Não sei pelo que eu estava sendo levada naquele momento, ou até mesmo não sei que força sobrenatural estava me fazendo ficar deitada ao lado de Dylan sobre o telhado e observando as estrelas.

Nossas mãos unidas enquanto ele fazia leves carinhos com o polegar, os olhos dele brilhavam como as estrelas que estávamos observando.

– Estrelas são muito impressionantes. – ele disse olhando-me com o canto dos olhos, virei minha cabeça em sua direção e observei sua face iluminada pela luz da lua.

– As acho interessantes, cada uma para mim esconde um mistério. – sorri ao lembrar meu pai, ele vivia me dizendo isso.

– Você – ele deu um leve suspiro e ficou sobre mim de supetão me fazendo arquejar pela surpresa- Pirou minha cabeça garotinha! – ele roçou seu nariz no meu e se afastou alguns centímetros.

– Eu pirei sua cabeça? – perguntei debochada com um meio sorriso.

– Você é tão... – ele me encarava com aqueles profundos olhos castanhos, pela sua expressão ele procurava uma palavra apropriada – Diferente. – ele disse por fim.

– Diferente bom ou ruim? – o perguntei curiosa.

– Não sei. – ele falou saindo de cima de mim e se sentando – Você chegou de repente Fernanda, a única garota que não caiu aos meus pés facilmente – ele bufou e eu soltei um leve sorriso – Você é inteligente, corajosa, linda, flexível...

– Uma péssima dançarina. – o interrompi.

– E a garota que possui os olhos mais bonitos que eu já vi. – ele me olhou enquanto meu corpo ainda estava deitado.

– Não mente para mim. – eu disse me sentando ao seu lado e semicerrando os olhos – Candice também possui os mesmos olhos.

– Você é muito mais bela. – ele disse com ar importante.

– Se você acha tudo isso de mim – suspirei o encarando – Porque me maltratou desde quando nos conhecemos?

– Porque eu não sou um cara que se apaixona, nunca me apaixonei – ele suspirou – Fiquei com medo de que eu me machucasse por gostar de alguém como você.

– Como assim alguém como eu? – perguntei confusa.

– Eu sou a criança pobre e você o brinquedo caro. – ele falou tristonho, senti a metáfora no ar e suspirei. Como assim ele achava que eu não estava ao seu alcance?

– Eu não sou um brinquedo caro. – falei segurando sua mão.

– Eu estou apaixonado por você desde quando você entrou por aquela sala toda tímida, garota você só pode ser uma feiticeira... Nunca me senti assim! – ele falou irritado.

– Me desculpa? – disse hesitante.

– Sinto uma ligação com você e acho que o destino pode ter feito nós brigarmos tanto. – agora ele me olhava atentamente tentou decifrar minhas expressões.

– Não acredito em destino. – disse voltando a me deitar.

– Mas eu acredito – ele falou ficando sobre mim novamente – Você quer ser minha?

– Como assim? – perguntei hesitante afinal esse Quer ser minha só me fez pensar no sentido sexual da coisa.

– Quer ser minha namorada? – ele reformulou a pergunta dizendo-a diretamente, seus olhos fixos nos meus como se ele tentasse me hipnotizar para que eu aceitasse.

Meu coração disparava no momento, e as borboletas no meu estomago deviam estar dançando break, senti ânsia e tive que me segurar para não despejar o almoço sobre ele, minhas mãos estavam suadas e pegajosas e creio que minha cara não deveria estar das melhores.

– Namorar é uma palavra muito forte. – falei o encarando – Não gosto de apressar nada.

– Tudo bem. – ele respondeu se sentando novamente e abraçando os joelhos de uma forma folgada, olhava para o horizonte e parecia ter o pensamento vago.

– Mas – eu disse sentando-me novamente ao seu lado, a brisa leve fazendo meus cabelos esvoaçarem para trás – podemos ser uma inimizade colorida.

– Inimizade colorida? – ele perguntou descrente com a minha proposta.

– Não somos amigos. – eu disse olhando para as luzes do shopping – Porém queremos nos pegar.

– Sabe que para uma nerd você é bem... Saidinha. – ele falou aproximando sua mão do meu rosto e o puxando para perto do seu, nossos lábios roçaram um no outro e ele me beijou de uma forma quente e feroz.

Separamos-nos por um breve momento e logo depois ele lançou seu corpo contra o meu me fazendo bater bruscamente as costas nas telhas, o impacto me fez soltar um gemido de dor.

– Desculpa. – ele falou voltando a me beijar, e como sinal de que eu aceitei suas desculpas intensifiquei o beijo. Não era muito experimente com aquilo, mas pelo jeito eu mandava bem, ou Dylan era quem manda, ai sei lá!

Só sei que ambos gostávamos e sempre que nos separávamos nossos corpos ansiavam por mais... Mais um beijo, mais um toque, mais um carinho, mais!

Ele descia a mão por meu corpo me fazendo arquejar discretamente enquanto o beijava, não conseguia tomar uma atitude parece que meu corpo travava quando eu estava com ele e o mínimo que eu fazia era subir as mãos até sua nuca e o beijar cada vez mais intensamente.

Não demorou muito até eu receber uma ligação da minha mãe, ela estava furiosa e me disse para ir embora antes que ela chamasse a policia para me buscar.

Mesmo com todos os músculos do meu corpo recusando a minha ida e totalmente contra a minha vontade desci do telhado com a ajuda de Dylan, o beijei mais uma vez e disse um até amanhã enquanto entrava na minha camionete velha e dirigia até em casa, mas não antes de tocar meus lábios e suspirar com a lembrança dos beijos que foram depositados nos mesmos.