Golpe de Misericórdia

Golpe de Misericórdia;


Ela não podia ouvir sua respiração sob o céu furioso. Ela não podia ouvir seu choro, não podia ver suas lágrimas. Porque seu mundo estava caindo e a dor se apossava de seu corpo.

Ao seu lado, seu leal pastor alemão olhava para frente, olhos fixos no demônio de olhos cor de fogo. Ele rosnava, pondo-se em frente à dona.

- N-não – ela levantou a cabeça, enfraquecida. Tocou o ombro de leve e olhou para sua mão, encharcada por seu próprio sangue. – Vá para o celeiro e proteja os animais. Agora – o cão olhou para a moça, sem tirar as patas do lugar. – Não se preocupe comigo. Vá.

Usando sua foice como uma bengala, a fazendeira se levantou e fez um sinal positivo para o cachorro correr. Assim que ele pôs-se a correr, o lobo pulou sobre ele, dando uma mordida no lombo do cão, que ganiu de dor.

- N-não!

Num impulso, a mulher puxou a foice acertou contra o estomago do animal selvagem. Ela detestava ferir qualquer criatura viva, mas aquilo não importava mais. Sabia que não resistiria, mas não deixaria que seu leal companheiro partisse com ela. Ele não merecia isso. Mesmo ferido, ele conseguiu ir para o celeiro. A rancheira deu um sorriso fraco e voltou-se para a fera.

Ferido, o lobo tornou em sua direção. Ele não iria desistir, embora soubesse que estava seu destino estava traçado, assim como sabia que o de sua inimiga também. Mas ele não iria perder. Nem ela. E não seria um empate.

Um último golpe de foice, uma última mordida. Um uivo, um grito, abafados pelo rugido de um trovão.

O golpe de misericórdia para os dois.

Fin

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.