Já era de noite quando cheguei a casa. Estranhei a porta aberta.

—Camilla, onde é que você foi se meter? Minha nossa! – Sim, era o meu irmão, ele tinha a chave de minha casa.

—Irmãozinho fofo! – Beijei-o no rosto – Você se preocupa porque não saio de casa. E agora está se preocupando porque saí... Não acha que está sendo contraditório? – sorri sentando no sofá.

—Não, não estou. – ele fechou os olhos – Até onde sei, é normal alguém se preocupar com as pessoas da família.

—Tem toda a razão, você venceu. – cruzei as pernas de frente para ele, me mostrando.

—E... Nossa. – ele me olhou sorrindo um pouquinho. – Parece que rejuvenesceu dez anos! Gostei, essa é a irmã mais velha de que me lembro e que sempre cuidou de mim. Continue desse jeito.

—Obrigada, Leozinho. – Sim, foi muito importante cuidar de mim.

***

—Ai, que coisa mais linda! – No dia seguinte, às oito horas já tinha gente se candidatando a me fazer companhia no café da manhã. – Então essa é a tia Camilla de quem todo o mundo falava?

—Forrest, meu amor, assim você está me deixando lisonjeada. Eu sou apenas uma mulher comum que por ventura nasceu sob o seio real, com o objetivo inicial de fazer a promoção de sua mãe para um velho e malvado rei! – Ah, a rainha do humor negro estava de volta – Agora venha tomar um café comigo, vamos, vou fazer a sua comida preferida. E depois, coma uns bombons com a sua tia!

—Eu já cresci... Vou fazer dezesseis anos! – ele corava sorrindo – Não fale assim que fico com vergonha. A Nina daqui a pouco me acha e ouve.

—Garotinho bobo da titia! – E mimei o novo príncipe de Nohr muito mais do que deveria. Fiz tudo que ele gostava até que mandou parar.

—Tia, me desculpe... Mas é que não entra mais nada no meu estômago! – Ele falou com cara de enjoo, mas demorei a perceber. Uma voz gritou lá de fora.

—Oba, cheiro de comida boa! – E a filha do guarda costas do meu irmão substituiu Forrest no desjejum, sem nem me dizer bom dia. Adolescentes...

Sim, os dois faziam um casalzinho lindo. Diferente, mas lindo.

—Nina, minha flor, não faça isso! Esse pijama não deveria ter saído do seu quarto; o tecido delicado estraga ao andar muito na rua... Eu o projetei apenas para lhe dar uma boa noite de sono, entende?

—Ah, depois você faz outro, ora! – ela sorriu olhando-o de volta e lhe dando um tapa no ombro.

—Não, você não está entendendo... Esse tecido era o que sobrou de quando fizeram o pijama top de linha do meu pai. Se você estragar, não tem outro.

—Ah, mas eu estava com fome!

—Percebi. – Forrest suspirou. Me senti bem. Fazia tempo que não servia uma refeição ao meu sobrinho. E no fim, ele quis olhar as roupas novas que eu tinha comprado em companhia da Charlotte.

—Tia, você tem estilo... Que lindo!

—Ah, eu gosto desse vestido! – Nina pegou uma peça e tentou vestir. – ficou grande.

—Mas é claro que ficou, meu amor. Minha tia tem três vezes mais busto do que você! – ele riu.

—Me chama de despeitada de novo que eu fico três dias sem te olhar na cara!

—Ah...! – ele suspirou de novo.

—Nina, o meu busto é que é muito grande, foi o que ele quis dizer. O seu é normal, entende? – tentei ajudar.

—E você não me deixou terminar. Posso desenhar um igual, mas nas suas mediadas, se quiser. De uma cor diferente, é lógico.

—Sério? – e ela deu um beijo na boca de meu sobrinho do qual eu cheguei a sentir inveja... O Laslow era o único que já tinha me beijado daquele jeito. – Ah, Forrest, você é um fofo. Não tenho vergonha nenhuma de dizer que amo você! Me entende tanto...

Coisa mais lindinha esses dois!!!

—Nina... É que a minha tia ainda está aqui e sou tímido. Só isso. – ele dizia abraçado a ela e todo envergonhado. Jovens.

E assim, eles saíram logo.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.