atrás de si – Ele não quer falar com você.

– Mas eu preciso falar com ele! – Thalia tentou olha pela janela.

– Acho que essa não é uma boa hora, Thalia – Bianca suspirou. Ela continuava a mesma de sempre. Doce e gentil.

– Me desculpa Bianca, mas você não sabe o quanto eu preciso falar com ele. – Thalia tentou passar por Bianca.

– Eu sei punk, mas se você entrar agora ele vai me matar.

Thalia suspirou. Bianca olhou para os lados.

–Eu não o vi na escola há dias – Thalia percebeu.

– Ele não foi.

– Por quê?

– Acho que ele não quer te ver. – Bianca disse.

– Nem percebi – Thalia respondeu irônica.

– Sabe Thalia você não mudou nada- Bianca a olhou de cima a baixo – Continua a mesma punk irônica.

– Isso foi uma critica?

– Um elogio – Bianca sorriu. Thalia sorriu de volta.

******

– Não acredito que se esqueceu do nosso trabalho! – Percy fingiu estar ofendido quando se sentou na poltrona do quarto de Annabeth.

– Eu não esqueci! – ela mentiu. – E quem te deixou entrar? – ela perguntou se sentando no carpete.

– Atena. Ela disse que eu poderia entrar.

– Que estupida! – Annabeth sussurrou.

– Por que eu acho que você não gosta muito de sua mãe? - ele perguntou abrindo o computador da loira.

– Não meche ai! – ela jogou uma almofada nele.

– Ai! – ele soltou uma gargalhada.

– Vamos fazer logo esse trabalho.

A tarde se passou em um pulo. Annabeth teve um trabalho e tanto para fazer o Jackson prestar atenção em algo que não fosse seu decote e olha foi Difícil!

– Acho que terminamos – ele se jogou na enorme cama de casal do quarto de Annabeth.

– Acho que eu terminei! – ela disse juntando seus livros do chão.

– Pra que essa cama tão grande se você é tão pequena? – ele perguntou com um sorriso.

– Eu vou fingir que não entendi o duplo sentido – Annabeth sorriu soltando os cabelos.

– Por que você não se senta aqui? – ele continuou.

– Que pena que já estar na hora de você ir embora daqui ne Percy? – A loira puxou suas mãos ate a porta.

– Não ganho nem um beijinho? – ele fez beicinho.

Annabeth se aproximou lentamente, mas ouviu um grito.

– Annabeth! – ela ouviu a mãe gritar – Desça já aqui! Tenho uma surpresa.

Ela se afastou do Jackson e desceu as escadas correndo.

– O que você quer mãe?

– Olhe para trás – A mãe tinha lagrimas nos olhos.

Annabeth se virou lentamente.

– Você? – ela perguntou olhando para o irmão parado ao batente da porta.

– Olá,irmãzinha. Surpresa. – Malcolm sorriu caminhando ate Annabeth e a envolvendo em um abraço.

– Bem acho que já vou indo – Percy disse passando pela porta.

– O que esta fazendo aqui? – Annabeth perguntou quando Malcolm a soltou. – Você na devia estar do outro lado do mundo? – ela perguntou friamente.

– Eu voltei Annie, por você – ele disse lentamente. Atena havia subido para chamar Frederick.

– Quando você voltou?

– Algumas semanas atrás. – ele disse suspirando – Quando soube que você havia sido presa eu voltei imediatamente.

– E porque só apareceu agora?

– Eu precisava resolver algumas coisas.

– Eu não quero você aqui, Malcolm – Annabeth disse pausadamente. O irmão a olhou confuso.

– Você não gostou de me ver? Não gostou que eu voltasse? – ele perguntou.

– Não, Malcolm. Não depois de eu implorar para que você ficasse. Você não pode voltar depois de todo esse tempo e ser o herói! – ela gritou.

– Eu voltei por você Annie!

– Você me abandonou! Me abandonou sozinha nesse inferno. Junto com essa família falsa. Eu não quero você aqui! – ela gritou.

– Não fala assim. Somos uma família. Seu um se machuca. Todos se machucam – ele olhou a bem fundo nos olhos.

– É. – Annabeth concordou. – E eu fiquei pra juntar os pedaços do que restou.

A loira passou pelo irmão e correu pelas ruas. Agradeceu mentalmente por estar de calça e moletom. Annabeth não sabia para onde ir então continuou correndo. As lagrimas escorrendo e molhando seu rosto. Ela parou em um ponto de ônibus abandonado e se sentou. Chorou por tudo. Pelo irmão que voltou depois de anos. Pelos assassinatos que ela poderia levar a culpa. Ela sentiu o celular vibrar dentro da calça jeans. Secando as lagrimas ela o pegou clicando em abrir mensagem.

Olá Annie. – a mensagem dizia. O numero era bloqueado. A loira clicou em responder.

Quem é? – ela perguntou. A resposta veio quase que imediatamente.

Um amigo.

Desculpa não estou no clima. – ela respondeu deixando algumas lagrimas escorrerem.

Por que esta chorando? – Annabeth arregalou os olhos. Como sabia que ela estava chorando?

O que? – a loira olhou para os lados procurando alguém.

Odeio ver você tão triste.

Esta me observando? – ela digitou secando o rosto com as mangas do moletom.

É o que você que não é? No Facebook, no Instagram. Sorrisos perfeitos, vidas perfeitas.

Quem diabos é você? – ela se levantou se preparando para correr de volta para casa.

Sou eu quem vai tirar essa mascara. – Ela leu antes de correr.