Capítulo 1: Pink House

A perseguição havia sido longa e extenuante, mas tinham por fim obtido sucesso na sua cruzada. O anjo virou-se para os irmãos Whinchester com uma expressão preocupada.

— Acham que isto vai realmente funcionar? Não é como se fosse a primeira vez que alguém tentou mudar as maneiras dele, nem mesmo o nosso pai foi capaz de o fazer…

— Não leves a mal, Cas, mas Chuck não é exatamente o melhor exemplo de figura paterna que existe — respondeu Sam, fazendo uso do seu conhecido tato, antes que o seu irmão arruinasse tudo com as suas palavras insensíveis.

— Hm… — murmurou o anjo desanimadamente, encolhendo os ombros ligeiramente.

— Que tal menos auto-piedade e mais ação? — interrompeu Dean, empurrando Castiel do caminho para poder abrir a porta que se encontrava por detrás dele, revelando assim a divisão mais segura existente no bunker, tendo esta sido reforçada com todo o tipo de feitiços possíveis e imagináveis com vista a neutralizar o poder do Trickster aka Arcanjo do Senhor.

O ruído da porta a abrir foi seguido pelas palavras da figura que se encontrava imobilizada no centro do círculo de fogo criado pelo óleo sagrado.

— Estava a começar a pensar que se tinham esquecido de mim. Sammy, não sabia que tinhas este tipo de gostos… — murmurou Gabriel com voz docemente intoxicante, fazendo menção às cordas que restringiam os seus movimentos — Confesso que as amarraduras foram um toque interessante, mas não servem para nada, Sammy boy — acrescentou o arcanjo, pressionando as cordas até rompê-las em pedaços. — Tanto desejavas ver-me submetido por técnicas de bondage? Quem diria que eras um menino tão travesso!?

A face rubra do menor dos caçadores foi o suficiente para arrancar uma gargalhada ao prisioneiro que passeava pelo interior do círculo, analisando a área disponível.

— Irmão, só queremos ajudar-te a compreender os teus erros e a reabilitar-te. A tua última façanha afetou demasiado os mortais — explicou Castiel, tirando um jornal do interior da gabardina e lançando-o por cima das chamas, tendo cuidado de não se aproximar demasiado da fonte de calor. Afinal não era tão resistente ou poderoso quanto o arcanjo.

— Estás a falar disto? — Apontou para a imagem da primeira página do jornal onde era possível admirar a, anteriormente, Casa Branca tingida de uma bela tonalidade rosada…

De repente a elaborada estrutura arquitetónica já não parecia tão imponente, carecendo do factor que antes impusera respeito entre muitos mortais pelo mundo fora.

— Acham que isto — exclamou o arcanjo adicto a doces, fazendo aparecer um chocolate do nada, ignorando a preocupação do trio e jogando o jornal nas chamas que conformavam o círculo que o mantinha temporariamente cativo — é digno de uma tentativa de intervenção. Pintar a White House de cor-de-rosa não é nada demais. Aliás tenho uma história de raízes profundas com essa coloração — murmurou com um sorriso maligno ao recordar algumas das suas melhores façanhas. — Ainda me escangalho a rir cada vez que recordo a reação de Luci e Mike quando se aperceberam que não conseguiam livrar-se de ter as asas rosadas sem importar o quanto as lavassem…

— Balthazar comentou algo sobre isso. Foi antes do meu tempo — comentou Castiel sem se aperceber da cara de terror dos irmãos Winchester que ainda não conseguiam acreditar que Gabriel conseguira sobreviver a dois arcanjos rosados psicopatas.

“Não saberia se chamar coragem ou idiotice ao que ele fez”, pensaram os caçadores muito concentrados nas suas divagações, quase perdendo as seguintes palavras de Castiel.

— Quando o nosso pai tentou corrigir as tuas maneiras mudaste o cabelo dele de cor…

— Claro! Tinham que combinar. “Tal pai, tal filho”, não é assim que diz a expressão criada pelos mortais!?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.