Fúria dos Deuses

Como se mata algo que já está morto?


- Blair, aconteceu alguma coisa? Você está tão calada... - Escutei Serena falando do banco de trás e me movi desconfortávelmente.

- Na verdade... aconteceu. - Suspirei. - Depois que eu cai... bem, meu avô falou comigo. - Chuck freou o carro bruscamente, de uma maneira que meu corpo foi para frente e os pneus reclamaram sonoramente.

- Seu avô? Você quer dizer... Poseidon? - Ele disse completamente exasperado.

- Não Chuck, o Papai Noel. - Gargalhei, mesmo sem vontade. - Sim, Poseidon falou comigo. - Vi S. se debruçar no espaço entre os bancos da frente.

- E o que ele disse? - Consultei meu cérebro que gritou uma claro \'\'não conte tudo\'\'. Então, liguei minha auto-censura e comecei.

- ele pediu que eu me cuidasse, já que ele e Zeus estão em um impasse. Sabe, impasse dos deuses do tipo \"eu vou te explodir em um milhão de pedaços\". - Eu sabia que Zeus não era a pessoa mais controlada do mundo e se eu tirar meu pai para base de Poseidon, com certeza era mais irritado do que... o mar. Em um dia de tempestade.

- Espere, então você sabia o porque parece que o céu quer se chocar contra o mar. Você sabia o porque esse apocalipse está acontecendo e não nos contou? - Gargalhei ao escutar os protestos daquela criatura completamente irritante ao meu lado.

- Bem, metade do mundo está pronto para nos matar e você está irritado porque eu não lhe coloquei a par das fofocas? Ah, por favor Bass, mantenha o foco. - Ele ia protestar porém minha protetora interrompeu.

- Será que Hades está na briga também? - Maneei a cabeça negativamente.

- Nenhum terremoto ou cão infernal tentando arrancar nossas cabeças. Além do mais, ele não correria o risco de perder nosso apoio. - Chuck arqueou uma sobrancelha ainda com o carro parado.

- E por que perderia? - Ele perguntou.

- Porque ele teria que apoiar um dos lados, e obviamente, se escolhesse Zeus, perderia nosso apoio. - Mirei minhas unhas com cuidado. é, acho que preciso de uma manicure.

- Mas Zeus é meu pai. Se ele escolhesse Poseidon ficaria contra meu progenitor e eu não o apoiaria mais. - Espere, ele não acabou de dizer isso.

- Não é Poseidon que quer lhe matar! - Eu falei, me inclinando na direção dele.

- Ah é? Pois Zeus tem bons motivos para lhe matar, garota irritante. - Ele falou fazendo o mesmo, porém um um sorriso idiota no rosto.

- Seu... raiozinho de araque. - Eu lhe dei um tapa, e estava pronta para arrancar aqueles cabelos ridículos quando S. se colocou no meio.

- Chuck, dirija. Blair, sente. - Ela falou me empurrando e fazendo o mesmo com op Chuck, que bufou e acelerou o carro.

Uma hora depois, em um silêncio absoluto e uma clima incrivelmente pesado, estávamos em Washington.

- E agora, para onde vamos? - Escutei Chuck falando e bufei, com meus braços cruzados.

- Por que não pede para seu pai? Ele te ajuda tanto... te dá tantos bons conselhos... - Eu falei.

- Achei que você fosse a sabichona daqui. - Sorri.

- E sou. Se dependêssemos de você estaríamos completamente ferrados. - Ele estava pronto para me matar, mas Serena se interpôs de novo.

- Crianças, podem dar uma trégua? - Eu olhei para trás.

- Não se mete! - Falei ao mesmo tempo que Chuck, o que me deixou completamente frustrada.

- Certo. Mas acho que deveriam olhar para frente e se concentrar porque há pessoas transparentes andando na rua. - Olhei para frente e percebi que a S. estava certa. Eram, definitivamente, fantasmas. Ou quase. Pareciam estar tentando retornar a forma carnal. Suspirei.

- Tudo bem. Trégua até resolver isso tudo? - Não que eu confie em você, mas achei que dizer essa ultima parte não faria o acordo melhorar.

- OK. Saiam do carro e andem devagar. - Ele falou se virando. Abri a porta e sai, tomando muito cuidado... não sei porque. Eu tinha um pressentimento estranho... como se cada passo que eu desse pudesse ativar uma bomba ou algo do tipo. Além do mais, não queria chamar atenção dos fantasmas. Quer dizer, como matar algo que já está morto?

Mais alguns passos e eu olhei para o lado. Serena estava andando despreocupadamente, com a pose de modelo que ela sempre tem. Já Chuck estava com uma das mãos no bolso e um sorriso irritante, ou seja, normal. Imagino que eu esteja tão normal quanto uma vaca cor-de-rosa.

- Hey, ai estão vocês! - Certo Blair, continue andando. Ou não. Olhei para o lado e vi Dan, com um exército de fantasmas. Olhei para o lado e Chuck silabou um \"Fique calma\". Não, não funcionou.

- Dan. Pequeno traidor! - escutei o Bass dizendo e pensei o que diabos ele tem na cabeça.

- Chuck, velho amigo. Estava esperando você por aqui há algum tempo. Mas achei que já teria matado aquela ali. - O sangue me ferveu. danem-se os fantasmas. Eu mato eles novamente, seja lá como se faz isso.

- \"Aquela ali\" tem nome. Blair Cornélia Waldorf, a garota que vai chutar seu traseiro. - Eu falei, tirando Contracorrente do bolso. Chuck passo na minha frente, colocando o braço e me impedindo de passar.

- Por que você está fazendo isso, cara? - Ele falou, enquanto Dan andava lentamente.

- Não é um pouco obvio? Meu pai me renegou e agora eu o renego. - Dan disse com naturalidade.

- Você não costumava ser vingativo. Costumava ser... - A voz da S. falou e eu a olhei, lentamente e preocupada. Espere: por acaso estou perdendo algo na história desses dois.

- Podem se juntar a mim se quiserem. Eu posso matar ela para você Além do mais, terão um lugar de destaque no desmoronamento do Olimpo. - Eu não sei o que aconteceu depois disso. Foi tudo tão rápido. Descrever o momento é impossível. Acho que a adrenalina e a surpresa não me deixaram pensar. Quando eu vi, Serena estava correndo, com a minha espada, em direção ao Dan. Nunca a vi tão irritada. Se olhasse direito, podia ver o ódio no olho dela. Quando minha espada colidiu contra o do filho de Hadesele murmurou algo para a S., como um \'\'não me obrigue a fazer isso\'\'. Porém, apenas uma lágrima escorreu no rosto dela, enquanto ele a prendia.

- SOLTA ELE SEU IDIOTA! - Eu falei, correndo. Pode ser uma atitude idiota, correr entre um exército sem espada ou escudo, mas eu não pensava. Naqueles poucos dias, eu havia me apegado a S., e não ia deixar aquele idiota machuca-la.

- Blair! - Serena gritou. - Fique ai, eu ficarei bem.

- Eu não posso. Não consigo. Eu vou te ajudar. - Ela maneou a cabeça.

- Ficarei bem. Eu sou sua sátira. Eu devo lhe proteger. Fique bem, eu vou achar uma solução. - O rosto dela estava encharcado de lágrimas. Naquele momento, ela apenas sorriu tristemente, enquanto Dan e os fantasmas sumim em fumaça negra. No meio da fumaça, S. se foi junto, em um raio amarelo.

- Ela vai ficar bem. - Chuck falou, enquanto passavamos pela rodovia.

- Eu devia ter... eu podia ter... - Eram tantas opções, tantas coisas que ficaram no caminho.

- Ela e Dan. Eles namoraram. Ninguém sabe o exato motivo porque eles se separaram, mas pareciam se amar. - Eu olhei para o chão, tentando entender um pouco da dor que ela sentia. - Bem... nós devemos pensar um pouco no que ele falou. Para ajudamos tanto a S. quanto a resolver... tudo. - Assenti com a cabeça.

- Derrubar o Olimpo... é uma ação grande. Ele não ai agir sozinho. - Ele assentiu, passando as mãos com mais força pelo volante.

- Temos que ir para Nova York. Agora. - Franzi o cenho.

- Fazer o que? - Ele desviou os olhos da rodovia.

- Ir ao Olimpo, avisar aos deuses. - Eu sabia. Sabia que isso poderia me matar.

- E se seu querido pai tentar me matar? - Ele suspirou.

- Eu não vou deixar. - Quase sorri. - Você sabe, por causa da nossa trégua. - ele se apressou em dizer, mesmo assim, ainda senti uma vontade idiota de sorrir. Mas me controlei ao lembrar da S. e do meu avô.

- E porque eu deveria confiar em você? - Olehi para ele, vendo que seus lábios de contorciam em um sorriso vitorioso.

- Porque você só tem a mim. Não tem outra escolha.