POV Rachel

A aula demorou muito para passar, pelo menos para mim. Eu estava nervosa, já que os meus pais e os do Garfield iam lá em casa depois. Mal consegui prestar atenção à aula.

Quando o último sinal tocou, eu mal quis acreditar. Só que é uma pena ter tanto dever de casa...

— E aí, está pronta para encarar os pais de vocês? - Perguntou Victor e eu confesso que mal vi ele ali de tão absorta nos pensamentos eu estava.

— Claro que estou. Por que eu teria medo? - Respondi.

— É que podia ser que você ficasse nervosa... Já que agora o Gar é seu namorado de verdade. - Dick disse e agora sim, eu estava bem nervosa.

— Nada a ver. Vai ficar tudo bem.

— Boa sorte, amiga! Vai dar tudo certo! - Kory sorriu e me abraçou e confesso que me senti melhor depois disso.

— Vai sim, Kory, obrigada. - Respondi, não com tanta energia quanto ela.

Fui em direção à sala do Garfield para irmos para casa juntos.

Ele estava com uma cara esquisita, como se estivesse apertado para ir ao banheiro. Parecia tão assustado quanto eu. Eu até riria se não fosse trágico.

POV Garfield

Cara, por que será que estou nervoso? Eu já apresentei ela pros meus pais e tal... Os pais dela me conhecem também. Então... Por que? Será que é porquê nosso namoro não é mais uma fachada? Deve ser...

— Você parece bem nervoso.

— Nervoso, eu? - Eu respondi, atropelando as palavras. - Que nada, eu tô suuuper de boa!

— Eu te conheço. - Rachel falou. - Você está tremendo que nem vara verde. Verde que nem esse seu cabelo.

Ela realmente me conhece. Eu finjo que estou forte, mas na verdade, minha vontade é de sair correndo. Mas não posso fugir dessa luta. Eu disse que iria amadurecer, que iria dar conta de uma casa e também de cuidar da Rachel e eu VOU cumprir!

— E você? Nervosa? - Perguntei.

— Nem um pouco.

Sei. Ela é exatamente como eu.

— Não minta para mim, gatinha. - Segurei o rosto dela de leve, para que olhasse nos meus olhos. - Está com a mesma sensação que eu, não?

E vi o rosto dela ser preenchido com um tom de rosa nas maçãs do rosto.

— Tá, estou um pouco nervosa sim! - Ela se desvencilhou de mim e cruzou os braços. Tão marrenta quanto eu, tsc tsc...

— Relaxa, vamos encarar isso juntos. - Eu estendi a mão para ela.

Ela sorriu e nós apertamos as mãos. Me senti mais confiante depois disso.

Quando finalmente chegamos em casa, nossos pais ainda não estavam lá.

— Rae... O festival japonês está chegando... Quer ir comigo? - Disparei do nada, surpreendendo ela e eu mesmo.

— Festival? - Ela levou o dedo à boca, fingindo pensar. - Sabe que eu não sou do tipo que vai a festivais, Garfield.

— Ahh, mas nem comigo? - Fiz um beicinho como se fosse chorar e ela sorriu travessamente.

— Tá legal, bebê chorão! Vamos ao festival na semana que vem! - Ela sorriu finalmente.

O sorriso dela é tão bonito, ai, ai...

— Mas não vou usar yukata ou seja o que for. - Ela fez uma careta e eu tentei imaginá-la com trajes tradicionais japoneses.

— Ia ficar uma gracinha.

— Eu não vou passar essa vergonha. - Afirmou ela. - Nem ao menos tenho essas roupas.

— Relaxa. Não importa o que você use, sempre ficará linda. - Beijei o topo da cabeça dela e vi que ela ficou levemente corada.

— Claro, né? - Mas ela estava apenas tentando esconder a vergonha. Que fofinha!

POV Rachel

Esse Garfield me deixa toda esquisita. Mas não posso negar que eu gosto dessa bajulação, beem lá no fundo.

A campainha tocou e eu senti meu corpo ficar imobilizado. Eram nossos pais. Que ótimo (ironia).

— M-Mas já? - Gar estava tão assustado que chegava a dar dó.

— Relaxa. Aja normalmente. - Disse eu.

— Como é que eu ajo normalmente?

— Como um idiota. - Respondi, mostrando a língua.

— Ah, qual é!

A campainha soou de novo.

— Já vai! - Respondi, indo abrir a porta.

— OII, QUERIDA! - Minha mãe e a mãe dele soaram.

— Oi, meu amor! - Disse meu pai.

— E aí, filhão!

— Oi, Garfield!

— Oi, Rachel!

— O-oi, pai, mãe, sr. e sra. Logan...

— E-E aí, mãe, pai sr. e sra. Roth...

Ficamos um longo tempo conversando com eles no sofá, o que pareceu uma eternidade. Já nem tinha mais assunto, aí começamos a falar sobre o vento. Sério, estava ventando tanto que chegava assobiar. Acho que o tal festival vai estar frio.

Ouvi dizer que as sakuras do festival estão lindas, mesmo tendo passado um pouco da época da florada.

Eu tratei de fazer o jantar para eles. A comida era simples mas parece que todo mundo gostou.

— Então... - Minha mãe começou falando, após limpar a boca no guardanapo. - Chegaram a um consenso sobre a casa?

— Sim, enquanto estudamos, vamos morar aqui. É perto da escola e do trabalho. - Era uma boa desculpa, não?

— Isso mesmo. Não se preocupem, eu estou cuidando bem da filha de vocês, não vou tentar nada que ela não queira. - Alegou Gar.

— É, ele está se comportando. - Falei e todos deram risada, até eu mesma.

Acabou tudo bem, que alívio.

Depois que o vento parou e era mais noitinha, eu e Gar andamos de bicicleta. Como só tínhamos uma, foi ele dirigindo e eu na carona.

— Segura firme, gatinha.

Para provocar, peguei perto das axilas, onde ele tem cócegas.

— Ai! - Riu ele. - Aí não!

— Presta atenção aí na frente. - Eu ri travessamente.

Cada vez mais quero ficar ao lado desse idiota que se mostrou ser muito mais do que aparenta.

POV Garfield

Naquela noite, fui dormir sem embalar. Foi tudo maravilhoso. Fiquei orgulhoso de mim mesmo por estar mais responsável e tudo mais. Valeu a pena abrir mão de um harém para ficar com a garota mais incrível do mundo. Que sorte a minha!

Ela estava bem cansada também e foi direto para o quarto logo após nosso passeio. Nem suamos, já que estava bem fresquinho lá fora.

No dia seguinte, tinha aula. Que saco. Mas o que me anima é que domingo tem festival! Vou levá-la antes do almoço e assim, podemos aproveitar mais.

Eu sinto que posso fazer qualquer coisa se ela estiver comigo. Quero demonstrar isso pra ela. Quando ela sorri, eu me desmancho todo... Isso é meio vergonhoso, mas é como me sinto.

— Bom dia. - Acordei antes do despertador e ela já tinha terminado seu chá de ervas.

— Bom dia. - Respondeu ela, lendo o jornal.

— Se sábado for calor, vamos para a praia? Ou para a piscina naquele clube que meu pai é sócio?

— Pode ser... Mas você sabe que... - Ela começou a corar do nada.

— Que você não sabe nadar?

— NÃO! - Respondeu ela rapidamente. - Que me sinto mal de roupa de banho... - Ela começou a falar cada vez mais baixo, mas eu ouvi.

— Tem vergonha? - Cutuquei a bochecha dela, só pra provocar.

— Eu não gosto!

— Aposto que fica muito gata de roupa de banho também. - Pisquei e ela revirou os olhos.

— Termina logo seu café, idiota. - Bufou ela, lavando sua caneca.

— Claro, deusa... - Provoquei novamente e ela resmungou.

Era realmente divertido morar com a Rachel.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.