Gato de Cheshire

Capítulo 20.1


Capítulo 20.1

Enquanto Charlotte caminhava (mais uma vez) pelo bosque, Mary, William e Antonie chegavam em Oríbia, eles estavam enjoados, os trigêmeos correram demais pra chegar até lá, e chegando, a imagem que viram não era nada do que eles tinham imaginado...

- A cidade é inteira BRANCA?! – Mary gritou, olhando inconformada todas as paredes brancas, com pessoas vestidas de branco, andando de um lado a outro.

- Que horror! Eu morri! Não é possível tanto branco num lugar só! – William também gritou, nada feliz com a cidade, que para ele, era como se estivesse desbotada.

- É ofuscante... – Antonie disse, não conseguia olhar diretamente para a visão a sua frente, a luz do sol refletia e impedia sua visão.

Parados em frente aos portões da cidade, os seis olhavam a visão do lado de dentro, horrível, nenhum deles queria ficar lá, NEM POR MAIS UM SEGUNDO.

- Clístenes... – Sólon disse, com sua voz soando como uma sugestão educada. – Eu acho que seria melhor se ficássemos nossos dias de descanso num lugar menos... Branco...

- Perdão, eu nunca tinha estado em Oríbia antes... Achei que talvez fosse um bom lugar pra passear...

- E seria se não me cegasse toda vez que eu tento olhar pra ela. – resmungou Drácon.

- Eu tenho uma sugestão! – Mary disse, aos pulos e balançando o braço direito no ar.

- Diga. – Sólon se manifestou.

- Eu passei um tempo com os meninos na biblioteca esses dias, e nós estávamos lendo sobre o reino leste.

- Impéria? – os trigêmeos perguntaram em uníssono.

- Isso! É uma cidade de cascatas e cachoeiras, deve ser legal! – ele disse, ainda pulando.

- Sabe, até que a ideia da íllis saltitante não é ruim. – Drácon concordou.

Os seis concordaram, e saíram em direção a Impéria... Qualquer coisa seria melhor do que Oríbia e sua brancura infinita...

No caminho algumas coisas deram errado: Mary foi atacada por uma coisa que parecia um esquilo... Mas tinha quatro fileiras de dentes afiados, depois caiu num buraco, e depois foi quase enforcada por uma árvore venenosa...

- Por Âmbar íllis! As coisas sempre dão errado assim pra você? – Clístenes perguntou.

- Geralmente... Sim. – ela disse, tirando as folhas do cabelo.

Will e Antonie suspiraram, eles conheciam o potencial destrutivo de Mary...

- Não sei como ainda está viva... – Drácon resmungou.

- Com quatro pinos e duas placas de platina. – Antonie disse.

- É verdade, o médico conhece tão bem a Mary, que já chamou ela pra jantar na casa dele. – Will acrescentou.

- O doutor Stanley é um cara bem legal. – Mary cantarolou.

Os trigêmeos se entreolharam, como uma expressão que dizia: “que medo”.

Depois desse novo percurso, os seis chegaram a Impéria, que era muito mais agradável esteticamente.

- Nós vamos andar um pouco, depois nos encontramos na embaixada. – os trigêmeos disseram.

- Tem uma embaixada?! – Mary, William e Antonie disseram em uníssono.

- Claro, como espera que se façam as negociações diplomáticas? – Clístenes deu de ombros.

Dito isso, os trigêmeos deram as costas e saíram pelas ruas.

- Tem certeza de que é uma boa ideia deixá-los sozinhos? – Sólon disse, num tom preocupado quase maternal.

- Relaxe Sólon, que mal pode haver? A embaixada de Tsary tem uma placa enorme escrita “EMBAIXADA DE TSARY”, e o povo de Impéria é muito amigável.

Nesse meio tempo, de volta aos três amigos...

- Mas eu quero ir na cachoeira! – Mary choramingou.

- Conhecendo você, é capaz de algum animal mortal e maluco brotar do chão e tentar te engolir. – Antonie disse.

- Mas o que é que eu vou fazer nesse reino chato além de colocar minha vida em risco em passeios radicais pelas cachoeiras?

- Não Mary...

- Ótimo! Se vocês não vão comigo, eu acho quem vá!

Mary saiu com cara de ofendida pelas ruas, pensando o que faria em seguida.

- Tem certeza que é seguro deixá-la sozinha aqui? – Will disse, olhando-a sumir na multidão.

- Ela volta quando escurecer. – Antonie disse, mudando de página.

- Se você diz. – William deu de ombros, puxou em livrinho de bolso e começou a lê-lo.