Eragon estava a terminar seu treinamento com os Cavaleiros Urgals quando recebeu o chamado de Saphira. Ela estava preocupada, a última vez que a vira foi quando um de seus filhotes quebrou um dos dentes em uma luta contra um dragão selvagem. Eragon deixou a luta com seu braço-direito Blödhgarm e foi correndo até seu dragão. Ela estava perto da casa... dela.

Eu não consigo sentir... nem mesmo o cheiro, é como se nunca estivessem vivido aqui.

Um arrepio percorreu o corpo do Cavaleiro. Ela foi embora? Ele entrou devagar. Estava tudo na mais perfeita ordem, como se ele acabasse de fazê-la e fosse colocar um novato ali. Ele revistou o lugar todo, mas não havia nada.

Eles simplesmente desapareceram... como os Eldunarís puderam deixar isso acontecer? Justo ela? Pensou o Cavaleiro.

Eu sei que vamos ter uma boa conversa com eles. Saphira disse brava.

Eragon reparou depois que havia uma coisa diferente no quarto. Quando olhou mais de perto o pergaminho na mesa, viu que havia um tecido ao seu lado. Não qualquer coisa, era o símbolo de Galbatorix. Ele conhecera bem o dragão que estava ali. Pegou o pergaminho.

Eragon,

Eu sinto muito.

Para o bem, certifique-se que da próxima vez que nos vermos não me beije e sim me destrua. Não há lugar para mim aqui.

Galväne.

O Cavaleiro ficou ainda calado por um tempo. Releu várias vezes e então queimou o bilhete.

Não podemos falar com eles. Ela deve ter usado alguma magia para deixar a ilha sem que fosse sentida.

Mas Eragon, nós precisamos ir atrás deles.

Eu sei, mas não podemos voltar, eu sei que ela irá para Alagaësia.

Os Cavaleiros vão notar que um de nós se fora.

Ela estava frustrada. Ela perdera seu companheiro, quer dizer, novamente. Eragon saiu dali e se afastou. A moradia dos Cavaleiros não eram todas juntas, Eragon tivera o cuidado de manter distâncias razoáveis para cada uma. Além disso, a ilha era bem grande. Ele tinha um palácio, claro, onde guardava seu conhecimento e o conhecimento dos Cavaleiros passados. As montanhas eram o lar dos dragões selvagens, onde havia bastante comida e rios. No coração de uma das montanhas estavam os Eldunarís. Eles ensinavam tanto os selvagens quanto os Cavaleiros sobre o que quisessem, e ajudam Eragon a manter a ilha segura. Eragon tinha pontos de observação pela ilha toda, mas os Eldunarís ofereciam uma segurança melhor. Na campina em que estava agora podia ver o seu centro de treinamento, assim como seu glorioso palácio. E não podia se esquecer que mais para a extremidade sul estava a vila que os elfos construíram para eles mesmos. Mesmo poucos eles fizeram uma pequena cidade, e Eragon sabia que havia ali pelo menos cinco crianças élficas nascidas. No começo, bem no começo as coisas eram difíceis, muito para se ajeitar e tomar providências que todos os ovos estariam seguros. Nem todos os ovos Eragon conseguia encontrar, mas as fêmeas selvagens colaboravam e sempre os colocava no berçário que ele havia construído em uma montanha. Os elfos também eram incumbidos de levar alguns ovos para Nasuada, Arya, Rei Orik e para os Urgals, mas ele também tinha certa preocupação com isso. Principalmente agora. Ele suspirou. Só ele e Umaroth sabiam que de fato era Galväne e como ela não podia ter sumido dos cuidados deles. Ele não sabia o que fazer: se contava a todos e causasse alarde cedo demais ou protegia a ilha. Se revelasse o segredo dela, todos provavelmente ficariam preocupados e nervosos demais. E havia mais uma coisa... ele achava que tinha sentimentos fortes pela elfa. Por sorte Umaroth veio falar com ele antes que ficasse preocupado demais. Decidiram esperar... ninguém mais entrava ou saia da ilha, nem mesmo os ovos e os elfos. Eragon colocou como estado de proteção para os Cavaleiros. Então ele esperou... vários anos e não tiveram notícias dela. Então uma noite ele sonhou com ela, descobriu o que faria. Umaroth não se apavorou, apenas disse para se preparar para a guerra. E foi isso que Eragon fez muito calmamente, colocando proteções mais resistentes afinal ele lutaria com os Gigantais, conhecia bem a força deles e preparou seus Cavaleiros. Fora bem realista sobre os Gigantais. Ele fez questão de construir um abrigo para os Cavaleiros mais novos, e também se surpreendeu quando os dragões selvagens que se ofereceram para lutar também. E preparou a si mesmo. Se Galväne fosse a líder do exército, é com ela que ele lutaria.

Então ele a esperou para a batalha.