Leticia’s POV

Fomos vendadas antes de entrar em uma van que nos levou a um píer onde pegaríamos o barco para o local dos jogos, o píer era um local isolado, abandonado por anos se deixando deteriorar.

Já no barco, estávamos eu, as garotas e mais dois garotos, que provavelmente eram do nosso grupo, a viagem estava demorando até que então eu resolvi ir para a proa da embarcação e pude ver de longe uma ilha no meio do nada, era lá, era lá onde tudo ia começar.

Quando o barco atracou no pequeno píer que tinha lá e nós saímos do barco e todos nós observamos atentamente a ilha que além da praia tinha uma floresta e bem lá para o meio da floresta havia alguns prédios abandonados, eu podia sentir a areia se afundando enquanto andava por ele, virei para o lado e vi algo vindo em nossa direção, mas não era algo e sim alguém, um grupo vinha em nossa direção e a primeira coisa que veio em minha cabeça foi correr direto para a floresta, avisei para o meu grupo e fomos direto para lá, a ultima coisa que eu me lembro era que eu tinha me perdido, eu estava no meio da floresta, sozinha, sem nada para me defender.

Estava escurecendo e não tinha nada que eu pudesse usar para iluminar quando a noite caísse, sentei perto de uma arvore, me apoiei nela e abaixei minha cabeça enquanto esperava que algum jogador me achasse e tivesse piedade de mim e me matasse rápido, algum tempo depois eu escutei uma voz rouca, mas doce acima de mim:

–-Você sempre vai precisar que eu te salve?—Era a voz do Chris que penetrava em meus ouvidos como uma doce melodia.

–-Não, eu sei me virar muito bem quando estou sozinha. —Disse a ele.

–-Aham, sei. Então se você é tão boa assim cadê o seu grupo?

–-Morreram.

–-Cadê a mochila com suprimentos?

–-Que mochila de suprimentos?

–-Essa. —Ele mostrou a mochila enquanto se sentava ao meu lado.

–-Nossa, que ótimo, nem ter suprimentos eu tenho.

–-Por sua sorte, meu grupo tem duas...

–-Não preciso da sua ajuda!

–-Eu acho que você não tem muita escolha, além de aceitar de bom grado a minha ajuda. —Ele levantou e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Levantei sozinha e ele me entregou a mochila, eu realmente não sei se deveria confiar nele, e se ele me levar para uma emboscada.

–-Vamos, eu te levo até o seu grupo. —Disse ele pegando a lanterna para iluminar o nosso caminho.

–-E por que eu deveria confiar em você?

–-Por que eu simplesmente já poderia ter te matado, mas eu não fiz isso, e ainda estou te ajudando.

–-É, pode ser. E essa porra é o que, tipo um Jogos Vorazes da vida?

–-Sim e não.

–-Como assim?

–-A parte de matar participantes é a mesma, só que aqui eles liberaram um vírus zumbi. Olha só. —Disse ele apontando para os monstros que procuravam sua vitima.

–-E armas?

–-Na mochila tem uma pistola e algumas balas.

–-Só isso?

–-O resto ou você mata para pegar ou acha as armas.

–-E comida e esse tipo de coisa?

–-Escutei de outro grupo, que vai tipo ter um dia e um horário certo, ai eles vão jogar mochilas como essas.

–-Eu posso saber onde você conseguiu essa katana?

–-Achei por ai.

–-Ok então.

Andamos mais um pouco e paramos perto de um barranco, mas não era muito alto então dava para pular de lá, olhei para um canto e vi uma arvore muito alto e pude perceber que meu grupo se aglomerava lá em cima e embaixo eles estavam cercados por zumbis.

–-Bom, é melhor eu ir. —Quando eu estava indo Chris segurou minha mão e me puxou de volta.

–-Fica com ela. —Ele disse enquanto me entregava sua katana.

–-Não posso ficar com ela. E você, como é que fica?

–-Eu me viro. —Ele sorriu enquanto mantinha sua mão estendida com a katana para que eu pegasse.

Resolvi pegar ela, a guardei como aquelas bolsas transversais, ele se aproximou, segurou meu rosto e beijou minha testa antes de ir, quando já não pude mais ver a luz de sua lanterna eu peguei minha lanterna e a deixei pendurada de um jeito que eu pudesse enxergar , empunhei minha katana e desci o barranco até o meu grupo, quando cheguei mais perto foi um pouco difícil de me acostumar com a katana, mas depois peguei o jeito, depois de ter matado todos os zumbis que os rodeavam, eles desceram da arvore.

–-Onde é que você estava?—Pude escutar Julia.

–-Infelizmente pessoas se perdem. —Retruquei.

–-Mas você demorou muito, a gente achou que você tinha morrido.

–-Nossa muito obrigada.

–-A culpa é sua, ninguém mandou você sumir.

–-Ta, já chega, se eu vi direito tem um prédio aqui perto, vamos nos esconder lá.

–-E quem te nomeou a líder do grupo?—Falou um dos garotos.

–-Eu. E você sabe por quê?—Falei ameaçadoramente.

–-Não. —Ele disse diminuindo o tom da voz.

–-Pelo simples fato de eu ser a única com a porra de uma arma, também por ser a única com a merda da mochila de suprimentos e por eu ter salvado você e todos os outros de virarem comida! Esta bom para você ou quer mais?

Ele abaixou a cabeça em sinal de derrota, depois de resolver isso sai andando e pude ver que eles me seguiam, um tempo depois nós chegamos ao prédio, era um pouco grande, quando íamos para o outro cômodo eu pude perceber que tinha outro grupo lá, me escondi atrás de uma parede e avisei para todos se esconderem, a única coisa que nos separava era essa bendita parede e eu precisava urgente ter uma ideia do que fazer.