Garotas em apuros...

Capítulo 1 : Dias atuais


Alice
A porta do meu guarto se abriu abruptamente, eu só tive tempo de tampar meus seios ao cruzar os braços. Graças a Deus eu já tinha colocado a calça jeans.

- Anda Ali, ou você vai ficar de pé - Miguel entra gritando no guarto. Já está completamente arrumado .

Eu sabia que estava atrasada, mas ele não precisava me lembrar, nem entrar no meu quarto como um furacão. Portas existiam para serem batidas e o aviso na porta do quarto dizia: "BATAANTESDEENTRAR " . Mas ninguém aqui em casa nunca respeitava a droga do aviso.

- Você e cego ou deficiente? - gritei furiosa - Por pouco você não me vê nua. - olhei ao redor procurando pelo sutiã.

- OHHH... grandes coisas. - revirou os olhos. - Seus seios, não são diferentes das de muitas que tem por ai Alice. Aliás, tem alguns que são até maiores que os seus. - disse pra me provocar. Miguel adorava me provocar! - Estou falando sério Alice, não posso me atrasar hoje. - me deu as costas.

Ele era meio engracadinho. Quase arrombava a porta do meu quarto do jeito que entrou, fazia suas piadinhas sem graças e acha que ia sair assim. Ileso Hahaha... Eu também sabia brincar.

- Eu também já vir pênis bem maiores que o seu, Miguel. - Gritei para provocar. Eu nunca tinha visto um, pênis . Mas pra provocar um homem, bastava tocar na ferida do tamanho peniano que eles ficariam pessenssos de raiva.

E mesmo ?! - Ele virou lentamente para me encarar. Mas acho que a provocação não surgiu muito efeito, havia um sorriso em seus lábios. - O papai vai adorar saber que você anda olhando os pênis, dos meninos por ai.

Porra! O que eu fui fazer ...

- E mentira, Miguel - sair correndo atrás dele, meus braços ainda cruzados para tampar minha semi nudez. - Eu estava só te provocando.

- Deveria ter pensado nisso antes, não acha? - argueu uma das sobrancelhas.

- Se for assim eu vou falar pra mamãe, que você anda olhando os seios das meninas por ai. - Desafiei, se eu fosse levar bronca, ele também teria que levar.

- irmãzinha linda - disse com deboche, apertando minha bochecha e dando tapinhas de leve no meu rosto.

Eu odiava quando faziam isso ! Todo mundo odeia quando fazem isso.

- Sabe qual e a nossa diferença ?

- Humm... - me afastei e revirei os olhos.

- Eu sou homem. - abriu um sorriso largo mostrando todos os dentes perfeitos que tinha na boca. Senti uma vontade súbita de quebra-los com um soco.

Eu odiava esse lado banal e machista, onde os homens podem fazer tudo e as mulheres nada. Ou melhor, onde os homens eram tachados de pegadores e as mulheres de piranhas. Era o cúmulo do ridículo !!!

- AFFF Miguel, foi só uma brincadeira. - diminui o meu tom de voz. As coisas com o Miguel funcionavam do jeito que ele queria, se eu não cedesse, eu sempre saia prejudicada.

- Você tem certeza ? Falou com tanta certeza. - cruzou os braços e ficou sério esperando minha resposta.

- Tenho irmãozinho, me desculpa. - usei minha meiguice de irmã mais nova. Pisquei os olhos varias vezes e no final um largo sorriso. Isso sempre funcionava.

- Acho bom mesmo. Como já disse anda logo, ou vai ficar de pé. Tenho um trabalho para aprasentar na faculdade hoje.

Tranguei a porta assim que ele saiu: dessa vez essa porta só seria aberta se alguém, a arrombasse. Me troquei rapidamente, colocando o sutiã e logo a blusa feia que fazia parte do uniforme da escola. Prendi meu cabelo de um jeito desajeitado e deci correndo. Por pouco não caio rolando nos degraus com a presa.

- Não vai tomar café menina? - a bozina soou lá fora, justamente quando minha mãe perguntou.

- Tá vendo seu filho, não deixa nem eu comer, Mãe. - fiz um biquinho pra ela e grunhi, pequei rapidamente um pedaço de bolo na messa e lhe dando um beijo na bochecha. - Bom dia - desejei e sai correndo .

Entrei no carro batendo a porta, jogando a mochila no banco de trás e colocando o sinto de segurança.

- podemos ir ? - Miguel perguntou.

- pensei que já estivesse manobrando o carro.

[...]

O transito àquela hora da manhã era infernal, eu já sentia o tédio me consumir e o calor já era de matar e ainda eram 07:30 AM .
Miguel, não tinha o melhor dis gostos músicais e por eu está no carro dele, as regras ali eram suas. Droga !

- Se tivéssemos saido mas cedo de casa não teríamos pego esse engarrafamento agora. Tirá os pés do painel do meu carro. - puxou minhas pernas para baixo.

- Ai - gritei - como você e chato, Miguel. Não vem me culpar por essa merda de trânsito, eu não tenho culpa.

- Não ? - seu olhar era duro em cima de mim. - Levol horas para se arrumar e ficar assim ? - bufou, me olhando por inteira e depois virando o rosto para o outro lado balançando em negativa. - Assim como ?

- Prendeu o cabelo de qualquer jeito, sua maquiagem está borrada... Que que eu diga mais ?

Me olhei pelo espelho retrovisor, minha maquiagem estava mesmo borrada.
- A culpa e sua, que fez eu me arrumar correndo.

- Piada a essa hora da manhã não, né Alice. - riu com desdém - Quer ir pra escola igual a uma princesinha, acorde mas dedo.

- Eu não vou pra escola igual a uma princesinha - soquei seu braço de leve. - só não quero ir para lá igual a uma bruxa.

Um carro buzinou atrás de nós e Miguel andou um pouco com o carro. Só um pouco não era suficiente.

- Quê saber, minha escola não e tão longe assim. - tirei o cinto de segurança e pequei minha mochila no banco traseiro. - Eu vou andando, e alhei do mas faz bem pra saúde. - esperei uma bicicleta que cortava os carros passar e abrir a porta com cuidado pra que não batesse no carro ao lado.

- Que bonitinha você. - Miguel segurou meu pulso. - Vai ficar aqui comigo irmãzinha linda. Fez eu me atrasar e agora que da no pé ? Não senhora . - me puxou de volta me obrigando a sentar . Ele mesmo fez questão de colocar o cinto de segurança.

- Que porra, Miguel ! - esbravejei .

- Que boca suja e essa garota ? - deu um tapa na minha boca .

- Não, bate - dei um tapa com força em seu braço, que fez minha mão doer. Mas eu era orgulhosa, não ia dar o gostinho da minha pequena dor pra ele. Ele começaria a rir de mim só pra mim irritar. - Você e irritante, sabia ? Tem horas que você pensa que e o meu pai . - emburei a cara.

Ele nada resoondeu , ficamos umas meia-hora ali parados, em silêncio só com a musica chata do carro. Graças a Deus eu tinha chegado ao meu destino e ele me deixaria em paz.

- Obrigada. - minha voz saiu reprimida.

- Dá um beijo aqui - virou o rosto pra mim.

Miguel e Eu éramos um caso sério brigavamos, brigavamos, mas sempre ficávamos de bem no final das contas. Era meu único irmão e eu sabia que ele só queria proteger. Dei um beijo em sua bochecha.

- Me desculpa, você sabe que eu me preoculpo com você, né maninha- me puxou e me deu um beijo.

- Eu sei seu, chato ! - dei de ombros e sai do carro, andando apresada.

- Não rebola pra mim - gritou.

- TNC, Miguel . - me virei e mostrei meu dedo do meio pra ele, que começou a gargalhar.

- Depois conversamos a respeito disso, arrancou com o carro em disparada.