Good Morning Call - BBRAE

Não Quero Me Separar de Você


POV Rachel

Pela manhã, abri um dos olhos e vi que já era de manhã. A noite passou tão rápido. Estou espantada o quando ando feliz e o Garfield faz parte disso. Parece surreal. Eu sempre sou tão reclusa e quieta, mas agora...

Liguei o celular e vi que havia mensagem da minha mãe.

Mãe

Oi, filhinha! Tudo bem com você? Papai e eu estamos com saudades. (emoji de beijo)

Eu sorri. Percebi que estava mesmo com saudades deles e eu nunca mais fui visitá-los.

Respondi que estava tudo bem, que eu estava indo bem na casa e no trabalho. Ela perguntou do Garfield e eu senti um frio na espinha.

Conversamos até às 08:00 que foi a hora de fazer o café.

Garfield estava com cara de desânimo na cozinha. Senti um frio percorrer a espinha por conta do clima frio. Essa primavera estava muito gelada.

— O que foi, Gar?

Ele suspirou.

— Sabe que dia é hoje? - Ele perguntou.

— Dia 28 de maio, por que?

— Não está mesmo lembrando?

Pensei um pouco. O que tem hoje? Aniversário de namoro ainda era cedo, meu aniversário já passou e o dele ainda vai demorar.

— O que tem hoje, criatura? - Indaguei.

— Caramba, Rae. - Pelo menos me chamou de "Rae". - Dia 31, vai completar um mês que moramos juntos. Vai acabar o trato.

— Achei que já tínhamos resolvido isso. - Respondi. Claro que eu lembrava que dia era hoje.

— O trato era um mês. - Continuou ele.

— Mas você mesmo disse que não quer nem saber e vai continuar morando comigo. O que deu em você de repente?

Ele fez uma cara chorosa para mim e eu quase fiquei com pena. QUASE.

— Garfield, que drama todo é esse? Não tô te reconhecendo...

— Tô me sentindo um fora da lei, Rae!

— Mas a golpista foi presa! Fica frio!

— Mas... Mas...

— Eu, hein? Seu maluco. Toma seu café quietinho, tá bem?

Ele concordou, tomando café com a mesma cara de desânimo.

Meu celular vibrou e fui ver. Mensagem da minha mãe novamente. Ela quer conversar com nós dois no dia do fim do trato. Ah... Algo me diz que isso não vai acabar bem.

Sem querer, acabei vendo o celular do Gar. O pai dele mandou o mesmo. Será que nossos pais combinaram de falar isso na mesma hora? Se não, a coincidência é enorme.

Logo mais, fomos para a escola. Eu estava com uma jaqueta que era muito confortável, mas que geralmente não uso na primavera. Minha calça jeans preta e rasgada também estava presente, bem como minhas botas de couro preto.

Garfield foi com um moletom vermelho (deve ser um dos únicos que não está podre), calças jeans e All-Star vermelho, meio gasto. O cabelo estava todo desarrumado, mas me acostumei a vê-lo assim.

Quem vê o Logan todo caprichoso (ou não) na escola, nem imagina o relaxo que é em casa. Mas até que ele melhorou bastante.

— Oi, amigos! - Kory, sempre animada, foi até onde estávamos.

— Oi, Kory! - Respondemos.

— O Dick me contou que conseguiram prender aquela pilantra. Que bom!

— Pois é... - Gar respondeu.

— Só tenho pena do Roy, que tem uma tia tão desgraçada. - Comentei.

Kory e Gar concordaram.

Logo mais, chegou o Grayson e o Stone.

— E aí, rapaziada! - Vic cumprimentou e Dick fez o mesmo.

— E aí, pessoal? - Dick disse.

Notei Roy nos cantos, isolado. Eu me vi nele, já que era eu que sempre ficava nos cantos. Ninguém merece ficar sozinho.

— Ei, Roy! - Chamei-o.

Ele virou para mim, surpreso.

— Vem cá!

Ele ficou com dúvidas sobre o que fazer, mas foi até mim.

— Fica com a gente! - Eu disse, colocando a mão no ombro dele, indicando que estava tudo bem.

Ele concordou, muito tímido.

— Não precisa ficar com vergonha, Roy! Somos todos amigos! - Kory disse, sorrindo.

— T-Tô só envergonhado pelo que minha tia fez. Tá até no jornal... - Roy coçou a nuca, encarando o chão.

— Roy, sabemos que você não é igual a sua tia. - Eu disse. - Relaxa.

— Obrigado, gente, de verdade.

Sorrimos para ele.

O sinal tocou e assim, nós nos separamos. Eu e o Gar.

— Até depois, gatinha.

— Até depois, bobão.

Ele deu uma risadinha costumeira e foi para a sala dele. Eu fui sorrindo até minha sala.

Nunca imaginei que morar com alguém fosse tão... doido! No começo, era um inferno. Mas agora, está ficando melhor.

O que vamos fazer quando acabar o mês? Voltaremos para a casa de nossos pais? E o apartamento? Só sei que não sei o que quero que aconteça.

Para o intervalo, eu havia trazido lanche. Sentei-me embaixo da minha árvore favorita e fui saborear meu sanduíche de geleia de uva, tomando meu suquinho de caixa.

— A donzela está sozinha?

Eu sabia de quem era aquela voz.

— Sabia que você é muito brega? - Eu respondi.

— Claro que sei. Mas você gosta. - Garfield caiu na risada, sentando-se ao meu lado.

— Eu disse que estava sozinha? Não disse que podia sentar.

— Quem está aqui então?

— Minha dignidade.

— Ah, qual é! - Ele começou a rir, me dando um soquinho de leve no braço. - Eu vou esmagá-la!

— Saia daí, você está com cheiro de chulé! Ao menos tomou banho ontem?

— Deixa eu ver... NÃO!! - Ele começou a rir e queria me abraçar a todo custo.

— Que nojo, idiota!

— Mentira, eu tomei. Mas o chulé não sai das meias, eu acho. - Ele respondeu, sentando-se comportado.

Eu continuei comendo meu sanduíche, tentando ignorá-lo.

— Me dá um pedaço?

— Não, você vai comer tudo. - Respondi.

— Por favoooor!

Revirei os olhos e cortei o sanduíche no meio, dando uma metade para ele.

— Valeu, Quel!

Revirei os olhos, continuando meu sanduíche.

Mesmo quando me provoca, eu gosto desse idiota. Dá até raiva.

POV Garfield

Eu adoro provocar a Quel! É muito divertido! E agora é melhor ainda, pois eu gosto dela.

Quando voltei para a sala de aula, eu estava totalmente imerso em pensamentos. Não conseguia resolver os cálculos de matemática e muito menos ler um texto. Eu estava com medo de ser despejado do meu apartamento, digo, do nosso apartamento.

Eu preciso mostrar que sou maduro para continuar ficando lá com ela!

No trabalho, eu me esforcei mais que o normal, para ver se ganhava algum aumento. Conversava com os clientes, era eficiente, limpava mesmo quando ninguém mandava... Enfim, eu posso ser muito responsável, tá bom?

Falta só tirar minha habilitação para carros. Aí, posso levar a Quel para dar uma volta.

Quando íamos fechar, o tempo fechou e começou a chover. E eu quase vomitar ao ver quem estava ali sentada numa mesa próxima a janela.

— Tara. - Falei com desprezo, enquanto esta estava observando a chuva.