"Why do the birds go on singing?"

Imerso no silêncio, o retorno para casa seria um entediante trajeto cinzento, as areias escondendo o asfalto gasto e os escombros das bombas de anos atrás pelo caminho. As horas perdidas pelo imprevisto da tempestade consumira as pilhas do rádio. Tinha mais em casa, mas até lá, ouviria apenas o eco insignificante de seus passos naquele grande mundo vazio.

Era um tédio. Pior, um tédio inquietante.

Mas um passarinho passou pelo céu, surpreendendo-a. Não era mais tão fácil vê-los naqueles dias, e Natália julgou ser um sinal de sorte. Acenou para ele, que retrucou uma parrésia antipática e foi embora.

— Rude!