Cutuquei a ultima pessoa da fila.

– Isso aqui é pra quê? - Perguntei.

– Ah, é por causa do passeio, aí quem puder ir é só entrar na fila e deixar o papel. - O garoto falou.

– Mas que fila grande.

– Mesmo assim está andando rápido. - O garoto deu de ombros e virou pra frente.

Esperei na fila e, como o menino disse, a fila andou rápido. Entreguei o papel e fui para sala. Quando cheguei, a diretora entrou e disse que seria amanhã a nossa partida.

***

Sábado, às 6 da manhã eu já estava acordado. Às 08:00 horas eu tinha que estar na escola pra botar as malas no ônibus e partirmos para voltarmos só no próximo sábado. Quando meu celular despertou, às 6:50, eu me despedi da minha mãe, peguei minha mala e toquei a campainha de Sofie. Ela atendeu desesperada e me pediu ajuda para arrumar a mala pois nem tinha começado.

Quando terminamos já eram 7:40. Corremos para escola e chegamos lá um minuto adiantados. Pegaram nossas malas e botaram nomes. Em frente a porta do ônibus de viagem tivemos que formar uma fila para, antes de entrar, amarrar uma pulseira de identificação em nossos pulsos.

Os primeiros à subir fomos eu e Sofie. Sentamos nas poltronas 15 e 16. Ela sentou na janela e puxou uma alavanca em que dava para apoiar dois copos. Peguei as duas latinhas de refrigerante na bolsa de comidas e dei uma pra ela. Quando abrimos o ônibus já estava cheio. Em menos de meia hora a professora subiu, conferiu os nomes e o ônibus partiu. Todos estavam animados. Cantávamos e dividíamos biscoitos que a própria escola distribuiu. Quando olhei para o lado, Sofie olhava pela janela séria.

Já tinham completado duas horas de viagem e ainda estávamos no meio do caminho. Todos já estavam cansados e desanimados. Um garoto, chamado Tom Kili, subiu as calças até tapar o umbigo e começou a fazer piadinhas pelo corredor do ônibus. Diversas vezes a professora levantou para botá-lo em seu devido lugar, mas ele sempre retornava e ríamos disso.

Uns 25 minutos antes de chegarmos, um menino no banco da frente dormia. Um grupo de garotos se juntou e começaram a dar tapinhas dele. Quando ele abria os olhos via todos do ônibus dormindo. Finalmente chegamos e todos estavam eufóricos para descer até pararmos no meio do nada. O motorista desceu com as malas e nos deixou ali, sozinhos no nada. 40 alunos com idades entre 15 e 19 e uma professora quarentona.

Ok, admito, ela não devia ter chegado nos quarenta ainda, mas eram o que todos os alunos pensavam na presença dela. Entramos na floresta e fizemos uma caminhada de meia hora até chegar ao centro dela. Quando chegamos montamos nossas barracas e passamos a tarde toda procurando madeira para a fogueira.