Uma risada. Era apenas isso que preenchia aquela sala. A sala estava vazia, havia apenas uma luz amarelada vinda do abajur do outro lado.

Dentro da sala também haviam algumas caixas jogadas, ferramentas quebradas e um pouco inferrujadas, lençóis espalhados e uma cama que era onde estavam.

Tatsumi conversava com Esdeath, ela falava sobre coisas que gosta e outras que a deixava muito irritada. Tatsumi estava gostando daquela interação, conseguiu tirar diversas informações sobre a azulada. Seus gostos eram diferentes – e põe diferente nisso –, mas eles, surpreendentemente, estavam se dando bem.

A Esdeath poderia ser todo aquele monstro que todos dizem ser em campo de batalha, mas o moreno conseguia ver que ela é “legal” quando quer.

Esdeath agora o encarava. Assim que o moreno percebeu ficou nervoso, ter aquelas lindas iris azuis o encarando o deixava com falta de ar. Mal percebeu que prendia a respiração por mais tempo, seus olhos brilhavam e suas bochechas estavam, levemente, avermelhadas.

Viu a garota sorrir e se aproximar calmamente de si, estava realmente nervoso, sabia que ela era legal, mas ela ainda era a Esdeath – vulgo Rainha do gelo –, poderia mata-lo facilmente se quisesse.

— Sabe, Tatsumi? Eu estava pensando, e, você ainda não me falou sobre você. — dizia ela, com um sorriso malicioso se aproximando mais e mais do moreno. — Qual a sua comida favorita? O que gosta de fazer? — perguntava ainda se aproximando, mas, dessa vez, tombando a cabeça para o lado esquerdo e mordendo seus próprios lábios inferiores.

Tatsumi sabia que era mais um joguinho dela, queria não desistir, mas aos poucos ia cedendo. Olhava diretamente os olhos da azulada a sua frente esperando que ela recusasse, mas infelizmente isso só fez com que ela abrisse um sorriso ainda maior e sentasse ao seu lado colocando a mão direita em sua perna.

A última coisa que o garoto queria era perder para a azulada, então fazia de tudo para se manter forte e mostrar a garota que ele não cairia em seus jogos, não novamente.

— Não tenho uma comida favorita, se estou com fome e tive comida é isso mesmo que vai pra dentro. Talvez ficar com meus amigos, mas não estou em condições de fazer isso, não é mesmo, general? — dizia o garoto na intenção de irrita-la, ao menos deixá-la descontrolada. Mas para sua surpresa ela nada disse, apenas assentiu e deu mais um sorriso, mas, diferente do outro, esse era um sorriso perverso. O garoto ficou com um pouco de medo, sabia que algo de ruim viria por aí, só não sabia o quê.

— O que acha de dormir comigo hoje, Tatsumi? — ela perguntou deitando sua cabeça no ombro alheio.

Ela tinha o dom de fazê-lo ficar corado, não é possível. Seu rosto ficava mais e mais vermelho.

“ - Por que está assim? Ela apenas pediu para dormir junto dela, não é nada de mais - ” pensava. A cada minuto que passava com a garota o menino tinha certeza que logo logo iria ter uma parada respiratória ou algo assim.

— Ahn... certo, e-eu durmo com você... — disse o garoto pensando logo em seguida o quão estranho ficou o que ele disse.

Um riso é ouvido. — Certo, podemos começar a dormir agora, que tal? — ela disse.

— Bom, pode ser... eu acho.

Após dizer isso sentiu a azulada o puxar deitando em sua cama. Ela colocou sua cabeça em seu peito ouvindo o coração do acastanhado bater muito rápido sorrindo logo em seguida.

Já Tatsumi, apenas fica com seus olhos arregalados e boca entreaberta. Não estava esperando ter a garota usando de seu peito como travesseiro. Muito menos que ela iria fazer movimentos de círculos com a ponta dos dedos em sua barriga o deixando arrepiado e extremamente corado. Se isso era parte do jogo ele não sabia, mas que estava gostando e se entregando aos poucos, disso ele tinha certeza.

Pedia perdão a Nigth Raide mentalmente. Principalmente à Akame e a Najenda, mas, incrivelmente, estava amando os toques que a azulada lhe fazia. Se entregava a eles e via o sorriso da outra crescer mais e mais a cada suspiro que ele dava. Estava realmente amando e não conseguiria negar isso nem perante a morte.

O garoto agora sentia os dedos gelados da outra subindo por seu tórax, clavícula, pescoço, queixo e, finalmente, encerrado em sua bochecha esquerda. Então ela olha pra cima e olha em seus olhos subindo lentamente e parando quando começam a sentir seus lábios se roçarem e suas respiração baterem em seus narizes.

Os olhos verdes de Tatsumi brilham em ansiedade, e Esdeath não estava muito diferente. Esdeath leva sua outra mão a bochecha direita do garoto e finalmente cola seus lábios.

Apenas um encostar de lábio, nada a mais. Mas apenas isso faz os dois se sentirem vivos. Esdeath é a primeira a fechar os olhos, e logo após, Tatsumi também fecha.

Esdeath tem suas bochechas vermelhas. Esperava por aquele momento, mas sabia que, se fizesse, o menino ficaria morrendo de vergonha e acabaria atrapalhando tudo.

Tatsumi leva suas mãos a cintura da azulada a fazendo abrir os olhos em puro êxtase. Se perguntava se ele realmente sabe o que está acontecendo. Esse era mesmo o Tatsumi que conhecia – ou melhor, que pouco conhecia – ?

Afastaram seus lábios e, ainda de olhos fechados, ela puxa ele novamente para continuar o encostar de lábios que, agora, estava finalmente virando um beijo francês.

Esdeath abria a boca lentamente e quando abriu o suficiente Tatsumi colocou sua língua dentro da cavidade da azulada. Suas línguas se enrolavam e depois desenrolavam. Se encostavam e depois iam explorar outros lugares que, ainda, eram desconhecidas.

Tatsumi apertava fracamente as mãos na cintura da garota, e ela passeava com suas mãos pelo corpo do garoto. Usando uma das mãos, Tatsumi sobe a sua e faz o mesmo que a garota, só que por dentro de sua blusa.

Ar começava a fazer falta e afim de prolongar aquele momento, apenas ignoraram e prosseguiram com o beijo.

Tatsumi passava, agora, sua mão pelas escápulas da garota enquanto sentia as mãos da mesma passando pela sua cintura indo em direção ao cós de sua calça.

Mas agora precisavam de ar urgentemente. Seus pulmões imploravam por ar e tiveram que partir o beijo.

Respirações descontroladas, rostos extremamente vermelho e olhos brilhando em pura exitacão.

Se olharam uma última vez e deram um sorriso sem graça. Logo depois a azulada deita novamente sua cabeça no peito do garoto que apenas bota sua mão em seus cabelos. Com rostos levemente ainda vermelhos e respiração, agora, mais controlada, mas nem tanto, Tatsumi e Esdeath decidem finalmente dormir.

Esdeath ainda mostraria para Tatsumi que também domina o fogo, mas essa noite não seria hoje. Porém, bem em breve.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.