Generation

Generation II - "Salvá-la"



(...) Então venha, eu preciso de você! - Angel Louis.

— Ok. Mas, em troca eu quero a Angel!— Responde.

Cameron desliga a chamada furiosamente e começa a catar as roupas pelo chão. Engulo em seco e imito sua ação.

— Aonde pensa que vai? – Ele pergunta. Paro para olhá-lo e vejo sua expressão confusa.

— Você ouviu o que Jonathan disse. – Resmungo vestindo minha roupa intima. — Vou com você ajudar sua mãe.

— Ouvi o que ele disse. – Rebate. — E é por isso mesmo que você não vai á lugar nenhum. – Diz autoritário.

— Como é que é?

— É isso mesmo, Angel. – Abro a boca, mas sou interrompida. — Vou resolver isso sozinho e do meu jeito.

— Igual resolveu antes? – Quase grito.

— Só não deu certo por que você descobriu e nós dois nos deixamos recair. – Devolve no mesmo tom. Sorrio falsa.

— Você sempre quer sair como herói, não é? – Provoco-o. — Sabe que sou o único meio de ajudar sua mãe e mesmo assim insiste em querer fazer as coisas do seu jeito. – Grito furiosamente, ele passa as mãos pelos cabelos.

— E você sempre insiste em não pensar nas coisas. – Devolve. — Acha mesmo que vai ser a solução dos problemas, se entregar ao Jonathan? – Veste a camisa. — Então ótimo... Vai lá, faz isso. – Me dás costas e começa a se afastar.

Ele resmunga algo irritadamente e sai do salão me deixando sozinha e arrasada. Grito tentando aliviar o sentimento ruim que há dentro de mim e sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos. Minha respiração pesa e meu coração. Eu preciso fazer algo, não posso deixar as coisas desse jeito. Passo as mãos pelos cabelos e volto a vestir o restante de minha roupa. Pego minha bolsa no chão e tiro meu celular de dentro da mesma. Desbloqueio e digito o número.

Angel? – Depois de três toques a voz soa do outro lado da linha.

— Quero que me leve até seu papaizinho.— Digo impaciente.

— Do que...

— Nem pense em fazer teatrinho.— Interrompo-o. — Estou no colégio te aguardando.

PVD CAMERON DALLAS

Estaciono a moto de qualquer jeito na garagem de casa e pulo de cima da mesma. Corro para dentro de casa, olhando todos os cantos da mesma. A cozinha está vazia e silenciosa, a sala não está diferente, corro escada acima e adentro o quarto de minha mãe, ela não está. Dou meia volta e atravesso a porta do quarto de Wendy sem bater, respiro aliviado quando a vejo na cama brincando com seus ursos de pelúcia. Ela me olha assustada.

— Graças a Deus! – Corro em sua direção e a puxo para um abraço.

— To chateada. – Sussurra me fazendo rir um pouco e esquecer-me do resto dos problemas. — O papai levou a mamãe para passear e disse que eu não podia ir. – A raiva volta a tomar-me conta.

— Filho de uma puta!

— Também tá chateado? – Pergunta assustada.

— Olha meu anjo, eu vou te levar para casa de uma amiga minha, ela disse que tem um monte de bonecas para você brincar. – Minto. — Você vai ficar lá até a mamãe voltar e eu resolver uns problemas, tá bom? – Ela assente.

Levanto-me e caminho até seu armário, pego uma mochila e coloco algumas roupas, brinquedos e coisas que ela mais usa no dia á dia. Aproximo-me novamente dela e pego-a no colo. Ela agarra seu macaquinho de pelúcia e se abraça a mim. Saio do quarto e vou até meu quarto, pego dinheiro e um pedaço de papel aonde anoto um endereço de parentes próximos. Saio do meu quarto e desço as escadas. Pego as chaves do carro de cima da mesa de centro e caminho em direção à garagem. Abro a porta traseira, coloco a mochila na poltrona e Wendy na cadeirinha. Fecho a porta e sigo para o lado do motorista. Coloco o cinto e dou partida no veiculo.

***

Toco a campainha freneticamente enquanto olho ao redor. Wendy mantem sua cabeça deitada sobre meu ombro e posso sentir seu coração acelerar cada vez mais. Ela mal sabe o que está acontecendo, mas parece que sente que as coisas não estão bem. A porta enfim de abre e eu suspiro aliviado.

— Cameron? – Rosie surge na mesma, olhando confusa para Wendy. A mesma levanta a cabeça e devolve o olhar.

— Rosie, eu preciso de sua ajuda! – Resmungo e ela me dá passagem para que eu entre.

— O que houve? – Pergunta enquanto coloco Wendy no chão e me abaixo em sua altura. Ela treme assustada.

— Preciso que fique com Wendy por algumas horas... – Engulo em seco.

— Tudo bem.

— Ou até horas. – Completo. Ela arregala os olhos. — Aconteceu o que mais temíamos. – Explico. — Ele descobriu.

— Ah meu Deus! – Ofega se abaixando na altura de Wendy. — Tudo bem Princesa? – Pergunta disfarçando a tensão. Wendy assente e agarra meu braço, amedrontada. — Não tenha medo, sou a tia Rosie. – Estende a mão.

— Cumprimente ela, Wendy. – Digo e a pequena estende a mão, segurando a mão de Rosie.

— Vamos brincar muito, não vamos? – Rosie pergunta e Wendy assente sorrindo fraco, um pouco tímida.

— Então você pode ficar com ela? – Pergunto esperançoso.

— Posso. – Responde. — Só não te garanto ficar por dias por causa dos meus pais. – Assinto entendendo sua situação. — Onde está Angel? – Pergunta demonstrando preocupação.

— Deixei-a no colégio. – Bufo. — Ela queria ir comigo e se entregar a ele em troca da liberdade de minha mãe.

— A mamãe vai demorar? – Wendy pergunta prestando atenção em nossa conversa.

— Não meu amor. – Respondo sorrindo para tranquiliza-la. — Eu tenho que ir, mas eu volto logo, tá bom?

— Tá. – Sorrio e puxo-a para um abraço.

— A tia Rosie vai levar seu irmão lá fora e já vem. – Rosie diz se levantando. — Pode brincar ali no sofá. – Wendy assente e corre com sua mochila para cima do sofá.

— Rosie, muito obrigado! – Agradeço quando já estamos fora de sua casa.

— Não se preocupe, ela estará segura aqui. – Tranquiliza-me.

— Tome. – Pego o dinheiro e o endereço de dentro do bolso. — Se caso acontecer algo, quero que mande Wendy para este endereço. – Rosie pega tudo de minha mão. — São os parentes que temos mais contato. – Concluo.

— Cameron, não irá acontecer nada. – Rosie diz e quase não vejo confiança em suas palavras.

— Tenho que ir. – Respiro fundo. — Obrigado mais uma vez. Devo-te mais essa. – Ela sorri fracamente e me assusto quando ela pula em meus braços e me dá um abraço apertado.

— Boa sorte e tome cuidado! – Retribuo seu abraço e assinto.

PVD ANGEL LOUIS

— Angel, eu...

— Cala essa boca e me leva até seu pai de uma vez. – Grito com Sammy enquanto ele dirige em direção á um lugar totalmente abandonado e feio. Sinto meu corpo estremecer, mas não demonstro o medo.

— Quero que saiba que gosto de você de verdade e me arrependo de ter entrado nessa. – Diz me fazendo rir.

— E eu quero que saiba que se não precisasse de você para chegar no Jonathan, eu teria te matado agora mesmo.

— Entendo sua raiva.

— Raiva, nojo, pena. – Suspiro. — Você não sabe quanto sentimentos nojentos eu tenho de você. – Completo.

— Tenta me entender. – Implora. — Essa mulher matou minha mãe, eu tinha que vingar de alguma maneira.

— Quem matou sua mãe foi seu próprio pai, seu idiota. – Grito furiosamente.

— Você não sabe de nada! – Sammy grita. Parece que pisei em seu ponto fraco. — Quer saber, você merece tudo que está acontecendo. Enganou-me, fingiu que gostava de mim enquanto se esfregava com Cameron, vocês dois se merecem. Você é igualzinha à mãe dele. – Olha-me com nojo. — Uma vadia!

— Vou lhe mostrar a vadia. – Grito soltando meu cinto e voando em cima dele, desferindo tapas em seu rosto.

— Para com isso. – Grita tirando as mãos do volante e tentando em conter. — Vai nos matar, sua idiota!

— Ótimo. – Grito unhando seu rosto. Ela leva a mão até o lugar machucado e senti o sangue escorrer. Vejo uma nuvem negra tomar conta de seus olhos e de repente sinto meu corpo cair para o lado e minha cabeça bater em algo duro.

— Durma bem, sua... – É a ultima coisa que escuto até minhas vistas escurecerem e eu perder todos os sentidos.

***

Abro os olhos e percebo minha visão turva. Fecho os olhos novamente e sinto minha cabeça latejar. Esforço-me um pouco e abro novamente meus olhos, pisco algumas vezes e aos poucos minha visão vai voltando ao normal. Olho em volta e noto uma escada, paredes sujas e cheias de teias de aranha, uma mesa velha e sinto um odor terrível tomar conta de meu nariz. Estou sentada no chão de um porão? As memórias voltam em minha mente.

A ligação de Jonathan, a mãe de Cameron, a briga com Sammy e a escuridão...

— Então a minha linda princesinha resolveu acordar? – Uma voz desperta meus pensamentos. Jonathan desce as escadas, sorrindo vitorioso. — Desculpe não ter te colocado em um lugar com condições melhores, mas eu prometo que logo, logo, estará em uma cama de rainha, comigo ao seu lado. – Aproxima-se.

— Eu nunca dormirei contigo. – Cuspo no chão. — Tenho nojo de você! – Ele gargalha e se abaixa na minha altura.

— Infelizmente aqui você não tem que querer minha linda! – Aproxima sua mão do meu rosto, tento me afastar e só então percebo que estou amarrada nas mãos e pés. — Não sabe o quanto te desejo desde que te vi. – Toca meu rosto, fecho os olhos com nojo. — Esse corpinho magnifico nesse vestidinho lindo. – Desce sua mão pelo meu pescoço até o meio dos meus seios. — Cameron foi um cara de sorte em tê-la, porém agora é minha vez de...

— Pai, o que está fazendo? – Ouço a voz de Sammy e abro os olhos, rapidamente. Ele nos olha, surpreso.

— Eu não disse que quando eu estiver aqui embaixo, era pra você não descer? – Jonathan se levanta furioso.

— Disse.

— Então porque desceu? – Grita.

— Preciso que me diga onde quer que eu deixe a mãe do Cameron. – Responde baixo e com medo. Olho para Sammy quase pedindo socorro e ele devolve o olhar com uma mistura de sentimentos.

— Eu já volto minha linda. – Jonathan diz me olhando como um leão faminto. Estremeço. — Vamos seu imbecil. Conversamos sobre isso lá encima. – Ele sobe as escadas puxando Sammy para cima e fechando a porta.

Meu Deus! Aonde vim parar? Eu preciso sair daqui. Olho em volta a procura de algum sinal de luz e o desespero toma conta de mim assim como a escuridão toma conta do espaço abafado, sujo e fedido. Cameron me ajude!

PVD CAMERON DALLAS

Faz mais de uma hora que rodo com o carro por todos os cantos mais prováveis da cidade e nenhum sinal de que Jonathan passou por aqui e nenhum vestígio da minha mãe. Bufo e bato com as mãos no volante do carro. O sentimento ruim cresce em meu peito e a sensação de que as coisas vão piorar me tomam. Eu juro que quando eu encontra-lo, eu vou mata-lo! Ligo o veiculo e começo mais uma vez a rodar pelo bairro a procura de sinais.

Meus olhos se deparam com uma mulher que caminha perdida pelo parque. Meu coração se enche de esperança e eu freio o carro rapidamente, desligo o mesmo e desço. Corro em direção a mesma e sorrio quando percebo os cabelos castanhos bagunçados, os olhos tristes e a roupa amarrotada.

— Mãe? – Grito chamando sua atenção. Ela me olha assustada e corre em minha direção. Abro os braços e recebo seu abraço apertado e amedrontado.

— Filho... – Ela diz em meio aos soluços.

— Está tudo bem agora. – Resmungo. — Ah meu Deus, nem acredito que te achei. Eu estava morrendo de...

— Eu não sei por que eles me soltaram. – Ela diz afastando-se e me olhando nos olhos. — Eles amarraram uma venda em meus olhos, me trouxeram até aqui e me deixaram. – Explica.

— Ah meu Deus. – Ofego. — Será que...

Meu celular vibra no bolso, rapidamente levo a mão até o mesmo e o pego. Vejo o nome de Jonathan reluzir na tela.

— Feliz em ter a mamãe de volta?— Jonathan pergunta assim que atendo. Minha mãe me olha assustada.

— Por que a libertou?— Pergunto com mau pressentimento.

— Agora entendo por que é tão viciado na sua namoradinha. — Diz me fazendo estremecer. — Ela é muito gostosa.

— O que você fez com Angel?— Grito.

— Adivinha?— Gargalha. — Ah que delicia.— Geme. — Tira sua mão de mim!— Ouço Angel gritar.

— Jonathan, se tocar nela, eu vou lhe matar.— Grito sentindo toda a raiva me dominar.

— Tarde demais!— Ele gargalha e desliga a chamada.

— DROGA! – Grito me aproximando a arvore e socando a mesma. — Eu juro que vou matar aquele filho da puta!

— O que aconteceu? – Minha mãe pergunta nervosa.

— Angel está nas mãos dele. – Respondo deixando uma lágrima escapar. — Eu preciso salvá-la. – Soco a arvore.

PVD ANGEL LOUIS

— Tire sua mão imunda de mim! – Grito enquanto Jonathan puxa meu vestido para cima e prende-o em meus braços, fazendo com que o mesmo tape meus olhos.

— Calma minha linda. – Diz. — Só estava brincando com o Cameron. Agora que a diversão vai começar de verdade. – Sinto sua mão deslizar pelo meu corpo coberto apenas pela, lingerie preta que vesti pela manhã.

— Eu tenho nojo de você!

— Você é uma delicia sabia? – Sinto sua mão repousar sobre meu peito e apertar o mesmo. Meu estômago se revira e uma enorme vontade de chorar toma conta de mim. Imagino-me como minha mãe passou nas mãos do pai de Cameron. — Vamos registrar esse momento tão lindo para meu enteado. – Ouço gargalhar. — Afinal é a ultima vez que ele vai te ver assim. – Ouço o som de um click de uma câmera.

— Você é doente!

— Por você! – Diz sadicamente. — Prontinho mensagem enviada. Agora vamos ao que interessa. – Ouço o som de um zíper se abrindo e de um cinto caindo no chão. Estremeço.

PVD CAMERON DALLAS

— O que vai fazer filho? – Minha mãe pergunta enquanto lhe entrego dinheiro e um papel com o endereço de Rosie para que pegue Wendy.

— Vou atrás dele no inferno. – Respondo me aproximando dela e beijando sua testa. — Fique em segurança!

— Como vai acha-lo? – Pergunta.

— Para achar a cobra sempre siga seu filhote. – Resmungo lhe dando as costas e adentrando o carro. Assim que vou dá partida, meu celular vibra novamente e eu o alcanço rapidamente de dentro do bolso da calça.

Minha respiração se corta e meu coração acelera de raiva assim que vejo a mensagem. Há uma foto de Angel deitada no chão sujo, com os braços e pés amarrados, uma venda nos olhos e o pior... O corpo vestido apenas na lingerie preta.

“Obrigado pelo presente, querido enteado. Olha só que visão mais linda que posso degustar. Pena que para você será a ultima vez.”

P.S – Vou torna-la minha – J.