Murtagh colocou a sela em Thorn e prendeu sua espada em seu cinto. Nasuada sabia a localização de algumas das cidades Urgals, a mais próxima ficava perto do pequeno lago Fläm. Nasuada também precisava alertar as cidades como Carvahall, Therinsford, Yazuac e Narda sobre a possível ameaça. Mas primeiro teriam que tentar localizar o exército e voar alto o suficiente para não serem vistos. Thorn ainda sentia uma fisgada de dor de vez em quando, mas mesmo assim se mantinha á frente dos outros dois dragões. No primeiro dia não encontraram nada, tanto pelo fato das montanhas serem um bom esconderijo mesmo para seres de 5 metros quando por Thorn ter que reduzir o ritmo da viajem. Na metade do segundo dia Arya afirmou ter visto algo mais ao oeste. Os dragões pousaram em um lugar aberto enquanto seus Cavaleiros foram guiados pela elfa. Um tempo depois conseguiram ver um acampamento. A floresta conseguia esconder muito bem um exército de Gigantais, mesmo com suas cores diversificadas.

–Eu não consigo calcular, seria melhor se eu conseguisse ver de cima. – Arya falou.

–Não consigo ser precisa, mas pelo tanto de barracas e movimentos, e pelo fato que eles estão aqui até sumirem de vista eu digo que aqui deve ter pouco mais de 500 guerreiros. – Nasuada falou.

–Não tem nem como distinguir os homens das mulheres. – Murtagh disse.

–Acho que não podemos lutar contra isso, não sozinhos. – Nasuada disse. – Se este for todo o exército, talvez tenhamos alguma vantagem se conseguirmos falar com os Urgals antes que eles.

–Então precisamos ir agora. – Arya alertou vendo que alguns guerreiros estavam perto demais e poderiam vê-los.

Estavam voltando quando dois Gigantais os interceptaram. Murtagh empunhou Raz’zac, Arya empunhou uma espada verde e Nasuada uma espada branca. Ele decepou um enquanto Arya cuidava do outro.

–Alertaram os outros! – Nasuada gritou e começou a correr.

Murtagh e Arya a seguiram enquanto ouviam alguns Gigantais se aproximando. Os dragões ainda estavam longe demais. Murtagh se virou, disse A Palavra e as raízes e os galhos começaram a engrossar e a bloquear o caminho dos inimigos. Ele continuou a correr meio tonto, aquela barreira não os seguraria por muito tempo. Ele quase foi pego por outro osso que fora jogado, mas Arya o salvou. Então os dragões vieram para salvá-los. Assim que montaram saíram voando dali o mais rápido que puderam

–Temos que encontrar os Urgals. – disse Murtagh.

–Precisamos alertar as cidades também. – Nasuada falou. – Elas podem ser atacadas.

–Seria melhor se pudéssemos atrasar o exército. – Arya disse. – Mas eu não arriscaria fazer nada sem uma estratégia.

–Acho que eu posso tentar. – Murtagh falou. – Eu, embora esteja fraco sou capaz de atrapalhá-los tempo o suficiente para as duas contatarem os Urgals e as cidades.

–Mas isso é perigoso! – Nasuada exclamou.

–Eu só vou precisar de algum plano, posso usar várias coisas ao meu favor, como as montanhas, posso atacar ao anoitecer, não sei.

–Isso é tentador, mas não. Podem se machucar feio, e não são tão fáceis de serem derrotados como parecem. Thorn se machucou na última vez e se ele estiver ferido não terão como escapar. – Arya disse.

–Se eu não tentar pode mesmo haver guerra. – Murtagh tentou argumentar.

–Não, vamos lidar isso todos juntos. – Nasuada disse.

–Escute, se eu conseguir me esconder o suficiente para aprender um pouco, talvez eu consiga saber de algo que possamos usar contra ele. – Murtagh disse.

–Mas está ferido e não está totalmente recuperado. Vamos descer. – ela ordenou e ninguém se opôs.

Murtagh tentou inutilmente argumentar com Nasuada a noite toda, mas a Rainha não dava o braço a torcer. Então Thorn interveio.

Rainha, com todo o respeito, não seja tola ao pensar que estamos sendo suicidas e que isso pode nos matar. Somos mais que isso, e eu tenho certeza de que é o melhor. E eu penso que talvez os inimigos venham pela Espinha para falar com os Urgals, mas se eles rejeitarem sua ajuda, irão morrer. Os Gigantais são mais fortes até dos que os Kulls.

–Eu pensei nisso também Thorn, mas eu não vou deixar os dois se arriscarem desta maneira.

Isso pode ser a nossa chance de virar o jogo. Eally disse.

–Você está do lado de Thorn? – Nasuada perguntou para seu dragão.

Eally rosnou baixo e o outro dragão a encarou.

Não. A guerra não me assusta, mas eles me assustam. Eles podem ser treinados para nos matar, e essa guerra não tem como ser limpa. Eu acho que entende, com os Varden foram a mesma coisa.

–Ela está certa. Se eu conseguir qualquer coisa avisarei vocês de algum modo, senão, os atacarei do meu jeito.

–Eu também não concordo Nasuada. – Arya falou. – Mas o melhor é conseguirmos a ajuda dos Urgals o mais rápido possível.

A Rainha com muito custo cedeu a eles. Não parecia mesmo a andar atrás com suas ordens, e Murtagh sabia disso, mas ele só estava tentando protegê-la. Ele não tinha percebido isso, mas era como da última vez que a vira, tentara protegê-la embora não conseguisse do modo que queria. Ele ainda se odiava por tê-la abandonado, mas fora para o bem dela. Mas agora ela tinha um dragão, era ainda mais poderosa do que ele poderia prever. Arrumou o pouco que tinha e antes que Nasuada mudasse de ideia ele e Thorn voaram na escuridão. Thorn conseguia ver muito bem, e a noite o camuflava. Murtagh ainda não sabia o que fazer, mas ele faria tudo ao seu alcance para impedir a nova guerra iminente.