Golpes Da Vida
Ava
— Na verdade... eu já te dei uma neta!
Ava olhou com espanto.
— O que você está me dizendo meu filho?
Carlisle sentou-se na borda da cama king size.
— Eu há alguns meses descobri que tinha uma filha.
— Como assim? Foi daquele seu caso? – Ava encarava fixamente o filho.
— Eu não mantive uma amante...
Ava abriu a boca, mas não disse nenhuma palavra. Carlisle desviou o olhar.
— Eu estava quase me divorciando da Esme na época. Então, a minha esposa junto com os meus filhos foram visitar os seus avós maternos na época – ele passou uma das mãos no rosto – Ela era uma das amigas da Renée que a mesma pediu para empregar aqui. Um dia ... – Carlisle baixou o olhar – Eu nem sei o que aconteceu direito... não sei porque eu fiz isso, mas fiz.
— E quem é? – Ava segurou nas mãos do filho.
— É a Bella!
***
— Não podemos dizer que o dia não foi produtivo! – Renée exibia um sorriso de satisfação nos lábios.
— Ainda não acredito que você gastou quase tudo que tinha na conta! – exclamou Bella.
As duas passaram pelo salão principal em direção a cozinha.
— Eu sei muito bem o que eu estou fazendo. Você vai me agradecer no futuro! – disse Renée com satisfação.
***
— Mas... mas isso não faria o Edward e a Bella irmãos? – Ava se inclinou para ficar mais perto do filho na cama.
— O Edward é adotado – Carlisle falou francamente.
— Meu Deus! Como você não disse nada para o garoto todo esse tempo? – perguntou Ava.
— Eu conversei com a Esme e na época achamos que era melhor não dizer nada. Com o tempo eu vi não foi uma boa decisão, mas ele já estava grande.
— Não sei porque a Esme quer tanto esconder as coisas – Ava ficou mais perto de Carlisle e segurou a sua mão – Como você vai resolver essa situação meu filho?
O médico olhava para o chão
— Não sei se tem solução!
***
Bella tirava um suco de caixinha sabor laranja da geladeira. Alguém abraçou repentinamente por trás a fazendo derramar algumas gotas na ilha da cozinha.
— Edward! Você me assustou.
Edward passou para frente da moça.
— Como foi o passeio?
— A Renée me levou para uma feira de carros e acabou comprando um!
Bella pegou uma esponja para limpar a sujeira que tinha acabado de fazer a pouco.
— Uau! Mandaram bem! Já está aí na garagem?
— Ainda falta algumas coisas da papelada. Amanhã vai estar concluído.
Edward puxou Bella para lhe dar um beijo.
— Fico feliz que agora vocês vão ter um carro. E... – iniciou Edward sem concluir.
— E ... ? – questionou Bella segurando Edward pela cintura.
— E mais tarde a gente pode se encontrar no casarão no mesmo horário – sussurrou Edward.
— Sim.
Edward beijou intensamente a sua namorada. Ele girou Bella e a colocou em cima da mesa da cozinha. Suas mãos estavam concentradas nas coxas da jovem. A estudante teve que se desvencilhar dos beijos.
— Edward aqui não – repreendeu Bella.
— Mais tarde então?
— Mais tarde – Bella desceu da mesa.
Deu um beijo breve no namorado.
***
— O seu pai já sabe Carlisle? – perguntou Ava.
— Não – Carlisle olhou para o chão.
***
— Esse lugar parece mais empoeirado do que na semana passada! – exclamou Bella ao constatar que o quarto estava com cheiro de mofo. Edward batia em alguns travesseiros.
— Eu sei que esse não é o melhor lugar para a gente ficar... mas pelo menos não encontramos os nossos pais – Edward se aproximou envolvendo os seus braços em volta da cintura da namorada.
Edward e Bella se beijaram intensamente. A estudante sentou-se na cama e tirou os sapatos enquanto isso o seu namorado feito o ninja tirou todas as roupas.
— Você... foi rápido!
— Algum problema? – perguntou Edward.
— Nenhum! – Bella balançou a cabeça.
Edward foi em direção a jovem e lhe deu um beijo demorado. Bella tirou o casaco vermelho enquanto o namorado se deitava por cima dela.
***
Ava havia acabado de sair do banho e por isso ainda estava com o seu roupão branco e uma toalha enrolada em suas madeixas molhadas. Ela sentou-se na cama escorando as costas nos travesseiros pegou um hidratante que estava no seu criado-mudo para passar no corpo.
— Ainda está com dor de cabeça, querida? – perguntou Josh enquanto se levantava da poltrona.
— Melhorou um pouco.
Josh aproximou-se da esposa e foi sentar ao lado dela. Pegou o hidratante que estava nas mãos de Ava e começou a passar nos braços de sua amada.
***
— Você pode ficar para sessão de cinema da família! – disse Edward enquanto o casal entrava na mansão Cullen.
— Eu não sei... – os dois jovens passaram pela entrada principal.
— Não vai ser possível – respondeu Esme descendo as escadas – Sua avó está com uma dor de cabeça horrível.
— Uma pena! Eu vou pelo menos falar com ela. Você vem Bella? – Edward realmente parecia chateado com a notícia.
— Daqui a pouco.
— Tá certo – Edward subiu rapidamente as escadas.
Antes que Bella pudesse se retirar do salão Esme começou a falar.
— Espero que você e sua mãe tenham encontrado o que procuravam – disse Esme com um sorriso.
— Conseguimos sim – Bella falou timidamente.
— Não sabe o quanto eu gosto da discrição de vocês – Esme abraçou a jovem.
Pelo tempo que demorou a matriarca demorou no abraço, Bella teve certeza que ela sentiu o perfume de Edward em suas roupas.
— Boa noite – Esme subiu as escadas.
Bella esperou que não tivesse mais ninguém no corredor para que pudesse ir para o seu quarto. Quando finalmente chegou no seu cômodo Renée estava a sua espera sentada em sua cama.
— Que susto! – exclamou Bella.
— Bella, precisamos conversar sobre você e o Edward.
***
Edward e Emmett voltaram para o campus da faculdade. Os meses se passaram e a saúde de Ava estava mais debilitada. Ela ficava mais tempo dentro de casa e precisava da enfermeira para quase tudo. Um fato que chamou a atenção dos empregados foi o fato dos Cullens terem convocado o advogado da família. Os boatos eram de que a Sra. Cullen faria uma pequena alteração no seu testamento.
***
Bella estava sentada de pernas cruzadas na cama king size de lençóis de seda cor de salmão e que tinha um edredom branco. Seu pijama cobria os braços e as pernas pois o inverno havia chegado trazendo consigo a neve e um frio impiedoso. Ava parecia que estava embrulhada em camadas de roupa para dormi.
— Pena que a próxima temporada só vai chegar próximo ano – resmungou Bella enquanto enfiava a pipoca na boca.
— Talvez eu nem esteja mais aqui – disse Ava com tom de conformidade.
Bella tocou a mão da matriarca.
— Não diga isso.
Ava sorriu.
— Eu quero que você pegue algo no criado-mudo.
— Tudo bem – Bella levantou-se.
— Está na primeira gaveta.
Bella pegou um pacote que estava embrulhado num papel de presente rosa claro e amarrado com uma fita dourada.
— Que lindo! – exclamou Bella.
— Você ainda não viu o que é.
— Mas ele está muito bem embalado!
— Pode abrir! – pediu Ava.
— Não vai esperar o natal chegar? Faltam só alguns dias.
— Não precisamos de cerimônias. Pode abrir – Ava deu um largo sorriso.
Bella desembrulhou cuidadosamente. Colocou o papel e a fita em cima da cama. Era um porta retrato com a foto das duas no jardim.
— É a nossa self do jardim – Bella voltou a sua atenção para Ava – Eu amei!
A jovem abraçou a senhora que estava muito sorridente.
— Eu amei te conhecer – disse Ava ainda abraçando Bella.
— Eu também!
Bella sentou-se em frente a Ava.
— Antes do natal o meu filho tem algo para lhe dizer!
— O seu Carlisle? O que ele teria para me dizer?
— Em breve você ficará sabendo!
***
— Você está bem, querida? – perguntou Josh já pronto para se deitar.
— Só com um pouco de dor de cabeça. Mas não é nada demais.
***
Bella já estava pronta para o seu último dia de aula. Charlie iria lhe deixar no colégio. Renée já estava pronta para trabalhar. Carlisle havia acabado de terminar um plantão e parecia exausto. Esme tinha acordado cedo para esperar o marido. Josh levantou-se da cama e fez a sua higiene matinal não quis incomodar a esposa e a deixou dormir mais um pouco.
Depois de escovar os dentes Josh voltou para o quarto. Ele observava Ava dormir tranquilamente. Ela estava completamente imóvel o que fez o seu marido estranhar. Ao se aproximar o patriarca da família Cullen tocou na pele fria da esposa. O coração dele acelerou e a respiração ficou mais pesada. Ela não estava respirando e não dava para sentir o seu pulso. Josh não queria constatar o óbvio que sua amada estava morta.
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