Giants Wizard

Quero me tornar mais forte


E assim voltamos para o inicio, dentro daquele beco sujo, frio e úmido. Chorando e sendo espancada pelo grupo sem dó.

Entretanto existia algo que doía mais do que os ataques lhe direcionados. As palavras praticamente cuspidas em sua cara provindas pelos atacantes. Taís palavras doíam muito mais do que qualquer dos outros ataques, mesmo aqueles envolto de magias.

Como era doloroso. Muito mais doloroso do que as feridas abertas ou qualquer outra coisa que já tenha passado era saber que tudo que eles falavam era verdade.

Odiava saber que tudo que estava sendo dito era verdade. Mas o que ela podia fazer? Absolutamente nada. E sabia que ninguém ia atrás dela. Estava sozinha e certamente não viveria outro dia para ver a luz das estrelas novamente, não ia ver sua família novamente.

Abriu os olhos ignorando os chutes transferidos em suas costelas certamente as quebrando para olhar, mesmo que embasado a sua mão direita onde outrora existia a marca da Fairy Tail. Mas agora ela não tinha mais nada e tal fato vez as lágrimas caírem cada vez mais.

– Mas como é fraca! Só sabe ficar chorando e nem consegue revidar! - Reclama Shi irritada cruzando os braços em baixo de seus cheios e erguendo a loira em um puxão e em seguida tanto um potente chute em sua barriga a forçando a cuspir uma boa quantidade de sangue, ela bateu com força na parede oposta caindo no saco de lixo.

– Viu o que você vez sua idiota?! Agora ela está fedida! - O garoto de entorno de dezesseis anos reclama tampando o nariz com a mão, pelo visto tinha certa autoridade diante a mais velha.

– Urusai idiotas! O que torna tudo divertido são os gritos - Afirma sorrindo maldosamente se aproximando de onde Lucy caíra pisando em sua mão direita com a ponta do salto agulha com força indo cada vez mais fundo a fazendo gritar de dor e agonia.

– Você é fraca. E sua guilda nunca deveria ter te aceitado! - Sussurra maldosamente no ouvido da maga celestial que arregala os olhos diante das palavras maldosas.

Sim ela era fraca e lhe doía saber disso. Mas... Era tanto assim? Céus! Ela mal conseguia se defender direito! Por mais que não gostasse de pensar nisso sabia que era uma das mais fracas da Fairy Tail e que sempre precisava ser salva.

– Morra sem sua "família"! - Lucy mesmo com os olhos embasados pode ver um círculo mágico azul se formando diante a mão estendida e aberta em direção ao seu rosto entrando em desespero.

– LOIRINHA!! - Pode ver pouco por causa da dor e do choro além de estar cansada. Mas o que vira fora o grupo sendo agarrado por algo vermelho e uma sessão de ataques em seguida até eles ficarem desacordados.

–_-_-_-

Quando acordara sentia sua cabeça latejante e se sentiu tonta, vagarosamente abriu os olhos para fechá-los em seguida. Uma luz forte vinha direto em sua direção e parecia queimar sua retina.

Tentou mexer o braço direito inutilmente. Não o sentia. Já seu braço esquerdo estava dolorido e achara melhor não o movimentar muito. Sendo assim se viu obrigada a olhar para o lado e abrir os olhos novamente e esperá-los se acostumar com a claridade.

Percebeu que seu braço direito estava engessado e preso ao seu pescoço dobrado. Ainda tentando conseguir ver melhor do que alguns borrões olhou para o outro lado, o braço estava estendido no que pensou ser uma cama com algumas ataduras aqui e ali, mas não estava tão machucado quando seu braço.

Passou o olhar para baixo encontrando o tronco enfaixado. Era de se esperar, afinal certamente teria quebrado algumas costelas. Desceu mais o olhar para subir para o alto, sua perna estava erguida e engessada como seu braço quase por completo, já a outra perna estava enfaixada mas não precisava ficar erguida.

Com o braço esquerdo tocou calmamente a testa ainda se sentindo um pouco tonta percebendo que esta também estava enfaixada.

Demorou mais um pouco para conseguir olhar normalmente o local onde estava. Pelo jeito em que as "paredes" se erguiam estava dentro de uma grande arvore. Mas, não era só a arvore que era grande como todo os moveis e objetos.

Ela se sentia uma formiga.

Tudo era estupidamente grande! onde estava deitada era algo como o travesseiro de uma enorme cama, tinha um armário branco de duas portas e um criado-mudo ao lado da cama igualmente branca na qual ela tinha certeza que conseguiria colocar uma cama grande e confortável com ainda alguma sobra.

Como iria conseguir sair dali? Bom, fazer tal ato era impossível só de olhar a seu estado, e se tornava ainda mais improvável na altura que se encontrava.

Chegou a se perguntar até se era assim que os exceeds se sentiam. Tão... Pequenos e frágeis em relação a tudo ao seu redor.

– Loirinha... - Virou a cabeça em direção a onde a voz fraca e feminina viera encontrando Flare em frente a uma pequena fresta, em comparação ao tamanho da arvore, na qual tinha espaço o suficiente para ela entrar e sair sem dificuldades.

– Flare? - A voz da Heartfilia era fraca e arrastada, parecia que iria arranhar a sua garganta de tão seca que esta se encontrava.

E maga ruiva estava com a cabeça baixa claramente sem jeito. Tentava imaginar o que ela estaria pensando naquele momento, mas não foi preciso muito esforços afinal sua expressão de arrependimento estava clara.

– Ela acordou Flare-chan? - Uma voz potente que parecia soar em todos os cantos se vez presente, apesar de ser potente dava para perceber um rastro de idade.

– Sim Ancião-san - Por uma grande fresta na arvore no lado oposto de onde a Flare saíra aparece um gigante de aparência idosa, longas barbas que chegava até mais ou menos o final de seu tronco, rugas aparentes e utilizando um óculos meia lua seu cabelo se resumia em uma parte no meio da cabeça que se seguia traçado e jogado por cima do ombro e retornando um pouco para trás das costas por debaixo do braço e um roupão azulado preso por fitas brancas.

– Entendo... Como se sente loirinha? - Indaga o gigante se sentando na cama e aproximando o seu rosto da maga celestial para vê-la melhor.

– ...Um pouco tonta... - Fala sincera, não via motivos para mentir. Confiava em Flare e a considerava uma amiga deste que a ajudá-la a recuperar a sua antiga família e se Flare confiara naquele gigante ela também confiaria.

– Ficaria surpreso se não estivesse. Você perdeu bastante sangue! Têm sorte da Flare ter o mesmo tipo de sangue que você - Afirma olhando para o soro percebendo que este já estava por acabar.

– Flare, troque o soro da loirinha e suas ataduras certo? Logo voltarei - Assim o gigante sai de cima da cama e vai em direção a onde entrou.

A ruiva assentiu e utilizou seu cabelo como chicote para abrir a primeira gaveta do criado mudo e em seguida subiu até ele entrando na pequena fresta.

Não demorara muito para sair com um kit médico no tamanho normal em mãos e com agilidade impressionante foi para cima do criado-mudo e pulou em direção a cama como se fosse comum fazer tais coisas.

Ela abriu o kit médico e começou trocando as ataduras da cabeça, braço direito, tronco e perna esquerda para em seguida trocar o soro, Lucy durante todo o processo apenas a observara quieta. Tinha várias duvidas, mas achou melhor esperar ela terminar o trabalho.

– Pronto... - Murmura ainda sem jeito.

– Flare, estamos na sua vila certo? - Indaga Lucy curiosa. Tinha visto aquele gigante e não duvidava que teria mais já que aquele local não parecia como uma casa e sim como uma ala médica.

A outra assentiu com a cabeça envergonhada. Sem saber o que falar as duas ficaram em um silencio perturbador.

– Obrigada.

– Eh? P-por que está agradecendo? - Flare levanta a cabeça olhando para a Heartfilia que tinha um sorriso gentil e fraco no rosto.

– Você me salvou! Duas vezes. Acho que isso é algo que se deva agradecer não? - Ri um pouco.

A maga celestial estava sendo sincera, realmente se Flare não estivesse lá certamente teria morrido e mesmo que conseguisse escapar iria morrer por perda de sangue.

Flare retribui o sorriso.

As duas ficaram novamente em silencio, mas este já era mais agradável. Então o semblante alegre de Lucy foi substituído por um tristonho e ela olhou para a mão direita pousada na barriga.

Não conseguia ver sua mão, apenas os dedos mas sabia que embaixo de todas aquelas ataduras não existia mais a marca da Fairy Tail. E aquilo era doloroso.

– Eu fui fraca... - Murmura e sem perceber lágrimas voltavam a escorrer por seu rosto alvo assustando a outra.

– ...Loirinha... - Flare a abraça gentilmente. Não sabia direito o que tinha acontecido com ela, mas sabia que estava sendo doloroso e não gostava nem um pouco daquilo

– Eu quero me tornar mais forte... Se eu tornar mais forte eu vou poder proteger aqueles que eu amo - Murmura antes de cair novamente no sono.

Quando uma pessoa tem algo para proteger, ela pode se tornar realmente forte.