Quando acordei, haviam jogado um balde D'água em mim, eu estava encharcado e ficando consciente com o tempo. Pablo estava amarrado em uma cadeira a minha frente, e eu também estava amarrado por uma corda frágil, mas bem amarrada. Um dos sequestradores pegou minha cabeça pelo cabelo e levantou-a apontando a pistola pra mim.
– Nós sabemos que você tá envolvido com a morte do mano Albert seu otário. Explica logo essa porra! - Gritou um deles.
– Eu não sei de que merda vocês estão falando. Não conheço Albert nenhum, não tenho treta com ninguém! - Gritei de volta, sentindo gosto de sangue em minha boca. Eles haviam me dado uma surra enquanto eu estava desacordado. Olhei pra direita e pude ver meus pertences e os de Pablo. Olhei ao redor da sala e vi que devíamos estar em alguma casa abandonada, a iluminação era precária, sentia cheiro de mofo e o piso fazia barulho. Olhei novamente pra Pablo, até então não haviam lhe machucado, ele só estava com um pequeno corte no rosto devido a coronhada.
– Mentira! - Então um dos três homens me deu um soco na altura das costelas esquerdas. Gritei de dor e cuspi um pouco de sangue. Então o homem que parecia ser o chefe havia chegado. Um homem de quase dois metros de altura, afrodescendente, gordo a cima da média, usava roupas similares a dos Ballas, na verdade todos usavam. Albert havia me contado que seus comparsas iam me achar. No calor do momento subestimei ele. Um grande erro.
– Escuta garoto. Nós sabemos que você tava lá. Um dos nosso viu você várias vezes lá. Você e seu amiguinho. Ou você começa a contar pra gente seu rolo ou a gente vai machucar muito vocês até vocês contarem. - Disse o chefe. Enquanto eles falavam, eu tentava me desamarrar e olhava pra mesa onde estava minha pistola. Eu precisaria de uns dois segundos pra chegar lá. Até lá eu já teria sido alvejado.
– Ok, Ok, vou te contar tudo! - Respondi.
– Tudo começou quando eu testemunhei um assalto a banco, eu tenho dívidas, um cara precisa pagar suas contas, então peguei um empréstimo com ele. Bem... Não fui eu na verdade, foi minha mãe. Então eu cheguei em casa e... - Dessa vez o chefe me acertou um soco na têmpora. Por um segundo eu quase apaguei e a cadeira caiu no chão me levando junto. Só então percebi que meus pés também estavam amarrados. Com a queda da cadeira, movimentei meus pulsos o mais rápido e discreto possível. Não me soltei mas definitivamente deixei minhas mãos mais livres para movimento. Agora eu poderia tentar me soltar pra valer. Levantaram a cadeira e então novamente eu estava de frente para Pablo. Ele estava em pânico, mas não havia muito que eu poderia fazer ali.
– Isso com certeza vai demorar. Trabalhem neles, vou vazar - Disse o chefe.
– Com prazer chefia. - Então um deles trouxe uma mesa com alguns instrumentos pra me torturar. Tentaria chamar a maior parte da atenção pra mim, Pablo não aguentaria a pressão.
– Com qual dos dois eu começo mano? - Eles conversavam entre si enquanto um deles colocava um soco inglês na mão esquerda. Definitivamente canhoto.
– Que tal começar com a cachorra da sua mãe!? - Gritei rindo. Levei um soco no estômago e um chute no braço.
– O que você fazia pro Agiota? Eu quero respostas filho da puta! - Gritou um dos torturadores.
– O que mais eu poderia fazer com um agiota!? Eu pegava dinheiro e pagava a divída porra! Você é muito burro mesmo. - Mais um soco na costela como recompensa. A dor estava se tornando insuportável.
– Ei idiota, se você ficar me batendo com essa merda, eu vou apagar rápido. E garanto que aquele merdinha ali não vai saber responder suas perguntas ou fazer piadas tão boas quanto as minhas! - Gritei, tentando aliviar ambos. Então outro torturador pegou um bastão de baseball e acertou minha perna esquerda. A dor foi imensa.
– E assim? Tá bom pra você!? - Gritou ele. No meio do momento, Pablo gritou meu nome. Isso lhe rendeu um soco. Minhas mãos estavam quase soltas.
– Que tal a gente fazer o seguinte? A gente pega essa faca loucona aqui e faz uns cortes nesse otário filho da puta? Disse o terceiro torturador na sala. Haviam mais deles em outros ambientes da casa.
– Boa ideia parceiro! - disse o cara do soco inglês
– Podem ir, eu resolvo isso. - Disse o terceiro. Então ele pegou uma faca, gentilmente cortou minha camisa e disse:
– Isso vai doer pra cacete. Tem certeza que não vai contar nada?
– Contar o que? Que a mãe do seu amigo e a sua são putas? Eu vi elas pagando um boquete ontem na internet. - Então cuspi em seu rosto. Na mesma hora ele passou a faca pelo meu peitoral, fazendo um corte superficial. O sangue escorria com muita velocidade, quase chegava a minha calça.
– Mais uma chance. O que você sabe sobre a morte do Albert?
– Ouvi falar que foi o policial que matou ele. Eu não tenho nada a ver com a morte dele seus merdas! - Gritei
– É mentira! - Gritou ele enquanto fazia mais um corte, dessa vez em meu braço direito. Eu já estava ficando tonto. Me concentrei em desfazer o último nó da corda. Desesperadamente olhei para meus pés, pensando na limitação de movimento e vi que estava descalço, haviam retirado meu tênis e o de Pablo, evitando que nos soltássemos.
– Última chance otário. Você sabe quem matou Albert?
– Foi... Um... Assassino. Com certeza - Respondi sem ar. Então ele me cortou mais uma vez. Dessa vez na barriga, deixando um belo corte na altura do meu abdômen. Eu estava apagando.
– É, parece que acabou pra você por enquanto. Mas seu amiguinho aqui pode saber mais do que você. - Disse ele.
– Fui eu! - Gritei - Eu fui até a casa dele e matei todo mundo. Inclusive o policial. Um tiro em cada. Alguns matei com uma escopeta. Algumas noites atrás, quase de madrugada. Eu vi o sangue do filho da puta escorrer no chão. - Confirmei a história com bons detalhes.
– O chefe vai gostar de saber disso - Então ele saiu da sala com um telefone, trancando a porta.
– Você tá bem? - Perguntei.
– Claro que eu tô comparado a você. Que merda cara, você tá detonado.
– Relaxa, tenho um plano. - Disse baixo para não ouvirem. - Quando o filha da puta voltar, vou acabar com ele. - Então mostrei minhas mãos agora livres.
– Só preciso de um momento pra recuperar o fôlego. É importante que você siga minha liderança Ok? - Ele concordou
– Quando eu me levantar, se jogue no chão e se arraste pro canto da sala, assim você vai ficar longe da linha de tiro.
– Nem fudendo, você me desamarra e me dá uma arma. Você tá acabado, eles vão passar por você com facilidade. - Disse ele
– Isso não é uma discussão! Você vai fazer o que eu disse. - Gritei acidentalmente
– Bem, você vai ter que passar por cima de mim então. - Ele me mostrou suas mãos, ele havia se soltado também.
– Você não é o único com truques John.
– Merda. Ok então, seguimos sua ideia. Coloque a corda ao redor das mãos, finja que ainda está amarrado. - Fiz o mesmo e então nos preparamos.

Algumas horas depois o chefe entra novamente na sala.
– Então você confessou huh? - Perguntou ele.
– Sim, eu matei aquele merda e o policial! - gritei.
– Não confio em você. Vou ver se seu amigo confirma a história. - Então ele pegou uma faca e cortou a camisa de Pablo. Na mesma hora eu agi. Me levantei pulando devido aos pés amarrados, puxei a faca de sua mão com o elemento surpresa e enfiei-a em sua garganta. Ele puxou uma pistola e efetuou um disparo pro alto. O suficiente pra chamar a atenção dos outros. Rapidamente puxei a faca e cortei a corda de meus pés e dos de Pablo. Lhe entreguei a pistola do chefe e corri pra pegar a minha.
– Você tem onze tiros, ela tá destravada, dedo no gatilho somente se for atirar. Mire no peito pra cima, de preferência no rosto. Tiros rápidos e simples mantendo a precisão. - Expliquei para Pablo. De início ele teve alguns problemas pra segurar ela, mas depois se acostumou. Corri para a porta, me escondendo, prestes a pegar alguém de surpresa. Atirei na barriga do primeiro idiota que apareceu e peguei sua pistola, colocando-a em minha calça como reserva. Peguei o idiota ainda consciente e o usei como refém. Dei o sinal pra Pablo esperar minha liderança. Então avancei pra próxima sala com a pistola apontada pra cabeça do refém. Quando saí, haviam quatro caras apontando pistolas e micro SMGs pra mim.
– Seu chefe já era! Vocês não devem mais nada a ele, só quero sair daqui. Abaixem as armas e todos saem vivos! - Gritei.
– Você tá fudido otário! - Gritou um deles - Então começaram a atirar em mim. Antes de acabarem com meu refém eu consegui acertar dois deles. Então joguei o corpo no chão e Gritei chamando Pablo. Peguei a outra pistola e atirei usando duas ao mesmo tempo, sem pegar cobertura. Minha munição havia acabado, o último deles ia me acertar antes de eu chegar nele. Foi então quando vi Pablo acertando 5 tiros no peito dele. Pablo estava em estado de choque. Era óbvio. 16 anos e já havia matado alguém. Deve ser algo pesado pra ele. Na mesma hora pensei em um psicólogo, mas haviam outras coisa para me preocupar. Ambos nos aproximamos do último cara. Peguei a pistola da mão de Pablo
– Deixa comigo. - Então efetuei um disparo fatal no cara que ainda estava agonizando. Pablo ainda estava em choque.
– Ei irmão, ainda tá comigo? Preciso que você me faça um favor. - Enquanto isso chequei ele para ver se ele havia sido baleado. O bastardo saiu ileso. Passei a mão na ferida em seu rosto para ver se ainda estava sangrando, mas não estava. Ele estava bem pra quem participou de um tiroteio/tortura.
– Pegue as nossas coisas e me espere lá fora, vou resolver alguns problemas aqui ok? - Então ele concordou. Pegou nossos celulares, travei a pistola e lhe entreguei, então ele saiu. Primeiro de tudo eu procurei parte de nossas roupas. Nossas camisas rasgadas e nossos sapatos. Espalhei-os em pontos estratégicos. Fui até o banheiro da casa e pra minha surpresa, havia água. Abri o chuveiro e me molhei o máximo possível tirando meu sangue. Quando terminei, me olhei num espelho. Algumas marcas no rosto, costelas um pouco roxas, alguns cortes leves e o meu ferimento de tiro como uma última lembrança de Albert. Saí do banheiro e fui para a cozinha. Achei gasolina, espalhei pela casa toda, até a porta do lado de fora. Vasculhei os corpos. Achei as chaves de um carro com o chefe, um isqueiro e um maço de redwood. Peguei tudo e me levantei. Quando estava saíndo, coloquei um cigarro em minha boca, acendi-o com o isqueiro e então depois de uma tragada, joguei o cigarro na gasolina, incendiando tudo. Me afastei da casa e vi Pablo sentado no chão do lado de fora. Ele estava sem camisa, descalço e aparentemente havia levado uns socos. As pessoas na rua o veriam como um garoto que bebeu de mais. Estendi a mão para ajudá-lo a levantar, e então ele me entregou meu Ifruit. Haviam 5 chamadas perdidas. Duas de Andre, e três do detetive Halden. Eu e Pablo entramos no carro do Chefe, um Peyote roxo, aparentemente tunado, eu já tinha planos de tacar fogo no Peyote devido as nossas digitais, faria isso depois com calma. No meio do caminho Pablo estava em silêncio.
– Escuta, eu entendo se você não quiser falar sobre isso, mas o que aconteceu, era questão de vida ou morte. Você fez o necessário. Aquele filho da puta não pensou duas vezes em tentar matar a gente. - Eu disse, tentando amenizar a situação.
– Não me importo de ter matado um bandido. Me importo de ter matado um bandido por você. Eu atirei num cara que aparentemente não tinha nada contra mim. Apenas me diga John, matar Albert e atrair essa atenção foi realmente necessário? - Perguntou ele
– O filho da puta tentou me matar, isso não é nenhum problema diretamente pra mim, eu até entendo que pessoas queiram me matar, mas o desgraçado ameaçou matar minha mãe e provavelmente ameaçaria matar você também se eu não tivesse te tirado daquela merda na hora que eu cheguei lá. Então sim. FOI NECESSÁRIO MATAR O FILHO DA PUTA DO AGIOTA E SEUS CONHECIDOS! - Gritei absurdamente dentro do carro. Até eu me assustei comigo mesmo. Então a discussão foi encerrada.

Chegando em casa, procurei meu kit de primeiro socorros no meu banheiro. Lá haviam diversos itens, mas só peguei ataduras e alguns panos pra limpar o sangue que escorria pelo meu corpo e o rosto de Pablo devido a adrenalina que ainda sentíamos. Não achei nada para desinfetar as feridas. Então peguei uma garrafa de uísque da minha mãe e levei para a sala. Primeiro decidi tomar conta da ferida de Pablo que era mais simples.
– Bebe um pouco disso. - Eu disse pra ele
– Por que? - Perguntou ele
– Cara, só bebe, você vai entender depois. - Então ele bebeu dois goles. Arranquei a garrafa da mão dele, segurei seu rosto e derramei o uísque. Ele tentou se mexer para eu soltá-lo, mas segurei-o com força. Depois disso ele esfregou o rosto.
– Evite esfregar as coisas no seu rosto, isso daí não pode virar uma infecção. - Eu disse a ele. Agora vinha a parte divertida. Jogar o Álcool em três cortes meus. Antes bebi uma grande dose de uísque e pedi para Pablo preparar três curativos para os cortes. Então comecei pelo do braço. Foi fácil, só senti uma leve ardência. Então prossegui para o corte do peitoral. Esse foi um tanto complicado de aguentar a dor. Cheguei a apertar um pouco a borda da mesa. Então pra finalizar fui para o último, no abdômen. Esse foi o mais profundo e deixaria a pior cicatriz. Sem medo, aguardando a dor, virei o Álcool em minha barriga, escorrendo até o corte. A dor foi tanta que eu joguei o uísque na mesa. Se Pablo não tivesse segurado-o, a garrafa estaria quebrada. Então fui tomar um banho para tirar o cheiro de bebida de mim. Após o banho, eu estava enrolado numa toalha em meu quarto. Pablo estava na sala. Encostei a porta do quarto e liguei para o número do Detetive Halden.
– John, você tá vivo!? - disse o detetive surpreso
– Sim detetive Halden. Eles me sequestraram e torturaram mas dei cabo deles.
– Me chame de Nick. Garoto, você acabou de lidar com uma parte pesada da gangue dos Ballas. Onde eles estão?
– Em uma casa abandonada em chamas perto de Hawick Avenue. Detetive... Nick, precisamos conversar pessoalmente.
– Nossa, você fez o serviço completo! Venha a delegacia próxima a Vespucci Boulevard. Procure por mim no departamento de crimes gerais.
– Estou a caminho. - Então desliguei o celular. Minha maior preocupação era em aqueles não serem os únicos que andavam com aquele "chefe". Assim que sacassem o que aconteceu com ele, eles viriam atrás de mim. Eu precisava caçá-los antes e Halden era minha única conexão. Mas eu não poderia levar Pablo comigo. Eram 15:00 da tarde e ele já devia terminar seu dia por aí. Mas não posso deixá-lo em casa sozinho. Liguei para Andre.
– Ei, Escuta, fui sequestrado pelos Ballas.
– Eu sei John, eu tava seguindo seu rastro. Nick me contou. Você e seu irmão estão bem? - Perguntou Andre preocupado.
– Eu apanhei um pouco mas estou bem. Já Pablo. Nem tanto... Ele matou um cara, ele tá meio abalado.
– Merda... O primeiro nunca é fácil. Tem algo que eu possa fazer pra ajudar vocês?
– Na verdade tem. Sem querer aproveitar de você nem nada, mas tem como você levar ele pra passear um pouco? Leve ele pra um estande de tiro, ajude ele a escolher uma arma, compre uma licença falsa pra ele, leve ele pro Vanilla Unicorn, qualquer coisa pra distrair ele. - Perguntei descaradamente
– Ok, avisa ele que chego aí em 10 minutos. - Então ele desligou. Fui até a sala ainda enrolado na toalha e disse:
– Andre quer sair um pouco com você, acho que ele vai te levar no estande de tiro. Ele é um instrutor também. Quem sabe ele até te ajuda a comprar uma pistola?
– Eu não tava muito a fim agora, mas tudo bem. Ele parece ser um cara legal. - Disse Pablo.
– Ótimo, ele chega 10 minutos, vai se arrumar. - Então ele foi tomar um banho. Enquanto isso me preparei para sair também. Coloquei outra calça Jeans, eu tenho cinco no total. A da vez era um azul marinho bem escuro, quase preto. Coloquei meu tênis de skatista, por mais que eu não ande de Skate, e então coloquei os curativos. Quando eu estava escolhendo uma camisa Pablo apareceu:
– Tem algumas roupas pra me emprestar? As minhas estão sujas.
– Claro, pegue aí no armário. - Respondi. Coloquei uma camisa preta com mangas longas. Evitando mostrar o corte no braço. E então esperei Andre chegar. Com ele chegando, lhe dei US$500 para despesas com Pablo, mas ele não aceitou o dinheiro. Disse que eu provavelmente iria precisar. Então eles saíram. Olhei no meu Ifruit e vi que o Peyote é um dos carros que o armênio precisa. Rapidamente fui para a Deluxe Motorsport.

Chegando lá, estacionei o carro nos fundos e entãoo Simeon após vê-lo foi para sua sala. Quando entrei na sala, havia um copo com um suco de laranja em sua mesa.
– Então, era esse carro que você queria? - Perguntei.
– Agora eu não quero saber de carro. Agora eu quero relaxar. - Disse ele
– Como assim? Não entendi. - Então ele bebeu seu suco de laranja me encarando. Lentamente me afastei de sua mesa e fui em direção a saída.
– Que tal você depositar o dinheiro na minha conta? Ótima ideia, depois a gente se fala! - Disse eu enquanto saia da concessionária. Peguei um táxi e fui até a delegacia. Chegando lá. Pedi para chamarem o detetive Halden na recepção. Após esperar um pouco, ele liberou passagem para eu entrar no seu departamento. Lá dentro Apertei sua mão
– Nossa garoto, eles te deram uma surra mesmo. - Disse ele
– Você nem viu debaixo da camisa.
– Então, sobre o que você queria falar? - Perguntou o policial
– Os caras que eu matei. Ainda tem alguém vivo? Eu só matei cinco deles, incluindo o chefe.
– Bem, o George, o chefe, comanda uma casa de prostituição onde ele vende drogas também. O lugar é literalmente "o puteiro". Sempre há música alta, sexo e drogas pra todos os lados. Ele deve ter deixado dois dos seus homens tomando conta de lá. Se você pretende ir atrás deles, recomendo ir no início da noite quando as coisas ainda estão devagar. Eles devem transitar entre a sala da gerência e os quartos dos fundos onde rola o sexo.
– Obrigado pela informação Nick. - Agradeci
– Só me responda uma coisa - Disse ele enquanto eu saia andando. - Como você pretende fazer isso?
– Eu sei ser furtivo - Respondi enquanto saia andando. Passei na Ammu-Nation mais próxima e comprei um silenciador para minha pistola. Fui até minha casa, peguei o Gauntlet e fui até o puteiro próximo a Groove Street. Aguardei até umas 21:00 e então me equipei. Coloquei o silenciador na pistola, peguei dois cartuchos extras pra ela, coloquei minhas luvas e entrei pelos fundos. Eu não iria matar somente dois caras. Eu iria matar todos que parecessem importantes.

Chegando lá dentro, estava difícil enxergar devido a fumaça que estava em grande quantidade. Me agachei para ter uma visibilidade melhor e andei pela multidão, escondendo ao máximo a pistola. Tocava "So appalled" por Kanye West. Andei um pouco pela fumaça, evitando inalar ela. Fui até o bar, percebi que não havia nenhuma câmera no ambiente.
– Boa noite, o gerente está? - Perguntei a atendente do bar, ela mal via meu rosto e eu mal via o dela.
– Jefferson tá no escritório, Rick tá nos quartos dos fundos, pediu para não ser incomodado. - Respondeu ela. Então decidi pegar o Rick primeiro. Havia um segurança em frente uma das portas. Ele devia estar lá. Aproveitei a fumaça pra chegar perto dele sem ser visto, então disparei contra sua cabeça. Seu corpo ia cair sem vida, mas eu o segurei para evitar o barulho. Depois de colocar o corpo no chão, tentei ouvir o que se passava do outro lado da porta. Ouvi gemidos. Olhei pela fechadura e então vi ele numa cama com uma prostituta. Arrombei a porta com um clips de papel e disparei frenéticamente contra a cama. No total foram uns cinco tiros, mas havia uma mulher numa cadeira no lado esquerdo do quarto, e ela tinha uma escopeta. Rapidamente disparei em seu rosto. Arrastei o corpo do guarda pra dentro do quarto e avancei. A sala do gerente seria um ponto difícil. Ficava de frente para os clientes do bar, e haviam pessoas dentro do escritório. Eu teria que ser rápido e letal. Cheguei em frente a porta do escritório e a chutei com toda a minha força. Quando a porta estava aberta, atirei rapidamente na cabeça de 3 seguranças com AKs e SMGs, avancei no escritório e atirei no Jefferson. Haviam duas prostitutas, matei as duas também. Agora os seguranças do bar estavam atirando em mim. Pulei sobre a mesa do escritório e a derrubei usando como cobertura. Larguei a pistola no chão e peguei uma das AKs. Usei a mesa como apoio para o recuo e atirei aproveitando a arma automática. Após fuzilar todos os 7 seguranças, peguei minha pistola, reparei no dinheiro que havia numa mesa ao lado. Peguei uma mochila que encontrei no chão e a enchi com todo o dinheiro. Peguei a AK e saí andando. Quando cheguei no Gauntlet, abri a mala e coloquei a AK e a mochila com dinheiro lá. Fui para o banco do motorista e guardei a pistola ainda com o silenciador no porta-luvas. Saí do local e liguei para Halden.
– Acabei com eles. - Eu disse
– Ótimo, só pra saber, vou encontar outro lugar pegando fogo?
– Não dessa vez. Os corpos estão lá para quem quiser ver.
– Estou na casa que você tacou fogo, vendo se há alguma ponta solta. - Disse o Detetive
– Há alguma? - Perguntei preocupado
– Na verdade, tem uma coisa sim. Encontrei um canivete ensanguentado que não queimou com as outras coisas. Como eu cheguei antes da Perícia, eu consegui pegá-lo. Limpei o sangue e o guardei comigo. Vai querer ele?
– Sim, me encontre em frente o Maze Bank. - Então desliguei o celular. Depois de coletar o canivete, liguei para Andre.
– Então, como ele tá? - Perguntei
– Estamos no estande de tiro do lado da Deluxe Motorsport. Vou te dizer, ele é um atirador nato. Inclusive, pra uma primeira vez, ele atira melhor que você. - Disse Andre rindo.
– Ok seu palhaço, pode rir. Estou indo praí - Então desliguei o celular e fui até lá.

Chegando lá, Pablo estava treinando com SMGs. Em um dia ele já havia habilidade suficiente para isso.
– Sério, você devia ir devagar. Já treinou com as escopetas? - Perguntei
– Sim, mas acabei machucando o ombro. Então Andre sugeriu as submetralhadoras. - Respondeu Pablo
– Interessante. - Olhei para Andre, ele deu um sorriso sem graça, quase dizendo "você pediu para distraí-lo". - Já escolheu alguma pistola pra você? - Perguntei.
– Ainda não.
– Então vamos agora. Fomos para o balcão da loja e lá haviam diversas pistolas. Pablo escolheu uma igual a minha. Uma M1911. Depois disso, Pablo foi testar sua pistola e eu fui conversar com Andre.
– Ei cara, obrigado por tomar conta dele. -
– Relaxa John, amigos tão aí pra isso. - Respondeu ele
– Pablo vai passar por alguns problemas no futuro. Ele não sabe, mas a mãe dele foi morta.
– Como assim? Você escondeu o corpo dela? - Perguntou Andre preocupado.
– Na verdade, eu vi a mãe dele sendo morta. Um dos traficantes dela injetou heroína o suficiente pra uma overdose nela. Eu assisti tudo, escondido no quarto dele. - Eu disse
– E por que você não fez nada?
– Eu tava desarmado, e o traficante estava acompanhado. Vou começar a seguir umas pistas sobre o paradeiro dele.
– Se precisar de ajuda em algo, fale comigo. Ou com o Lester. Mas ele vai cobrar por isso. - Disse Andre. Então me lembrei do dinheiro no Gauntlet. Precisa ser lavado. Me despedi de Andre e me juntei a Pablo no estande de tiro.
– Você atira muito bem. - Eu disse enquanto observava a postura dele para atirar. E o fato mais engraçado é que sua precisão era melhor que a minha.
– Sobre hoje cedo, me desculpe por ter gritado com você.
– Tudo bem, eu também não devia ter atirado essas perguntas em você. Era bem óbvio que os dois estavam abalados. - Se desculpou Pablo, me relembrando todo o momento.
– Ei, você tem notícias da minha mãe? Tentei ligar pra ela hoje, mas ela não me atendeu - Disse ele com toda a inocência sobre o caso.
– Não, desde aquele dia não falo com ela. Talvez ela tivesse dormindo quando você ligou.
– Eu liguei agora a noite. - Ele Respondeu - Mas esquece. E você? O que fez essa noite?
– Matei os amigos dos caras que sequestraram a gente. - Respondi sem manter segredos
– E como você fez isso? - Perguntou ele
– Comprei um silenciador pra pistola, entrei na "boate" deles e apaguei todo mundo. Ainda peguei um dinheiro que achei numa mesa. - Quando eu falei isso, percebi o quanto foi difícil o que eu fiz. A adrenalina do momento me ajudou.

Depois de um tempo, terminamos no estande de tiro e fomos até a casa de Lester, precisava deixar o dinheiro com ele para ele depositar na minha conta. Chegando na casa de Lester, falei com Pablo:
– Escuta, esse cara é meio paranóico. É melhor você esperar no carro.
– Se você diz... - Respondeu ele concordando. Entrei na casa de Lester e fui falar com ele.
– Então, quanto você cobra mesmo pela lavagem de dinheiro? - Perguntei
– 10% do valor total. - Respondeu ele. Lhe entreguei a bolsa com o dinheiro e então quando eu ia sair ele começou a puxar assunto.
– Então John, como vai sua família? Sua irmã Natasha dá aulas em uma escola em Liberty City huh? E aquele lá fora não é o seu irmão Paul correto? O Paul das fotos é bem diferente. - Disse ele
– Não sei porque, mas tive a leve impressão de que você fosse fazer isso. Aquele lá fora é meu amigo, Pablo. E sim, meus irmãos estão em Liberty City. Se você tivesse me perguntado, eu teria respondido isso pra você, seu paranóico de merda. - Então sai da casa. Voltei para o carro e então decidi levar Pablo para comprar algum lanche como jantar. Eu simplesmente não sei muito bem fazer comida, e ele... É apenas um estudante. Chegando no Chicken Bell, recebi uma ligação de um número desconhecido
– Quem fala? - Atendi com um tom sério
– Ei John, é a Samantha da escola, lembra? Troquei de número e liguei pra te avisar. Ah é, a festa do Richard é hoje. Você vai? Louis, Andrew, Barbara, Kate e Harry vão. - Disse Sam pelo telefone
– Ei Sam, merda, eu tinha me esquecido. Claro que eu vou. Só tenho que deixar um amigo em casa, e vou direto pra lá. Obrigado por me lembrar. - Então desliguei.
– O que houve? - Perguntou Pablo
– Um amigo meu vai dar uma festa hoje. Acabaram de me lembrar.
– Você vai?
– Mas é claro! - Respondi animado
– Então vamos. - Disse Pablo. Eu simplesmente não posso levá-lo para onde eu for.
– Cara, precisamos estabelecer umas regras. Já que você concordou em ficar comigo por um tempo, faremos o seguinte: você só vai beber em fins de semana. Em dias de aula você vai dormir cedo e etc. Falta pouco pra você acabar o colégio. Não jogue tudo pelo ralo. - De início ele ficou meio contrariado, mas percebeu que era o melhor pada ele. Deixei ele em casa e troquei de carro. Peguei meu Fugitive e fui para a festa de Richard.

Quando cheguei em sua casa que ficava em Vespucci Beach, de longe pude ouvir a música "R U Mine?" de Arctic Monkeys. Richard e eu compartilhamos o mesmo gosto musical. Percebi que começara a chover. Corri para a porta de sua casa e lá encontrei Sam. Não vejo Sam com frequência desde quando terminamos nosso namoro. Ambos concordamos que era melhor preservar a amizade. Sam continuava com seus cabelos lisos e loiros, olhos verdes e pele clara de sempre. Cumprimentei ela, e eventualmente nos abraçamos
– John! Quanto tempo! - Disse ela animada enquanto me abraçava.
– Ei Sam! Você está ótima! - Respondi. - Como você e o pessoal estão? É uma pena eu ter me afastado.
– Eu tô bem, agora faço aulas de teatro. Harry e Louis ainda trabalham no Burger Shot. Kate trabalha na Vangelico, aquela joalheria. Barbara e Andrew são um casal agora. E Richard... Temos que ter uma conversa séria com ele. Todos nós - disse ela
– Por que? Algo aconteceu? - Perguntei preocupado
– Harry viu ele andando com alguns rapazes de gangue, aqueles que usam roupas verdes, e da última vez que vim aqui, encontrei uma arma no quarto dele. - ela respondeu. Com isso que ela falou, ficou bem óbvio que a gangue são os Families. E pra ela ter ido até o quarto dele, os dois estão saindo juntos.
– Não esquenta, vamos resolver isso depois. - respondi. Após cumprimentar todos, vi que nem todo mundo mudou muito. Harry continua parecendo um Nerd branquelo. Louis sempre foi meio lerdo, mas agora estava mais bronzeado. Provavelmente se denomina um surfista. Richard ainda tem o mesmo tom de pele um pouco escuro, porte físico magro de sempre, mas pude perceber que agora ele usa um alargador de 10mm em sua orelha direita. Também reparei uma tatuagem que não me é estranha em seu braço, mas ele tentava esconder ela. Andrew me lembrava Pablo, só que um pouco mais gordo. Kate tingiu seu cabelo, agora ela é ruiva. Barbara agora usa óculos, mas continua com seus cabelos castanhos. Passamos horas conversando e bebendo, até que enfim o assunto do momento era eu.
– Então John, arrumou um emprego depois daquele fiasco no Clucking bell? - Perguntou Louis
– Não. No momento estou desempregado.
– Então como você arrumou grana para aquele carro? - Perguntou Andrew
– Bem... Eu ganhei em uns jogos.
– Apostas ilegais? - Perguntou Richard. Não Respondi sua pergunta porque fui interrompido por Barbara
– Então John, está saindo com alguém? - Achei aquilo falta de noção dela devido ao meu passado com Sam. Olhei para Sam e ela aparentemente não expressava nada
– Conheci uma garota, Rachel. Estamos saindo.
– Que ótimo! - Disse Kate. Depois da sessão de interrogatório, enfim focaram em Richard.
– Então Rich... Eu vi você esses dias com uns caras da Families. Você tá metido em encrenca? - Perguntou Harry.
– Eu só estava com uns amigos. Eu não conheço só vocês. - Respondeu ele, claramente mentindo.
– E aquela arma que Sam encontrou no seu quarto? Ela não é perigosa? - Perguntou Kate.
– Pessoal, entendam: O que eu faço da vida não é problema de vocês! - Gritou ele enquanto se levantava e ia para os fundos da casa. Sam segurou ele pelo braço tentando lhe impedir, mas não houve efeito. Se Richard tem contatos, ele pode ser útil pra mim. Me levantei e fui até os fundos da casa. Chegando lá ele estava parado.
– O que você quer? Não preciso de nenhum sermão. - Disse ele
– Eu quero um serviço. Você acha que consegue me arrumar um?
– Mentira. Duvido que você tá no jogo. - Respondeu ele. Lhe mostrei minha pistola.
– Grande merda. Qualquer um pode ter uma arma. - Então retruquei levantando minha camisa, mostrando os cortes e o tiro.
– Hoje de manhã fui sequestrado pelos Ballas porque eu matei o agiota deles. Matei todos eles. - Ele pareceu convencido pela história.
– Fique até todos irem embora. Te levo no meu contato. - Respondeu ele. Quando todos foram embora, fomos em meu carro. Deixei ele dirigir.

Então chegamos no seu contato. A maior coincidência, é que o contato dele fica a cerca de 200 metros da casa da minha mãe. Entramos no conjunto de apartamentos. A presença da gangue era forte ali. A minha vantagem, é que mesmo eu sendo branco, eu vivi naquelas ruas. Então, indiretamente, todos me conhecem. Rich bateu 3 vezes em uma porta e um homem atendeu. Gordo, pele escura, usava um chapéu e um óculos de sol, mesmo estando de noite
– Quem é esse moleque? - Ele Perguntou
– Esse é John, um amigo de confiança. Ele tá procurando um serviço. - Respondeu Richard.
– Relaxa cara. Fui criado em Chamberlain Hills. Aqui somos uma família. - eu disse coisas que um gângster provavelmente diria.
– Tem uma venda acontecendo no Píer. Apaga os motoqueiros e me trás o pacote. 3k pra cada um. - Então ele fechou a porta.
– Então, topa? - Perguntei para Richard
– Por que não? - Ele Respondeu
– Vamos passar na minha casa pra pegar meu equipamento - eu disse. Então fomos andando até minha casa. Lá peguei a escopeta, munição para escopeta e pistola e então fomos para o píer.

Chegando lá, estacionei longe e usei a câmera do meu celular para observar a situação. Haviam bastante motoqueiros e vagos na parte de baixo do píer. Alguns estavam com submetralhadoras, outros com escopetas. Coloquei minhas luvas para evitar digitais e então fomos avançando.
– Dê a volta no píer, ataque eles pelo outro lado. Assim vamos ter a vantagem. - Eu disse
– Pensei a mesma coisa. - Respondeu Rick. Lhe entreguei a escopeta e me aproximei bem devagar. Peguei cobertura e aguardei tempo o suficiente para ele se posicionar. Destravei a pistola e então ataquei. O primeiro motoqueiro caiu com um buraco em sua nuca. Corri para uma das vigas que segurava o píer e então atirei em um vago. A atenção estava somente em mim. Momento perfeito para o segundo ataque. Foi quando ouvi tiros de escopeta. Quando eles se viraram para atacar Rich, acertei 3 motoqueiros. 2 caíram mortos, o terceiro ficou agonizando no chão. Avancei novamente. Pude notar o motoqueiro que tinha o pacote de drogas e o vago com a bolsa com dinheiro. Atirei no vago, enfiando duas balas em seu peito. Recarreguei minha pistola, rolei no chão e peguei uma escopeta. Acertei um tiro na perna esquerda do motoqueiro com a droga. Mas ainda haviam alguns entre eu e ele. Derrubei mais 5 motoqueiros e então avancei. Quando cheguei lá, o motoqueiro apontava uma escopeta de cano serrado para Richard. Peguei ele de surpresa e apontei a escopeta em sua cara
– Largue se quiser viver! - Gritei. Ele largou. Então me abaixei pra pegar o pacote. Joguei o pacote para Richard e apontei para a bolsa com dinheiro.
– Guarde ali. Mas o dinheiro é nosso! - Eu disse. Então ele ia saindo do píer. Antes de ir, executei o motoqueiro com um tiro em seu rosto. Peguei uma Uzi que estava no chão e levei comigo. Coloquei na mala do carro enquanto Richard ia dando a ignição no motor. A polícia chegaria a qualquer momento. Entrei no carro e então fugimos.

Voltando para a casa do traficante, Richard preferiu esperar no carro. Bati 3 vezes na porta e então ele atendeu fazendo uma expressão de surpresa por eu estar vivo. Lhe entreguei o pacote.
– Muito bem garoto. Eu entro em contato com você quando tiver mais paradas assim. A propósito, o nome é Gerald - Disse Gerald enquanto entregava dois bolos de dinheiro enrolados. Cada um com 3k. Voltei para o carro e entreguei a parte de Rick. Lhe expliquei que o dinheiro dos vagos seria lavado e então depositado na conta dele. Deixei ele em casa e voltei para a casa da minha mãe. Eram 02:40 da madrugada. Entrei em casa e vi Pablo dormindo, se preparando para a escola na manhã seguinte. Evitei fazer barulho, fui até a cozinha e fiz um sanduíche para ele comer na escola. Tentei ser um irmão legal. Deixei o sanduíche dentro de um pacote na mesa. Ao lado do sanduíche, deixei um bilhete escrito para ele deixar a pistola em casa. Então fui tomar um banho e depois decidi dormir.

Quando acordei, eram cerca de 11 horas da manhã. Me levantei da cama e fui para a sala. Olhei sobre a mesa e vi a pistola de Pablo descarregada. Me surpreendi por ele ter me obedecido. Olhei meu celular e vi uma mensagem de Halden.

"Tenho uma proposta pra você. Me retorne assim que possível. - Det. Halden"

Depois ligaria para ele. Tomei um banho, fiz minha barba e escovei meus dentes. Fui até a cozinha enrolado numa toalha e comi uma maçã. Então recebi uma ligação de Andre.
– John, rápido, eu e Jack estamos cercados pela tríade. Estamos em Downtown, traga armas pesadas! - Gritou Andre enquanto os tiros ecoavam no fundo. Na mesma hora coloquei a mesma calça Jeans do dia anterior com o mesmo par de tênis. Pus uma camisa verde e peguei minha jaqueta de couro. Peguei minha pistola e corri para meu carro. Chegando lá coloquei o Colete balístico por cima da camisa e a jaqueta para cobrir tudo. Corri até a Ammu-Natio, comprei munição para a Uzi e fui em direção a Downtown.

Eles não me deram a localização exata mas pude ouvir os tiros que me levaram até um beco que um lado levava para uma saída e o outro era sem saída. Eles estavam encurralados no lado sem saída. Estacionei o carro normalmente, corri até a mala e peguei minha escopeta. Coloquei a bandoleira e deixei-a nas costas. A pistola estava na cintura e a Uzi na mão. Peguei cobertura e observei a situação. A Tríade estava com AKs e escopetas. Jack e Andre estavam atrás de caçambas de lixo. Haviam uns 7 asiáticos atirando neles. Usei o elemento surpresa e eliminei 3 antes que eles percebessem minha presença. Agora a atenção estava em mim, mas para minha sorte Andre e Jack usaram a vantagem e eliminaram 2 antes da atenção voltar a eles. Quase que coordenamos o ataque e eliminamos os restantes. Saí da cobertura e peguei uma AK no chão, revistei o corpo para munição e achei mais dois cartuchos. Fui até eles e entreguei a escopeta para Andre e a AK para Jack.
– Então, qual o plano? - Perguntei
– Sair daqui antes que mais daqueles malucos ou a polícia cheguem! - Gritou Jack. Então íamos até meu carro, quando na saída do beco encontramos 3 carros da Tríade estacionando. Na mesma hora corremos pelo beco, procurando outra saída. No meio do caminho parei para atirar na tríade e nos dar vantagem. Descarreguei o cartucho da Uzi e voltei a correr. Pelo menos eu havia acertado 4 dos atiradores. Enquanto corria, rolei pelo chão e peguei uma AK. Minha experiência com ela não é boa, mas a adrenalina me ajudou a improvisar. Peguei cobertura no fim do beco junto de Andre enquanto Jack procurava um carro para a gente fugir.
– O que vocês fizeram pra deixar eles tão putos!? - Gritei enquanto atirava.
– Longa história. Quando a gente sair daqui, te explico! - Gritou Andre. Decidi ficar um pouco ofensivo na esperança de intimidar a tríade.
– Voltem pra Hong Kong seus filhos da puta! A América já tem problemas suficientes! Matar vocês só vai ajudar o governo! - Gritei para eles. Depois de eu conseguir matar 3 com a AK, Jack apareceu com Futo.
– Sério!? Essa foi a melhor coisa que você achou!? - Perguntou André. Corri para o banco de trás enquanto Andre foi para o banco da frente. Jack acelerou bastante e então saímos do beco. Tocava "Born Bad" de Popcaan no rádio.
– Obrigado pelo suporte lá atrás John. - Agradeceu Andre
– Sem problemas. - Respondi. Então recebi uma ligacão de Pablo
– Ei John, liguei só pra avisar. Eu saí mais cedo da escola e minha vizinha me ligou falando que não vê minha mãe a dias. Vou dar uma passada lá pra ver ela.
– Pablo, espere, eu só tenho que resolver uma coisa e vou com voc... -Foi quando vi um tiro passando a centímetros de minha cabeça. Me abaixei, peguei a AK e Mirei para trás
– John! - Gritou Andre
– Eu sei o que fazer. - Respondi mantendo a calma. Eram 3 carros, minha munição era limitada, eu devia escolher os alvos com rapidez e inteligência. O primeiro carro estava bastante próximo. Dei uma rajada e acertei o motorista. O segundo estava longe, atirei em seu pneu até ele estourar. Fui bem sucedido. O último estava do nosso lado, E bateu na gente. Andre tomou conta desse. Matou todos dentro do carro
– Essa foi por pouco. - Disse Jack
– Me deixe na próxima esquina. Preciso correr. - Eu disse entrando em desespero
– Por que John? - Perguntou Andre
– Pablo está indo pra casa.
– Merda. - Ele praguejou. - Podemos te deixar lá.
– Cara, aquele lugar vai encher de polícia. O melhor que vocês podem fazer, é voltar e deixar as minhas coisas no meu carro. - Então joguei as chaves para Andre e tirei meu Colete. Jack me deixou na esquina mais próxima, em vinewood. Havia uma Double-T estacionada, decidi roubá-la.
– Você sabe fazer ligação direta e andar nisso? - Perguntou Jack.
– A parte da ligação, o princípio é o mesmo. E nunca fui muito chegado a moto. Acho que só andei umas duas vezes na vida. - Respondi
– Boa sorte John - Disse Andre. Terminei a ligação direta e acelerei. Decidi pegar a rodovia pois seria mais rápido do que pegar várias ruas. Eventualmente estava a mais de 150mph e tomava cuidado enquanto passava pelos carros. Cheguei até a casa em cerca de 5 minutos. Parei a moto um pouco longe e corri até a casa. Chegando lá Pablo já estava batendo na porta
– Mãe, sou eu! Abra a porta por favor! - Gritava ele. Olhei ao redor, os vizinhos estavam começando a prestar atenção no caso.
– Ei, já parou pra pensar que ela pode ter saído de casa? - Eu disse tentando me acalmar.
– Como ela sairia de casa sem avisar ninguém!? - Ele Gritou comigo. - Você pode arrombar a porta? Esqueci minhas chaves. - pediu ele.
– Se eu fizer isso e sua mãe não gostar, eu acabo preso. Sem contar que eu não tenho nada para arrombar aqui. - tentei inventar desculpas
– Então chuta a porta, não me importo. Preciso entrar aqui.
– Ok... Avise os vizinhos que eu vou derrubar a porta. - Eu disse sem muitas opções. Tenho de pensar no que falar quando ele encontrar o corpo da mãe. Após ele avisar os vizinhos, ele veio até mim.
– Pronto? - Perguntei.
– Sim. - Então dei um chute simples na porta. Nunca havia feito isso, mas era como se eu tivesse prática. Tentei entrar primeiro, mas ele me empurrou contra a parede. Quando me virei, ele estava parado sem reação olhando o corpo da mãe.
– NÃO! - Ele Gritou. Ele tentou correr para cima dela, mas na mesma hora segurei ele e o arrastei para fora da casa. Ele estava chorando, em choque, e aparentemente, seu desespero lhe deixou mais forte, tive dificuldades de afastar ele.
– Vamos cara, não olhe. Apenas... Não olhe. - enfim o carreguei para fora de casa. Uma vizinha olhava para a gente.
– Chame a polícia por favor. - Eu disse para a vizinha enquanto eu abraçava Pablo que ainda estava em choque. Ele já havia desistido de tentar entrar na casa. Então eu percebi que lágrimas escorriam de meus olhos.

Não muito tempo depois, a polícia chegou. Isolaram a área e chamaram a perícia. Haviam detetives da divisão de homicídios, eles faziam perguntas a Pablo e aos vizinhos. Então percebi que um homem e uma senhora interromperam a Conversa de Pablo com os detetives. Ele começou a se alterar novamente. Corri para perto e então entedi a situação. Pablo era oficialmente órfão, iriam levá-lo a uma instituição.
– Ei camarada, o que é necessário para resolver isso? - Perguntei ao homem.
– Bem, os requisitos são ser maior de idade, ter um renda física e comparecer para a parte burocrática.
– Não há uma opção mais prática? Minha mãe está numa condição que não pode sair de casa. - Disse eu lhe mostrando uma nota de US$100.
– Peça pra sua mãe assinar essa folha e entregue para o Juíz Wilson no tribunal. - Disse o homem enquanto pegava a nota. Guardei o papel no bolso de minha calça e então vi eles levando Pablo.
– Não esquenta cara, vou resolver isso! - Gritei. Pude perceber que ele voltara a chorar. Quando eu estava me afastando, vi o legista levando o corpo da mãe dele. Então dois detetives vieram falar comigo.
– Boa noite senhor...?
– Jeesan. John Jeesan. - Respondi
– Boa noite senhor Jeesan. Sou o detetive Pardo e essa é minha parceira, Detetive Stahl. Somos da divisão de homicídios.
– Já sabem a causa da morte!? - Perguntei fingindo estar preocupado.
– Superficialmente, concluímos que foi uma overdose. Mas aparentemente a agulha não foi injetada por ela devido a posição. Ela era destra e a seringa estava em seu braço direito. Seria necessária muita habilidade com a mão esquerda para isso. - Disse Stahl.
– Mas não é sobre isso que viemos falar com você Sr. Jeesan. Temos testemunhas dizendo que o Senhor foi a última pessoa a ver a vítima. Isso é verdade? - Perguntou Pardo.
– Sim, o filho dela, Pablo, foi expulso de casa por ela e decidiu passar uns dias na minha casa. - Respondi.
– E qual é a sua relação com o filho da vítima? - Perguntou Stahl.
– Nos consideramos irmãos.
– O Senhor ainda não Respondeu a primeira pergunta Sr. Jeesan. - Disse Pardo
– Eu fui interrompido antes de minha resposta final, mas mesmo assim. Pablo pediu para eu vir buscar algumas de suas coisas. Foi quando eu entrei na casa pela última vez.
– E o que aconteceu? - Perguntou Pardo.
– Ela não queria me deixar entrar e pediu para um homem que estava dentro da casa, um homem chamado Carl, Negro, quase dois metros de altura, musculoso, para não me deixar entrar. Depois de alguns impasses, ele foi embora e ela me deixou entrar. Peguei as coisas e saí. - Eles se afastaram um pouco e conversaram a sós. Depois de alguns minutos eles voltaram.
– Por mais que o Senhor tenha colaborado, será necessário que o Senhor nos acompanhe até a delegacia para efetuarmos mais perguntas. - Disse Pardo enquanto pegava as algemas.
– O Senhor porta alguma arma senhor Jeesan? - Perguntou Stahl
– Sim, está na parte de trás da calça. - Ela recolheu a pistola e ele me algemou. Enquanto me levavam até uma viatura, pude ver Jack e Andre no fundo. Acenei para eles com a cabeça e então fui levado até a delegacia.

Chegando na delegacia me manteram algemado e me levaram até uma sala de interrogatório. Lá fiquei esperando, até que uma pessoa entrou na sala e desligou a câmera.
– Fale baixo, tenho pouco tempo. - Disse Halden
– Escuta, sei que não tô em posição de pedir nada, mas tem como você me soltar. Preciso chegar em algum computador que tenha informações sobre esse caso
– Você tá maluco!? Você não pode simplesmente sair andando pela delegacia. Eles não tem nada contra você. As digitais nem são suas.
– Digitais!? De quem são? Preciso do nome e endereço. - Quase Gritei perguntando.
– Carl Weathers. O endereço não sei, mas você não pode ir atrás dele. A polícia vai. Encontraram as digitais dele na seringa. - Respondeu Halden
– Merda. - Praguejei - Tenho que encontrar ele antes deles.
– Se eu tiver informações, te aviso. Agora sobre a proposta, um amigo meu da Narcóticos precisa de alguém que tenha coragem de tomar o centro de distribuição dos Vagos. Se você topar, ele pode garantir que ninguém vai ficar em cima dos seus negócios.
– E quanto você e ele querem disso? - Perguntei considerando a proposta.
– Ele quer 15% e eu 5%.
– Vou considerar. - Respondi. Então ele saiu da sala e me deixou aguardando os detetives. Não muito depois a detetive Stahl chegou.
– Então John, espero que entenda que só lhe trouxemos porque nós o considerávamos como o principal suspeito. Está livre para ir. - Então ela soltou minhas algemas e me acompanhou até a saída.

Quando cheguei no estacionamento, encontrei meu carro. Andre ou Jack o trouxeram pra mim. Entrei no carro e me lembrei que os detetives não devolveram minha pistola. Pensei em voltar para pegar, mas tinha outras prioridades. Liguei para minha mãe.
– Olá querido! Está tudo bem?
– Nem tanto mãe. Não sei como explicar isso... A mãe de Pablo foi encontrada morta e Pablo é oficialmente órfão. Alguém precisa adotar ele. - Expliquei para ela.
– Querido, você sabe que eu faria isso, mas no momento não dá.
– Dá sim. Vou falsificar sua assinatura.
– John, isso é crime! - Gritou minha mãe
– Isso não seria a pior coisa que eu já fiz. - Então desliguei e assinei o papel com o Nome dela. Corri até o tribunal e achei o Juíz. Entreguei a ele e ele disse:
– Ótimo, vou autorizar que busquem ele agora. - Óbviamente tive que suborná-lo também para ter agilidade. Então fui até a instituição que Pablo estava.