Pov. Nanda

A minha saída do hospital foi tranqüila, apesar do susto que levei ao saber que haviam se passado oito meses. Tanta coisa havia acontecido:

Carrie agora com um barrigão de 9 meses esperando o momento de ganhar o bebe, junto com Fred que trabalhava com pai, mesmo não estando feliz com o emprego tão sério ele fazia aquilo pelo bebe e por ela.

Mamãe me apresentou seu namorado que se chama Derick, na verdade o amor deles era algo do passado. Ele a esperou esse tempo e enfim eles ficaram juntos, parece até filme.

Candice acabou tomando o titulo de capitã das animadoras e controla do time, e com a ajuda das gêmeas conseguiram ganhar o troféu do torneio regional.

Matt desencanou de mim e agora namora com a gêmea Lia, enquanto Ned tenta um encontro com Lauren que não dá a mínima para o coitado.

Soube que Samantha foi para a Irlanda, acho melhor mesmo ela estar o mais distante possível de mim.

E quanto a Dylan?

Todos me chamam de maluca mas eu não o odeio, Carrie me disse que foi morar com seu pai em Los Angeles e as vezes eu penso que seria melhor assim, nós dois o mais afastados possível!

Doutor Norman disse que se eu continuasse a me medicar direitinho, não faltasse as minhas consultas e fizesse meus checapes semanais logo eu estaria novinha em folha.

– Tem certeza de que não esqueceu nada? – Matt perguntou enquanto íamos para a escola em seu novíssimo carro um conversível azul, já que a minha camionete foi destruída e eu terminantemente proibida de dirigir pelo médico e pela minha mãe, agora eu vivia sendo transportada por caronas.

– Não, eu me lembro de tudo, até de coisas de quando eu tinha 4 anos. – respondi enquanto remexia a minha bolsa, em busca de o livro de matemática.

– Então porque cisma em saber sobre ele? – ele se referia a Dylan.

– Diz que é assunto inacabado, baboseira! – minha irmã bufou do banco detrás, junto de Ned.

– O médico disse que eu ainda posso ter quedas de raciocínio, tipo – desviei o assunto abruptadamente para evitar futuras discussões – ele ficar mais lento que o normal e também posso desmaiar a qualquer momento.

– Desmaios? – Matt perguntou preocupado.

– Sim, mas nada de mais até porque até hoje não desmaiei. – falei sorrindo para ele que retribuiu.

– Não minta Nan. – Candice falou brava – Ontem mesmo ela quase caiu da escada de casa, se não fosse eu chegar a tempo ela tinha caído, ela anda tendo tonturas!

– E você não diz isso pro médico? – Ned questionou preocupado.

– Não é necessário, eu estou bem! – me virei fuzilando Candice com os olhos, havíamos combinado que ela não iria abrir o jogo com ninguém. Afinal eu queria que todos saíssem do meu pé logo, e dizer isso só iria piorar a situação.

– Não sei não, acho melhor você falar com o doutor. – Matt aconselhou.

– Verei isso na próxima consulta. – falei sorrindo para ele. Mas é claro que eu ocultaria.

A minha volta para a escola foi excepcional, ganhava tudo tão facilmente, inclusive os lugares na cantina.

Abandonei as lideres de torcida, voltei a ser rata de biblioteca e escrever meus contos, me inscrevi para ser ginasta representante da escola, porém só depois de ser liberada pelo médico e até toco violino e canto nas aulas de arte.

No fim da aula de hoje disse que iria ao hospital buscar um exames, e eles me deixaram em paz por algumas horas.

Eu queria ir à um lugar, que eles não podiam de maneira nenhuma saber.

Fui ao bairro das grandes mansões obstinada em saber noticias sobre Dylan, precisava resolver essa nossa história de uma vez por todas.

Meus fones afundados em meus ouvidos tocando a musica “Give Heart A Break” a todo volume, tão alto que o refrão era ouvido do outro lado da rua.

Percebi que meus sapatos desamarrados e me abaixei para amarrar, logo depois de amarrá-los me levantei para continuar o caminho, mas esbarrei em alguém que quase me fez cair no chão. Voltei alguns passos para trás e senti aquela tontura novamente, eu não podia desmaiar ali.

– Me desculpe. – falei com a visão turva, tudo rodopiava, olhei para a pessoa e não conseguia reconhecê-la. Pus a mão na cabeça tentando fazer meu mundo parar de girar, mas não consegui.

– Está tudo bem?- a pessoa na qual eu havia esbarrado segurou meu braço me dando um ponto de equilíbrio, reconheci sua voz no primeiro momento.

– Dylan? – perguntei e meu coração acelerou na mesma hora, junto com meu corpo que começou a tremer e minhas forças que se tornaram escassas.

Não consegui segura-las e desmaiei.

Pov. Dylan O’brien

Nanda desmaiou em meus braços, totalmente fraca, o que havia com ela?

Emoção de me ver é que não era, ela costumava ser forte.

– Nanda! Acorda! Meu amor acorda! – eu falava chacoalhando seu corpo, mas nada acontecia.

A única solução que encontrei foi retornar a minha casa, se é que ainda posso chamar assim.

Larguei minhas malas no meio da rua não me importando com o destino delas, e corri com Nanda nos braços até lá.

Parece que a sorte estava a meu favor, já que nem minha mãe e Cristina não estavam mais lá, subi ao meu quarto e o encontrei do mesmo modo com o qual eu havia deixado.

Deitei-a na cama e fui em busca de um perfume, já que nos filmes isso sempre despertava a pessoa.

Coloquei próximo ao nariz dela e ela recobrou os sentidos aos poucos, se remexia preguiçosamente e chamou por meu nome.

– Dylan... – ela murmurou.

– Estou aqui – respondi no mesmo tom.

– Eu te amo. – ela murmurou novamente dando um sorriso fraco logo em seguida.

– Também te amo. – falei e num impulso covarde pelo estado que ela estava, a beijei de forma doce e carinhosa. Ela permaneceu inerte por alguns segundos, mas então correspondeu e ficamos ali por um breve momento até eu perceber que ela havia caído no sono.

Pensei em chamar alguém para levá-la para a casa, mas não. Precisávamos conversar.

Sentei na poltrona ao lado da cama e a fitei a tarde toda, nem mesmo ir ao banheiro eu ousei ir.

Quando o sol já se punha no horizonte Nanda se remexeu na cama e esfregou os olhos despertando, ela gemeu e suspirou antes de falar.

– Que horas são ein? – perguntou com a voz rouca e se espreguiçou.

– Sete horas. – respondi a olhando, tenho certeza que tinha uma cara de idiota apaixonado. Ela ficou lá inerte por mais alguns segundos e então levantou de supetão.

– Dylan? O que aconteceu? – perguntou assustada se levantando rapidamente, seus olhos arregalados me fitando e seus cabelos um pouco desgrenhados.

– Você desmaiou quando nos encontramos e eu trouxe você pra cá. – respondi me levantando.

O cenário que se tinha ali era perfeito, metade do rosto dela iluminado pelos feixes laranjados que entravam pelas persianas da janela o quarto todo realçado entre escuro e claro, era perfeito.

– Podia ter me acordado antes ou sei lá. – ela falou enquanto arrumava os cabelos.

– Eu até tentei, mas a senhorita dormiu. – disse e logo me lembrei do beijo, pela cara que ela fez também se lembrou.

– É, eu lembro disso. – levou suas mãos a cabeça, como se as mesmas estivessem doendo.

– Aquilo foi bom não foi? Eu senti que você ainda me ama! – disse dando pequenos passos mais próximos dela.

– Isso não basta, não posso passar por cima de tudo! E não era pra isso ter acontecido! – ela andava de um lado para o outro, agora massageando as têmporas.

– Não era pra ter acontecido? E o que você queria? Que eu visse o amor da minha vida tão próximo de mim e não fizesse nada! Me diga Nanda o que você quer então!

– Quero que tenhamos aquela conversa sabe, a definitiva! – ela disse parando a centímetros de mim, olhos nos olhos – Quero que hoje essa situação esteja resolvida de uma vez por todas!